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Números Inteiros[editar | editar código-fonte]

Os números inteiros são constituídos dos números naturais e seus simétricos negativos, podendo ou não incluir o zero. O conjunto de todos os números inteiros é representado pela letra (originada da palavra alemã Zahl).

Subconjuntos de [editar | editar código-fonte]

Conjunto dos inteiros não-nulos

+ Conjunto dos inteiros não negativos

+ Conjunto dos inteiros não negativos, excluindo zero

- Conjunto dos inteiros não positivos

- Conjunto dos inteiros não positivos, excluindo zero

Propriedades Básicas das operações (adição) e (multiplicação):[1][editar | editar código-fonte]

Há diversos campos numéricos verificando as propriedades abaixo. Dizemos que eles têm uma mesma estrutura algébrica, a qual é chamada de anel de integridade. O campo dos inteiros, , é o mais simples e conhecido dos anéis de integridade, e tem o seguinte conjunto de propriedades básicas:

Para todos :

Fechamento das operações:[editar | editar código-fonte]

  • [a operação é fechada]
  • [a operação é fechada]

Associatividade das operações:[editar | editar código-fonte]

  • [associatividade da ]
  • [associativa da ]

Existência de elemento neutro:[editar | editar código-fonte]

  • [0 é o elemento neutro da ]
  • [1 é o elemento neutro da ]

Comutatividade:[editar | editar código-fonte]

  • [comutatividade da ]
  • [comutatividade da ]

Existência de inverso na adição:[editar | editar código-fonte]

  • tal que [ é o simétrico de ]

Distributividade da multiplicação:[editar | editar código-fonte]

  • [distributividade da ]

Integridade da multiplicação:[editar | editar código-fonte]

  • ou [integridade da ]

Demonstrações usando as propriedades básicas[editar | editar código-fonte]

Unicidade do elemento neutro da multiplicação

Vamos supor por absurdo que existem dois elementos neutros da multiplicação e , com

Como é elemento neutro da multiplicação, então:

Como é elemento neutro da multiplicação, então:

Temos: [Comutatividade da multiplicação]

ABSURDO!!!

Pois é diferente de por hipótese.

Então o elemento neutro da multiplicação é único.

Unicidade do elemento simétrico

Vamos supor que existem dois simétricos e de , tal que .

[Existência do elemento neutro]

[Existência do inverso na adição]

[Associativa]

[Comutativa]

[Associativa]

[Existência do elemento neutro]

Notação para o simétrico de é .

Como por hipótese não podemos ter , por isso é ABSURDO!

Logo o simétrico da adição é único.

Com isso podemos definir a subtração:

Multiplicação por

Distributividade

[Comutativa]

[Distributiva e Comutativa]

Proposição (leis do cancelamento)[1][editar | editar código-fonte]

Sendo e números inteiros:

Observe que, para e

Logo temos, (vem da definição de soma em )

Agora podemos provar:

[Associatividade]

Sendo e números inteiros

[Comutatividade]

[Distributiva]

Logo ou , como , por hipótese temos:

Relação de ordem nos inteiros[1][editar | editar código-fonte]

Temos que se ou isso significa que

Com isso os números inteiros ficam divididos em:

Inteiros não negativos

Inteiros não positivos

Inteiros positivos

Inteiros negativos

Observação: temos no caso particular , temos , somente se

Notação:

As relações e são compatíveis com a adição e a multiplicação, conforme os resultados:

Proposição:

Sendo

A relação de ordem é preservada na adição:

Esta demonstração é de forma análoga à anterior.

A relação de ordem é preservada na multiplicação por inteiros positivos:

Observe que quando

ou seja, , para

Observe que quando

, ou seja, , para

Valor absoluto de um número inteiro[1][editar | editar código-fonte]

O valor absoluto de um número inteiro é a distância modular, e é definido como a distância do número até a origem(0):

Tomar o valor absoluto de um número inteiro consiste basicamente em deixá-lo inalterado se o número for positivo ou nulo, e apagar seu sinal, caso ele seja negativo.

Exemplo:

,

Conceitos básicos de divisibilidade[1][editar | editar código-fonte]

O divisor de um número inteiro , é todo inteiro capaz de transformar o inteiro num produto de inteiros: (para algum número inteiro ).

Sempre que for divisor de , também costuma-se empregar as seguintes terminologias alternativas, sinônimas:

"o inteiro divide ", o que pode ser abreviado com a notação:  ;

"o inteiro é múltiplo de "

Exemplo:

Os divisores de são

Todos eles são não-nulos, e temos respectivamente:

Atenção:

  • zero só é divisor dele mesmo;
  • todos os inteiros são divisores de zero.
Demonstrações[editar | editar código-fonte]

Se é divisor de , então também é.

Hipótese:

Tese:

Temos que

Então

, sendo

Se é divisor de e é divisor de , então

Hipótese: e

Tese:

Temos que ,

,

ou

  • Para

  • Para

Número primo e números relativamente primos[1][editar | editar código-fonte]

Como sempre são divisores de cada número inteiro , dizemos que eles são os divisores triviais, ou os divisores impróprios, de .

Nos casos em que e , temos exatamente dois divisores triviais. Contudo, em todos os demais casos de , temos exatamente quatro divisores triviais.

Número primo é todo inteiro cujos divisores são todos triviais. Isto equivale a dizer que um número primo é todo inteiro com exatamente quatro divisores: .

Número composto é todo inteiro que tem ao menos um divisor não trivial. Isto equivale a dizer que um número composto é todo inteiro com cinco ou mais divisores.

Chamamos de divisor comum de dois ou mais números inteiros, todo inteiro que seja divisor de cada um desses inteiros.

Exemplo:

Os divisores de são , enquanto que os divisores de são . Assim, os divisores comuns de e são .

Dizemos que dois números inteiros são relativamente primos, ou primos entre si se tiverem como divisores comuns apenas os divisores triviais e .

Proposição: todo número primo que não dividir um inteiro dado, é relativamente primo com . Sendo um primo dado e um número inteiro. Temos que os divisores de são , , e , como não divide , seus únicos divisores comuns serão e .

Máximo divisor comum (mdc)[1][editar | editar código-fonte]

Chamamos de máximo divisor comum de dois ou mais números inteiros, o maior dos divisores comuns desses inteiros. A notação indicará o máximo divisor comum dos inteiros , .

Exemplo:

Temos , pois os divisores comuns de e são e .

Note que:

  • o sempre existe, a menos que .

  • o conjunto de divisores comuns de qualquer conjunto de dois ou mais números inteiros nunca é vazio (pois sempre são divisores comuns deles) e é finito (pois os divisores de estão entre e ).
  • o , em particular, sempre é positivo.
  • .
  • Dizer que dois números e são primos entre si, é o mesmo que dizer que .

Fatoração: sendo , com inteiros, dizemos que são fatores de e que é uma fatoração desse .

Ex:

Teorema da divisão euclidiana[editar | editar código-fonte]

A ideia da divisão euclidiana consiste em separar um todo em partes iguais. Essa divisão pode ocorrer de forma exata (quando a união dessas partes resulta no número original) ou de forma inexata (quando ocorre o contrário). No contexto dos números inteiros, corresponde ao todo, e corresponde a cada uma das partes iguais. Ou seja:

  • A divisão exata de por equivale a dizer que existe um número inteiro tal que: .

Exemplo:

  • A divisão inexata de por equivale a dizer que existe um número inteiro tal que: , onde (resto) é menor que

Exemplo:

Há apenas uma maneira de fazer uma divisão exata, mas há maneiras diferentes de se fazer uma divisão inexata. Podemos dividí-las em: inexatas por falta (como ) e inexatas por excesso (como ).

Teorema fundamental da aritmética[editar | editar código-fonte]

Este teorema afirma que os números primos funcionam como base para a construção de todo e qualquer número inteiro (exceto e ), fazendo apenas multiplicações. Este teorema tem uma importância tão grande que é chamado de Teorema Fundamental da Aritmética.

A fatoração em primos de um inteiro , pode ser escrita de diversas maneiras, como por exemplo:

  • Existem primos possivelmente repetidos, tais que .
  • Existem primos tais que .
  • Existem primos distintos , e respectivos inteiros positivos , tais que .

Assim, por exemplo,

Números complexos[editar | editar código-fonte]

Forma trigonométrica dos números complexos[editar | editar código-fonte]

Representação Trigonométrica[editar | editar código-fonte]

Na representação trigonométrica, um número complexo é determinado pelo módulo do vetor que o representa, e pelo ângulo que faz com o semi-eixo positivo das abscissas.

Um vetor é representado por um segmento de reta orientado, e define grandezas que se caracterizam por:

  • Módulo: é expresso pelo comprimento do segmento.
  • Direção: é dada pelo ângulo entre a reta suporte e a horizontal.
  • Sentido: é dado pela seta.

Quando :

  • Argumento de é o ângulo
  • Módulo de é o comprimento

O argumento geral de é ou , o argumento principal é o valor de no intervalo ou .

A partir das relações trigonométricas, obtêm-se:

, isto é

, isto é

Portanto, para o número complexo

Exemplos:

1) Se é um número real, com , e o ponto P pertence à reta das abcissas,

Isto é: e

na forma trigonométrica é , com .

Isso quer dizer que existem infinitas representações trigonométricas para , correspondentes a giros dados em torno da origem.

Neste caso, pode ser representado por:

Etc..

2) Se é um número imaginário, com , e o ponto P pertence à reta das ordenadas,

Isto é: e

na forma trigonométrica é , com .

Como no exemplo anterior, existem infinitas representações trigonométricas para , correspondentes a giros dados em torno da origem.

Neste caso, pode ser representado por

Etc..

Igualdade de Números Complexos[editar | editar código-fonte]

Dados dois números complexos e têm-se, na forma trigonométrica, um argumento geral, sendo:

e e

A igualdade exige que mas não exige que , mas sim que os vetores coincidam, na mesma direção, módulo e sentido.

Simétrico de um Número Complexo[editar | editar código-fonte]

O simétrico de um número complexo é o número , ou seja .

Corresponde a uma rotação de 180° em torno da origem, à partir de .

Em notação trigonométrica:

e

Exemplo:

Conjugado de um Número Complexo[editar | editar código-fonte]

O conjugado de um número complexo é o número .

Corresponde a uma reflexão de na reta das abcissas.

Em notação trigonométrica:

e

Exemplo:

Produto dos Números Complexos[editar | editar código-fonte]

Seja e , a interpretação geométrica do produto dos números complexos pode seguir os seguintes casos:

O produto de um número complexo Z por um número real K:[editar | editar código-fonte]

Se , então o produto corresponde a uma ampliação do vetor

Exemplo:

Se , então o produto corresponde a uma contração do vetor

Exemplo:

Se , então o produto corresponde a uma ampliação ou contração do vetor , seguida de uma rotação de , pois passará para a semi reta oposta, que contém .

Exemplo:

O produto de um número complexo Z por um imaginário puro[editar | editar código-fonte]

Dados e ,

A partir desta etapa, é necessário utilizar a expressão trigonométrica da soma dos ângulos dos senos e cossenos:

Logo,

Então,

O produto de um número complexo por um número imaginário puro corresponde a uma ampliação ou contração do vetor, seguido de uma rotação de no sentido anti-horário, em torno da origem do vetor obtido.

(colocar gif)

O produto de um número complexo genérico Z por um outro número complexo W[editar | editar código-fonte]

Dados e ,

Assim como no caso anterior, é necessário utilizar a soma dos angulos dos senos e cossenos.

Logo,

O produto de um número complexo por outro número complexo corresponde a uma ampliação ou contração do vetor, seguido de uma rotação do ângulo igual ao argumento do vetor no sentido anti-horário em torno da origem do vetor obtido.

(colocar gif)

Soma dos Números Complexos[editar | editar código-fonte]

A soma de números complexos corresponde à soma dos vetores complexos associados a esses números.

Dados quaisquer números reais (de vetor ) e (de vetor ), a soma tem como representação vetorial o vetor , dado por .

Exemplos:

Geometria Analítica[editar | editar código-fonte]

Produtos de Vetores[editar | editar código-fonte]

Norma e produto escalar[editar | editar código-fonte]

O comprimento de um vetor é definido como sendo o comprimento de qualquer um dos segmentos orientados que o representam. O comprimento do vetor tambem é chamado de norma de e é denotado por . A norma de um vetor pode ser calculada usando o Teorema de Pitágoras, sendo caso seja um vetor no plano e caso seja um vetor no espaço.

A distância entre dois pontos do plano, e é igual a norma do vetor . Como , a distância de a é dada por

Exemplo:

Dados os pontos do plano e

A distância entre os pontos é igual a norma do vetor

A distância entre dois pontos no espaço, e é igual à norma do vetor . Como , então a distância de a é dada por .

(Colocar Imagem)

O produto escalar de dois vetores e é definido por:

,(sendo o ângulo entre eles).

Quando os vetores são dados em termos das suas componentes, não há como sabermos diretamente o ângulo entre eles. Para descobrir, é necessário uma forma de calcular o produto escalar que não necessite do ângulo entre os vetores.

Se e são vetores não nulos e é o ângulo entre eles, então pela lei dos cossenos,

Assim,

.

Substituindo-se as coordenadas dos vetores, obtemos uma expressão mais simples para o cálculo do produto interno.

Sendo e são vetores no espaço, então substituindo-se , e ,

obtemos,

.

O produto escalar, de dois vetores é dado por

,

se e são vetores no plano e por

se e são vetores no espaço.

Sejam , e vetores e um escalar. São válidas as seguintes propriedades:

Comutatividade:

Demonstração:

Distributividade:

Demonstração:

Associatividade:

Demonstração:

Projeção Ortogonal[editar | editar código-fonte]

Dados dois vetores e , a projeção ortogonal de sobre , denotada por , é o vetor que é paralelo a tal que seja ortogonal a .

Seja um vetor não nulo. Então, a projeção ortogonal de um vetor em é dada por

Demonstração:

Sejam e . Como é paralelo a , então

. Assim,

Multiplicando-se escalarmente por , obtemos

é ortogonal a , então . Portanto

Substituindo na equação , obtemos

Exemplo:

Sejam e . Encontrar dois vetores e tais que , é paralelo a e é perpendicular a .

Produto Vetorial[editar | editar código-fonte]

Sejam e dois vetores no espaço, definimos o produto vetorial e , como sendo o vetor com as seguintes características.

  • A norma de é igual à área do paralelogramo determinado por e .

  • Tem direção perpendicular a e a
  • Tem o sentido dado pela regra da mão direita. Se o ângulo entre (dedo médio) e (dedo indicador) é , giramos o vetor de um ângulo até que coincida com e acompanhamos este movimento com os dedos da mão direita, então o polegar vai apontar no sentido de .
Regra da mão direita

Sejam , e vetores e um escalar. São válidas as seguintes propriedades:

e têm o mesmo comprimento e direção, porém, sentidos diferentes.

  • se, e somente se, ou

se, e somente se, um deles é vetor nulo ou , em que é o ângulo entre e , ou seja, e são paralelos.

  • e

Vetores unitários são vetores paralelos aos eixos coordenados, de norma igual a um.

Todo vetor pode ser escrito como uma soma de múltiplos escalares de , e (combinação linear), pois

.

Da definição do produto vetorial, obtêm-se as seguintes relações:

, ,

, ,

, ,

Sejam e vetores no espaço, então o produto vetorial é dado por

Demonstração:

e

(pois por definição )

Exemplo:

Sejam e

Produto Misto[editar | editar código-fonte]

O produto misto de , e é o produto .

Sejam , e . Então o produto misto

Exemplo:

O produto misto dos vetores , e é

Dados três vetores no espaço , e ,

é o volume do paralelepípedo determinado por , e .

(colocar imagem)

Exemplo:

Sejam , e .

------------Página Vetores--------------------

-------------Ângulos--------------

  1. a b c d e f g Ripoll, Cydara Cavedon (2011). Números Racionais, Reais e Complexos Ed. 2. [S.l.]: UFRGS. ISBN 9788538601289