Flávia Soares[editar | editar código-fonte]

Flávia Soares é artista, designer, ceramista e sócia^[1] fundadora d’O Ateliê de Cerâmica^[2], um estúdio de design que é referência nacional em cerâmica artesanal^[3], localizado em Contagem, Minas Gerais. É bacharel em Design de Ambientes pela UEMG – Universidade do Estado de Minas Gerais, onde obteve seu primeiro contato com a arte cerâmica. Participou de cursos com alguns ceramistas renomados como Erli Fantini, Nicia Braga e Silvia Barrios. Participou de exposições individuais e coletivas em Belo Horizonte (Feira de Cerâmica de Belo Horizonte (2009-2013), Contagem (Exposição Projeto Tudo a Ver em 2009) e Brasilia (Shopping Boulevard Brasília em 2013). Entre 2002 e 2015 ministrou cursos livres de cerâmica em seu ateliê para iniciantes e veteranos provenientes de diversas regiões do Brasil e do mundo. Foi instrutora no curso de Artesão em Cerâmica dentro do programa PRONATEC (2014), com atuação em Contagem.

Obra[editar | editar código-fonte]

Seu trabalho é dedicado à construção de potes em cerâmica imprimindo na produção artística de Flávia Soares a força e a delicadeza dos braços que moldam o barro. As peças nascidas da relação entre seu corpo e a argila percorrem um ciclo completo de criação que se inicia no preparo da matéria bruta (argila), passando pela construção manual e terminando na queima fazendo surgir o corpo cerâmico.

O ato de “levantar um pote” a partir da técnica construtiva do acordelado, (ver em Dicionário de Termos Arqueológicos^[4]) mais tradicionalmente difundida na nossa cultura popular ganha, nas mãos treinadas de Flávia, novos contornos para a arte cerâmica contemporânea.

Exposição Corpo Pote[editar | editar código-fonte]

Em dezembro de 2023, Flavia Soares abriu a exposição individual intitulada "Corpo Pote"^[5] na galeria da Casa da Cultura Nair Mendes. Contemplada pelo edital da Secult com curadoria de Fernando Perdigão e Luiza Soares, a mostra "Corpo Pote"^[6] lustra uma abordagem pessoal da trajetória e pesquisa artística desenvolvidas pela artista e ceramista ao longo de 20 anos, que busca valorizar o ofício e os saberes tradicionais trazendo para a contemporaneidade um olhar refrescado dos aspectos milenares da arte da cerâmica.

Nesta exposição, foram exibidos uma série de 25 potes em cerâmica de grandes dimensões, elaborados a partir de uma técnica similar às das peças utilitárias tradicionais feitas pelas mulheres chamadas de paneleiras do Vale do Jequitinhonha, o acordelado. A técnica manual milenar consiste na sobreposição de tiras em argila possibilitando a construção de estruturas autoportantes, ou seja, que se suportam de forma independente dispensando o auxílio de outras estruturas. Assim como o corpo humano, o corpo de barro não precisa de nenhum apoio para ficar em pé.