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Usuário(a):Paula Fonseca Carvalho/Testes

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Histórico do Solar do Unhão a partir do século XIX[editar | editar código-fonte]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1584, Gabriel Soares de Sousa doa aos padres beneditinos o terreno correspondente ao Solar do Unhão, onde se encontrava a fonte que perpetuou seu nome. Em 1960, residiu no local o Desembargador Pedro Unhão Castelo Branco, que vendeu a propriedade, em 1700, a José Pires de Carvalho e Albuquerque (o velho), que ali estabeleceu morgado, conduzindo a propriedade à sua fase áurea: datam do século XVIII os painéis de azulejo português e o chafariz. A primeira referência à capela data de 1740, por ocasião do batizado de uma de suas netas, sendo a fachada atual do templo, em rococó tardio, datada do século XIX.[1]

Com o declínio da economia açucareira, o Solar foi arrendado, período em que passou por um processo de relativo declínio. No início do século XIX, a propriedade pertencia a Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, Visconde da Torre de Garcia D’Avila, local utilizado como residência urbana da família. Durante o século XIX, o casarão foi ampliado com a construção do último pavimento. Nas instalações do engenho de açúcar funcionou uma fábrica de rapé, entre os anos de 1816 e 1926, e trapiche, em 1928. A edificação serviu ainda de depósitos de mercadorias destinadas ao porto de Salvador e, mais tarde, serviu com o quartel para os fuzileiros navais que serviram na Segunda Guerra Mundial.[1]

Construção[editar | editar código-fonte]

No ano de 1959 a arquiteta Lina Bo Bardi, lecionava na faculdade de arquitetura de Belas Artes em Salvador e foi convidada pelo governador Juracy Magalhães para trabalhar no restauro do Solar do Unhão. O restauro do Solar do Unhão ficou pronto em novembro de 1963, e o projeto proporcionou a união das raízes antigas do local com a modernidade implementada por Lina. A arquiteta também tinha como objetivo implementar uma Escola de Desenho Industrial, ao utilizar o pré-artesanato auxiliado às bases populares nordestinas. O Solar é considerado Patrimônio do Brasil desde 1943.[2]

Restauração[editar | editar código-fonte]

O projeto de restauro do complexo arquitetônico do Solar do Unhão, no ano de 1959, onde se encontra o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), exigiu uma adaptação à estrutura tombada do século XVI. A arquiteta trabalhou com elementos que transformaram o edifício original, mantendo sua identidade de prédio tombado, mas criando uma arquitetura inovadora e moderna. O principal elemento de destaque foi a alteração de um espaço interno no interior do solar e a inserção da escultórica escada helicoidal que liga o térreo ao primeiro pavimento, marcando o eixo central do edifício. Inscrita em um retângulo interno delimitado por quatro pilares existentes, a escada, feita em madeira maciça, possui encaixes executados através de um sistema de travamentos semelhantes aos utilizados nos carros de boi.[3]

As obras de restauração do Conjunto do Unhão começaram em agosto de 1962 e desenvolveram-se simultaneamente à construção da Avenida de Contorno. A obra de restauração durou apenas oito meses.[2]

  1. a b Oliveira, Silvio. «Solar do Unhão (BA) – Uma overdose de beleza e história em Salvador». Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  2. a b Zollinger, Carla Brandão. «O Trapiche à beira da baía: a restauração do Unhão por Lina Bo Bardi» (PDF). Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  3. Kon, Nelson. «Restauração do Solar do Unhão, Lina Bo Bardi - Salvador/BA, 1959». Consultado em 7 de dezembro de 2021