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A ofensiva de Kiev ou de Quieve foi um teatro de operações da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. Ela envolveu ataques pela Rússia nas fronteiras russas e bielorrussas com a Ucrânia, iniciados em 24 de fevereiro de 2022, pelo controle de Quieve, a capital da Ucrânia, e dos oblasts de Quieve e de Jitomir.[1][2][3][4] Quieve é a sede do governo ucraniano e das Forças Armadas da Ucrânia.[5]

As forças russas inicialmente tiveram êxito em capturar dezenas de vilarejos e cidades,[6][7] mas com falhas logísticas, falta de suprimentos e uma dura resistência ucraniana, tiveram o avanço significativamente reduzido. Com pesadas baixas e sem a capacidade de realizar mais progressos no campo de batalha, a Rússia se retirou dos oblasts de Quieve e Jitomir em abril de 2022, com a Ucrânia retomando os territórios ex-ocupados.[8][9][10][3]

História[editar | editar código-fonte]

Avanço russo em Quieve[editar | editar código-fonte]

Na manhã do dia 24 de fevereiro de 2023, a Rússia iniciou ataques ao oblast de Quieve por artilharia e mísseis balísticos, com o Aeroporto Internacional Boryspil ficando seriamente danificado, o principal aeródromo de Quieve.[2][11][12] A Rússia tentou rapidamente cercar a capital, com unidades especiais Spetsnaz se infiltrando na cidade, apoiadas por forças aerotransportadas e um rápido avanço mecanizado pelo norte. As Forças Aerotransportadas da Rússia lançaram ataques a dois outros aeródromos na região de Quieve, incluindo o Aeroporto Antonov,[13][14] seguidos por uma ofensiva semelhante em Vasylik, ao sul de Quieve, em 26 de fevereiro.[15][16]

Os ataques falharam por diversos fatores,[17] que incluíram a disparidade de moral e desempenho entre as forças russas e ucranianas, a falta de apoio logístico aos russos, o uso de armas sofisticadas pelos ucranianos cedidas pelos aliados ocidentais e a falha da Força Aérea Russa em obter supremacia aérea sob o território ucraniano. Enquanto os russos avançam em direção a Quieve, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou que grupos de sabotagem estavam próximos à cidade.[18][19] Os ucranianos também afirmaram que no início da invasão, apenas 30 soldados de elite foram capazes de segurar o ataque russo. Os ucranianos emboscaram o comboio russo, composto de cerca de 2 mil tropas, e destruíram os três primeiros veículos da fileira blindada, atacando o restante do comboio, destruindo pontes no processo. Ao todo, essa operação conseguiu estagnar toda a força russa procedente da Bielorrússia, que consistia de 70 mil soldados e 7 mil veículos.[20]

Os mercenários do Grupo Wagner, juntos de chechenos, foram acusados de tentarem diversos ataques para assasinar Zelensky. O governo ucraniano relatou que esses esforços foram revelados por militares anti-guerra do Serviço Federal de Segurança (FSB), que compartilharam tais planos com a inteligência ucraniana.[21]

As forças russas que tentavam capturar Quieve lançaram uma investida probatória em 24 de fevereiro, partindo do sul da Bielorrússia ao longo da margem oeste do rio Dniepre, aparentemente para cercar a cidade a partir do oeste, mas recuaram até 7 de abril para reabastecer e redirecionar para a frente sudeste. Elas foram apoiadas por dois eixos de ataque separados da Rússia ao longo da margem leste do Dniepre: o ocidental em Chernobil, e o oriental em Sume. Provavelmente, esses ataques tinham como objetivo cercar Quieve pelo nordeste e leste.

A força de ataque alcançou a Zona de exclusão de Chernobil e capturou a Usina Nuclear de Chernobil e a cidade-fantasma de Pripyat.[89][90] Após a sua penetração em Chernobil, as forças russas foram detidas em Ivankiv, uma cidade-chave entre a fronteira e Quieve. O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, revelou que algumas unidades russas de infantaria mecanizada avançaram até 32 km de Quieve no primeiro dia da ofensiva.

O avanço russo foi grandemente prejudicado por dificuldades logísticas, parcialmente causadas pela oposição bielorrussa, já que trabalhadores dissidentes, hackers e forças de segurança interromperam as linhas ferroviárias na Bielorrússia. Essa operação foi principalmente organizada por indivíduos e três redes maiores conhecidas como "Bypol", "Comunidade dos Trabalhadores Ferroviários" e "Partisans Cibernéticos".

Operações no oblast de Jitomir[editar | editar código-fonte]

Ao longo da batalha no oblast de Quieve, o oblast de Jitomir também foi afetado. As forças russas que operavam perto de Quieve haviam avançado cerca de 32 km para o interior do oblast em direção a Bihun e Ovruch até 3 de março. O Estado-Maior das Forças Armadas Ucranianas afirmou que dois grupos táticos de batalhão (BTG) estavam dentro do oblast de Jitomir.

Aeroporto Antonov ocupado[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Batalha do Aeroporto Antonov

Às 8h da manhã, horário local, em 24 de fevereiro de 2022, de 20 a 34 helicópteros militares russos (helicópteros de transporte Mil Mi-8 escoltados por helicópteros de ataque Ka-52 "Alligator") voaram para o sul da fronteira Bielorrússia-Ucrânia e se aproximaram da cidade de Hostomel. O grupo de helicópteros supostamente transportava cerca de 300 tropas aerotransportadas VDV, supostamente da 11.ª ou da 31.ª Brigada de Assalto Aéreo de Guardas, para um assalto ao Aeroporto Antonov.

O assalto foi uma tentativa de garantir o local como uma ponte aérea para tropas de transporte russas e equipamento pesado (como artilharia e tanques) para uma invasão em Quieve propriamente dita. O grupo de helicópteros foi alvo de ataques de armas leves ucranianas e MANPADS. O ataque derrubou eventualmente de um a três helicópteros, com seus pilotos se ejetando. Apesar dos ataques, o aeroporto foi rapidamente capturado devido à defesa mínima por parte de membros da Guarda Nacional.

Após a captura do aeroporto, as tropas russas começaram a se preparar para a chegada de 18 aeronaves de transporte Ilyushin Il-76 com reforços para o assalto. No entanto, milícias locais e tropas do 3.º Regimento de Propósito Especial atacaram o aeroporto, dificultando os esforços russos.[95] A 4.ª Brigada de Reação Rápida ucraniana, em um contra-ataque decisivo, impediu que as aeronaves de transporte pousassem no aeroporto, forçando-as a retornar à Rússia e impedindo mais reforços. Com apoio aéreo da Força Aérea da Ucrânia, as unidades ucranianas conseguiram repelir o assalto aerotransportado. As forças russas também tentaram pousos na cisterna de Quieve.

Um novo assalto aerotransportado foi lançado um dia após o ataque inicial. Com unidades mecanizadas russas alcançando avanços em Ivankiv, elas conseguiram avançar e capturar o aeroporto após um assalto terrestre combinado. Apesar do sucesso, o aeroporto foi considerado inoperável, encerrando as chances de uma capitulação ucraniana rápida por meio da captura de Quieve. Durante o confronto no Aeroporto Antonov, o único Antonov An-225 Mriya existente (a maior aeronave operacional do mundo à época) foi destruído em seu hangar. O governo russo alegou quase 200 mortes ucranianas no assalto, sem perdas próprias.

Referências

  1. «Battle underway for airbase on Kyiv outskirts». France 24. Agence France-Presse. 24 de fevereiro de 2022. Consultado em 25 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2022 
  2. a b Vanderklippe, Nathan; MacKinnon, Mark (24 de fevereiro de 2022). «Russian troops advancing toward Kyiv as war rages throughout Ukraine». The Globe and Mail. Consultado em 25 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2022 
  3. a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome zhytomyr
  4. «Russian Offensive Campaign Assessment, March 3». Critical Threats. Consultado em 15 de março de 2022. Cópia arquivada em 3 de março de 2022 
  5. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :5
  6. Lister, Tim; Pennington, Josh; McGee, Luke; Gigova, Radina (7 de março de 2022). «'A family died... in front of my eyes': Civilians killed as Russian military strike hits evacuation route in Kyiv suburb». CNN. Consultado em 9 de março de 2022. Cópia arquivada em 7 de março de 2022 
  7. «Bucha, Vorzel, Hostomel under enemy's control, situation remains critical». Ukrinform. 7 de março de 2022. Consultado em 9 de março de 2022. Cópia arquivada em 9 de março de 2022 
  8. Qena, Nebi; Karmanau, Yuras. «Moscow says it will curb assault on Kyiv, Chernihiv; Russian troops seen withdrawing». www.timesofisrael.com (em inglês). Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada em 1 de abril de 2022 
  9. «Ukraine war latest: Ukraine says it has retaken entire Kyiv region». Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada em 2 de abril de 2022 
  10. «Kyiv region "liberated" from Russian forces, senior Ukrainian defense official says». 2 de abril de 2022. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada em 2 de abril de 2022 
  11. Saunders, Thomas; Wood, Poppy (24 de fevereiro de 2022). «Ukraine invasion map: Where Russia's troops have attacked in the war so far and how Putin will target Kyiv». i. Consultado em 25 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2022 
  12. «Fresh pre-dawn explosions heard in Ukraine's capital, Kyiv, with reports Russian plane downed». ABC News. 25 de fevereiro de 2022. Consultado em 25 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2022 
  13. «Battle Underway for Airbase on Kyiv Outskirts». Moscow Times. AFP. 24 de fevereiro de 2022. Consultado em 25 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2022 
  14. «Russia claims to take control of Hostomel airport just outside Kyiv». The Times of Israel. Associated Press. Consultado em 25 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2022 
  15. Окупанти намагаються висадити десант у Василькові, йдуть бої [The occupiers are trying to land in Vasylkiv, fighting is going on] (em ucraniano). Ukrinform. 26 de fevereiro de 2022. Consultado em 26 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 26 de fevereiro de 2022 
  16. У Василькові збили винищувач та два гвинтокрили окупантів [A fighter and two helicopters of the occupiers were shot down in Vasylkiv] (em ucraniano). Ukrainian Independent Information Agency. Consultado em 26 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 26 de fevereiro de 2022 
  17. Roblin, Sebastien (27 de fevereiro de 2022). «At Vasylkiv, Ukrainians Repel Russia's Paratroopers and Commandos in Frantic Night Battle». 19FortyFive. Consultado em 5 de março de 2022. Cópia arquivada em 27 de fevereiro de 2022 
  18. Karmanau, Yuras; Heintz, Jim; Isachenkov, Vladimir; Litvinova, Dasha (24 de fevereiro de 2022). «Explosions heard in Kyiv as Russia presses Ukraine assault». Associated Press. Consultado em 25 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2022 
  19. Talmazan, Yuliya; Smith, Alexander; Shabbad, Rebecca; Elbaum, Rachel (24 de fevereiro de 2022). «Ukraine president warns of Russian saboteurs in Kyiv as U.S., allies pile on new sanctions». NBC News. Consultado em 25 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2022 
  20. «Defense official recalls 30 Ukrainian SOF soldiers hampering Russia's advance toward Kyiv». 11 de abril de 2023 
  21. Rana, Manveen (3 de março de 2022). «Volodymyr Zelensky survives three assassination attempts in days». The Times. Consultado em 21 de março de 2022. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2023  Verifique o valor de |url-access=subscription (ajuda)