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História pra ninar gente grande é um tema enredo apresentado pela Estação Primeira de Mangueira no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro de 2019, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira com a proposta de contar a trajetória de personagens apagados da narrativa oficial da História do Brasil. A partir deste, desmembrou-se um samba-enredo escolhido por um concurso de classificatórias, onde venceu o canção composta por Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Alegoria trazendo críticas ao prefeito Marcelo Crivella no desfile da Mangueira em 2018.

O carnavalesco Leandro Vieira chegou à Mangueira em 2015, quando propôs para o carnaval do ano seguinte, o enredo vencedor de 2016 Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá.[1] Logo após, assinou os sucessores e causou polêmica, em 2018, com o tema "Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco!", ao criticar o então prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, pelos cortes nas verbas relacionadas ao carnaval.[2] No desfile, foi posto frases de impacto em alegorias e fantasias, como “Prefeito, pecado é não brincar o Carnaval” e “Olhai por nós. O prefeito não sabe o que faz”, além de chamar Crivella de traidor, através da simbologia do personagem bíblico Judas. A repercussão foi positiva na hora do desfile, por fomentar frases de impacto do público contra o prefeito na passarela e críticas especializadas elogiando a mistura política e divertida na evolução da escola.[3] Com isso, a imagem de Vieira ficou relacionada como “carnavalesco político”, havendo expectativas para que, em 2019, um novo enredo de críticas políticas fosse organizado.[4]

Após oito dias do desfile de 2018, o carnavalesco Leandro Vieira renovou seu contrato com a escola de samba.[5] Inicialmente, foi notificado a intenção da agremiação homenagear a história da Itália no desfile[6] e em maio do mesmo ano, Vieira confirmou que mais nove enredos estavam em disputa para concorrer o carnaval de 2019.[7] Um mês depois, em 22 de junho de 2018, a Mangueira oficialmente divulgou o tema enredo.[8]

Enredo[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

"A proposta é questionar acontecimentos históricos cristalizados no imaginário coletivo e que, de alguma forma, nos definem enquanto nação. Essas ideias de "descobrimento" "independência" e "abolição" postas em cheque ou questionadas para possibilitar o entendimento do desprezo pela cultura nacional e as razões de uma sociedade pacífica ou, porque não, passiva."

—Leandro Vieira, carnavalesco.[9]

Com a divulgação oficial do enredo “História pra ninar gente grande”, a Mangueira apresentou a argumentação da escolha do tema e uma sinopse oficial. Como argumentação, a intenção foi fazer “do desfile uma grande homenagem a personagens importantes que foram apagados da história do Brasil.”[8] Foi usado, para descrever o enredo, termos como “Lado B da história”,[10] “História do Brasil que não está nos livros”[11] e “pela ótica dos heróis populares”.[12]

O carnavalesco Leandro Vieira, após o êxito de apresentar enredos políticos, desenvolveu a ideia e sinopse do enredo como uma crítica contra ao movimento político Escola sem Partido, que defende uma educação sem "doutrinação ideológica" de esquerda nas escolas. O artista fundamentou que negacionismo histórico cria uma população "ninada", sendo "o enredo [...] [uma proposta] para ‘acordar’ gente grande".[13]

Vieira realizou pesquisas em teses e livros referentes a histórias não tradicionais sobre o Brasil, além de realizar consulta em documentos iconográficos e realizar encontro com historiadores para aprofundamento das informações. Nessas pesquisas, Vieira decidiu escolher, na publicação da argumentação, histórias sobre as resistências contra a Escravidão no Brasil e a Abolição da escravatura no Brasil, fugindo da narrativa de ser uma simples lei assinada pela bondade de Princesa Isabel, assim como enfatizar trajetórias políticas de pessoas que lutaram contra este sistema, usando de exemplo Francisco José do Nascimento (conhecido como Chico da Matilde), Maria Felipa de Oliveira e Cunhambebe.[9]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

A sinopse oficial de "História pra ninar gente grande", divulgada no site da Mangueira, foi escrita por Vieira a partir de suas pesquisas a documentações pertinentes. O objetivo, portanto, seria oferecer "um olhar possível para a história do Brasil. Uma narrativa baseada nas 'páginas ausentes'. Se a história oficial é uma sucessão de versões dos fatos, o enredo que proponho é uma 'outra versão'", afirmou. Vieira salienta que essa "história oficial" tem a pretensão de mostrar uma visão vencedora e heroica de personagens que agiram de forma brutal contra populações marginalizadas desde o início do Brasil. Afirma, na sinopse, que o Descobrimento do Brasil foi um domínio, saqueamento e a Lei Áurea resultado de muitas lutas de populações que não representavam o Império brasileiro. Sobre o título, argumenta que "conta-se uma história na qual as páginas escolhidas o ninam na infância para que, quando gente grande, você continue em sono profundo." Vieira argumenta que as versões históricas mais conhecidas sobre o Brasil, foram feitas e associadas as bem feitorias das elites econômicas e militares do país. Isso, portanto, construiu uma reação negativa referente a vasta tradição indígena e africana na cultura brasileira. Vieira ainda defende que, na verdade, a história do Brasil começou a mais de 12 mil anos, com a ocupação dos primeiros povos indígenas nas regiões do Amazonas, Bahia e Minas Gerais.[9]

Na sinopse, Vieira afirma que o Brasil, desde 1500 com o "descobrimento", foi constituído por golpes de estados, principalmente por momentos cruciais, como a chegada de "Cabral, o 'ladrão'"; Dom Pedro I que decretou uma independência com poucas mudanças no país; Proclamação da República que é descrita como uma declaração continuísta, que aconteceu sem a participação popular e organizada por Marechal Deodoro da Fonseca, um monaquista que era amigo pessoal de Dom Pedro II, o imperador golpeado; e pelo costume de golpes no país, os acontecimentos do Golpe Militar de 1964 que criou a ditadura civil-militar, até hoje lembrada e homenageada pelo nome de seus ditadores em avenidas, lugares públicos e monumentos ao ar livre. Em contrapartida a essas histórias, o enrendo, então, pretende mostrar a história não contada de pessoas que estavam participando ativamente contra esses acontecimentos.[9]

Personagens citados[editar | editar código-fonte]

Os presidentes Deodoro da Fonseca (esquerda) e Emílio Médici (direita), foram eleitos indiretamente e de forma não democrática em dois períodos diferentes da História do Brasil

O enredo "História pra ninar gente grande" foi descrito pela mídia e pela divulgação oficial da Mangueira como "diferente dos tais atos heroicos de figurões" e uma história “pela ótica dos heróis populares”.[12] Como figurões, a Mangueira no enredo escrito por Vieira, salienta principalmente Pedro Álvares Cabral, que historicamente é descrito como o "descobridor do Brasil", Princesa Isabel como a "redentora" por assinar a lei que tornou oficial a libertação das pessoas escravizadas no Império do Brasil em 1888, o imperador Dom Pedro que é simbolizado como o líder que libertou o Brasil do comando português que explorava as capitanias locais em 1822, e Marechal Deodoro, que é visto como o proclamador e libertador do povo brasileiro contra as amarras de um Império falido em 1889. No decorrer da sinopse, Vieira faz diversas denúncias sobre as tentativas de criação de personagens que pudessem significar a independência e argumentar a favor da proclamação da República de 1889, como a imagem de Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Em seguida, como critica aos personagens criados a partir de golpes de estado, Vieira aponta a fortificação simbólica dos nomes dos ditadores Humberto de Alencar Castelo Branco que iniciou as eleições indiretas, o segundo ditador Costa e Silva que fechou o Congresso Nacional e autorizou o Ato Institucional n.º 5 que suspendeu as vias democráticas do Brasil e atribuiu o poder constitucional exclusivamente ao presidente e o terceiro ditador Emílio Garrastazu Médici, o percursor da fase chamada Anos de Chumbo, que autorizou as torturas e perseguições à manifestações políticas no país.[9]

O indígena Cunhambebe (esquerda) e o africano Zumbi dos Palmares (direita) como resistência aos processos de opressão causados por europeus.

Em contrapartida, Vieira salienta em forma de personagens a "atuação de 'gente comum'" em táticas de resistência na escravidão, como a organização em quilombos, fugas efetuadas por grupos e esforços singulares e coletivos para a conquista da alforria para pessoas ainda em regime de escravidão no Brasil. Para exemplificar, cita a biografia de Chico da Matilde, Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, um jangadeiro do estado do Ceará que por trabalhar em navios, organizou o fim do embarque de pessoas escravizadas no estado, abolindo totalmente a escravidão cearense em 1884, quatro anos após a abolição oficial nacional. Ademais, também faz menção aos personagens Zumbi dos Palmares, o líder do maior quilombo democrático já localizado no Brasil, Dandara dos Palmares por sua atuação em combates contra a coroa portuguesa, Luiza Mahin pela articulação dos levantes de pessoas escravizadas na Bahia e Maria Felipa de Oliveira por atear fogo em embarcações portuguesas e usar de sabedorias locais para sabotar seus inimigos. Bem como, aponta a resistência indígena nas decisões do Brasil, a partir da liderança de Cunhambebe, um indígena tupinambá que soube manter contato com os portugueses e franceses logo após suas chegadas nas terras tupinambás e manter viva sua população, a Confederação dos Cariris contra a invasão portuguesa e a atuação dos Caboclos de Junho na Independência da Bahia.[9]

Samba-enredo[editar | editar código-fonte]

Classificatórias e escolha[editar | editar código-fonte]

Após o carnavalesco Leandro Vieira divulgar oficialmente o enredo "História pra ninar gente grande" no site oficial da Mangueira, em 22 de junho de 2018, foi convocada uma reunião entre Vieira e compositores para tirar dúvidas sobre o tema. A reunião foi marcara para o dia 24 de julho de 2018, das dezenove às vinte e uma horas, no Barracão da Mangueira na Cidade do Samba Joãosinho Trinta, no bairro Santo Cristo, no Rio de Janeiro. O regulamento para a participação, exigiu a colaboração de dois a seis compositores por obra, o pagamento de uma taxa de R$ 600, a entrega de trinta cópias imprimidas da letra do samba, 3 CDs ou 2 pen drive com o samba gravado em formato MP3 e o prazo para a entrega e inscrição no dia 21 de agosto de 2018. Juntamente à convocação e o edital de participação, foi decidido o calendário das classificatórias e eliminatórias, com a primeira eliminatória no dia 1 de setembro, a segunda no dia 8, terceira dia 15, a semi-final dia 22 e a "grande final", dia 29 de setembro.[14] Na disputa, participaram oito sambas e houve diversos compositores, como Rodrigo Pinho, Poeta, Pedro Terra, Rubens Gordinho, Zé Carlinhos, Mauro, Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Márcio Bola, Ronie Oliveira, Danilo Firmino, Hélio Turco, Partidinho da Mangueira, Sérgio Gil, André Luis, Bel da UERJ, Fernando do Chalé, Alemão do Cavaco, Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Wagner Santos, Gabriel Martins, Beto Savana, Daniel D’Almeida, Índio da Mangueira, Márcio de Deus, Marcelo Oliveira, Armandinho do Cavaco, Tantinho da Mangueira, Cadu, Paulinho Bandolim, Guilherme Sá, Guto Garcia, Bico Doce, Bira Show, Leandro Almeida, Gilson Bernini, Gustavo Louzada, Jorginho Bernini, Fernando Miranda, Fred Pessanha e Tico da Mikinha.[15]

"A expectativa é de uma final à altura da Mangueira. A escola vai ter sabedoria para poder escolher o seu hino para o ano que vem. Eu acho que os compositores são os grandes responsáveis pela nossa safra. Quem dera eu tivesse esse problema todos os anos. Ainda bem que são três obras de muita qualidade. Qualquer uma das três irá nos representar bem no desfile."

Chiquinho da Mangueira, o atual presidente da Mangueira.[16]

Com o processo de eliminações, classificações e mudanças nas datas para as escolhas, a "Grande Final" foi realizada no dia 13 de outubro de 2018. Foi organizado, para o evento, uma estrutura com capacidade de lotação máxima na quadra de ensaio da escola de samba no Morro da Mangueira, com a tarifa de entrada por R$50, e R$ 80 para o aluguel de mesas com quatro cadeiras. Na disputa final, apenas três de oito sambas foram classificados para concorrer a vaga de "hino oficial", tendo quarenta minutos, cada um, para apresentar a letra, de forma repetida, para o júri competente escolhido pela agremiação. O resultado final, seria divulgado oficialmente pela imprensa apenas na manhã do dia 14 de outubro, que acompanhou a decisão do júri em uma cobertura pública da votação.[16] O samba-enredo vencedor foi o de número 1, escrito por Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino. Após a divulgação, a imprensa anunciou a decisão do samba-enredo como uma "homenagem à vereadora Marielle Franco", personalidade dos direitos humanos que foi assassinada a tiros na noite do dia 14 de março de 2018 e virou simbolo contra o racismo, machismo, homofobia e a opressão estabelecida pela Intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018.[17]

Letra[editar | editar código-fonte]

“Filho feio não tem pai e todo mundo acha que sua obra tem que ser campeã. Acho que um diferencial de nosso samba foi a tentativa de fugir de uma pasteurização. Em nossas reuniões eu fiz essa sugestão, buscar o algo novo. É ingrato entrar em uma disputa apenas para vencê-la. Um artista deve buscar ir além disso. Sou de uma época que os sambas-enredo eram conhecidos por toda a população. A culpa disso a meu ver vem de uma padronização. Enfrentar uma parceria gigante dentro da Mangueira pedia principalmente fugir dos clichês melódicos. Acredito que tenhamos conseguido isso. O samba aconteceu e foi abraçado pelos sambistas. São três grandes sambas na final, mas reitero que nossa composição traz algo novo para o próprio carnaval. Essa grande safra se deve ao nosso carnavalesco e o enredo que ele criou. É um tema profundo, resistente, verdadeiro. O samba é resistência e linguagem do povo. Isso tudo gera uma grande inspiração. Para a grande final nós apostamos basicamente em um sentimento que tem me conduzido em toda essa disputa: a emoção”.

—Deivid Domênico, um dos compositores do samba.[18]

A letra e o samba de "História pra ninar gente grande" foi composta por Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino. Os autores usaram o enredo escrito por Leandro Vieira e construíram a partir da ideia de "cantar a história dos verdadeiros responsáveis pela construção desse país; os heróis e heroínas de luta, os heróis e heroínas dos morros", chamando a atenção da crítica e do júri que o escolheu, pelas fortes referências que constituíram os versos da canção. O samba começa com as frases: "Brasil, meu nego deixa eu te contar, a história que a história não conta, o avesso do mesmo lugar, na luta é que a gente se encontra", em uma figura de linguagem ao caracterizar o país como uma pessoa e introduzir o assunto geral do enredo. Em seguida, segue os versos: "Brasil, meu dengo a Mangueira chegou, com versos que o livro apagou. Desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento", com o intuito de apresentar a escola de samba e começar a "desmascarar" a "história oficial" do Descobrimento do Brasil. No final da primeira parte, é exclamado o fim da apresentação do enredo, com a estrofe: "“Tem sangue retinto pisado atrás do herói emoldurado. Mulheres, tamoios, mulatos, eu quero um país que não está no retrato".[19]

Na segunda parte do samba, encontra-se um processo contínuo de referências de heróis desconhecidos, quando é afirmado: "Brasil, o teu nome é Dandara. Tua cara é de cariri. Não veio do céu, nem das mãos de Isabel. A liberdade é um dragão no mar de Aracati", citando a luta contra a escravidão africana e indígena ao citar Dandara e a Confederação dos Cariris, desmistificando o papel protagonista de Princesa Isabel no fim da escravidão e enaltecendo as ações de liberdade feitas por Chico da Matilde, Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar. Em seguida, segue os versos: "Salve os caboclos de julho, quem foi de aço nos anos de chumbo. Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês", relembrando os caboclos que foram linha de frente na Independência da Bahia, as pessoas que lutaram contra a tortura e censura na ditadura civil-militar e a importância de ouvir as vozes das "Marias", que é um nome comum no país, as atuações de Luísa Mahin, a militância da vereadora Marielle Franco e a mudança que o levante da Revolta dos Malês trouxe para a história. O samba encerra com o parágrafo: "Mangueira, tira a poeira dos porões, ô, abre alas pros teus heróis de barracões. Dos Brasil que se faz um país de Lecis, jamelões, são verde e rosa as multidões", fazendo referência para as pessoas que constroem o carnaval da Mangueira, desde as fantasias, aos carros alegóricos e a organização da escola, bem como a comunidade do Morro da Mangueira, que se vê representada por personagens negros ilustres da escola de samba, como a cantora e compositora Leci Brandão e o falecido intérprete tradicional da Mangueira, Jamelão, encerrando com a afirmação que todas as multidões do Brasil são "verde e rosa", as cores da escola, por ela ser considerada a agremiação mais querida do carnaval carioca.[19]

Produção[editar | editar código-fonte]

Em maio de 2018, logo após as comemorações dos 90 anos da Estação Primeira de Mangueira, começaram os preparativos técnicos para o desfile de 2019. Os resultados do carnaval de 2018, mostraram penalidades em dois quesitos de julgamento: bateria e comissão de frente. O presidente da escola de samba, Chiquinho da Mangueira, anunciou para a mídia a entrada de Mestre Wesley no comando dos 250 ritmistas da bateria e a presença de Priscilla Mota e Rodrigo Negri como os coreógrafos da comissão de frente, tal qual a chegada de Marquinho Art'Samba como o intérprete da escola.[20] Repetindo o posto de 2018, o cantor Péricles também foi anunciado como um dos intérpretes para o desfile de 2019,[21] mas por conflitos de agenda, sua participação foi cancelada.[22] Logo após a escolha do samba-enredo oficial, a comunidade da Mangueira e toda a bateria, se reuniu em 19 de outubro de 2018 no Barracão da escola na Cidade do Samba Joãosinho Trinta para gravar a versão oficial do samba que iria compor o CD oficial das escolas de samba e o videoclipe do samba-enredo. O momento oficializou Marquinho Art'Samba como o intérprete da escola, Mestre Wesley como mestre de bateria e um contingente de 50 ritmistas, que necessitaram de cinco gravações do samba para encerrar a filmagem.[23]

As fantasias foram idealizadas pelo carnavalesco Leandro Vieira e divulgadas em 27 de outubro de 2018 para a comunidade da escola e a mídia.[24] A confecção das roupas da Ala Infantil e velha-guarda da escola, foram feitas em parceria com o Curso de Design de Moda da Universidade Estácio, de Juiz de Fora, que entregaram os trabalhos em 24 de fevereiro de 2019.[25]

Recepção[editar | editar código-fonte]

Crítica especializada e pública[editar | editar código-fonte]

Anteriormente ao desfile oficial, o enredo "História pra ninar gente grande" foi recebido positivamente por críticos especializados em Carnaval, cientistas e acadêmicos.

https://noticias.uol.com.br/carnaval/2019/colunas/anderson-baltar/2019/01/24/mangueira-prepara-desfile-em-resposta-ao-projeto-escola-sem-partido.htm https://www.srzd.com/carnaval/rio-de-janeiro/historia-pra-gente-pequena-samba-enredo-da-mangueira-e-tema-de-trabalho-escolar/ https://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/entre-quem-esta-por-dentro-do-carnaval-o-pareo-fica-mesmo-entre-mangueira-e-portela.html


Referências

  1. Santos, Eliane (4 de novembro de 2015). «Conheça Leandro Vieira, responsável por levar Bethânia para a Sapucaí». EGO. Consultado em 19 de junho de 2020 
  2. Galdo, Rafael (9 de janeiro de 2018). «Crivella responde a críticas do enredo da Mangueira». O Globo. Consultado em 19 de junho de 2020 
  3. Martins, João Carlos (12 de fevereiro de 2018). «Mangueira 2018: Verde-e-rosa cumpre promessa, critica Crivella e resgata Carnaval popular». SRzD. Consultado em 21 de junho de 2020 
  4. Costa, Célia (27 de fevereiro de 2020). «'Quero sair da prateleira que me colocaram como um carnavalesco político', diz autor do enredo da Mangueira». O Globo. Consultado em 19 de junho de 2020 
  5. «Contrato renovado: Leandro Vieira segue na Mangueira». SRzD. 19 de fevereiro de 2018. Consultado em 21 de junho de 2020 
  6. Gois, Ancelmo (1 de abril de 2018). «Escola de samba deve prestar homenagem a Itália». O Globo. Consultado em 20 de abril de 2021 
  7. «Leandro Vieira: 'A Mangueira trabalha com nove possibilidades de enredo para 2019'». SRzD. 2 de maio de 2018. Consultado em 21 de junho de 2020 
  8. a b «"História pra ninar gente grande" será o enredo da Mangueira em 2019». Veja Rio. 22 de junho de 2018. Consultado em 21 de junho de 2020 
  9. a b c d e f «Mangueira divulga seu enredo para 2019». Mangueira. 22 de junho de 2018. Consultado em 21 de junho de 2020. Cópia arquivada em 21 de junho de 2020 
  10. Galdo, Rafael (22 de junho de 2018). «Enredo da Mangueira contará o lado 'B' da história do Brasil na Sapucaí». O Globo. Consultado em 21 de junho de 2020 
  11. Baltar, Anderson (22 de junho de 2018). «História do Brasil que não está nos livros é o enredo da Mangueira em 2019». UOL. Consultado em 21 de junho de 2020 
  12. «Barracões: Leandro Vieira prepara Mangueira com seu 'carnaval mais difícil e na plenitude artística'». Carnavalesco. 20 de fevereiro de 2019. Consultado em 22 de abril de 2021 
  13. «Reunião dos compositores com o carnavalesco Leandro Vieira». Mangueira. Consultado em 23 de junho de 2020. Cópia arquivada em 23 de junho de 2020 
  14. «Eliminatória de samba-enredo Carnaval 2019 da GRES Estação Primeira de Mangueira». Caminhos do Rio. 7 de setembro de 2018. Consultado em 23 de junho de 2020 
  15. a b «Mangueira vive expectativa de noite histórica no Palácio do Samba em final que vai decidir o hino de 2019». Carnavalesco. 13 de outubro de 2018. Consultado em 25 de junho de 2020 
  16. «Mangueira escolhe samba do Carnaval de 2019 e homenageia Marielle». Folha de S.Paulo. 14 de outubro de 2018. Consultado em 25 de junho de 2020 
  17. «Compositores finalistas da Mangueira ansiosos pelo grande dia». Carnavalesco. 13 de outubro de 2018. Consultado em 25 de junho de 2020 
  18. a b Cavalcanti, Amanda (29 de outubro de 2018). «No Carnaval de 2019, a Mangueira fala da história que a História não conta». Vice. Consultado em 25 de junho de 2020 
  19. Baltar, Anderson (30 de maio de 2018). «Para voltar ao campeonato, Mangueira renova seu time para o Carnaval 2019». Bol. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  20. «Lázaro Ramos vai dirigir nova turnê de shows de Péricles pelo país». Folha de S.Paulo. 23 de agosto de 2018. Consultado em 21 de abril de 2021 
  21. «Péricles anuncia que não será mais intérprete da Mangueira». Folha de S.Paulo. 2 de fevereiro de 2019. Consultado em 21 de abril de 2021 
  22. «Inflamada, Mangueira grava seu samba-enredo para o CD de 2019». Carnavalesco. 19 de outubro de 2018. Consultado em 8 de julho de 2020 
  23. «Veja as fantasias da Mangueira para o carnaval 2019». Portal do Samba RJ. 27 de outubro de 2018. Consultado em 20 de abril de 2021 
  24. Mata, Zona da (15 de fevereiro de 2019). «Mangueira terá fantasias produzidas em faculdade de Juiz de Fora». G1. Consultado em 20 de abril de 2021