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Usuário(a):Julio Cesar Marques Dias\ Teste: Fronteiras do Império Romano

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Fronteiras do Império Romano[editar | editar código-fonte]

Extensão Territorial do Império Romano

Estratégia Romana[editar | editar código-fonte]

A estratégia romana aplicada em regiões fronteiriças obedecia a um padrão consistente e hierárquico de prioridades, na medida em que estes visavam uma maior organização e eficiência em relação a defesa destas fronteiras. Tais áreas deveriam facilitar o trânsito estratégico continental, de modo que as tropas responsáveis por esta função pudessem mover-se de um ponto a outro dentro das fronteiras imperiais sem prejuizo em sua mobilidade.

Estas terras deveriam ser apropriadas para os processos subsequentes de ocupação, urbanização e romanização, tendo em vista um processo de colonização eficiente, que reverteria a um aumento das forças imperiais em mão-de-obra e recursos. Tais terras deveriam posicionar suas fortalezas, muros e paliçadas de modo que estas tivessem as dimensões mais curtas possíveis entre seus extremos, para uma maior redução de custos com mão-de-obra em postos avançados e patrulhas. Para cumprir esta resolução, fronteiras naturais como rios e montanhas eram aproveitados pela estrutura artificial de defesa nas fronteiras.

A existência de tais fronteiras ofereciam uma estabilidade militar, proporcionada pela ação romana nas mesmas. Tal estabilidade acabava proporcionando uma prosperidade em tais regiões no âmbito econômico, evidenciada pela ação mercantil, que se sentia segura ao atuar nestas localidades devido a sua estabilidade. Entretanto, na medida em que tais ações se evidenciavam, desenvolviam-se condições sociais e ecológicas nestes territórios que acabavam por suspender o progresso exercidos pelos exércitos imperiais. Tal situação levava a um dilema, aonde as regiões fronteiriças deveriam expandir e incorporar novas fronteiras para evitar que ataques e pressões vindas destas mesmas fronteiras levassem a perda destas condições estáveis adquiridas na localidade.

Comportamento Fronteiriço[editar | editar código-fonte]

As fronteiras recebiam políticas de comportamento diferentes na medida em que povos diferenciados lidavam com os romanos em suas fronteiras, devido aos posicionamentos ideológicos perante cada um destes povos. Enquanto os romanos agiam de forma mais cautelosa e moderada com os povos orientais, com exceção dos partos, sobretudo a partir da tomada de Grécia e a pacificação que se sucedeu a esta conquista, levando a uma hegemonia que descartava a necessidade de grandes guerras. Ao lidar com os germânicos, no entanto, este avanço de fronteira era feito de maneira brutal, agressiva e gradual. Devido ao fato de tal ato não levar a comprometimento algum à reputação daqueles que agiam em tais fronteiras e sequer passar publicidade negativa, circulava então a idéia de que estes poderiam ser dominados militarmente e culturalmente, na medida em que se fazia a relação entre estes povos e a barbárie. Tal pensamento veio a levar a uma caçada por triunfos sem precedentes, em vista do prestigio ocasionado aos indivíduos no âmbito militar a partir desta prática.

Métodos de Subversão[editar | editar código-fonte]

Dentre as regiões ocupadas eram comuns as revoltas, sobretudo em provincias cujas fronteiras são próximas às dos partos. Tais subversões eram marcadas pelas tentativas de indíviduos de tais provínciais em tomar o poder imperial através do conflito armado, na medida em que tornavam-se comandantes de grupos armados para sua causa, compostos por habitantes e legionários insatisfeitos.

Um dos métodos mais eficazes de subversão era a interpretação de vontades divinas favoráveis ao imperador ou general que se encontrava em combate com tais insurreições. Conforme tal concepção, os deuses patronos de tais cidades demonstravam sua preferência por indivíduos, grupos ou nações através de sinais divinos transmitidos por fenômenos naturais ou mesmo de movimentos advindos da própria estátua representativa do deus em questão[1].Tais sinais eram costumeiramente corroborados por representantes dos próprios deuses envolvidos, o que legitimava tais ocorrências e fazia valer o domínio imperial sobre a região.

Embora tais registros sejam mais escassos, sobretudo com a sobreposição romana sobre esses revoltosos, tais sinais eram também utilizados pelos revoltosos.Dentre aqueles que sobreviveram, exemplifica-se a divindade judaica,Javé, muito embora esta divindade ainda não possua relação com a homônima católica em tal época, conforme destaca Momigliano em sua discussão sobre a obra de Bowersock.[2]

Diplomacia[editar | editar código-fonte]

A expansão romana apoiava-se na justificativa da estratégia, apontada documentalmente pelo ex-cônsul e assessor do imperador Septímio Severo, o escritor Cássio Dio. Após tal tomada territorial, era necessária toda uma ação sobre tais territórios. Os assuntos militares estavam sob controle senatorial, que entretanto dependia das embaixadas quando tais assuntos estavam fora dos limites da cidade de Roma.

Estas embaixadas eram responsáveis pelo envio de relatórios detalhados ao Senado, onde assuntos como recrutamento, desligamento e disposição de legiões eram retratados, além de informações legais e informes. Tais informações podiam ser coletadas através de missões de exploração e coleta de informações ou através de relatos de governadores de província. Com estas informações provindas de tais relatórios, os senadores mantinham o controle sobre as províncias de forma organizada.

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. BOWERSOCK, G.W. The Mechanics of Subversion in the Roman Provinces. Giovannini, 1987, p.297-298
  2. BOWERSOCK, G.W. The Mechanics of Subversion in the Roman Provinces. Giovannini, 1987, p.319

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • MILLAR,Fergus. Emperors, frontiers and foreign relations, 31 BC to AD 378. Britannia Vol. 13, University College London, 1982, p. 1-23.
  • BOWERSOCK, G.W. The Mechanics of Subversion in the Roman Provinces. Giovannini, 1987, p. 291-320.
  • LUTTWAK, Edward N. The Grand Strategy of the Roman Empire: From the First Century AD to the Third. Baltimore|London: The Johns Hopkins University Press, 1976, p.96.
  • WHITTAKER,C. R. Frontiers of the Roman Empire: A Social and Economic Study. Baltimore|London: The Johns Hopkins University Press, 1994, p.97.
  • BADIAN,E. Roman Imperialism in the Late Republic. Oxford: Blackwell, 1968, p.16-17.