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O Instituto [SSEX BBOX] (Sexuality Out of the Box, ou Sexualidade Fora da Caixa, em tradução livre), é uma organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 2011 pelo ativista dos direitos das pessoas transsexuais, Pri Bertucci, após o lançamento de uma websérie homônima do mesmo ano, que reuniu colaboradories de diversas partes do mundo, como São Paulo, São Francisco, Berlim e Barcelona. A série tinha como objetivo explorar conceitos de género e sexualidade para além das fronteiras da cis-heteronormatividade, desafiando os paradigmas tradicionais.

Em 2013, o Instituto deu seus primeiros passos, marcados por eventos e debates que giravam em torno da websérie e tiveram impacto para estabelecer as bases de um diálogo mais amplo sobre sexualidade, identidade de gênero no país.

O [SSEX BBOX] também é pioneiro na introdução da linguagem neutra inclusiva[1] no Brasil, organizou a primeira conferência internacional do [SSEX BBOX] em 2013, que aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil e desde 2017 organiza anualmente[2] a Marcha do Orgulho Trans, que acontece em março, no Largo do Arouche, no centro da capital paulista.

História[editar | editar código-fonte]

A websérie de produção internacional tem a premissa de apresentar aos espectadores indivíduos que navegaram por uma sociedade que muitas vezes carece de compreensão e aceitação para identidades de gênero não conformes e orientações sexuais. Com produção executiva e direção de Pri Bertucci, co-direção de Thiago Bartholo e Theresa Wollny, a série conta narrativas de resiliência, coragem e autodescoberta para inspirar o público e fomentar empatia, ajudando a reduzir a distância entre aqueles que se identificam com as experiências compartilhadas e aqueles que estão aprendendo sobre elas pela primeira vez.

[SSEX BBOX] é mais do que uma série documental; é um movimento que desafia estereótipos, confronta preconceitos e remodela normas sociais. Ao explorar as complexidades da sexualidade humana e identidade de gênero, a série desmantela suposições prejudiciais e incentiva a autorreflexão crítica. As histórias retratadas em [SSEX BBOX] lembram aos espectadores que a jornada de cada pessoa é única, e que o verdadeiro entendimento só pode emergir quando abraçamos as diversas maneiras pelas quais os indivíduos vivenciam suas identidades. A série completa está disponibilizada no YouTube.

Conferência Internacional LGBTQIA+[editar | editar código-fonte]

Em 2013, com a parceria da cartunista e chargista Larte Coutinho, e inspirado por suas ideias, Pri Bertucci organizou a primeira conferência internacional[3] do [SSEX BBOX], a maior conferência LGBTQIA+ da América Latina. Este evento foi histórico, pois atualizou a sigla LGBT para LGBTQIA+ no Brasil, um marco significativo que expandiu a compreensão e inclusão dentro do movimento da época.

A conferência, realizada durante sete dias no Centro Cultural São Paulo em parceria com o Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, enfrentou desafios, resistências e críticas por parte outras ONGs e coletivos, que questionaram algumas das temáticas abordadas.

A instituição enfrentou críticas e resistência, com acusações de ser um projeto “de pessoas privilegiadas e elitista”, em parte devido às suas conexões internacionais e ao uso do inglês em seu nome.

Mas, apesar desses obstáculos, a conferência desempenhou um papel crucial na iluminação e no avanço das discussões sobre diversidade sexual e de gênero no Brasil. A advogada Márcia Rocha definiu a conferência como um “tornado avassalador”, chegado com a força de um raio.

Através dos anos, o Instituto [SSEX BBOX] continuou organizar diversos eventos e a conferências anuais, trazendo figuras influentes e personalidade representativas, pioneiras no Brasil como; Neon Cunha, Jaqueline Gomes de Jesus, Laerte Coutinho, Helena Vieira, Amara Moira, Linn da QuebradaErika Hilton, Erica Malunguinho, Silvero Pereira, Paulo Iotti, Renata Carvalho, Albertina Costa, Sueli Carneiro, Djamila Ribeiro, Jean Wyllys, Inês Castilho, Rita Von Hunty, Thammy Miranda, Reinaldo Bulgarelli, Tony Reis, Márcia Rocha, Symmy Larrat, Maite Schneider, Indianare Siqueira, Lam Matos, Leonardo Peçanha, Aruanã Siqueira, Marcia Tiburi, Lia Vainer Schucman, Luana Hansen, Tiely, Pepita, Tifanny Abreu, Heloisa Buarque de Almeida, Carla Cristina Garcia, Cida Bento, Natalia Borges Polesso, Conceição Evaristo, entre outros nomes.

As conferências também deram palco para nomes internacionais cruciais para a criação do movimento LGBTQIAP+ mundial e reconhecidos internacionalmente. Nomes como Sam Bourcier, Daniel Sea, Carol Queen, Tristan Taormino, Nikita Dupuis, Fresh! White, Emma Franklin, Twiggy Pucci Garson, usaram do espaço para compartilhar suas experiências e conhecimentos sobre o movimento queer. Personalidades como Buck Angel, considerado o primeiro homem trans do mundo a ganhar visibilidade também contribuíram para o enriquecimento das discussões.

Linguagem Neutra Inclusiva[editar | editar código-fonte]

O [SSEX BBOX] foi um grande pivô para a introdução e promoção da linguagem neutra inclusiva no Brasil. A adoção da desinência "E" para criar uma forma neutra no português foi um passo significativo na criação de um espaço mais inclusivo na linguagem. Este esforço culminou no desenvolvimento do “Manifesto ILE - para uma comunicação radicalmente inclusiva”,[4] uma proposta radicalmente inclusiva de pessoas não binárias na comunicação. Este manifesto estabeleceu as bases para uma versão neutra do português, marcando um momento importante na luta pela inclusão e representatividade linguística.

A influência de pensadories globais como Angela DavisJudith Butler e Noam Chomsky é evidente no trabalho do [SSEX BBOX], refletindo um profundo compromisso com a pesquisa e o diálogo internacional. O Dossiê de linguagem neutra inclusiva, criado por Pri Bertucci, é um testemunho da dedicação e do esforço para criar um ambiente mais inclusivo e representativo, tanto em termos de identidade de gênero quanto de expressão linguística.

Marcha do Orgulho Trans[editar | editar código-fonte]

A realização da primeira Marcha do Orgulho Trans em São Paulo em 2018 foi um evento marcante na história da comunidade LGBTQIAP+ no Brasil, uma iniciativa pioneira liderada pelo Instituto [SSEX BBOX] e outras parcerias com instituições, coletivos e empresas. Essa marcha colocou o Brasil no mapa global das “Trans Prides”, uma série de eventos que acontecem em diversas cidades ao redor do mundo, geralmente dois dias antes das paradas gays, que tendem a ser mais comerciais e focadas principalmente nos direitos e cidadania de pessoas LGB, muitas vezes centradas em homens gays brancos.

As Marchas Trans são realizadas como uma forma de protesto e reivindicação de espaço, destacando a exclusão histórica de mulheres, pessoas trans, homens trans, e pessoas não binárias nas narrativas dominantes de gênero e sexualidade. Estes grupos frequentemente enfrentam opressão adicional em meio às masculinidades tóxicas e hegemônicas presentes na sociedade.

Em parceria com o ativista Van Marcelino como diretor de produção, a Marcha Trans cresceu ainda mais e é anualmente em magnitude e impacto, a Marcha Trans transformou-se num poderoso símbolo de resistência e celebração da identidade trans. Com a participação de artistas renomados como Johnny Hooker, Liniker, Mel, Pepita, Leonora Vingativa, MC Xuxu, Erica Hilton e Erika Malunguinho, a Marcha não só destacou a rica tapeçaria cultural da comunidade trans, mas também proporcionou um espaço vital para sua expressão e visibilidade.

Estes desafios não diminuem a importância e o impacto do trabalho realizado pelo Instituto [SSEX BBOX]. Ao contrário, eles ressaltam a resiliência e a dedicação necessárias para promover mudanças significativas e duradouras. A história de Pri Bertucci e da Marcha do Orgulho Trans de São Paulo é um testemunho do esforço contínuo para construir um legado de inclusão e representatividade na comunidade LGBTQIAP+ no Brasil, uma história que, como enfatizado por Bertucci, merece ser contada e reconhecida.

Referências

  1. Pestana, Maurício (25 de outubro de 2023). «Maurício Pestana: diversidade e inclusão por meio da linguagem neutra». CNN Brasil. Consultado em 29 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 29 de fevereiro de 2024 
  2. Gonçalves, Juliana (2 de julho de 2018). «1ª Marcha do Orgulho Trans reúne milhares de pessoas no Largo do Arouche em São Paulo». Brasil de Fato. Consultado em 29 de fevereiro de 2024 
  3. Cruz, Eliane Patrícia (7 de novembro de 2015). «Mix Brasil apresenta 138 filmes com temática LGBT em SP». Agência Brasil. Consultado em 29 de fevereiro de 2024 
  4. https://diversitybbox.com/manifesto-ile-para-uma-comunicacao-radicalmente-inclusiva/

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]