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| Adriano do Amaral | |
|---|---|
| Nome completo | Adriano Monteiro do Amaral |
| Nascimento | 21 de março de 1941 Póvoa de Varzim |
| Morte | 15 de maio de 2010 (69 anos) Porto |
| Nacionalidade |  portuguesa
|
| Ocupação | Artista, professor, restaurador e perito |
Adriano Monteiro do Amaral (Póvoa de Varzim, 21 de Março de 1941 — Porto, 25 de Maio de 2010) foi um artista plástico, professor, restaurador e perito português.
Vida e Obra[editar | editar código-fonte]
Nasceu na Póvoa do Varzim[1][2], onde viveu até aos onze anos com os seus pais e as irmãs Lina, Gena e Júlia.
Em 1952 a família deixa a Póvoa, o pai Adriano, sua mãe Teresa e seus quatro filhos, mudam-se definitivamente para a cidade do Porto, na busca de melhores oportunidades de estudo para os seus filhos.
E foi no Porto, que Adriano do Amaral, iniciou os seus estudos artísticos em 1956 na Escola Soares dos Reis, onde foi aluno de António Cruz e Mendes da Silva.
Esta escola foi fundamental para o seu percurso artístico, foi lá que descobriu o desenho, a pintura e a escultura e amizades, em especial com professores que o acompanharam toda a vida.
Anos 60[editar | editar código-fonte]
Em 1960 matriculou-se no curso superior de pintura da Escola de Belas Artes do Porto, tendo como principal referência Lagoa Henriques, no entanto não se adaptou.
Abandonou a FBAUP em 1965, após ter entrado em conflito com o professor de pintura, pediu então transferência para a Escola de Belas Artes de Lisboa, onde encontra o seu grande amigo Carlos Amorim.
Vive intensamente Lisboa, trabalha no Instituto José de Figueiredo e tem como orientador Edmundo Silva.
Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian[3], trabalhou no Museu de Arte Antiga, e concluiu o curso na ESBAL em 1967.
Após uma temporada em Roma e Florença, regressa ao Porto em 1968, período em que se acentua a sua paixão pela cultura clássica, que mais tarde nos anos 80 aparecerá na sua pintura.
Em Setembro desse mesmo ano, inicia a sua actividade como professor na Escola Preparatória de Anadia.
Anos 70[editar | editar código-fonte]
No início dos anos 70 desenvolve um conjunto de trabalhos, com o título "Paisagens e ambientes de um Portugal que se despede" e as pinturas executadas no alto-mar. Por influência da sua estadia em Itália, estes trabalhos estão mais próximos do neorealismo do cinema italiano.
Em 1973 é convidado a abrir a Escola C+S D.Duarte em Baião e escreve um livro com o título "Estudo do Movimento".
Em 1975 é professor em S. Pedro da Cova e foi fundador do Museu Mineiro. As minas estavam a encerrar nesse ano e Adriano do Amaral empenhou-se na preservação deste património industrial, pois considerava o museu vital para a memória futura da localidade.
O museu foi inaugurado em 1976.
É também na década de 70, que realiza alguns trabalhos como cenógrafo para vários grupos de teatro amador.
Em 1977 nasce a sua fase surrealista, um surrealismo mitológico, muito inspirado na cultura clássica, que se confronta com todo o universo freudiano da psicanálise. Sente-se seduzido pelo surrealismo de Cruzeiro Seixas e inspirado pelo filme de Alfred Hitchcock "Spellbound" de 1945.
Anos 80[editar | editar código-fonte]
Em 1980 abre na cidade do Porto, o Atelier de Restauro Adriano do Amaral, espaço que foi responsável pela recuperação de vasto conjunto de património artístico, tanto de instituições como de particulares.
Uma antiga ambição sua, pôr em prática todos os conhecimentos, experiência que adquiriu no Instituto José de Figueiredo e o Museu de Arte Antiga.
A peritagem e a investigação faziam parte do processo de recuperação dos objectos artísticos, assim como a sua classificação[4].
Ao longo de 40 anos aplicou novos processos e metodologias de investigação, que foram fundamentais na identificação de perto de um milhar de obras falsificadas de artistas famosos.
Na pintura ao longo de toda a década de 80, continua a trabalhar em redor do surrealismo Freudiano e o mundo dos sonhos.[5][6]
A relação profunda com a cidade do Porto é transportada como cenário de fundo em vários das suas pinturas.
Em 1989 pinta o retrato do Duque da Ribeira.
Anos 90[editar | editar código-fonte]
A partir dos anos 90, o seu surrealismo vai-se desconstruindo, transformando-se em linguagens que cruzam vários movimentos artísticos do século XX, em especial o cubismo.
Nesta década de 90, o seu atelier de restauro dá particular atenção a instituições, em especial património da Igreja Católica. Com algumas obras de grande dimensão, exemplo disso foi o caso enorme tecto da Igreja S.Cipriano em Paços de Brandão.[7]
O tecto ia ser desmantelado e destruído, a pintura já não era visível e o tecto completamente negro.
Após uma intervenção profunda de vários meses a pintura do tecto foi se descobrindo e ficou totalmente recuperada e mais tarde atribuída a Domingos Teixeira Barreto.
Em meados dos anos 90 numa peritagem no seu atelier[8], Adriano do Amaral descobre um auto-retrato de grandes dimensões de Degas, uma obra importante que estava perdida da história da arte.
O proprietário que era um imigrante português vendeu mais tarde esta pintura na Sotheby's.
2001-2010[editar | editar código-fonte]
Em 2001, encerra a sua actividade como professor dando a sua última aula na C+S Pêro Vaz de Caminha.
Nos seus últimos anos, Adriano do Amaral viveu intensamente o atelier, mergulhado na sua pintura, no estudo e na investigação, a geometria interna da sua obra.
A sua pintura cada vez mais simplificada, desagua em um minimalismo que seria abandonado perto da sua morte.
A sua última fase surge em meados de 2007, que nos leva para um retorno ao início do seu percurso artístico, quase como um círculo que se fecha.
A mulher volta a ser figura central, mulheres sentadas ou deitadas numa atmosfera azul, esperam adormecidas pelo nosso olhar.
Esta fase azul fica inacabada, encerrando o seu percurso artístico.
O atelier Adriano Amaral encerrou em 2010, após 35 anos de actividade.
Faleceu em 15 de maio de 2010.
Vida Pessoal[editar | editar código-fonte]
Casou-se com Maria de Fátima Amorim em 25 de Julho de 1970.
Filho, Carlos Manuel do Amaral, nascido 1971 (Amaral), nome artístico.
Filho, Ricardo Fernandes do Amaral, nascido em 1980, professor.
Galeria de imagens[editar | editar código-fonte]
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Porto, 1964 -
Teatro Bonfim, 1964 -
Lisboa, 1966 -
Roma, 1968 -
Roma, 1968 -
Florença, 1968 -
Escultura, 1971 -
Auditório, 1973 -
Livro Estudo do Movimento, 1973 -
Recreio, 1973 -
Catálogo de Exposição, 1974 -
Escultura, 1976 -
Fotografia, 1977 -
Duque da Ribeira, 1989 -
1998 -
2008
Referências
- ↑ O Comércio da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim, 4 de setembro de 1986, p. 6
- ↑ Voz da Póvoa. Póvoa de Varzim, 18 de setembro de 1986, p. 6
- ↑ O Comércio do Porto. Porto, em 31 de dezembro de 1994, p. 4
- ↑ O Primeiro de Janeiro, volume aniversário. Porto, em 1 de dezembro 1983, p. 20, 21
- ↑ O Comércio do Porto, jornal. Porto, em 5 de abril de 1984.
- ↑ O Primeiro de Janeiro. Porto, em 8 de abril de 1984.
- ↑ Revista Jornal Noticias, volume 56. Porto, 1991, p. 16, 17, 18, 19, 20, 21
- ↑ Jornal Noticias. Porto, em 15 de outubro de 1992, última página.