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Devanir José de Carvalho (Muriaé, 15 de julho de 1943São Paulo, 07 de abril de 1971)[1] foi um militante e guerrilheiro, líder sindical e integrante da luta armada contra a ditadura militar brasileira. Torneiro mecânico, usava o nome de guerra de Henrique foi um dos fundadores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, e também do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT). Foi baleado em uma encruzilhada policial, levado ao DOPS/SP e foi torturado até a morte.

Devanir José de Carvalho
Nascimento 15 de julho de 1943
Muriaé, Brasil
Morte 07 de abril de 1971 (27 anos)
São Paulo, Brasil
Nacionalidade Brasil brasileiro
Ocupação guerrilheiro, metalúrgico, sindicalista

Biografia[editar | editar código-fonte]

Devanir José de Carvalho nasceu na cidade mineira de Muriaé, filho de Ely José de Carvalho e Esther Campos de Carvalho. Possuía quatro irmãos: Derli José de Carvalho, Jairo José de Carvalho, Josiel José de Carvalho e Daniel José de Carvalho. Devanir também possuía um meio irmão, Aderval Alves Coqueiro. Quando era ainda criança, na década de 1950, Devanir, seus pais e seus irmãos se mudaram para São Paulo. Estabeleceram-se no ABC paulista, quando a região começou a se tornar um polo industrial. Devanir arrumou empregos em fábricas de algumas companhias na região, como Toyota e Villares[2].

No ano de 1963, Devanir se casou com Pedrina José de Carvalho, com quem teve dois filhos: Carlos e Ernesto Guevara. No mesmo ano, começou a se envolver com o movimento operário. Foi um dos fundadores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, sendo peça importante na organização de greves e manifestações sindicais no Grande ABC, até que se afiliou ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). No ano seguinte, em 1964, se mudou com a família para a cidade do Rio de Janeiro, após a instauração da ditadura militar no país, e passou a trabalhar como motorista de táxi.

Deste ponto em diante, Devanir passa a participar de diferentes movimentos de esquerda, chegando até mesmo a fazer treinamentos de guerrilha na China. Em 1967, Devanir se une a dissidentes do PCdoB e passa a integrar a Ala Vermelha (PCdoB-AV), juntamente com os irmãos Derli e Coqueiro, se mudando novamente, desta vez para a capital paulista. Em 1969, deixa a Ala Vermelha e funda o Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), com o qual realizou os atos armados contra a ditadura militar.

Juntamente com o movimento Resistência Democrática (REDE) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), o MRT articulou o sequestro do cônsul-geral do Japão, Nobuo Okuchi. O ato ocorreu na cidade de São Paulo, e foi planejado para negociar uma troca de prisioneiros políticos pelo diplomata. Os guerrilheiros conseguiram trocar o cônsul japonês por cinco presos e três crianças.

Morte[editar | editar código-fonte]

No dia 5 de abril de 1971, às 11 horas da manhã, Devanir José de Carvalho chegou em um veículo Volkswagen azul na Rua Cruzeiro, 111, no bairro do Tremembé, em São Paulo. No local, houve um tiroteio e sucessivos disparos de metralhadora foram registrados.

Há duas versões para a continuação deste ocorrido e a causa da morte de Devanir. A versão adotada como oficial na época pelo Serviço de Informação do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP) afirma que o guerrilheiro teria morrido no dia 5 de abril de 1971, em consequência dos ferimentos, após ter atirado contra os policiais e ter sido alvejado em resposta. Laudos produzidos à época confirmam a versão do DOPS, mas alguns trechos são vistos como contraditórios. Em um campo em que se pergunta “se a morte foi produzida por meio de veneno, fogo, asfixia, tortura ou por outro meio insidioso ou cruel, a resposta é “prejudicado”[2].

A outra versão desmente o que foi contado pelos militares, baseada na versão de companheiros de Devanir no MRT, como Ivan Seixas em depoimento à Comissão da Verdade do Estado de São Paulo. Devanir teria sido baleado, imobilizado e levado, da Rua Cruzeiro, para o DOPS/SP, onde foi torturado. Por causa das sessões de tortura, comandadas pelo delegado Sérgio Fleury, pelo Capitão Ênio Pimentel Silveira e por agentes do DOI/CODI, Devanir veio a falecer[3] às 18 horas do dia 7 de abril de 1971. Segundo depoimentos de carcereiros do DOPS, “Devanir durante dois dias levou um pau danado. Só falava seu nome e o da organização, e xingava muito o Fleury. Todo mundo ouvia de longe. Devanir cuspiu muito sangue na cara do Fleury”[4]. Uma suposta foto, que mostraria os locais em que o guerrilheiro foi alvejado e confirmaria a versão oficial, nunca foi encontrada, nem nos arquivos do DOPS nem nos arquivos do Instituto Médico Legal (IML).

Devanir foi sepultado no Cemitério de Vila Formosa, mas em sua certidão de óbito, emitida em 20 de outubro de 1995, consta que ele foi enterrado no Cemitério de Perus.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Centro de Documentação Eremias Delizoicov - desaparecidospoliticos.org.br
  2. a b Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva - http://www.comissaodaverdade.org.br/
  3. 35ª audiência pública da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, 26/04/2013.
  4. Dossiê dos mortos e desaparecidos políticos a partir de 1964 / Comissão responsável Maria do Amparo Almeida Araújo... et al., prefácio de Dom Paulo Evaristo Arns, apresentação de Miguel Arraes de Alencar. — Recife : Companhia Editora de Pernambuco, 1995.
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Opinião Categoria:Ditadura militar no Brasil (1964–1985)