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Continuous Replenishment Program (CRP), em português Programa de Reposição Contínua, é um programa desenvolvido por uma parceria entre fabricante e fornecedor direccionado para a gestão de stocks e controlo da informação de ordens de compra/venda, onde se assume como uma mais valia em relação à troca de informação através do Electronic Data Interchange (EDI). Torna-se fundamental a criação de fortes relações de parceria no sentido de optimizar resultados e reduzir custos operativos. É nessa dependência estabelecida entre as organizações envolvidas na procura de um mesmo objectivo, que se fundamenta a base deste processo (Andraski, 1994, p.1).

O CRP surge como uma forma de lidar com a incerteza da procura, na medida em que coordena os diferentes elos da cadeia de abastecimento no difícil processo de prever a procura (Raghunathan et al., 2001, p. 406).

Fundamentos do CRP[editar | editar código-fonte]

Com base no histórico do produto, o CRP cria uma previsão diária da procura e efectua o cálculo do nível de stock de segurança para os fornecedores em cada posto de venda. Dependendo se se trata de produtos individuais ou grupos de produtos, as previsões são feitas de acordo com as respectivas características e parâmetros tendo também em conta os restantes elos da cadeia. É de salientar que as previsões poderão também ser afectadas por factores exteriores e por campanhas promocionais. Da comparação entre o stock nos postos de venda e as previsões de vendas, resultam as ordens de compra estabelecidas pelo programa. As previsões de vendas são feitas com base no histórico do produto, assim como das vendas actuais, das tendências e até da sazonalidade. O propósito é que, diariamente, após o encerramento dos pontos de vendas, toda a informação sobre as mesmas seja informaticamente partilhada com o produtor e assim, permitir a este ter uma menor incerteza quanto à procura e conseguir satisfazer o cliente. Após a análise desta informação, o fornecedor apresenta um maior poder de resposta, tanto na gestão dos stocks como na gestão dos seus transportes. No término deste processo, através do EDI, são processados os pedidos para o retalhista, ficando também registada a informação junto do planeamento da produção (CVOC, 2001).

Modelo de reposição via CRP, baseado em Carvalho et al. (2000, p. 129)

Processo tipo de CRP[editar | editar código-fonte]

Principais fases hierarquizadas do processo de CRP (Carvalho et al., 2000, p. 129):

  1. Definição de objectivos;
  2. Avaliação das capacidades internas dos parceiros de negócio;
  3. Desenvolvimento da lista de verificação conjunta;
  4. Troca de informação com o início da parceria;
  5. Implementação e verificação do projecto inicial;
  6. Alargamento do âmbito do CRP.

Vantagens do CRP[editar | editar código-fonte]

Vantagens resultantes da implementação do CRP, nas perspectivas do fornecedor e dos vendedores (CVOC, 2001):

Fornecedor[editar | editar código-fonte]

  • Redução dos níveis de stock;
  • Redução da probabilidade da ocorrência de rupturas de stock;
  • Melhoria dos níveis de serviço;
  • Maior eficiência na gestão do armazém;
  • Minimização dos custos de expedição;
  • Optimização da gestão de transporte e da capacidade de distribuição;
  • Redução dos custos administrativos;
  • Melhoria na gestão de recursos;
  • Aumento do número de vendas;
  • Redução nos custos de encomenda;
  • Diminuição de produtos devolvidos.

Vendedor[editar | editar código-fonte]

  • Aumento do número de vendas;
  • Diminuição do número de produtos devolvidos;
  • Redução dos níveis de stock;
  • Redução da probabilidade da ocorrência de rupturas de stock;
  • Melhoria dos níveis de serviço;
  • Melhoria dos níveis de satisfação do cliente;
  • Diminuição dos custos de armazenamento;
  • Redução nos custos de processamento de encomenda;
  • Redução dos custos logísticos.

Desvantagens[editar | editar código-fonte]

Algumas desvantagens decorrentes deste programa (Vendette et al., 2007):

  • A obrigatoriedade da existência de uma relação fortalecida entre fornecedor e retalhista;
  • É imprescindível um elevado grau de confiança entre as partes no sentido de se poder efectuar a partilha de informações relativas ao stock e às vendas.
  • A dependência entre as partes poderá ser vista muitas vezes como uma perda de controlo no seio das organizações;
  • Os beneficiados neste processo são muitas vezes os consumidores e os retalhistas, enquanto que no fornecedor recai uma maior dose de trabalho;
  • Os retalhistas ainda recorrem a processos como o ERP/MRP em situações de reposições mais complexas.

Referências[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Categoria:Logística