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Usuário(a):Pinheirohugo/Testes/Q62064684, Obra de arte

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Autorretrato ao ar livre 1943
Pinheirohugo/Testes/Q62064684, Obra de arte
Autor Eliseu Visconti
Data 1943
Gênero autorretrato
Técnica tinta a óleo, tela
Dimensões 81 centímetro x 59,5 centímetro
Localização Museu Nacional de Belas Artes

Autorretrato ao ar livre 1943 é uma pintura de Eliseu Visconti (1866-1944), pintor ítalo-brasileiro que atuou também como designer e desenhista, sendo considerado um dos maiores representantes do Impressionismo no Brasil.[1] A sua data de criação é 1943.[2] A obra retrata Eliseu, portanto é considerada do gênero autorretrato. Encontra-se sob a guarda de Museu Nacional de Belas Artes.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A pintura foi produzida com tinta a óleo e tem como suporte a tela.Suas medidas são: 81 centímetros de altura e 59,5 centímetros de largura.[2] A assinatura do autor se encontra no canto inferior esquerdo.[3]

A obra consiste na representação do próprio Eliseu, em sua velhice, juntamente com um fundo paisagístico, o quintal de uma residência. Esse, iluminado, colorido, com vegetações e galhos em vários tons de verde e marrom. Assim como uma construção de madeira, ao lado direito da tela, também em tons marrons. [2]

Contexto[editar | editar código-fonte]

O quadro foi doado, pela família do autor, em 29 de dezembro de 1949 para o Museu Nacional de Belas Artes. Segundo o termo de doação existente no Projeto Eliseu Visconti, assinado pelo diretor do Museu, Oswaldo Teixeira, pela viúva de Eliseu e pelos seus 3 filhos, a oferta da obra objetificava gratidão. Essa, pela iniciativa e amparo oficial do Poder Público e a direção da instituição, para quanto a realização da Exposição Retrospectiva de 1949. [2][4][5]

Cobrado pelos trabalhos que seriam expostos, o artista preparava-se para essa exposição, originalmente marcada para 1944, produzindo algumas das inúmeras obras também escolhidas por ele para brilharem nas 9 salas do Museu. Com o total de 285 trabalhos exibidos, a exposição foi adiada para 1949, por motivos que se desconhece. No entanto, o artista já havia falecido. [2][4][5]

Sob o nº 81 e denominado Retrato do autor, a obra foi apresentada no SNBA de 1943. Após o fim do XI Salão Paranaense de Belas Artes, as obras da sala especial dedicada a Visconti ficaram expostas, juntamente com o acervo do Museu de Arte do Paraná, por todo o primeiro semestre de 1963. Foi reproduzida também no catálogo 50 anos do Salão Paranaense de Belas Artes, (Curitiba: MACP) 1995, p. 91. Outrossim, foi parte das exposições coletivas: 30 Mestres da pintura no Brasil, organizada no MASP- São Paulo em 2001; Monet, o mestre do impressionismo, organizada no MNBA- Rio de Janeiro, e no MASP, São Paulo - De 12 de mar. a 28 de jul.[2]

Análise[editar | editar código-fonte]

Dentre as 30 pinturas criadas em seu refúgio durante a velhice de Eliseu Visconti, sua casa de campo em Teresópolis, Rio de Janeiro, Autorretrato ao ar livre está entre elas.[6]

Em fatura moderna de pinceladas bem visíveis, o artista retrata, como em outras várias de suas obras, um quintal iluminado. Sendo importante a relação entre este e o primeiro autorretrato pintado por Visconti, cujo fundo possui representações de folhagens e pedras, e a representação do autor mostra-se muito jovem, sem pelos grisalhos, com barba ainda em formação. Sendo ambos os únicos autorretratos ao livre pintados, com exceção daquele de 1902, em que o céu azul, entre nuvens brancas, aparece por detrás do muro ao fundo. Contudo, em Autorretrato ao ar livre, criado na maturidade de Eliseu, a paisagem ganha maior espaço e tem tanta importância quanto o retratado, o que faz da pintura uma perfeita harmônia entre figura humana e natureza feita pelo artista.[7][6][8]

Muito das características impressionistas aparecem nessa tela, como: a falta de contorno das figuras, as sombras luminosas e coloridas, há contrastes de luz e sombra ,e, em uma análise mais profunda e detalhística, é visto que as cores usadas são cores puras e nunca misturadas, o resultado final dá-se na observação do quadro, onde as pequenas e rápidas pinceladas de cores se misturam formando diferentes tons e cores. Sendo importante ressaltar o seu impressionismo próprio, com influências de outros 'ismos' e de sua personalidade característica.[9]

O Autor[editar | editar código-fonte]

Eliseu d’Angelo Visconti, um dos pintores mais importantes para o Impressionismo no Brasil, nasceu dia 30 de julho de 1866, na Vila Santa Caterina, comuna de Giffoni Valle Piana, no sul da Itália. Era filho de Gabriele d’Angelo Visconti e de Christina Visconti. Em 1873 muda-se para o Brasil com sua irmã Marianella. [10][4]

Após a decepção no campo da música, no ano de 1882 inicia o seu aprendizado no campo da arte matriculando-se no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, tornando-se aluno de Victor Meirelles e Estevão Silva. O autor, desde o início de sua carreira mostrou-se muito talentoso, recebendo inúmeros prêmios em desenhos e ornatos, o que levou à admiração e incentivo do Imperador, D. Pedro II, para o seu ingresso na Academia Imperial de Belas Artes, sem o abandono dos seus estudos no Liceu. [4][11]

Em 1888, na Academia foi aluno de Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo, Henrique Bernardelli, Victor Meirelles, José Maria de Medeiros e admitido como professor de Desenho Elementar no Liceu de Artes e Ofícios. Embora tivesse ganho Menção Honrosa, o que lhe deu o direito de duas de suas obras expostas na galeria Imperial, Visconti participou como aluno fundador do "Ateliê Livre", uma vez que ia contra os princípios e regras da instituição, se autodenominando "moderno". Assim, com a reforma do ano de 1890, institui-se a Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), antiga Academia Imperial de Belas Artes. Em 1892, Eliseu volta a frequentá-la e ganha o prêmio de viagem ao exterior concedido pela República. [10][4][11]

Embarca para a Europa em fevereiro do ano seguinte. Na cidade de Paris, ingressa na Academia Julian, e através de concurso, inicia os estudos na Academia Nacional de Belas-Artes, além de ter 8 pinturas a óleo expostas na "world’s Columbian Exposition” em Chicago, EUA. Ao abandonar os estudos na Academia francesa, tornou-se aluno de Eugène Grasset, na École Guérin. Foi nesse período que o pintor assimilou as técnicas do Impressionismo, simbolismo e art-nouveau. Ainda na capital francesa, expõe suas obras consecutivamente em incontáveis galerias e salões de arte. No ano de 1900, Eliseu Visconti recebeu Medalha de Prata na “Exposition Internationale Universelle” de Paris e Menção Honrosa na Seção de Arte Decorativa e Artes Aplicadas, além retornar ao Brasil, visto que havia se esgotado o período do prêmio proposto pela República, deixando sua companheira Louise Palombe, com quem foi casado sua vida inteira. [10][4][11]

Um ano após seu retorno, apresentou 60 quadros e 28 trabalhos de arte decorativa e arte aplicada à indústria em sua primeira exposição individual, na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1905, realizou a pedido do prefeito Pereira Passos, todas as pinturas da sala de espetáculos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sendo considerado pelo próprio autor mais importante trabalho. É importante ressaltar que o artista dividiu sua vida entre os dois continentes por duas décadas. Enquanto permanecia na frança, executou inúmeras paisagens impressionistas de Saint-Hubert, vilarejo onde residia a família de sua esposa, Louise. Em 1920, deixa de ir à Europa e reside permanentemente no Brasil. Dois anos depois, ganha a Medalha de Honra na Exposição Comemorativa do Centenário da Independência do Brasil. [10][4][11]

Segundo Guilherme Cunha Lima, Eliseu, ao lecionar no curso de extensão universitária de artes decorativas da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, inaugura o ensino de design no Brasil, além de todo seu material produzido como: selos, cartazes, projetos de pratos e de jarros para serem executados em cerâmica, vitrais, marchetaria, luminárias, ex-libris, estamparia de tecidos e papel de parede. [11][12]

Eliseu Visconti realizou inúmeras obras e exposições durante a sua vida. Apesar de ser considerado um artista impressionista e um dos maiores nomes do Impressionismo no Brasil, sofreu influências de diversos estilos, como: neorrealismo, naturalismo, renascentismo, pontilhismo, simbolismo, arte-nouveau. Conhecido pela sua busca incansável pelo novo e desconhecendo de decadência, uma vez questionado, denominou-se "presentista" já que para o artista, a arte deveria adequar-se a seu tempo e estar sempre em mudança e movimentação. Foi muito inspirado pelos filhos e pela sua fiel esposa, os quais aparecerem em inúmeras pinturas. Essas, caracterizadas pela temática relacionada às diferentes paisagens e pessoas, sendo retratados momentos do cotidiano e locais de conhecimento do autor, o uso da sentimentalidade nas faces dos indivíduos retratados e o uso da luminosidade. [4][13]

O artista faleceu em 15 de outubro de 1944, alguns meses após ser golpeado em sua cabeça devido ao assalto ocorrido em seu ateliê. [11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Eliseu Visconti - biografia resumida, obras principais e estilo». www.suapesquisa.com. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  2. a b c d e f g «P026». Eliseu Visconti. Consultado em 29 de outubro de 2019  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "com-P026" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. Cultural, Instituto Itaú. «Auto-retrato ao Ar Livre». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  4. a b c d e f g h «Cronologia». Eliseu Visconti. Consultado em 29 de outubro de 2019 
  5. a b «Maturidade – 1921-1944». Eliseu Visconti. Consultado em 12 de novembro de 2019 
  6. a b «1937-1944 – Deleite (Teresópolis-Rio)». Eliseu Visconti. Consultado em 12 de novembro de 2019 
  7. SERAPHIM, Miriam (27 de agosto de 2010). «A CATALOGAÇÃO DAS PINTURAS A ÓLEO DE ELISEU D'ANGELO VISCONTI: o estado da questão». Tese de Doutorado. Consultado em 5 de novembro de 2019  line feed character character in |titulo= at position 37 (ajuda)
  8. «P035». Eliseu Visconti. Consultado em 12 de novembro de 2019 
  9. «Impressionismo». Wikipédia, a enciclopédia livre. 27 de setembro de 2019 
  10. a b c d https://escola.britannica.com.br/artigo/Eliseu-Visconti/483640
  11. a b c d e f «Sobre o Pintor». Eliseu Visconti. Consultado em 1 de novembro de 2019 
  12. Eliseu Visconti
  13. Imbroisi, Margaret (22 de agosto de 2016). «Eliseu Visconti». Historia das Artes. Consultado em 1 de novembro de 2019 



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