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Regina Horta Duarte[editar | editar código-fonte]

Regina Horta Duarte é uma historiadora e professora brasileira, atualmente ligada à Universidade Federal de Minas Gerais, conhecida por seus trabalhos no campo da História Ambiental. Participou da fundação da Sociedade Latino Americana Y Caribeña de Historia Ambiental (SOLCHA), e foi eleita para a primeira Junta Diretiva, entidade à qual pertence como membro efetivo[1].

Vida[editar | editar código-fonte]

Regina cresceu na região leste de Belo Horizonte, com os barulhos dos estrondos da Serra do Curral pela mineração — uma experiência que ela considerou diligência. Demonstrou interesse por natureza urbana desde cedo. Trabalhou com anarquismo durante a graduação e, ficou fascinada por autores ligados à questões da natureza como Éliséee Reclus, Piotr Kropotkin, Tolstoy. Descobriu história ambiental devido ao trabalho com a colonização do Vale do Mucuri em Minas Gerais. Por volta de 2000, iniciou-se o trabalho em História Ambiental.

Trajetória Acadêmica[editar | editar código-fonte]

Graduou-se em História no ano de 1985 pela Universidade Federal de Minas Gerais. Defendeu mestrado mais voltado para uma história política, estudando o anarquismo no Brasil, com a publicação do livro A imagem rebelde (1991), ademais no doutorado dedicou-se às pesquisas de espetáculos de circo e teatro no Brasil na segunda metade do século XIX, tanto seu mestrado quanto doutorado obteve pela Universidade Estadual de Campinas (1988 e 1993, respectivamente).[2] Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil Império e República, história e natureza, e história da biologia na Primeira República. [3] Participou da fundação da Sociedade Latino Americana Y Caribeña de Historia Ambiental (SOLCHA) e no momento presente atua como professora titular na Universidade Federal de Minas Gerais.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Noites Circenses, 2a edição revista e ampliada. 2. ed. Belo Horizonte: Fino Traço, 2018. v. 1. 248p ISBN 978-8580543889
  • Activist Biology: The National Museum, Politics, and Nation Building in Brazil. 1. ed. Tucson: University of Arizona Press, 2016. v. 1. 264p. ISBN 978-0816532018
  • A Biologia Militante: o Museu Nacional, especialização científica, divulgação do conhecimento e práticas políticas no Brasil, 1926-1945. 1. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010. v. 1. 218p. ISBN 978-8570418609
  • Cidade Universitária: história e natureza. 1. ed. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2009. v. 1. 214p. ISBN 978-8570417800
  • Varia Historia, n. 39, Dossiê História Ambiental e Cultura da Natureza. 1. ed. Belo Horizonte: Segrac/PósGraduação em História UFMG, 2008. v. 1. 197p
  • História e cultura da Natureza. 1. ed. Diamantina: Maria Fumaça Editora, 2008. v. 1. 212p
  • Varia Historia, n. 33, Dossiê História Ambiental (feita) na América Latina. 33. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2005. v. 1.
  • História e natureza. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. 108p. ISBN 978-8575261590
  • Varia História, n. 26, Dossiê História e Natureza. 1. ed. Belo Horizonte: Departamento de História/UFMG, 2002. v. 1. 163p
  • Notícia sobre os selvagens do Mucuri. 1. ed. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2002. v. 1. 175p. ISBN 978-8570412904
  • Noites Circenses - espetáculos de circo e teatro em Minas Gerais no século XIX. 1. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1995. v. 1. 279p.
  • A Imagem Rebelde. 1. ed. Campinas: Pontes, 1991. v. 1. 133p. ISBN 978-8571130548

Projetos[editar | editar código-fonte]

  • Centro de Estudos Sobre os Animais (CEA), 2021 - Atual

Grupo de pesquisa da UFMG/CNPq acerca da história dos animais não humanos e suas relações com animais humanos.

  • Canal As Quatro Estações, 2013 - Atual

Programa no YouTube criado por Regina H. Duarte sobre História Ambiental, que oferece mais de cem podcasts originalmente feitos na Rádio Educativa UFMG. Os temas são diversos: história do ambientalismo, natureza e cidades, consumo, literatura, filmes, entre outros. Tudo guiado pela perspectiva da História Ambiental.

  • História dos Zoológicos na América Latina, 2017 - Atual

A pesquisa privilegia o estudo da fundação, organização e dinâmica dos primeiros zoológicos na América Latina, entre 1875 e 1939, em suas relações com a história ambiental, social e urbana das cidades que os abrigaram.

  • História e Natureza: história ambiental urbana, 2007 - 2016

Estudo e pesquisa de questões ambientais urbanas sob uma perspectiva histórica, considerando a relação entre os homens e natureza ao longo do tempo, problematizando os limites entre o natural e o artificial.

  • A Biologia Militante, 2000 - 2016

Pesquisa sobre a Biologia e sociedade no Brasil da primeira metade do século XX, integrada ao grupo de pesquisa "Coleção Brasiliana: leituras e escritos da nação", coordenado pela professora Eliana Dutra desde 2000, com várias publicações e orientações de temas correlatos.

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • 2020 - Festival Internacional de Cinema de Arquivo - Melhor filme Juri Popular para Cartografias não humanas, em co-autoria com Bruna Pessoa, Arquivo Nacional.
  • 2018 - Menção Honrosa, Prêmio Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC) Melhor Dissertação, para dissertação de Lucas Madsen da Silveira, orientada por Regina Horta Duarte e defendida na UFMG, Sociedade Brasileira de História da Ciência.
  • 2016 - Grande Prêmio UFMG de Teses 2015/Áreas de Humanas, Ciências Sociais Aplicadas e Lingüística, Letras e Artes: Orientação da tese de Natascha Stefania Carvalho de Ostos, Pro-Reitoria de Pós-Graduação da UFMG/ Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMG.
  • 2016 - Menção Honrosa Prêmio Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC) Melhor Dissertação, para dissertação de Aline de Castro Lemos, orientada por R.H. Duarte e defendida na UFMG, Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC).
  • 2013 - Visiting Resource Professor Grant for the 2012-2013 Academic Year, University of Texas at Austin, Teresa Losano Long Institute of Latin American Studies, TX, USA.
  • 2011 - Menção Honrosa conferida ao livro A Biologia Militante, Prêmio Thomas Skidmore, Brazilian Studies Association (Brasa)/ Arquivo Nacional, Brasil.
  • 2009 - Premio UFMG de Teses 2009: Orientação da Melhor Tese do Programa de Pós-Graduação em História UFMG, Pro-Reitoria de Pós-Graduação da UFMG/ Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMG.
  • 2007 - John D. Wirth Travel Grant - Annual Meeting in Baton Rouge, Lousiana, The American Society for Environmental History.
  • 2007 - Prêmio UFMG de Teses 2007: Orientação da Melhor Tese do Programa de Pós-Graduação em História, UFMG.
  • 1989 - Prêmio Literário Nacional conferido à obra A Imagem Rebelde, Gênero História, Ministério da Cultura, Fundação Nac. Pró-leitura e Instituto Nacional do Livro.

Principais Estudos[editar | editar código-fonte]

Entre suas muitas áreas de atuação como historiadora, Regina Horta Duarte é conhecida por suas produções no campo da História Ambiental. Merece destaque seu livro História & Natureza, de 2005, no qual a autora reflete sobre as relações entre ser humano e natureza ao longo do tempo e na historiografia, de maneira didática e sem reducionismos[4]. Duarte propõe pensar as dimensões que essa área de estudo pode abranger, colocando a História Ambiental como a História da humanidade e extrapolando o debate ligado apenas à Era do capitalismo.

O primeiro capítulo do livro é uma introdução sobre o surgimento do assunto “meio ambiente” no contemporâneo, e a contradição da sociedade ao escolher o tema como um dos principais, ao mesmo tempo em que uma nova era de consumo de bens cresce.

No segundo, a historiadora desmistifica as relações entre homem e natureza, pensados separadamente, através de reflexões sobre a ideia do ser humano como essencialmente predador e destruidor, ou do mito dos povos indígenas como seres em plena harmonia com o meio ambiente. Ela apresenta estudos sobre as concepções de natureza no imaginário ocidental, pensando também sobre essas construções na história do Brasil.

No terceiro e último capítulo, a historiadora apresenta uma reflexão sobre a existência de uma pluralidade de interações entre o meio ambiente e a sociedade, com diversos meios que se constituíram ao longo da história do homem tirar sua sobrevivência dali. Outras definições expostas é a noção de que a Terra não precisa de nós para sobreviver, e mais que tudo, compreender que “Natureza” são sentidos construídos por nós enquanto refletimos sobre a mesma. Essas ideias fazem parte de concepções culturais que se emaranham e transformam com o tempo. Ademais, destaca as abundantes ideias sobre a Natureza, por vezes considerada um Éden, apresentada como um bem comercial, turismo ecológico entre outros desdobramentos. Duarte expõe também sobre uma História Ambiental que se apresenta desde o período colonial do Brasil, construída por autores como Capistrano de Abreu, Caio Prado Júnior e Sergio Buarque de Holanda, indo além de uma ideia esquematizada da disciplina calcada por autores norte-americanos. Nesse sentido, a História Ambiental não seria uma preocupação tão nova entre os historiadores[5].

Referências Bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  1. Duarte, Regina (1 de novembro de 2023). «Regina Horta Duarte». Plataforma Lattes CNPq. Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  2. «Regina Horta Duarte». Solcha.org. Consultado em 1 de outubro de 2023 
  3. «Regina Horta». www.ufmg.br. Consultado em 2 de outubro de 2023 
  4. Carvalho, Ely (23 de setembro de 2010). «História & Natureza». Scielo. 25 (1). Consultado em 4 de dezembro de 2023 
  5. Duarte, Regina Horta (2007). História & Natureza. Belo Horizonte: Autêntica. ISBN 9788575261590