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A Villares Metals S.A foi fundada em 1944 na cidade de São Caetano do Sul, situada na Grande São Paulo, pelo engenheiro Luiz Dumont Villares (sobrinho de Alberto Santos Dumont), sob o nome de Aços Villares. A empresa chegou a liderar o mercado de aços especiais de alta liga na América Latina e foi a maior fornecedora da região de aços ferramenta, aço rápido, barras para aço inoxidável, ligas especiais e peças forjadas de grande porte, além de ter sido uma das principais fornecedoras do mundo para aço válvula.


História[editar | editar código-fonte]

Luiz Dumont Villares[editar | editar código-fonte]

Nasceu em 28 de dezembro de 1899, na cidade de Porto, em Portugal, e foi registrado como brasileiro no consulado. Seu pai, Carlos, antes de retornar para Portugal, construía ferrovias no interior do Brasil. Foi encontrado morto em um trem noturno para Paris no ano de 1911. Depois do trágico episódio, o irmão mais velho de Luiz, também chamado Carlos, assumiu a figura paterna para a família. Formado pela Escola Politécnica de Zurique, na Suíça, Carlos veio para o Brasil seis anos mais tarde enquanto Luiz estudava engenharia, também em Zurique, e tornou-se sócio de uma firma que importava peças para montar elevadores, de nome Pirie, Villares & Cia., que mais tarde passou a produzir componentes elétricos e mecânicos. Faleceu no ano de 1922 em um acidente de moto, aos 29 anos de idade.

Luiz, já formado, mudou-se para o Brasil e foi trabalhar na firma do irmão, que tinha como sede uma pequena casa no centro de São Paulo, no início como funcionário e depois como sócio. Casou-se com Leonor Diederichsen Villares em 1926 e decidiu passar a lua de mel nos Estados Unidos, onde visitou a fábrica Westing-House e conheceu uma invenção moderna: a geladeira elétrica. Villares foi convidado a ser representante do produto no Brasil e na volta adotou o que se chamava de “mala direta”, ou seja, pegava a lista telefônica e oferecia a geladeira a padarias, açougues e sorveterias. Com o dinheiro guardado proveniente da venda das geladeiras conseguiu fundar o Grupo Villares, no bairro do Canindé. Uma fábrica que produzia elevadores.

A intenção de dar início à indústria não abandou Luiz, mesmo com os percalços no caminho. Então passou a fabricar motores, cabinas e portas de elevadores antes de resolver produzir sozinho as peças fundidas em aço ao perceber que seus fornecedores não conseguiam seguir seu ritmo.


Visão futurística[editar | editar código-fonte]

Luiz, assim como o irmão mais velho, era um visionário. Foi responsável por inserir a ideia da garagem automática no Brasil, prevendo que anos mais tarde a simples tarefa de estacionar um carro na rua se tornaria difícil. Villares previu tudo isso no início da década de 50 e em 1960 construiu a “Garagem Araújo”, na cidade de São Paulo. Um edifício de 25 andares com capacidade para 322 carros. Além disso, foi responsável por fabricar os primeiros trólebus (ônibus elétricos) nacionais.


Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) precedeu a criação do Grupo Villares e foi a responsável pela interrupção das importações de máquinas e diversos equipamentos, criando espaço para que pequenas oficinas, controladas por pequenos artesãos, começassem a fornecer utensílios para a lavoura. O quadro econômico em São Paulo durante o desenvolvimento da indústria que daria lugar à Villares Metals era esse: a criação dos ramos da metalurgia e da produção de peças e máquinas.

Foi aí que os engenheiros ingleses, A.M.Lowsby e Frederich James Pirie, recém chegados no Brasil, viram a oportunidade de fundar pequena oficina para montagem e manutenção de elevadores. Nascia a LOWSBY & PIRIE, no dia 10 de janeiro de 1918, com capital inicial de 20 contos de réis.[1]


1946 a 1950[editar | editar código-fonte]

Aconteceu o chamado “segundo surto de industrialização” no Brasil, com grande foco para a cidade de São Paulo. Quando as fábricas conseguiram importar novos equipamentos e renovar a frota de veículos. Foi a partir de 1947 que o país se tornou fornecedor das próprias fábricas.


O início da Aço Villares[editar | editar código-fonte]

Em 1941, Luiz inaugurou a primeira prensa de forjamento da América Latina, pesando 500 toneladas, ainda na fábrica no Canindé, e recebeu a visita do então Presidente da República Getúlio Vargas. No ano seguinte foi capaz de adquirir uma área de aproximadamente 75.000 m² e dois anos mais tarde inaugurou a Aços Villares, que tinha como objetivo importar manufaturados de aço e comercializar peças fundidas, barras e chapas de aço. Em 1957 fechou uma parceria com a empresa austro-alemã GebrüderBöhler&Co A.G. com a intenção de aperfeiçoar e criar uma colaboração entre os técnicos estrangeiros na fábrica de São Caetano, originária da divisão de metalurgia da empresa Elevadores Atlas S.A, transferida para São Caetano no ano de 1945. Quatro anos mais tarde, 2.332 elevadores Atlas estão em manutenção e 832 em produção numa cadeia em série.[2]


Elevadores Atlas[editar | editar código-fonte]

Já instalada no Brasil, a Atlas era a terceira do mundo na década de 50 quando Villares ganhou a concorrência para instalar elevadores em todos os prédios oficiais de Brasília. Cerca de seis anos mais tarde passou mal durante uma visita a Nova York (EUA), dando início aos problemas circulatórios que seriam a causa de sua morte em 1979. Devido a dificuldade e a associação aos grupos Acesita e Sula América, houve um crescente desinteresse dos sócios em continuar no ramo de elevadores, resultando na venda da Atlas para o grupo Schindler, passando a denominar-se Elevadores Atlas Schindler, em maio de 1999.


Villares Metals S.A.[editar | editar código-fonte]

Em 2007, a receita líquida da Villares Metals atingiu 538 milhões de dólares. As exportações totalizaram 199 milhões de dólares. Em volume, 40% das vendas tiveram como destino o mercado externo e 60% o mercado interno. E no que refere às exportações da Villares Metals, o principal mercado foi o Nafta, para onde foram destinados aproximadamente 34% das vendas. A Europa respondeu por cerca de 42%, América Latina e Mercosul por 20% e o restante para a Ásia e outros países.

Em 2007, a Villares Metals, produziu 84.712 toneladas de produtos acabados, um aumento de 7% sobre o ano anterior, número que confirma novo recorde de produção de produtos acabados, pelo quarto ano consecutivo desde 2004, ano em que a empresa foi adquirida pelo Grupo Böhler-Uddeholm. Além disso, em 2007, a companhia obteve a certificação ISO 14001, encerrou as atividades em Sorocaba e centralizou toda a sua produção na planta de Sumaré.

Uma das maiores fornecedoras de aço do mundo, a Villares conta com uma capacidade instalada de 150 mil toneladas anuais de aço bruto e 100 mil toneladas anuais de produtos acabados, atendendo mais de 1.400 clientes no mercado interno e externo.[3]


A companhia em números - 2017 e 2018[editar | editar código-fonte]

A tabela a seguir mostra a demonstração de resultados dos exercícios da companhia até a data de 31 de março de 2018 e 2017 (em milhares de reais), disponíveis na Demonstração Financeira da empresa, publicada em 16 de julho de 2018. É possível observar que a empresa teve aumento tanto na Receita Operacional Líquida quanto no Lucro Bruto, enquanto a queda no Resultado Financeiro Líquido foi de 14,359%.

Demonstração de

Resultados da Companhia

2018 2017
Receita Operacional Líquida 938.733 862.892
Lucro Bruto 142.241 60.192
Resultado Financeiro Líquido 57.965 64.181


Outras Empresas[editar | editar código-fonte]

Desde seu nascimento, a companhia adquiriu e inaugurou diversas empresas, visando ampliar o controle sob o mercado de aço.


VIBASA[editar | editar código-fonte]

Inaugurada em 1980, em Pindamonhangaba, a VIBASA (Villares Indústria de Base) foi a maior fabricante de aços especiais não planos do Hemisfério Sul.


Siderúrgica Nossa Senhora Aparecida[editar | editar código-fonte]

A então Siderúrgica Sorocaba foi fundada em 1937, na rua 15 de Novembro, no terreno onde se encontrava uma fábrica de enxadas. Três anos mais tarde, o então dono da siderúrgica, Luiz Pinto Thomaz, adquiriu um terreno maior e fundou a Siderúrgica Nossa Senhora Aparecida.[4] A companhia foi adquirida pelo Grupo Villares no ano de 1988. Pouco depois teve seu nome mudado para Aços Villares. S.A. Em 1996, a parte responsável pela produção em Sorocaba e Sumaré passou a ser chamada Villares Metals S.A. No ano de 2000, o controle acionário da empresa foi adquirido pelo grupo Sidenor. Atualmente a fábrica e todos os galpões estão desativados.


Villares Steels Internationl B.V[editar | editar código-fonte]

Em 1989 aconteceu a inauguração da Villares Steels International B.V (VMI) Dordrecht, na Holanda, mas desde 1978 é o principal escritório de vendas para toda a Europa.[5] Segundo o site da companhia, as principais linhas de produtos consistem em longas ligas à base de níquel, ligas especiais, aços inoxidáveis especiais e aços para válvulas em todas as formas e formatos comuns. Além disso, são fornecedores de segmentos do mercado industrial como Óleo & Gás, Química e Petroquímica (CPI), Aeroespacial, Automotivo, Geração de Energia e Soldagem. Atualmente a empresa está localizada em Roterdã, o principal porto e porta de entrada para a Europa.


Eletrometal[editar | editar código-fonte]

Em 1996 assume a Eletrometal, que passa a se chamar Villares Metals S.A. e toda a produção de alta liga é transferida para a cidade de Sumaré, São Paulo.


Centro de Distribuição em Santa Catarina e Minas Gerais[editar | editar código-fonte]

Em 2011 foi inaugurada uma nova unidade de produção de aços longos especiais de alta liga na cidade de Joinville, em Santa Catarina. Alguns dos principais produtos disponíveis no local são para pronta entrega, os aços para trabalho a quente, trabalho a frio, aços rápido e aços para moldes para plásticos.

São inaugurados, em 2014, mais um Centro de Distribuição em Vespasiano, Minas Gerais, e um centro de serviços de tratamento térmico na unidade de Joinville, Santa Catarina.


Localização[editar | editar código-fonte]

Locais Endereço Cidade/Estado País
Matriz Rua Alfredo Dumont Villares, 155 Jardim Santa Carolina Sumaré/São Paulo Brasil
Centro de Distribuição Rua Alfredo Dumont Villares, 155 Jardim Santa Carolina Sumaré/São Paulo Brasil
Centro de Distruibuição Rua D. Francisca, 83000 bloco C7 Distrito Industrial Joinville/Santa Catarina Brasil
Centro de Distribuição Avenida Três, 105 Bairro Morro Alto Vespasiano/Minas Gerais Brasil
Centro de Exportação Unir E7. 186 Stationsplein 45 Rotterdam Holanda


Luiz Inácio Lula da Silva[editar | editar código-fonte]

Luiz Inácio Lula da Silva, nascido Luiz Inácio da Silva em Caetés, 27 de outubro de 1945, é político, ex-sindicalista e ex-metalúrgico brasileiro, também 35º presidente do Brasil, entre 2003 e 2011. Mas antes de ser político ou Presidente da República, Lula teve seu primeiro emprego como torneiro mecânico na Equipamentos Villares, mais de trinta anos atrás, em 1966. Em entrevista à revista Istoé Dinheiro em 2002[6] , Paulo Diederichsen Villares, ex-capitão do Grupo Villares e atualmente palestrante e ministrante de palestras e cursos no ramo empresarial[7], compartilhou um acontecimento interessante do passado. "Um dia, após a greve de 1972, o líder sindical procurou o patrão e perguntou: "Doutor Paulo, por que é tão importante exportar?"' Como resposta, o então patrão concedeu ao torneiro um curso sobre balança comercial. Villares relembrou feliz o episódio e afirmou "Fui o primeiro professor de economia daquele que pode ser o presidente". Poucos anos após a entrevista, Lula foi eleito e reeleito Presidente da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), cumprindo seu mandato de 2002-2006 e 2006-2010.


Certificação na Nadca e Nadcap[editar | editar código-fonte]

Por possuir alto nível de qualidade no fornecimento dos metais, recebeu importantes certificados no ano de 2017, os renomados Nadca (North American Die Casting Association) e Nadcap (National Aerospace and Defense Contractors Accreditation Program). O primeiro se refere a homologação dos aços produzidos e a virtude no segmento de fundição sob pressão, já o segundo, coroa sua unidade de tratamento térmico, assegurando a fabricação dos materiais locais e que estes estão em conformidade com as melhores práticas para a área aeronáutica.

Joe Pinto, vice-presidente executivo e diretor de operações do Performance Review Institute (PRI) - Instituição avaliadora dos materiais feitas na área metalúrgica -, faz duas afirmações sobre o êxito da Villares Metals S.A. “A obtenção da acreditação da Nadcap não é fácil: é uma das maneiras pelas quais a indústria aeroespacial identifica aqueles que se destacam em produzir produtos de qualidade através de processos especiais superiores. Companhias como a Villares Metals trabalham duro para obter esse status e devem estar verdadeiramente orgulhosas disso”. Declarou também, “Performance Review Institute tem o orgulho de apoiar a melhoria contínua no setor aeroespacial, ajudando empresas como a Villares Metals a ser bem-sucedida e estamos ansiosos para continuar a ajudar a indústria a avançar”.[8]


Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Fatorelli, Carlos (12 de maio de 2015). «As Indústrias Villares, o Piso da Fábrica, a Cidade de São Paulo e Santo Amaro». Carlos Fatorelli. Consultado em 1 de dezembro de 2018 
  2. Fatorelli, Carlos (12 de maio de 2015). «As Indústrias Villares, o Piso da Fábrica, a Cidade de São Paulo e Santo Amaro». Carlos Fatorelli. Consultado em 1 de dezembro de 2018 
  3. «Correção: Lucro da Villares Metals sobe 21,6% e atinge US$ 73 milhões em 2007». O Globo Economia. 10 de janeiro de 2012. Consultado em 1 de dezembro de 2018 
  4. «VIVAcidade - A sua cidade viva na Internet». www.vivacidade.com.br. Consultado em 27 de novembro de 2018 
  5. GmbH, voestalpine Stahl. «Villares Metals International». www.villaresmetalsinternational.com (em inglês). Consultado em 27 de novembro de 2018 
  6. «AS LIÇÕES DE VILLARES, O CONSELHEIRO - ISTOÉ DINHEIRO». ISTOÉ DINHEIRO. 23 de outubro de 2002 
  7. «AS LIÇÕES DE VILLARES, O CONSELHEIRO». IstoÉDinheiro. 1 de dezembro de 2016. Consultado em 1 de dezembro de 2018 
  8. «Villares Metals conquista certificações na NADCA e Nadcap». Portal Aquecimento Industrial. 20 de setembro de 2017. Consultado em 29 de novembro de 2018 


Ligações externas[editar | editar código-fonte]