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Projeto de Restauro[editar | editar código-fonte]

Solar do Unhão, 2021

O Conjunto do Unhão foi tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1943, mas o restauro só foi iniciado em 1959. O projeto de restauro e revitalização do Solar do Unhão foi elaborado pela arquiteta Lina Bo Bardi.[1]

As obras de restauração começaram em agosto de 1962.[2] No projeto, a arquiteta estabeleceu a conservação do monumento, limitando-se a uma substituição de materiais deteriorados e elementos que deveriam ser demolidos, como os acréscimos laterais e do fundo da igreja, o muro à esquerda da igreja e o pórtico localizado na entrada do conjunto.[3]

Escada projetada por Lina Bo Bardi

Bo Bardi selecionou os prédios que seriam recuperados tendo em vista sua concepção de museu, que contava com um museu-escola para crianças e jovens, um polo cultural de toda a região nordeste do Brasil. Foram reparados os telhados que estavam destruídos em edificações como a capela era usada como garagem e os galpões funcionavam como depósito. O piso da maior parte do conjunto também foi alterado e substituído por um piso com seixos,enquanto o revestimento foi substituído por reboco texturizado.[4]

Em relação às cores das fachadas e dos caixilhos, as paredes foram embranquecidas e as janelas pintadas no tom de vermelho vivo, contrariando os ideais técnicos do Iphan.[3] O projeto da arquiteta manteve os trilhos do chão que movimentavam a produção da antiga fábrica de rapé, destruiu as divisórias antigas e projetou novas em treliças muxarabis de origem moura, além de substituir a escada antiga por uma nova, construída com o sistema de encaixes dos antigos carros de boi, simbolizando a sua intervenção e criando pavimentos amplos.[2]

O Museu de Arte Moderna, foi o terceiro MAM do país, fundado uma década depois da criação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, (1948) e Museu de Arte Moderna de São Paulo, (1949). Além do MAM da Bahia, a arquiteta também Idealizou para o espaço a criação de um segundo museu, o Museu de Arte Popular, MAP, cujo objetivo era criar design original, partindo da articulação entre a indústria e a arte popular brasileira.[1]

Gestão de Lina Bo Bardi[editar | editar código-fonte]

O patrimônio do novo museu foi construído com a doação, pelo Governo da Bahia, de 87 obras vindas do Museu do Estado, a maior parte produzidas nos dez anos anteriores, além de doações de empresários, políticos e artistas do Brasil e exterior. A Escola da Criança foi uma das primeiras atividades implementadas logo após a inauguração do museu. Essa escola tinha como objetivo ensinar arte para as crianças através principalmente de atividades manuais, além de dança, teatro e treinamento da fala e da expressão corporal. Ainda com foco no público infantil, o MAM-BA inaugura, em meados de julho de 1960, a Escola de Música Infanto-Juvenil, sob direção do maestro e professor da Escola da Música, o suíço Joachim Koellreuter. [5]

Durante uma das viagens de Lina, os militares da 6ª Região Militar inauguraram uma exposição sobre o “material subversivo” supostamente recolhido das mãos de comunistas. Ao retornar, ela não concordou em manter a exposição, contrariando os militares. Posteriormente, os dois museus foram unificados sob o nome de Museu de Arte Moderna da Bahia. Em 1998, foram criados, na encosta da Avenida do Contorno, o Parque das Esculturas e o pavilhão Rubem Valentim. [1]

Referências

  1. a b c «Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM». www.bahiacultura.com.br. Consultado em 22 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 24 de abril de 2013 
  2. a b Zollinger, Carla Brandão (Outubro de 2017). «O Trapiche à beira da baía: a restauração do Unhão por Lina Bo Bardi» (PDF). 7° Seminário Docomomo Brasil – Porto Alegre – Docomomo Brasil. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  3. a b Cerávolo, Ana Lúcia (31 de agosto de 2020). «Lina Bo Bardi e a experiência da restauração no Brasil». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. ISSN 0101-4714. doi:10.1590/1982-02672020v28e10. Consultado em 25 de novembro de 2021 
  4. Bierrenbach, Ana Carolina de Souza (Outubro de 2003). «Os Restauros de Lina Bo Bardi: Inspirações para a preservação da arquitetura do movimento moderno» (PDF). 5° Seminário Docomomo Brasil – São Carlos – Docomomo Brasil. Consultado em 25 de novembro de 2021 
  5. Monteiro, Juliana (1 de janeiro de 2009). «O período Lina Bo Bardi no MAM-BA (1959-1964): uma análise sobre práticas sinérgicas de gestão». Revista MUSAS - Revista Brasileira de Museus e Museologia. Consultado em 1 de dezembro de 2021