Usuário(a):Morgana Scheller/Feiras de Matemática

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Feiras de Matemática[editar | editar código-fonte]

As Feiras de Matemática constituem uma das alternativas possibilitadas desde a década de 1980 por e para educadores matemáticos catarinenses superarem as tradicionais práticas que predominavam no ensino de matemática [1] [2]. A Feira trata-se de “[...] um processo educativo científico-cultural, que alia vivências e experiências” [3] relacionadas a matemática, advindas de diferentes sujeitos: estudantes da Educação Básica, Educação Superior, Educação Especial e professores das instituições das redes públicas e privadas, bem como pessoas da comunidade, do Brasil.

Do princípio ao atual[editar | editar código-fonte]

As Feiras de Matemática, no contexto, tiveram origem no estado de Santa Catarina, no ano de 1985, com a realização da I Feira Regional de Matemática e a I Feira Catarinense de Matemática, na cidade de Blumenau/SC. Tal movimento surgiu a partir da proposição de um Projeto de Extensão universitária da Universidade Regional de Blumenau – FURB, coordenado pelos professores José Valdir Floriani e Vilmar José Zermiani, do Departamento de Matemática[4][2]. As Feiras tinham e tem como premissa a indissociabilidade entre ensino e pesquisa no movimento de qualificar os processos de ensinar e aprender Matemática, bem como aproximar escola  e comunidade (OLIVEIRA; ZERMIANI, 2020) em um processo de extensão.

A estrutura básica da primeira edição foi descrita na primeira publicação que se tem registro sobre o evento [4]. Desta edição até a que temos nos dias atuais, muita coisa aconteceu. Iniciou-se um movimento de expansão das feiras, caminhando nesse sentido, para o contexto nacional, isto é, Feira Nacional de Matemática e Seminário Nacional de Avaliação das Feiras de Matemática. Hoje, compreende-se que a Feira Catarinense de Matemática é um elo de algo maior, o Movimento em Rede das Feiras de Matemática. Esse  movimento compreende as Feiras organizadas nos moldes da que ocorre em solo catarinense em nível escolar, municipal, regional, estadual e nacional, bem como os Seminários de Avaliação das Feiras de Matemática.

Ao todo, foram realizadas 35 Feiras Catarinense de Matemática, a saber:

Quadro 1 - Municípios sede das 35 edições da Feira Catarinense
Ano Edição Município Ano Edição Município Ano Edição Município
1985 I Blumenau 1997 XIII Brusque 2009 XXV Rio do Sul
1986 II Criciúma 1998 XIV Rio do Sul 2010 XXVI Campos Novos
1987 III Joaçaba 1999 XV Blumenau 2011 XXVII Piratuba
1988 IV Itajaí 2000 XVI Itajaí 2012 XXVIII Ibirama
1989 V Indaial 2001 XVII Tubarão 2013 XXIX Ituporanga
1990 VI Canoinhas 2002 XVIII Ituporanga 2014 XXX Jaraguá do Sul
1991 VII Joinville 2003 XIX Joinville 2015 XXXI Joinville
1992 VIII Caçador 2004 XX Pomerode 2016 XXXII Timbó
1993 IX São Bento do Sul 2005 XXI Videira 2017 XXXIII Criciúma
1994 X Criciúma 2006 XXII Curitibanos 2018 XXXIV Massaranduba
1995 XI Joaçaba 2007 XXIII Blumenau 2019 XXXV Campos Novos
1996 XII Concórdia 2008 XXIV São José

Com relação a Feira Nacional de Matemática,  a I Feira Nacional de Matemática foi realizada no ano de 2010, na cidade de Blumenau/SC. Outras edições da referida Feira foram realizadas, a saber:

Quadro 2 - Municípios sede das  edições da Feira Nacional
Ano Edição Município
2010 I Blumenau
2013 II Brusque
2014 III Salvador
2015 IV Jaraguá do Sul
2016 V Salvador
2018 VI Rio Branco

Estrutura e organização das Feiras Catarinenses de Matemática[editar | editar código-fonte]

De acordo com o Regimento da Feira Catarinense de Matemática[3], somente são aceitas as inscrições dos trabalhos indicados pelas comissões de avaliação das Feiras Regionais de Matemática que foram oficializadas junto à Comissão Permanente das Feiras de Matemática de Santa Catarina. Com essa condição garantida, podem se inscrever como expositores alunos de todos os níveis escolares das redes pública e privada, orientados por um professor; professores de todos os níveis escolares e pessoas da comunidade que desenvolvam trabalho envolvendo a Matemática.

São requisitos para participar da Feira catarinense de mate, participar de regional. resumo,

Todo trabalho inscrito para exposição nos dias da Feira passa por um processo avaliativo. Esse processo é gerido pela Comissão de Avaliação, responsável também pela determinação dos grupos de avaliação e de seus coordenadores, bem como pela divisão dos avaliadores nesse grupo, considerando área de atuação, familiaridade com a Feira, entre outros. Esses trabalhos são inscritos numa categoria e numa modalidade.

As categorias são relacionadas à etapas e níveis de escolaridade, sendo oito ao todo: Educação Especial, Educação Infantil, Ensino Fundamental – Anos Iniciais, Ensino Fundamental – Anos Finais, Ensino Médio, Ensino Superior, Professor e Comunidade.  Já as modalidades dizem respeito a natureza do trabalho apresentado, sendo divididas em três: Matemática Pura, Matemática Aplicada e/ou Inter-relação com outras disciplinas, Materiais e/ou Jogos Didáticos.

Cada grupo de avaliação fica responsável, geralmente, por 4 a 6 trabalhos. Os trabalhos são avaliados pelos seguintes critérios gerais: comunicação (oral e escrita) do trabalho, conteúdo matemático, qualidade científica e relevância científico-social, além de um critério específico por modalidade. Cada avaliador recebe uma ficha de avaliação na qual emite considerações acerca de cada critério e, ao final, o coordenador do grupo é responsável por sistematizar essas considerações num relatório síntese, que é encaminhado aos membros do trabalho após a feira. Ainda, definem se os trabalhos são menção honrosa, destaque ou destaque com indicação para a Feira Nacional.

Seminário de Avaliação das Feiras de Matemática e Comissão Permanente[editar | editar código-fonte]

A partir da necessidade de discutir sobre questões que preocupavam os organizadores da Feira, em virtude da expansão, entre elas a concepção de (educação) matemática, a assembleia geral da VIII Feira Catarinense deliberou pela criação de um outro espaço, inicialmente chamado "I Seminário de avaliação das Feiras Catarinense de Matemática". Realizado em Blumenau no ano de 1993, teve como tema central a ‘Avaliação’ da Feira e dos trabalhos expostos[1][2].

O Seminário como mais um espaço democrático foi organizado não apenas para discutir e avaliar os  objetivos da Feira, mas também refletir sobre seu próprio significado e permanência, diante dos desafios cada vez maiores que se oferecem à Educação (Matemática)[1].

Em cada edição, que deve ocorrer a cada quatro anos, os participantes ligados à Feira buscam discutir sobre temas que podem estar em divergências nas várias instâncias e regiões que a realizam. Em sua programação, tem-se conferência, mesas redondas, minicursos, apresentação de trabalhos, dentre outros. Ao final de cada edição, ocorre a assembleia geral que garante o processo deliberativo para as próximas edições da Feira.

Em 2001, a partir de uma demanda percebida pelos gestores, foi instituída no II Seminário a  Comissão Permanente - um grupo permanente de interessados em estudos e promoção da Feira Catarinense de Matemática, entendido na época como pertinente para o suporte na sua realização. Trata-se de um conselho consultivo e, no âmbito catarinense, é constituída por representantes de várias entidades do Estado que tem como papel garantir os princípios da Feira de Matemática e sua realização, atuar junto à comissão organizadora assessorando os gestores, garantir que as deliberações de assembleias da Feira e do Seminário sejam implementadas, contribuir no processo de expansão da Feira, construir e avaliar a organização do Seminário, propiciar espaços para formação de professores e gestores, dentre outros. Tudo isso em um processo coletivo, participativo, colaborativo e contínuo[2][5][6].  

Como participar[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c ZERMIANI, Vilmar José. I Seminário de avaliação das Feiras Catarinenses de Matemática. Blumenau. Revista catarinense de Educação Matemática - SBEM/SC, Blumenau, ano 1, n. 1, p. 10-17, 1996.
  2. a b c d BIEMBENGUT, M. S.; ZERMIANI, V. J. Feiras de Matemática: História das Ideias e Ideias da História. Blumenau: Legere/Nova Letra, 2014.
  3. a b REGIMENTO DA XXXV FEIRA CATARINENSE DE MATEMÁTICA. 2019. Disponível em: <https://55731047-42d3-44e2-b986-482eb31d5026.filesusr.com/ugd/3f00f2_6d069e482f9146988812f6176c63b071.pdf>.
  4. a b [FLORIANI, José Valdir; ZERMIANI, Vilmar José Feira de Matemática. Revista de Divulgação Cultural, Blumenau, p.1-16, dez. 1985.
  5. OLIVEIRA, Fátima P. Z; PIEHOWIAK, Ruy; ZANDAVALLI, Carla. Gestão das feiras de matemática: em movimento e em rede. In: HOELLER, S. A. O. et al. (Orgs.). Feiras de Matemática: percursos, reflexões e compromisso social. Blumenau: IFC, 2015. p. 67-86.
  6. OLIVEIRA, Fátima P. Z.; CIVIERO, Paula A. G. Comissão Permanente das Feiras de Matemática: um espaço colaborativo de formação de professores. Rematec: Revista de Matemática, Ensino e Cultura, v. 14, n. 30, p. 5-25, 2019.

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]