Usuário(a):ResendeMath/Testes/Três visões sobre a medida de Doria cobrir grafites em SP.

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Um ato de violência[editar | editar código-fonte]

Para o Prof. Doutor Carlos Zibel, do Departamento de Projetos da Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAU-USP) apagar os grafites é um ato de mão única. "Foi uma verdadeira violência, uma falta de diálogo", avalia. Na visão do professor, a situação é um desrespeito com todos os artistas que trabalharam no mural, criando um problema onde não existe, pois todos os desenhos ali foram feitos após convite da administração anterior. "Se eles alegam que os desenhos estão desbotados, então poderiam convidar os artistas novamente para que retoquem ou repintem, porque os grafiteiros são uma dádiva da cidade", acredita.

Comentário[editar | editar código-fonte]

O Prof. Doutor Carlos Zibel considera o apagamento de grafites um ato de violência. Ele afirma que essas inscrições vêm de gestões passadas, e que essa atitude do Governo desrespeitaria os artistas. Zibel propõe como solução uma união entre Estado e profissionais das artes para retocar os desenhos dos muros da cidade.

Desumanização[editar | editar código-fonte]

Na visão de Sérgio Miguel Franco, doutorando em sociologia pela Universidade de São Paulo e co-curador da Pixação da Bienal de Berlim de 2012, apagar os grafites e pixos (escrito com X à pedido do entrevistado) é uma "desumanização da cidade". "Quando Doria apaga o desenho de todo mundo, está se apagando, pois a cara de São Paulo passa pelo grafite. É uma identidade que permite a qualquer um se projetar com os acontecimentos da cidade", ressalta.

Para ele, uma capital paulista possível é aquela em que se consegue fazer grafite e pichação livremente. E onde não é preciso apagar os desenhos expostos na avenida 23 de maio quase por completo apenas porque existe um material que não se gosta ali. "Eu não preciso achar a cidade ou o grafite lindos, mas na medida que o município absorve a liberdade da arte de se expressar, essa é uma cidade linda. Quando ela perde a possibilidade de ser livre, acaba toda essa beleza."

Comentário[editar | editar código-fonte]

Para Sérgio Miguel Franco com o apagamento dos grafites ocorre uma certa desumanização da cidade. Ele considera que esse tipo de arte faz parte da identidade da cidade de São Paulo. A liberdade de se expressar é entendida como uma característica vital para o município.

Controle[editar | editar código-fonte]

Já para Marcelo Oliveira, coordenador do curso de design da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o grafite não tem nada a ver com a pichação. "O primeiro é considerado uma forma de expressão e, portanto, de arte. Já a pichação vem como um movimento de negação, de contraponto, contestação. Trata-se de uma outra dinâmica que não a do grafiteiro, que é considerado uma expressão artística", explica.

Sobre a pintura dos atuais grafites a pedido da prefeitura, ele não acha que seja exatamente um erro da administração municipal. Para o professor, é necessário existir uma área destinada a isso, com a lei embasando o uso do espaço.

"Precisamos ter uma cidade em que a intervenção artística tenha relação com a própria estrutura local e que não interfira na paisagem urbana, isso é um ponto positivo", avalia ele. "O que não pode existir é uma região onde tem o grafite junto com a pichação, pois aí fica claro que o estado não tem condições de gerir o espaço".

Comentário[editar | editar código-fonte]

Marcelo Oliveira adverte que o grafite é uma arte, ao contrário da pichação que é considerada uma forma de contestação. Ele considera que deveriam haver áreas específicas para a pichação para que não se misturasse com o grafite.