Usuário(a):GenMus2024/Testes/valsa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Valsa (do alemão Walzer e francês Valse) é um gênero musical e dança em compasso ternário. Se tornou a dança de salão mais popular do século XIX, sendo também usada em várias operetas, ballets, ópera e música instrumental. Sua influência na história da música culta ocidental foi enorme, com a possível exceção do minueto.[1] Transplantada para as Américas foi gradualmente sendo adaptada e eventualmente nacionalizada por compositores e bailarinos locais.[2]

História[editar | editar código-fonte]

FRONTISPÍCIO DO MANUAL DE DANÇA DE WILSON (1816), MOSTRANDO NOVE POSIÇÕES DA VALSA, SENTIDO RELÓGIO A PARTIR DA ESQUERDA. INCLUINDO A VALSA LENTA FRANCESA (Nº 2), VALSA SAUTEUSE (Nº 5), VALSA JETTÉ OU QUICK SAUTEUSE (Nº 8) E UM MOVIMENTO DA VALSA ALEMÃ (Nº 9)

Há referências a uma dança de par deslizante, que evoluiria para a valsa, que datam da Europa do século XVI. O filósofo francês Michel de Montaigne escreveu sobre uma dança que viu em 1580, em Augsburg, em que os dançarinos se abraçavam tão intimamente que os seus rostos se tocavam.[3] Por volta de 1750, as classes baixas camponesas das regiões da Baviera, Tirol e Estíria (Áustria) começaram a dançar uma dança de casais chamada Walzer. O Ländler, uma dança campestre em compasso ternário, era popular na Boémia, Áustria e Baviera, e espalhou-se do campo para os subúrbios da cidade. Enquanto as classes altas do século XVIII continuavam a dançar os minuetos (como os de Mozart, Haydn e Haendel), os nobres entediados escapavam para os bailes dos seus criados.[4]

Escandalizando muitos quando foi introduzida pela primeira vez, a valsa tornou-se moda em Viena por volta de 1780, espalhando-se por vários países nos anos seguintes. Alguns manuais de dança, a exemplo do A Description of the Correct Method of Waltzing, de Thomas Wilson, de 1816, iniciavam o texto introdutório fazendo uma defesa e um elogio da valsa, antes de apresentar os passos e coreografias de suas variantes.[5]

Os compositores mais famosos do gênero são os membros da família Strauss, Josef e Johann Strauss. A forma musical foi depois reinterpretada por compositores como Frédéric Chopin, Johannes Brahms e Maurice Ravel. Johann Strauss II compôs mais de duzentas valsas tornou-se logo uma dança independente com contato mais próximo entre os parceiros. No fim do século XIX a dança passou a ser aceita pela alta sociedade — especialmente pela sociedade vienense.[4] No início do século XX passa a ser um dos tipos de dança de par competitivos na dança de salão.[6]

No século XXI, além da dança de salão, as valsas são muito utilizadas em bailes de debutantes, casamentos e formaturas.[7] A celebração de apresentação das jovens de quinze anos acontece em toda a América Latina, sendo uma marca cultural nas comunidades hispânicas também nos Estados Unidos, com o nome de quinceañera. [8]

Valsa vienense[editar | editar código-fonte]

O musicólogo Derek Scott analisa as características musicais que aparecem com a valsa vienense, em especial seu ritmo contagiante, bem como novos timbres orquestrais introduzidos por Joseph Lanner e Johann Strauss pai e Johann Strauss filho. Estes, especialmente os últimos, criaram um estilo de música que deu um novo sentido para a música de entretenimento no contexto da produção industrial de partituras e da organização empresarial em torno da orquestra de baile ou concerto.[9] Joseph Lanner é mais lembrado como um dos primeiros compositores vienenses a transformar a valsa de uma simples dança camponesa para algo que até a mais alta sociedade poderia desfrutar, seja como acompanhamento da dança ou pela música. Ele era tão famoso quanto seu amigo e rival musical Johann Strauss I, que era mais conhecido fora da Áustria em sua época por conta de suas turnês no exterior, em particular para a França e Inglaterra.[10]

Valsa na América Latina [Equador, Peru, Venezuela] ref. Juan Francisco Sans;[editar | editar código-fonte]

A valsa e a polca são as primeiras danças não espanholas a chegar na América Latina hispânica. Ambas alcançaram grande êxito nas colônias. Tanto é assim que a valsa tomou forma, não somente no Peru, mas também na Argentina (conhecida como valsa argentina ou "litoraleña"), Brasil, Venezuela, Colômbia, Equador e Panamá.[11]

No Equador, a valsa europeia chega com as guerras de independência no início do século XIX, sendo adaptado por músicos locais no pasillo, um gênero musical vocal em compasso ternário e com temática amorosa.[12]

A valsa peruana, conhecida como "vals criollo" ou "valsecito" é um gênero musical originário da cidade de Lima, capital do Peru, tendo surgido nas festas de bairros populares limenhos (os Barrios Altos).[11] Passou por várias fases, incluindo o período conhecido como da guardia vieja (velha guarda), do final do século XIX até a década de 1920. Numa segunda fase, predominou uma representação poética da classe trabalhadora com compositores como Felipe Pinglo, enquanto, a partir da década de 1950, aparecem valsas cheias de nostalgia, a exemplo de "Fina estampa" de Chabuca Granda.[13]

Valsa no Brasil[editar | editar código-fonte]

A valsa chegou ao Brasil com a transferência da corte portuguesa ao país, em 1808, sendo adotada, ao lado da quadrilha nos salões da sociedade urbana emergente. Ao longo da segunda metade do século XIX, a valsa, assim como a polca, continuou a ter grande aceitação como música instrumental, sendo incorporada no final do século ao repertório dos músicos de choro. Se misturando com a modinha, numa terceira fase, adentrando o século XX, a valsa "com letra" se consolida como canção amorosa.[14]

A valsa enquanto dança de salão [rever e inserir referências][editar | editar código-fonte]

A valsa vienense (em alemão: Wiener Walzer) é a forma original da dança depois incorporada ao repertório valsa, dança de salão dançadas ao som da valsa vienense. Foi a primeira dança de salão realizada na posição fechada ou "valsa".

A dança que é popularmente conhecida como valsa é na verdade a valsa inglesa ou lenta, dançada a aproximadamente 90 batidas por minuto com 3 batidas até o compasso (o padrão internacional de 30 compassos por minuto ), enquanto a valsa vienense é dançada a cerca de 180 batidas (58-60 compassos) por minuto. Até hoje, no entanto, na Alemanha, Áustria, Escandinávia e França, as palavras Walzer (alemão), vals (dinamarquês, norueguês e sueco) e valse (francês) ainda se referem implicitamente à dança original e não à valsa lenta.

A valsa vienense é uma dança giratória em que os dançarinos estão constantemente girando para a direita do líder (natural) ou para a esquerda do líder (reverso), intercalados com passos de mudança não giratórios para alternar entre a direção da rotação. À medida que a valsa evoluiu, algumas das versões feitas mais ou menos no ritmo rápido original passaram a ser chamadas especificamente de "valsa vienense" para distingui-las das valsas mais lentas. Na dança de salão moderna, são reconhecidas duas versões da valsa vienense: o Estilo Internacional e o Estilo Americano.

Programa para competições internacionais (syllabus) [Isto talvez devesse ser resumido e deixado somente no verbete Padrão internacional da dança... ][editar | editar código-fonte]

Existe o programa padrão da dança utilizado em competições internacionais é chamado de syllabus, uma sequência de passos principais e oficiais para um determinado ritmo, escolhidos por uma entidade superior, neste caso a Imperial Society Teachers of Dance (ISTD).[15][16]

Os syllabus dos ritmos são divididos em vários níveis – Bronze, Silver e Gold – em alguns casos os níveis podem ser sub-divididos em sub-níveis – por exemplo Bronze 1, Bronze 2 - que equivalem a um grau de exames.[16] No entanto existem níveis superiores, como o Gold Stars, Imperial Awards, Supreme Award, onde é necessário ter o domínio das cinco danças (latinas ou clássicas).[16]

Bronze[editar | editar código-fonte]

Pré-bronze

Observe que o Pré-Bronze está incluído como parte do programa Bronze.[17]

  1. Closed changes
  2. Natural turn
  3. Reverse turn
  4. Natural spin turn
  5. Whisk
  6. Chassé promenade

Bronze

Prata[editar | editar código-fonte]

  1. Weave from promenade position
  2. Telemark fechado
  3. Telemark aberto e cross hesitation
  4. Telemark aberto e asa
  5. Impetus]] aberto e cross hesitation
  6. Impetus aberto e asa
  7. Outside spin
  8. Turning lock

xx. Drag hesitation

Ouro[editar | editar código-fonte]

xx. Fallaway whisk

Valsas (composições)[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Lamb, Andrew (2001). «Waltz». Grove Music Online 
  2. «Orígenes del gentilicio musical en el siglo XIX en Hispanoamérica: genealogía de un proceso». Boletín Música (36): 21-50. 2014. Consultado em 5 de maio de 2024 
  3. Nettl, Paul (1946). «Birth of the Waltz». Dance Index. 5. New York: Dance Index-Ballet Caravan, Inc. p. 208, 211 
  4. a b Wechsberg, Joseph (1973). The Waltz Emperors: The Life and Times and Music of the Strauss Family. [S.l.]: Putnam. p. 49. ISBN 978-0-399-11167-9 
  5. WILSON, Thomas (1816). A Description of the Correct Method of Waltzing: The Truly Fashionable species of Dancing. London: Sherwood, Neely, and Jones 
  6. Smith, Karen Lynn (2010). Popular dance: from ballroom to hip-hop. Col: World of dance. New York: Chelsea House Publishers 
  7. Gama, Gheysa Lemes Gonçalves (2020). «'Meus 15 Anos' e seus Significados: Rito de Passagem e Rito de Consumo em Festas de Debutantes». Universidade de Caxias do Sul. Rosa dos Ventos. 12 (3). Consultado em 9 de maio de 2024 
  8. Carranza, Mayavel Saborío (2010). «La quinceañera, un fenómeno de transculturación e interculturalidad». Decires (em espanhol) (14): 25–40. ISSN 1405-9134. doi:10.22201/cepe.14059134e.2010.12.14.207. Consultado em 27 de maio de 2024 
  9. Scott, Derek B. (2008). Sounds of the metropolis: the Nineteenth-century popular music revolution in London, New York, Paris, and Vienna. New York: Oxford University Press 
  10. Randel, Don Michael, ed. (2003). The Harvard dictionary of music 4th ed ed. Cambridge, Mass: Belknap Press of Harvard University Press 
  11. a b Yep, Virginia (1993). «El Vals Peruano». Latin American Music Review / Revista de Música Latinoamericana (2): 268–280. ISSN 0163-0350. doi:10.2307/780177. Consultado em 2 de junho de 2024 
  12. Wong, Ketty (2011). «The Song of the National Soul: Ecuadorian Pasillo in the Twentieth Century». Latin American Music Review (1): 59–87. ISSN 1536-0199. doi:10.1353/lat.2011.0001. Consultado em 27 de maio de 2024 
  13. Salazar, Rafael; León, Javier (2014). «Vals criollo (Peru)». In: Horn, David. Bloomsbury encyclopedia of popular music of the world. Vol. 9: Genres: Caribbean and Latin America / ed. by David Horn 1. publ ed. New York: Bloomsbury. pp. 899–901 
  14. Severiano, Jairo (2013). Uma história da música popular brasileira. São Paulo: Editora 34. p. 23-24; 53. ISBN 9788573263961 
  15. MOORE, Alex (2021). Ballroom Technique. ASSIN: B000PH46KI. [S.l.]: Routledge. ISBN 9780367545338. OCLC 1289243761. Resumo divulgativoWorldcat 
  16. a b c Capela, João (26 de outubro de 2012). «Syllabus da Valsa Inglesa Internacional - Passos da Valsa Inglesa». Academia João Capela - Escola de Dança em Barcelos. Consultado em 22 de dezembro de 2022 
  17. «ISTD International Standard Ballroom Dance Syllabus». Wright House