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The Beatles em 1964. Sentido horário de cima à esquerda:
John Lennon, Paul McCartney
Ringo Starr, George Harrison
Informação geral
Origem Liverpool, Inglaterra
Gênero(s) Rock and roll, Rock psicodélico, Rock Progressivo, Pop rock, Pop e vários outros.
Período em atividade 1957-1960; 1960-1970
Gravadora(s) Parlophone, Capitol, Apple, Vee-Jay, Polydor, Odeon, Swan e Tollie.
Integrantes John Lennon (guitarra)
Paul McCartney (baixo)
Ringo Starr (bateria)
George Harrison (guitarra)
Ex-integrantes Stu Sutcliffe (baixo)
Pete Best (bateria)
Página oficial http:www.beatles.com

The Beatles foi uma banda musical de pop rock de Liverpool, Inglaterra, com suas raízes no final da década de 1950 e formada na década de 60.[1][2] Constituído principalmente por John Lennon (guitarra e vocais), Paul McCartney (baixo e vocal), George Harrison (guitarra solo e vocal) e Ringo Starr (bateria e vocal), o grupo é reconhecido por ter liderado a "Invasão Britânica" nos Estados Unidos, no iníco dos anos 1960.[3]

Embora inicalmente o estilo musical do grupo tenha sido influenciado pelo rock and roll e pelo skiffle de 1950, a banda explorou durante a carreira gêneros que vão de rock melódico à rock psicodélico.[a]' Os "garotos de Liverpool", ou "Fab Four" – "quarteto fabuloso" –,[4] como eram chamados, obtiveram fama, popularidade e notoriedade até hoje inéditas para uma banda musical, e tornaram-se a banda de maior sucesso e de maior influência do século XX.[5][6] Suas vestimentas, os cortes de cabelo, e sua crescente consciência social influenciaram a forma de ser dos jovens daquela geração; por causa disso, criou-se o termo beatlemania.[7][8]Após a banda se separar em 1970, todos os quatro membros iniciaram uma carreira solo de sucesso.

Considerado o grupo musical mais bem-sucedido da história, sendo os seus membros aclamados por público e crítica, com mais de um 1,5 bilhão de álbuns vendidos em todo o mundo[9], e com vinte canções que atingiram o primeiro lugar nas paradas de sucesso apenas nos Estados Unidos da América[10], além de conseguirem ocupar em determinado momento os cinco primeiros lugares em meados de 1964[11]–números recordes até os dias atuais—os Beatles influenciaram e influenciam bandas do mundo todo. Pela inventiva criatividade e originalidade em suas canções, John Lennon e Paul McCartney criaram a mais celebrada e famosa dupla musical de todo o planeta.

Os Beatles incluíram em sua carreira feitos que influenciaram todas as gerações seguintes: foram os precursores da música indiana no pop/rock ocidental;[12] foram a primeira banda a fazer vídeos musicais de suas canções, e o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band foi o primeiro do mundo a conter um encarte com fotos e letras de suas canções.<ref>[http://paginas.terra.com.br/arte/letitbe/ Sítio sobre a banda]</ref> Em 2003, a Rolling Stone americana classificou-o como o melhor álbum de todos os tempos [13] e, em 2004, incluiu os Beatles em primeiro lugar na Lista dos 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos.[14] De acordo com essa mesma revista, a música inovadora e o impacto cultural dos Beatles ajudaram a definir a década de 1960, e sua influência cultural e pop ainda continua viva e intensa nos dias de hoje.

Membros[editar | editar código-fonte]

Quinto Beatle[editar | editar código-fonte]

"Quinto Beatle" é um termo informal usado pelos fãs da banda e por vários comentaristas da imprensa ou de entretenimento, relacionado a pessoas que tiveram uma forte associação com o "quarteto de Liverpool", com exceção de Lennon, McCartney, Harrison e Starr. Foi e ainda é atribuído a:

  • Stuart Sutcliffe, pelo seu papel no início do grupo como baixista;
  • Pete Best, baterista do grupo de 1960 a 1962; substituído por Ringo Starr;
  • Neil Aspinall, gerente dos Beatles de sua criação até 1963 e, em seguida, seu assistente pessoal. Foi ao leme da empresa Apple Corps de quase 40 anos antes de aposentar em fevereiro de 2007, um ano antes da sua morte em março de 2008;
  • Klaus Voormann, artista, amigo dos Beatles e designer das capas do "Revolver" e do "The Beatles Anthology";
  • Brian Epstein, descobridor do grupo e, em seguida, empresário dos Beatles até a sua morte em 1967;
  • George Martin, patrono da gravadora Parlophone, uma divisão da IME, que contrata os Beatles em 1962. Neste ano em diante, ele produziu quase todos os álbuns do grupo, e escreveu a maior parte dos acordos e instrumentação com os Beatles, tocando teclados com freqüência. Ele continua, até hoje, produzindo álbuns póstumos, como a série "The Beatles Anthology" e a compilação "Love";
  • Jimmy Nicol, baterista que substituiu Ringo Starr quando ficou doente, para uma dezena de concertos durante a turnê australiana dos Beatles em junho de 1964;
  • Derek Taylor, assessor de imprensa e confidente dos Beatles. George Harrison disse em 1988: "Só haviam dois 'quinto beatle': Neil Aspinall, e Derek Taylor";
  • Billy Preston, tecladista que participou da gravação do álbum "Let It Be", e também em algumas faixas de "Abbey Road" (1969).

História[editar | editar código-fonte]

1957-60: Formação[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: The Quarrymen

Em Março de 1957, empolgado com o skiffle que Lonnie Donegan popularizou com seus sons improvisados, John Lennon criou uma banda composta por colegas da escola Quarry Bank School—que incluía seu melhor amigo na época, Pete Shotton—primeiramente chamada de The Black Jacks, mas logo definida como The Quarrymen (em homenagem à escola).[15] Inicalmente, sem contar os dois, a banda era composta por Eric Griffths (violão), Bill Smith (baixo improvisado) e Rod Davis (banjo). Em 6 de julho de 1957, Paul McCartney havia assistido uma apresentação da banda em uma festa na Igreja St. Peter e Ivan Vaughan, amigo de John Lennon e colega de classe de Paul, apresentou-lhe a Lennon; Paul foi convidado a ingressar na banda e, no mesmo ano, apresentou a Lennon a composição "I've Lost My Little Girl".[15] Em 6 de fevereiro de 1958, o jovem guitarrista George Harrison juntou-se à banda[16], apresentado por Paul que o teria conhecido por acaso num ônibus.[17] Apesar da relutância inical de Lennon pelo fato de Harrison ser três anos mais novo que ele (na época, com quinze anos)[17], McCartney insistiu depois de uma demonstração de George e este terminou ingressando no grupo. Lennon e McCartney desempenharam a guitarra rítmica durante esse período e, após o baterista oficial do Quarryman Colin Hanton deixar a banda em 1959, depois de uma discussão com os outros membros, teve um alto negócio de bateristas. Stuart Sutcliffe, colega de Lennon numa escola de arte de Liverpool, aderiu ao baixo em Janeiro de 1960, à pedido do amigo.[15]

Como Paul e George estudavam no Instituto de Liverpool, não seria mais apropriado chamar a banda por Quarryman e, então, o grupo passou por uma progressão de nomes, incluindo "Johnny and The Moondogs"[b]' e "Long John and The Beatles"[c]'. Sutcliffe sugeriu o nome "The Beetles" como homenagem à Buddy Holly e The Crickets[d]'. Após uma turnê com Johnny Gentle na Escócia, a banda mudou seu nome para "The Beatles". A primeira esposa de John, Cynthia Lennon, argumenta que o título "The Beatles" veio à John no Renshaw Hall bar, depois dele beber cerveja.[18] Lennon, que era conhecido por dar diversas versões da história, ironizou num artigo da revista Mersey Beat de 1971 que teve uma visão onde "um homem, numa torta flamejante, disse: 'Vocês são Beatles com A'."[19] Durante uma entrevista em 2001, McCartney atribuiu a si o nome definitivo da banda, afirmando que "John tivera a idéia de nos chamar de 'The Beetles'; eu disse: 'por que não Beatles?; você sabe, como a batida do tambor'."[e]'[20]

Em Maio de 1960, o então Silver Beetles[f]' realizou uma turnê para o norte da Escócia, com o cantor Johnny Gentle, a quem a banda havia conhecido uma hora antes de sua primeira apresentação.[21] McCartney refere-se à viagem como uma grande experiência para a banda.[22] Naquela época os Beatles não tinham um baterista fixo, assim, profissionais desse gênero tocavam para eles apenas em determinadas ocasiões.

1960-62: Hamburgo, o Cavern Club e Brian Epstein[editar | editar código-fonte]

O Indra Club nos dias atuais, onde os Beatles tocaram na primeira visita em Hamburgo, Alemanha. Clique na imagem para ampliar.

Encontrando-se sem um baterista antes de seu próximo compromisso, em Hamburgo, Alemanha, o grupo convidou Pete Best para assumir a posição em 12 de agosto de 1960. Best tinha até então tocado com o grupo The Blackjacks no The Casbah Coffee Club—uma adega em Derby, Liverpool, onde os Beatles tocavam e visitavam algumas vezes—que pertencia à sua mãe Mona Best.[23] Quatro dias após a entrada de Best, o grupo partiu para Hamburgo; lá, eram obrigados a se apresentarem seis ou sete horas por noite durante sete dias por semena e provavelmente estimulavam-se com bebidas e drogas.[24] O repertório era de covers de rock'n'roll dos anos 50, basicamente americanos. Em 21 de novembro de 1960, Harrison foi deportado por ter mentido às autoridades alemãs sobre sua idade.[24] Após um incêndio acidental—envolvendo Paul e Pete—no quarto onde dormiam, a polícia os prendeu e os deportou em dezembro.[24] John retornou para Liverpool com eles em meados de dezembro, sem dinheiro e triste.[24] O grupo reuniu-se para uma performance em 17 de dezembro de 1960 no Casbah Club, com Chas Newby, músico que substituía Sutcliffe.[25] Ele havia ficado em Hamburgo, com sua nova paixão–Astrid Kirchherr–que conheceu por lá; embora Sutcliffe tenha voltado a Liverpool no ano seguinte, em fevereiro, para visitar amigos e a família, retornou novamente para o território alemão duas semanas depois.[24] Astrid mudou o corte de cabelo de Stuart e logo John, Paul e George adotaram penteados semelhantes, o que mais tarde se tornaria uma marca registrada da banda.[26]

Os Beatles retornaram à Hamburgo em abril de 1961, com performances no "Top Ten Club". Enquanto tocavam nesse local, foram recrutados pelo músico Tony Sheridan à agirem como sua banda de apoio em suas apresentações na Alemanha e numa série de gravações para a Polydor Records Alemã, produzidas pelo famoso Bert Kaempfert.[27] Paul afirmou posteriormente que o grupo chamava Sheridan de "o professor"; foram as primeiras gravações dos Beatles. [27] Mais tarde, Tony foi premiado com o Disco de Ouro pela vendagem acima de 1.000.000 de cópias do LP Tony Sheridan and The Beatles.[27] Quando o grupo retornou à Liverpool, Sutcliffe permaneceu em Hamburgo, mais uma vez, com Kirchherr. MacCartney assumiu as funções de baixista.[24] [28]

The Cavern Club, Liverpool, Inglaterra, em 2008: local onde os Beatles fizeram cerca de 292 apresentações e onde começaram a definir sua carreira. Clique na imagem para ampliar.

Retornando à Liverpool, o grupo realizou sua primeira aparição no famoso The Cavern Club, numa terça-feira de 21 de fevereiro de 1961.[29] A banda se apresentou 292 vezes no Cavern Club entre 1961 e 1963.[30] Em 9 de novembro de 1961, Brian Epstein, dono da loja de música North End Music Store (NEMS) na Great Charlotte Street, viu o grupo pela primeira vez no clube.

Em uma reunião com os Beatles na NEMS, em 10 de dezembro de 1961, Epstein propôs a idéia de gestão da banda.[31] Os Beatles assinaram um contrato de cinco anos com Epstein em 24 de janeiro de 1962 e ele tornou-se empresário oficial deles.[32] Com Brian Epstein como empresário do grupo, o primeiro passo foi mudar a imagem dos integrantes, substituindo as roupas de couro por algo mais formal.[33] Epstein conduziu a procura dos Beatles na Inglaterra em encontrar um contrato de gravação. Ele era gerente do depertamento de gravações da NEMS, ramo que seu avô deixou de herança, uma loja de instrumentos musicais, discos de música, entre outras coisas. Nessa época, ele apostou no status da NEMS como uma importante distribuidora para obter acesso à empresas de gravações e à produtores executivos. O executivo Dick Rowe da agora famosa troca Decca Records A&R respondeu-lhe na época que "bandas com guitarras estão fora de moda, Mr. Epstein".[34][35]

Enquanto Epstein negociava com a Decca, ele também abordou o executivo de marketing Ron White, da EMI.[36] White, que não desempenhava funções de produtor musical na gravadora, por sua vez contatou os produtores Norrie Paramor, Walter Ridley e Norman Newell (todos da EMI) e todos os três negaram produzirem gravações dos Beatles. Contudo, White não havia abordado o quarto produtor da EMI, e também administrador—George Martin—que estava de férias na época.[37] Os Beatles voltaram à Hamburgo a partir de 13 de abril à 31 de maio de 1962, onde fizeram uma aparesentação de abertura no The Star Club.[38] Após a chegada, foram informados que Stuart Sutcliffe estava morto devido uma hemorragia cerebral.[39]

1962: Contrato de gravação e Ringo Starr[editar | editar código-fonte]

Entrada do prédio do estúdio de gravações Abbey Road Studios em 2007: local onde os Beatles gravaram durante toda sua carreira e onde mostraram pela primeira vez à George Martin o que sabiam fazer. Clique na imagem para ampliar.

Depois de não conseguir impressionar a Decca Records, Epstein foi para a loja HMV na Rua Oxford, em Londres, e transformou os teipes que havia utilizado na Decca em um disco. Epstein conseguiu encontrar com George Martin da Parlophone (subsidiária da EMI) e levou o material. A banda assinou um contrato de um ano renovável com a EMI.[40] A primeira sessão de gravação dos Beatles na EMI com Martin foi marcada no dia 6 de junho de 1962, no famoso Abbey Road Studios, no norte de Londres.[41] Musicalmente, George Martin não se impressinou com os Beatles, mas a personalidade dos integrantes lhe agradou.[42] George Martin concluiu que a banda tinha um talento cru e muito humor, e que poderiam melhorar musicalmente.[43]

Martin resolveu contratá-los, mas teve um problema com Pete Best, considerando-o, na época, "fraco".[33] Martin sugeriu à Epstein, particulamente, que utilizassem outro baterista nos estúdios em vez dele. Assim, a conclusão foi que Martin contrataria um baterista para as gravações, enquanto Brian poderia usar Pete Best nas apresentações.[33] Isso ocorreu, principalmente, pelo fato de que os fãs dos Beatles na época não poderiam suportar vê-los sem Best.[33][44] Os três membros-fundadores da banda–George, Paul e John–pediram à Brian que ele demitisse Pete Best, e ele foi demitido.[45] No dia 16 de agosto de 1962, Pete chega ao escritório de Brian, e esse lhe diz: "George [Martin] não quer você no grupo", o que deixa Neil Aspinall–motorista nas excursões da banda–furioso.[33] A partir disso, o grupo começou a cogitar alguns nomes para assumir a função de baterista. Entre esses nomes, estavam o de Johnny Hutchinson, que recusou por ser amigo de Pete.[33] A grande esperança deles foi convidar Richard Starkey– conhecido como Ringo Starr–que já era baterista da famosa Rory Storm and the Hurricanes, e que também já havia tocado com os Beatles em algumas apresentações de Hamburgo.[46] Em 19 de agosto, três dias após a demissão de Pete, Ringo, definitivamente como baterista, tocou com os Beatles no Cavern; a apresentação gerou confusão, pois o público repudiou a nova formação, e chegaram a gritar "Pete para sempre, Ringo nunca!", e "queremos o Pete!"; Harrison teria sido agredido nessa apresentação.[33]

O Abbey Road Studios lateralmente, focando o estacionamento, em 2007: com o "Please Please Me", lançado em 22 de março de 1963 e gravado entre 11 de setembro de 1962 à 11 de fevereiro de 1963, a banda gravou profissionalmente pela primeira vez neste prédio.

A primeira gravação dos Beatles com Lennon, McCartney, Harrison e Starr juntos aconteceu em 15 de outubro de 1960, na demonstração de uma série de gravações registradas particulamente em Hamburgo, onde atuaram simultaneamente como grupo de apoio da cantora Lu Walter.[47] Starr tocou com os Beatles em sua segunda sessão de gravação na EMI, em 4 de setembro de 1962, e Martin "alugou" o baterista Andy White–que já havia tocado com Bill Halley em 1957, apresentação que Paul assistiu em Liverpool[48]–para tocar na próxima sessão, no dia 11 de setembro.[49] A única performance realizada por White foi nas músicas Love Me Do e P.S. I Love You, incluídas no primeiro álbum da banda.[48] Nessa sessão, produzida por Ron Richards, Ringo tocou pandeiro ou outro instrumento de percussão quando a função de baterista era desenvolvida por Andy.[48]

A primeira sessão dos Beatles na EMI de Londres, em 6 de junho de 1962, não rendeu nenhuma gravação digna de release, mas as sessões de setembro produziram o hit "Love Me Do", compacto que, certo tempo depois do mesmo ano, alcançou o primeiro lugar na lista dos 20 melhores da revista Mersey Beat (em 18 de outubro) e entrou na lista dos 20 compactos mais vendidos da revista Billboard (em 1 de dezembro).[50]

1962–63: Fama no Reino Unido[editar | editar código-fonte]

Em 26 de novembro de 1962, a banda gravou seu segundo som, Please Please Me (não confundir com o álbum homônimo), que atingiu o primeiro lugar na Inglaterra no início de 1963. Com o lançamento da canção Love Me Do em outubro de 1962, os Beatles apareceram pela primeira vez na televisão, no programa People and Places, transmitida ao vivo em Manchester, na TV Granada, em 17 de outubro de 1962.[51][52] A crescente histeria que a banda começou a criar nesta época, principalmente em jovens do sexo feminino, ficou conhecida como "Beatlemania".

Em 4 de novembro de 1963, os Beatles apresentaram-se no Royal Variety Performance, em Londres, na presença da Família Real e, consequentemente, da Vossa Majestade Isabel II do Reino Unido.[26] Nessa apresentação, John teria dito: "Para a próxima música vamos pedir ajuda da platéia. As pessoas que estão nos lugares baratos, aplaudam. O resto pode chacoalhar as jóias."[26] Mais tarde, gravaram seu segundo álbum, With the Beatles, que acabou com a hegemonia de trinta semanas de Please Please Me no primeiro lugar das paradas britânicas.[26]

A banda também começou a ser notada por críticos musicais sérios. Em 23 de dezembro de 1963, o crítico musical William Mann, do The Times, publicou uma resenha descrevendo algumas teorias musicais a respeito de canções como Till There Was You e I Want to Hold Your Hand.[53] A respeito do albúm "With the Beatles", Mann, em 27 de dezembro de 1963 , destacou a estrutura harmônica da canção Not a Second Time, como sendo "também típica nas canções de andamento mais rápido dos Beatles, e ficamos com a impressão que pensam simultaneamente em harmonia e melodia, tal a firmeza com que as sétimas e nonas maiores e sobredominantes estão incorporadas nas canções, tal a naturalidade da cadência eóliano no fim de Not a Second Time (a sequência que conclui a Das Lied von der Erde, de Gustav Mahler".[54] Contudo, os Beatles não tinham conhecimento profundo de teoria musical na época e a resenha de Mann tranformou-se em parte do mito da banda, principalmente pelo termo "cadências eólicas" que Lennon, em 1980, comentou: "até hoje não sei o que elas são. Parecem aves exóticas."[54]

1963–64: Sucesso americano[editar | editar código-fonte]

Embora a banda experimentasse uma popularidade enorme nos rankings britânicos no início de 1963, a gravadora norte-americana Capitol Records, subsidiária da EMI (em que o grupo estava contratado), negou produzir os singles Please Please Me e From Me to You, primeiro sucesso do grupo que alcançou primeiro lugar no Reino Unido.[55] Se a produção acontecesse de primeiro momento, o grupo inglês arriscaria, na mesma época, sucesso nos EUA. A Vee-Jay Records, uma pequena gravadora de Chicago, Estados Unidos, lançou esses singles como parte de um negócio para os direitos de outro intérprete. Art Roberts, diretor musical da estação de rádio World's Largest Store (WLS) de Chicago, incluiu "Please Please Me" na rádio em Fevereiro de 1963, provavelmente a primeira vez que foi ouvida uma canção dos Beatles no território americano, embora isso seja discutido; os direitos do Vee-Jay aos Beatles foram cancelados mais tarde por não-pagamento de royalty.[56][57]


Em Agosto de 1963, a Swan Records realizou She Loves You, que igualmente não recebeu airplay – termo técnico inglês usado na indústria de rádio para indicar com que freqüência determinada canção está sendo apresentada numa estação de rádio. Em 3 de janeiro de 1964, Jack Paar mostrou em seu programa uma performance de She Loves You, gravada ao vivo na Inglaterra: foi a primeira aparição dos Beatles na televisão americana.[58] Embora tivessem feito sucesso rapidamente na Inglaterra e sido igualmente bem sucedidos em alguns países europeus, os Beatles ainda não tinham conquistado o mercado norte-americano. Pensando em conquistar os Estados Unidos, Brian Epstein, no começo de Novembro de 1963, procurou o presidente da gravadora Capitol Records para lançar um single com a canção "I Want To Hold Your Hand", e conseguiu firmar um contrato com um popular apresentador de televisão americano, Ed Sullivan, para que os Beatles fossem até lá se apresentarem em seu programa. Antes da Capitol, como já foi citado, algumas gravadoras já haviam lançado discos dos Beatles naquele país, como a Vee-Jay e a Swan, mas nenhum sucesso tinha sido obtido. Embora não houvesse grandes expectativas pela Capitol em relação aos Beatles, a CBS (canal de televisão americano) apresentou um documentário de 5 minutos sobre o fenômeno da beatlemania na Inglaterra, no programa CBS Evening News. A primeira demonstração desse pequeno documentário seria mostrada de manhã no CBS Morning News em 22 de novembro e uma reprise passaria na tarde do mesmo dia no CBS Evening News, mas a transmissão foi cancelada por conta do assassinato de John F. Kennedy naquele dia.

Diversas estações de rádio nova-iorquinas já começavam a tocar "I Want to Hold Your Hand" na sua programação. A resposta positiva para a gravação que havia começado em Washington duplicou em Nova Iorque e rapidamente se espalhou à outros mercados. A gravação vendeu um milhão de cópias em apenas dez dias, e a revista Cashbox certificou-a em número um. Era o momento dos Beatles irem aos Estados Unidos.

No começo de 1964, a Capitol decidiu fazer valer a pena os direitos que detinha do grupo nos Estados Unidos para coincidir com a primeira excursão da banda à América. Brian Epstein foi um dos grandes responsáveis pela data marcante. Indo à Nova Iorque, elaborou com a Capitol uma mídia enorme: foram colocados 6 milhões de cartazes pelas ruas dos EUA com mensagens do tipo "Os Beatles Vem Aí"; todos os discotecários das rádios receberam discos dos Beatles; e foram distribuídos 1 milhão de jornais com 4 páginas contando a carreira do grupo.[26] Essa elaboração de expectativa de que um grande grupo estaria vindo em direção foi a mais importante viagem na carreira dos quatro integrantes, como veremos a seguir.

1964-66: A Beatlemania atravessa o Atlântico[editar | editar código-fonte]

Em 7 de fevereiro de 1964, uma multidão de quatro mil fãs ingleses no Aeroporto Heathrow acenou para os "garotos de Liverpool", que partiam pela primeira vez aos Estados Unidos como um grupo.[59] Estavam acompanhados por fotógrafos, jornalistas (incluindo Maureen Cleave, que realizou entrevistas com diversas personalidades famosas), e pelo produtor musical Phil Spector, que se tinha registrado no mesmo vôo.[60] Quando o vôo 101 da PanAm tocou o solo do recém-nomeado Aeroporto JFK em Nova York, à 13:20 da tarde do dia 7 de fevereiro de 1964, uma grande multidão de pessoas se aglomeraram no local.[61] Os Beatles foram saudados por cerca de 3.000 pessoas (estima-se que o aeroporto nunca tenha experimentado tal número).[62] Após uma coletiva de imprensa, os Beatles partiram em limusines para a Cidade de Nova Yorque. No caminho, McCartney ouviu o seguinte comentário corrente numa rádio local: "Eles [The Beatles] acabaram de deixar o aeroporto e estão próximos de Nova Iorque..."[63] Quando alcançaram o Plaza Hotel, foram recepcionados por diversos fãs–a maioria garotas–e repórteres. Harrison teve uma febre de 102 °F (39 °C) no dia seguinte e ficou condenado à repousar, de modo que Neil Aspinall o substituiu no primeiro ensaio da banda para a aparição deles no The Ed Sullivan Show.[64] A persuasão de Epstein havia dado certo.[g]'

Os Beatles quando chegaram no Aeroporto JFK, na Cidade de Nova Iorque, em 7 de fevereiro de 1964: essa primeira visita dos Beatles aos Estados Unidos é um dos momentos fundamentais da história da banda e, mais amplamente, do rock mundial.[61] Clique na imagem para ampliar.

Os Beatles fizeram sua primeira aparição ao vivo na televisão americana no The Ed Sullivan Show, em 9 de fevereiro de 1964.[65][h]' Aproximadamente 74 milhões de telespectadores – cerca da metade da população americana – assistiu o grupo tocar no programa.[66][67] Na manhã seguinte, muitos jornais escreveram que The Beatles não era nada mais do que uma "moda passageira",[i]' e que não levariam sua música por todo o Atlântico.[68] Em 11 de fevereiro de 1964, fizeram seu primeiro show ao vivo nos Estados Unidos, no Washington Coliseum, em Washington, D.C.. Se a apresentação no London Palladium é considerada como o início da histeria em torno dos Beatles na Inglaterra, nos Estados Unidos esta beatlemania tomou porporções ainda maiores desde a primeira ida do conjunto em terras norte-americanas.

Acredita-se que essa primeira visita dos Beatles aos Estados Unidos é um dos momentos fundamentais da história da banda e, mais amplamente, do rock mundial.[61] A importância dessa visita é analisada por diversos ângulos através de muitos fatores, como, por exemplo, o fato de que, desde a década de 60, os Estados Unidos já eram o maior mercado consumidor de discos do mundo; para Epstein e para o grupo, seria um prestígio começar a ser conhecido e bem vendido por lá, como era e ainda é natural nos dias de hoje.[69] O sucesso de diversas bandas inglesas e européias – U2, Oasis, Cranberries – é tido como resultado em grande parte devido à carreira dos Beatles e, particulamente, à sua estadia nos EUA.[61]

Bonecos de cera dos Beatles numa exposição em Londres, Inglaterra, de bonecos de cera de pessoas influentes do Reino Unido. Paul McCartney, Ringo Starr, John Lennon e George Harrison (esq. para direita). Note atrás dos bonecos fotografias de típicas fãs dos Beatles no auge da beatlemania. Clique na imagem para ampliar.

Depois do sucesso de 1964, as gravadoras Vee-Jay e Swan aproveitaram os direitos que detinham das primeiras gravações do grupo e decidiram reeditá-las; todas as canções atingiram o top dez desta vez (a MGM e a Atco também garantiram os direitos das primeiras gravações dos Beatles com o já citado Tony Sheridan e também tiveram hits menores, como My Bonnie Lies over the Ocean e Ain't She Sweet, esta última com a voz de Lennon). Além de "Introducing... The Beatles", primeiro LP da banda no mercado americano,[j]' [70] a Vee-Jay também editou, em 1 de outubro de 64, o The Beatles Versus The Four Seasons, um relançamento duplo do Introducing... The Beatles com outra capa, sendo que o lado-B continha canções do grupo americano The Four Seasons.[70] Através da sofreguidão da Vee-Jay em faturar em cima da recém iniciada beatlemania na América, lançou-se outros discos, como o Songs, pictures and stories of the fabulous Beatles, que foi lançado duas semanas após o disco duplo com The Four Seasons, e que nada mais era do que o quarto reingresso de Introducing The Beatles no mercado americano. I Saw Her Standing There foi editada como o lado-B do disco da América "I Want to Hold Your Hand", e também foi incluída no albúm "Meet The Beatles", da Capitol. Os tracks She Loves You e I'll Get You da Swan foram editados em 10 de abril de 64, no LP "The Beatles' Second Album", da Capitol. O Second Album vendeu 250 mil cópias no primeiro dia de lançamento nos EUA.[70] A Swan também editou uma versão alemã da "febre" She Loves You, chamada Sie Liebt Dich e que está presente em stereo no albúm "Rarities", da Capitol.

Em meados de 1964 a banda, em todo seu auge, iniciou suas primeiras aparições fora da Europa e da América do Norte, viajando para a Austrália, Escandinávia e Holanda; Ringo foi vítima de uma faringite e, hospitalizado, não pôde partir para o primeiro destino deles, o território australiano. Starr foi substituído temporariamente pelo baterista Jimmy Nicol,[71] à convite de George Martin que, inclusive, estava lucrando juntamente com a banda desde o primeiro momento em que assinaram contrato na distante Liverpool. A estranha reação do público diante de uma figura diferente assumindo a bateria durou pouco, pois Ringo regressou com o tempo e eles partiram para a Nova Zelândia em 21 de junho de 1964.[72] Antes da volta do baterista, em Adelaide, Austrália Meridional, os Beatles foram recepcionados por cerca de 300.000 pessoas no Adelaide Town Hall (isso evidencia o estrondo que a banda já vinha fazendo por diversos países).[73]

Em 6 de junho de 1964, o filme que se tornaria um clássico cult, sendo considerado por alguns como o grande precursor da idéia dos videoclipes[58][74]A Hard Day's Night (Os Reis do Iê, Iê, Iê no Brasil) – foi realizado no Reino Unido, sendo o primeiro a estrelar a banda. Dirigido por Richard Lester, o filme é sobre os quatro membros que tentam, em território londrino, tocar em um programa de televisão. Lançado no auge da beatlemania, inclusive focando-a na maior parte das cenas, embora sem transformá-las em um documentário, o filme foi bem recebido pela crítica e continua a ser um dos mais influentes no que se diz respeito à música.[75][76] Em paralelo, o albúm A Hard Day's Night, lançado no mesmo ano, foi o primeiro do grupo a trazer só composições de Lennon/McCartney e serviu como trilha sonora para o filme. Em novembro, lançaram o single I Feel Fine e no mês seguinte o grupo lançou seu quarto albúm: "Beatles for Sale".


Em Junho de 1965, Vossa Majestade Isabel II do Reino Unido condecorou os Beatles como Membros da Ordem do Império Britânico.[77][78] O grupo foi nomeado pelo Primeiro-Ministro Harold Wilson, que também havia sido Deputado em Huyton, Liverpool.[79] A nomeação estimulou alguns conservadores do MBE – primeiramente militares veteranos e líderes cívicos – à devolverem suas próprias insignas como protesto.[80] Em Julho do mesmo ano, o segundo filme estrelando os Beatles, Help!, foi realizado. O filme acompanhou o lançamento do albúm "Help!", que serviu como trilha sonora para ele. Em 15 de agosto de 1965, os Beatles realizaram o primeiro concerto da história do Rock and Roll num estádio aberto, ao se apresentarem no estádio de beisebol Shea Stadium, Nova Iorque, para uma multidão formada por 55.600 pessoas.[81] O evento obteve uma grande notoriedade e contou com os requintes de mídia disponíveis à época e a disposição de Epstein era fazer um evento grandioso, digno de filmagens e especiais de TV nos EUA e Inglaterra.[82] Chamados ao palco pelo já conhecido Ed Sullivan, o quarteto ampliou ainda mais seu sucesso nacional e internacional e o evento é tido como percursor: Cláudio Teran, articulista da internet sobre os Beatles, diz o seguinte num texto sobre a data: "Sempre que um garoto for a um estádio de futebol, ou basebol para assistir ao show de uma grande banda de Rock and Roll, precisará saber que aquilo um dia começou com a ousadia dos Beatles em encarar um desafio que modificaria para sempre até o padrão técnico de sonorização de grandes ambientes pelo mundo afora."[83] Quanto à ousadia e técnica de sonorização, Teran quer dizer sobre o fato de que os conjuntos de equipamentos que seriam necessários para o concerto acontecer e para a mídia filmar eram muito pesados e exigiriam grande esforço. [82] Além disso, o sistema de iluminação, assim como o de áudio, favorecia menos facilidade do que os de hoje em dia; no entanto, as imagens que se tem registradas foram bem realizadas.[82]

O sexto albúm da banda, "Rubber Soul", realizado no começo de dezembro de 1965, foi recepcionado como um grande salto do grupo para a complexidade e maturidade em sua estrutura musical,[84] por conter em suas canções letras e melodias mais elaboradas.[85] O lançamento dos singles Day Tripper e We Can Work It Out juntamente com o sexto albúm repetiram o sucesso grandioso que o grupo mantinha desde 1963: foram aos primeiros lugares nos rankings britânicos e americanos; segundo estimativas, venderam cinco milhões do álbum e quatro milhões do compacto.[85]

1966: Chicotadas e controvérsia[editar | editar código-fonte]

O ano de 1966 é visto como a data em que a banda determinou o que seria até seu final, em 1970.[85] Nessa época, o mundo já não era mais o mesmo e o grande responsável por essa mudança foram os Beatles. Entre os acontecimentos mais destacados, estão a recepção dos anglicanos frente ao Papa em Roma, a liderança de Martin Luther King na marcha pelos direitos civis nos Estados Unidos, e o bombardeio da Força Aérea Americana em Hanói, capital do Vietnam do Norte.[85] Pelo outro lado do planeta, a ciência se desenvolvia na chegada da espaçonava soviética à Vênus (primeira nave terrestre a pousar noutro planeta) e, na China, a proclamação da "Revolução Cultural", que promoveu expurgos e perseguiu intelectuais.[85] Há quarenta anos, essa agitação pelo mundo não se apresentou de forma menor nos quatro membros dos Beatles: Lennon, McCartney, Harrison e Starr.

a. Férias, casamento e prêmios: Nos três primeiros meses de 1966 a banda tirou férias, após desistirem da idéia de lançar um novo filme em cima de A Talent For Loving, cujo roteiro seria de Richard Condon.[85] Nesses meses, tiveram encontros em festas com os músicos Mick Jagger e Brian Jones dos Rolling Stones, e compareceram na estréia do filme Alfie, cuja estrela era Jane Asher, namorada, na época, de Paul.[85] John e Ringo não compareceram ao casamento de George em 21 de janeiro porque viajavam para fins de semana no Caribe e na Suíça; George e a modelo Patricia Anne Boyd embarcaram para uma lua de mel em Barbados, nas Bahamas.[85] Enquanto isso, os Beatles obtiveram naquele ano dez indicações ao Grammy e, embora existissem restrições do regime político na Polônia, as músicas da banda começavam a ingressar intensamente nas rádios deste país.[85]

b. Entrevista com Cleave, e a "Capa do Açougue": Em março, os Beatles foram convidados à uma entrevista com a jornalista Maureen Cleave, do jornal britânico "London Evening Standart". Nesta entrevista, John declarou com tom crítico a seguinte frase: "O cristianismo vai acabar. Vai se dissipar e depois sucumbir. Nem preciso discutir isso. Estou certo, e o tempo vai provar. Atualmente somos mais populares que Jesus Cristo".[85] A declaração não causou nenhuma polêmica na Inglaterra. Depois, a banda posou para uma sessão com o fotógrafo Bob Whitaker, que produziu fotos com matizes surrealistas. Uma dessas fotografias foi utilizada na capa do próximo álbum "Yesterday and Today", que ficou cinco semanas em primeiro lugar vendendo um milhão e meio de discos[85] e só editado nos EUA, onde o quarteto está vestido com jalecos brancos e segura bonecas despedaçadas junto a pedaços de carne.[k]' O disco, referido frequentemente como "a capa do açougue" gerou polêmica nos Estados Unidos: algumas pessoas atribuíram à foto uma mensagem cifrada ou algo contra a Guerra do Vietnam, outros acharam que era uma crítica ao desmembramento dos álbuns originais dos Beatles na América.[85] A Capitol recolheu os discos e substituiu as 750 mil capas prensadas.

Após estes problemas com a "capa do açougue", o grupo iniciu sua turnê mundial de 1966 por cinco países, entre eles Alemanha, Japão, Filipinas, Estados Unidos e Canadá.[l]'

c. Humilhação nas Filipinas e prêmios na Inglaterra: Embora as Filipinas estivessem sob a ditadura de Ferdinando Marcos, na capital Manilha os Beatles foram recepcionados por 50 mil fãs que se aglomeraram no aeroporto. A polícia filipina os separaram de Epstein e apreendeu sua bagagem, que continua maconha: isto provocou problemas com as autoridades locais.[85] Epstein obteve controle e, no dia seguinte, deram dois concertos no estádio superlotado Rizal Memorial Football Stadium. Após as apresentações, a primeira-dama Imelda Marcos organizou uma recepção no Palácio presendical para 300 filhos de oficiais da alta patente do exército daquele país e gostaria de apresentálos ao grupo.[86] O não comparecimento à recepção promoveu consequência inesquecíveis. No dia seguinte, jornais filipinos traziam manchetes com expressões do tipo "Imelda plantada" (The Manila Times), destacando que os Beatles haviam esnobado a primeira-dama.[87] Por causa desses acontecimentos, Epstein tentou esclarecer o mal-entendido numa coletiva, mas a transmissão sofreu interrupções técnicas. Starr lembraria anos mais tarde que o tratamento dos empregados no hotel tornaram-se mais frios depois do ocorrido e que havia ameaças de bombardeios onde os Beatles estavam hospedados.[87] O grupo foi abordado pelo responsável do Escritório de Rendas Internas que disse que os Beatles não deixariam o país até pagarem os impostos que não haviam dado desde a chegada; Epstein pagou US$ 18 mil.[87] Os quatro membros fizeram à pé a caminhada até o avião e aproximadamente 300 pessoas aguardavam a banda no aeroporto; na despedida, foram cuspidos, empurrados e agredidos; a renda que conseguiram nos dois concertos foi confiscada; após 40 minutos de confusão, decolaram.[88]

De volta à Inglaterra, eufórica pela conquista da Copa do Mundo de Futebol de 1966, o grupo presenciou boas notícias, como os três troféus Ivor Novello – premiação máxima da música inglesa – que receberam por "We Can Work It Out" e "Help!" como primeiro e segundo compacto mais vendido na Inglaterra em 1965, e por Yesterday como a canção mais executada do ano. Artistas como Connie Francis, Johnny Mathis, Bob Goldsboro, Cliff Richard, David McCallum, as duplas Jan and Dean e Peter and Gordon interpretavam diversas canções da dupla Lennon/McCartney. Contudo, as notícias da América eram preocupantes.

d. Presley, Dylan e o "Somos mais populares que Jesus Cristo": A revista DateBook divulgava a entrevista que Lennon concedeu a Cleave destacando a frase "Somos mais populares que Jesus".[89] Fundamentalistas cristãos se indignaram com a frase de Lennon e protestaram. Uma rádio em Birmingham, Alabama, organizou um boicote a execução das músicas dos Beatles, e um ato onde os discos da banda foram queimados publicamente em uma fogueira. Rapidamente diversas estações de rádio americanas recusavam-se a tocar músicas dos beatles em suas programações e, na África do Sul, houve a banição de músicas do grupo em suas estaçõs de rádio por cinco anos. Houve inclusive a manifestão de Papa Paulo VI e do governo fascista de Francisco Franco, que criticaram a postura do grupo.[90]

Elvis Presley desaprovou o ativismo anti-guerra e a legalização das drogas que os Beatles vinham afirmando e mais tarde pediu ao então presidente Richard Nixon que ele proibisse a entrada dos quatro membros nos Estados Unidos.[91] Peter Guralnick escreve que "Os Beatles, segundo Elvis, [...] eram anti-americanos. Eles vinham para os EUA, faziam fortuna, e voltavam para a Inglaterra. E diziam coisas anti-americanas quando se encontravam por lá."[92] Guralnick adiciona: "Elvis acreditava que os Beatles lançaram bases para muitos dos problemas que estávamos tendo com os jovens e suas aparências imundas, bases essas encontradas na música sugestiva deles que ao mesmo tempo divertia o país durante o início dos anos 60 e meados."[93] Apesar das observações de Presley, em geral os Beatles o admiravam; Lennon, por exemplo, tinha sentimentos positivos para com ele: "Antes de Elvis, nada existia."[94] Em contraste, o renomado Bob Dylan reconhecia a contribuição dos Beatles, e afirmou: "A América deve construir estátuas dos Beatles. Eles ajudaram a trazer de volta o orgulho do país."[95]

1966–69: Anos de estúdio e espiritualidade[editar | editar código-fonte]

Mais maduros, musical e pessoalmente, os Beatles dedicaram-se na gravação do "Revolver", onde, em cada gravador – no total cinco equipamentos pesados que tinham sido levados ao estúdio 3 da Abbey Road Studios – um técnico operava e o outro segurava com um lápis a extremidade de laço feito pelas pontas das fitas emendadas; o resultado foi uma mistura de balada, R&B, soul e música mundial. Os Beatles haviam realizado seu último concerto no Monster Park, São Francisco, em 29 de agosto, 1966.[96] Este foi o último concerto da banda onde o público pagava ingresso. Sua última apresentação foi nos telhados da Apple, onde o público não pagou nada; leia sobre na próxima sub-seção. A partir de então, a banda concentrou-se apenas em gravações. Foram os momentos mais criativos do grupo. Menos de sete meses após o "Revolver", os Beatles voltaram ao Abbey Road em 24 de novembro para começar a produzir seu oitavo e mais aclamado álbum,[97] "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", que os ocupou durante 129 sessões e foi lançado em 1 de junho de 1967.[98] O álbum os popularizou ainda mais. Para ver mais informações sobre o "Sgt. Pepper's" leia a próxima sub-seção.

Outro feito que popularizou o grupo – que caminhava rumo seu final – surgiu em um segmento no programa Our World, o primeiro programa do mundo ao vivo a transmitir, via satélite, imagens para o mundo inteiro. Os Beatles foram transmitidos diretamente do Abbey Road Studios e a nova música, All You Need Is Love, escrita por Lennon, foi gravada ao vivo durante a apresentação, embora eles tivessem preparado antecipadamente – num período de cinco dias – as gravações e a mixagem antes da transmissão.[99] A canção trazia uma mensagem de paz nos tempos da Guerra do Vietnã. Os Beatles convidaram vários amigos para participarem do evento, cantando o coro da canção – Mick Jagger, Eric Clapton, Marianne Faithfull, Keith Moon e Graham Nash. O programa foi visto por cerca de 350 milhões de pessoas em 26 países.

Poste de entrada do Strawberry Fields com várias mensagens, em Liverpool: Lennon brincava pelo local quando criança e, mais tarde, essa recordação serviu de inspiração para a canção Strawberry Fields Forever. O grande portão de aço vermelho virou ponto turístico de Liverpool. Clique na imagem para ampliar.

Em fevereiro de 1967, os Beatles gravaram dois singles durante as sessões do Sgt. Pepper: Strawberry Fields Forever e Penny Lane, mas elas acabaram não entrando no álbum. A Strawberry..., escrita por Lennon, – embora creditada à Lennon/McCartney – diz respeito à um orfanato patrocinado pelo Exército de Salvação Inglês, chamado "Strawberry Fields Children's home", que se localizava perto da casa de John em Woolton, Liverpool, número 25 da Avenida Beaconsfield, e onde ele pulava o muro e brincava durante a infância no espaço arborizado, com os amigos Pete Shotton, Nigel Whalley, e Ivan Vaughan.[100] Ele começou a escrevê-la em finais de 1966, em Almeria, Espanha, durante as filmagens de How I Won the War, de Richard Lester, o mesmo diretor de A Hard Day's Night.[101] A Tia Mimi sempre levava John a festivais de verão que aconteciam no orfanato de Strawberry Fields.[102] O orfanato original, contruído nos anos 50, acabou sendo demolido e, depois, reconstruído: o que sobrou do original foi o portão vermelho de aço, ponto bem famoso de Liverpool.[102] Além dos festivais de verão continuarem acontecendo anualmente, em 1984 Yoko Ono e Sean Lennon visitaram o local e desde então contribuem para sua melhoria.[102] Tecnicamente, a estrutura desta canção é escrita com uma chave de Si bemol maior. Ela começa com uma introdução de mellotron – escrita e desempenhada por McCartney – e depois continua no refrão. Depois de um curto silêncio dos instrumentos, a canção volta para "tenebrosos" sons distintos com notas dissonantes, espalhadas com a bateria, e depois Lennon diz: "cranberry sauce", ou seja, doce de oxicoco.[103] Nesta mesma música, muitos afirmam ouvir John dizer: "Eu enterrei Paul" e a canção foi incluída na lista de itens que reúnem fatos onde os Beatles queriam mostrar que Paul estava morto e que outro cantor o substituía.[104][105] Para mais informações, veja Boato da morte de Paul McCartney. A recepção da música foi satisfatória: atingiu o oitavo lugar no ranking dos EUA, onde numerosos críticos a consideraram a melhor canção do grupo e, em 2004, foi posta em 74ª na Lista dos 500 Maiores Sons de Todos os Tempos, da Rolling Stone americana.[106]

Vista da Penny Lane, em Liverpool: os Beatles frequentavam o local diversas vezes e, mais tarde, essas rescordações fizeram Paul produzir Penny Lane. Repare na placa da rua, no canto esquerdo, como ela traz diversas mensagens, possivelmente criadas por fãs da banda. Clique na imagem para ampliar.

Em contraste com Strawberry..., onde Lennon inspirou-se em recordações do passado, Penny Lane, escrita por Paul – embora igualmente creditada à Lennon/McCartney –, que traz melodia e ritmo menos "tenebrosos" que Strawberry..., também faz menção à recordações de McCartney: o cruzamento de cinco ruas formando uma rótula de trânsito – roundabout, como dizem os ingleses – em Liverpool, chamado "Penny Lane Roundabout", é uma área, hoje muito famosa por causa da canção, onde John e George nasceram perto e, consecutivamente, onde os Beatles frequentavam muito.[107] A primeira mulhar de John, Cynthia Lennon, tinha um apartamento em Penny Lane e trabalhava na loja Woolworth's uma quadra dali.[107] Durante muito tempo, quase diariamente, a prefeitura local precisava trocar as placas da rua, pois, por virar ponto turístico, os fãs da banda a retiravam e levavam consigo ou, em outros casos, rabiscavam; agora as placas de Penny Lane foram abolidas e o nome passou a ser pintado diretamente nas paredes dos prédios da rua.[107] Na letra da canção, é como se Paul fosse o guia-turístico de uma excursão para o local: ele refere-se, por exemplo, à um "barbeiro mostrando fotografias de cada cabeça que teve o prazer de conhecer" – há um edifício branco numa das esquinas da rua, chamado Tony Slavin, que era o local onde Mr. Bioletti, o barbeiro, trabalhava e onde a barbearia funcionava – e à outros pontos da cidade; Paul diz na canção: "Penny Lane está em meus ouvidos e em meus olhos". Ao contrário do vídeo promocional de Strawberry..., onde o grupo gravou em outro local que não o orfanato, o vídeo musical de Penny Lane foi filmado na própria Penny Lane. Entre os instrumentos usados no som, destacam-se a conga, o flautim e os pianos, ao todo quatro. A canção também obteve uma recepção satisfatória: alcançou o 1º lugar na Billboard Hot 100 por uma semana e, em 2004, foi incluída pela Rolling Stone americana na Lista dos 500 Maiores Sons de Todos os Tempos, permanecendo em 449ª lugar.

Em 24 de agosto de 1967, os Beatles encontraram-se com o Maharishi Mahesh Yogi no Hilton Hotels, Londres. Poucos dias depois, foram para Bangor, norte do País de Gales, para assistirem uma conferência "inicial" de fim de semana. Lá, o Maharishi deu a cada um deles um mantra.[108][109] Embora estivessem em Bangor, os Beatles ficaram sabendo que Brian Epstein, o empresário da banda, aquele cujo nome foi muito responsável pelo sucesso do grupo, estava morto, aos 32 anos, devido, segundo o laudo, "morte acidental por overdose de Carbitol", medicamento para insônia. Em finais de 1967, receberam sua grande primeira crítica da imprensa britânica, crítica essa que era um conjunto de opiniões depreciativas sobre o filme de TV surrealista Magical Mistery Tour.[110] A trilha sonora de Magical Mistery Tour foi lançada no Reino Unido em um EP duplo, e nos EUA em um LP completo (atualmente, a versão oficial é esse LP).

Os quatro músicos passaram os primeiros meses de 1968 em Rishikesh, Uttar Pradesh, na Índia, estudando meditação transcendental com o Maharishi Mahesh Yogi.[111] O ashram de Mahesh Yogi inspirou a criatividade do quarteto e devido à suas estadias nele, produziram algumas músicas com referências à espiritualidade que a Índia tanto afirmava; músicas essas que podem ser encontradas no "White Album" e em "Abbey Road" com composições de Lennon, McCartney e Harrison.[112] Regressando, John Lennon e Paul foram para Nova Iorque anunciar a formação da Apple Records, uma corporação multimídia fundada em janeiro de 1968 pela banda com o intuito de substituir a sua empresa anterior (Beatles Ltd.), e de modo a formar um conglomerado.[113] Em meados de 1968 a banda manteve-se ocupada no processo de gravação do álbum duplo "The Beatles", conhecido popularmente como "Álbum Branco" por conta da capa ter cobertura branca. Essas sessões foram o cenário de desentendimentos entre os integrantes, com Starr deixando temporariamente a banda. Sem Starr, Paul assumiu a bateria e instrumentos de percussão nas faixas Martha My Dear, Wild Honey Pie, Dear Prudence e Back in the USSR. As dissensões tiveram diversos motivos, sempre muito debatidos: a excessiva presença da nova namorada de Lennon, Yoko Ono, nas gravações; a arrogância de McCartney, que passava a querer ser o líder do grupo; ficou ainda mais difícil o grupo aceitar novas músicas de Harrison para serem incluídas em seus álbuns.[114]

Com a morte de Epstein, o grupo necessitava de um novo empresário: em relação ao lado empresarial, Lennon, Harrison e Starr queriam o gerente nova-iorquino Allen Klein para gerir os Beatles, mas McCartney queria o empresário Lee Eastman, pelo motivo dele ser até então o pai da então-namorada de Paul, e futura esposa, Linda. Os outros três membros viam em Eastman um empresário que colocaria os interesses de Paul antes das do grupo (durante uma entrevista no Anthology, McCartney disse: "Olhando para trás, posso entender porque eles sentiam que Eastman tinha interesses tendenciosos a mim e contra eles.") Em 1971, descobriu-se que Klein, que havia sido nomeado gestor, roubou 5 milhões de libras esterlinas das explorações dos Beatles.

Retomando: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band[editar | editar código-fonte]

Retomando a época de criação do "Sgt. Pepper's...", como é comumente tratado, "foi um momento decisivo na história da civilização ocidental", segundo a descrição de um crítico do The Times.[115] Semanas depois do lançamento do disco, Jimi Hendrix já tocava a música-título em seus shows, o que deixou McCartney particulamente emocionado.[98] [115] Além de ter sido o primeiro álbum de rock a ganhar os Grammys de "melhor álbum do ano", "melhor álbum contemporâneo", a "melhor capa" e a "melhor engenharia de som" ,[115] o "Sgt. Pepper's...", quando colocado no mercado, bateu todos os recordes de venda: vendeu um quarto de milhão de exemplares na Grã-Bretanha (somente na primeira semana), permaneceu durante quase meio ano consecutivo no primeiro lugar do top de vendas – feito praticamente impensável hoje em dia – e é tido como vanguarda, principalmente pela originalidade da capa que, inclusive, inspirou artistas do mundo inteiro. [98] McCartney é tido como o responsável pela idéia da capa. [116] Ele havia esboçado um desenho onde uma multidão assistia a banda Sgt. Pepper e recebia do prefeito uma copa ou troféu. Robert Frazer, comerciante de arte e conhecido do grupo, levou Paul à conhecer Peter Blake, um dos artistas pioneiros e fundadores do Movimento Pop Art; Blake desenhou toda a capa, adicionando pessoas influentes de todo o mundo – escolhidas por Lennon, Harrison, Starr e, claro, Paul – caracterizadas como bonecos de papelão, sem contar os bonecos de cera dos Beatles. [116]

  • Veja fotos interessantes e raras da produção do álbum clicando aqui; ligação externa.

1969-70: Último concerto e Fim[editar | editar código-fonte]

Em janeiro de 1969, os Beatles iniciaram um projeto cinematográfico que documentaria a realização de sua próxima gravação, originalmente intitulado Get Back. Durante as sessões de gravação, a banda realizou sua última performance ao vivo no último andar do edifício da Apple, em Londres, na tarde fria de 30 de janeiro de 1969 (há 39 anos). A maior parte da performance foi filmada e, posteriormente, incluída no filme Let It Be. A idéia de tocar no telhado do prédio foi de Lennon.[117] O concerto parou a rua inteira do prédio e, rapidamente, o lugar ficou lotado de pessoas; inclusive, os vizinhos da região logo espreitavam das sacadas o concerto. Os Beatles tocaram durante 40 minutos até a polícia local interferir pedindo que abaixassem o volume dos instrumentos; Mal Evans explicou que não era qualquer pessoa que estava tocando, e sim os Beatles.[117] A apresentação terminou antes do set previsto, e tornou-se famosa. [117] Com o projeto Let It Be temporiariamente suspenso, os Beatles gravaram seu penúltimo álbum, "Abbey Road", no verão de 1969. A conclusão da canção I Want You (She's So Heavy) para o álbum em 20 de agosto de 1969 foi a última vez que o quarteto reuniu-se em mesmo estúdio. Lennon anunciou sua saída para o resto do grupo em 20 de setembro, 1969, embora tenha concordado em não anunciar isso publicamente até que determinadas questões jurídicas fossem resolvidas.

Em março de 1970, a sessão de teipes do Get Back foram entregues ao produtor americano Phil Spector, que tinha produzido o single solo de Lennon – Instant Karma!. McCartney anunciou , publicamente, a dissolução em 10 de abril de 1970, uma semana antes do lançamento de seu primeiro álbum solo, "McCartney". As cópias de pré-lançamento incluíram um comunicado à imprensa onde McCartney realizava uma entrevista consigo mesmo, explicando o fim dos Beatles e suas esperanças para o futuro.[118] Em 8 de maio de 1970, a versão de Get Back produzida por Spector foi realizada como Let It Be, seguido com o documentário de mesmo nome. Legalmente, a parceria dos Beatles não foi dissolvida até 1975,[119] embora Paul tenha apresentado uma ação para a dissolução em 31 de dezembro de 1970, efetivamente terminando a carreira em conjunto da banda.[120]

O motivo do fim da banda ainda é muito discutido e pode ser descrito como uma série de eventos[121] que, resumidamente, os itens abaixo pretendem desenvolver.

  • Morte de Epstein: Brian Epstein foi indiscutivelmente o homem mais influente no lançamento e na promoção da popularidade do grupo no mundo inteiro. Por ser o empresário da banda, Epstein pôde manter o grupo reunido e mediar determinados conflitos que o quarteto viesse a desenvolver entre si, mantendo-se na postura de ser a última palavra, a última decisão. Quando morreu em 1967, deixou um vazio na banda. McCartney provavelmente sentiu a situação precária e procurou iniciar projetos que estimulassem a banda. Em última instância, a discórdia sobre liderança gerencial seria um dos fatores precipitantes para a banda se dissolver.[122]
  • George Harrison como Compositor: Nos primeiros anos, Paul e John eram os únicos compositores da banda, enquanto que Ringo e George desempenhavam suas funções como baterista e guitarrista, respectivamente. No entanto, de 1965 adiante, as composições de Harrison ganharam maturidade e tornaram-se mais atraentes em suas qualidades.[123][124] Gradualmente os outros membros reconheciam seu talento como compositor,[125] mas cada vez mais George começou a ficar frustrado pelo fato da maioria de suas idéias e canções terem como fim a rejeição. Isso gerou confusão e, consecutivamente, desavenças, principalmente entre Lennon e McCartney.[126]
  • Dificuldade em Colaboração: De uma forma ou de outra, após o grupo parar de excursionar, cada um dos integrantes começaram a seguir comportamentos autônomos: enquanto McCartney via interesse no estilo pop e nas tendências da Grã-Bretanha e dos EUA, Lennon tendia à música introspectiva e experimental, enquanto que Harrison, por sua vez, estava cada vez mais entusiasmado com a música indiana.[127][128][129] Por conseguinte, Paul começou a assumir o papel de líder dos projetos artísticos dos Beatles.[130] Além de cada membro ter começado a desenvolver uma agenda cujos eventos exigiam cada vez mais individualidade – o que acabou comprometendo o grau de entusiasmo em conjunto – outro fator que contribuiu para a fragilidade da banda foi a evidente falta de acordo já exitente na época de produção do "Álbum Branco".[131]
  • Yoko Ono: Lennon estava em um frágil estado de espírito após o regresso da banda a partir de suas estadias na Índia, no início de 1968. Ficou ressentido e desiludido com o fato do Maharishi não ter preenchido suas expectativas. Lennon começou a desenvolver um imenso interesse numa artista nipo-americana, Yoko Ono, que reuniu o músico britânico em uma de suas exposições em 1966. Tiveram uma relação platônica até a primavera de 1968. Enquanto a esposa Cynthia de Lennon estava afastade de férias, ele e Yoko realizaram uma fita que mais tarde seria lançada como a famosa (e polêmica) "Unfinished Music No.1: Two Virgins". Até esse momento, os dois não estavam completamente entretidos entre si, pois o acordo da banda era que suas namoradas ou esposas não interferissem nos estúdios. Contudo, como a produção artística de Lennon cresceu sob influência de Yoko Ono, cada vez mais ele quis que ela entrasse nos processos de produção dos Beatles e, consecutivamente, ela passou a freqüentar os estúdios de gravação.[132] Frequentemente, Ono não comentava nem dava sugestões no estúdio de gravação, o que parece ter aumentado as confusões entre ela e os três companheiros de Lennon.[133] Ono tem sido acusada por muitos fãs de ter "dividido os Beatles", enquanto que outros argumentam que a sua presença não era nenhum problema, e que os Beatles realmente se separaram pelos outros itens aqui citados (acima e abaixo).
  • Situação Empresarial: Outra coisa que agravou a situação da banda foi o fato de que, sem Epstein, eles procuraram empresários para geri-la, mas a tentativa desses empresários de estabelecerem um controle na banda The Beatles falhou e, antes disso, houve confusão entre os integrantes, pois não conseguiram entraram em acordo na escolha de um novo empresário.

A formação da Plastic Ono Band, grupo formado por Yoko e Lennon, foi uma saída que Lennon encontrou para largar de vez os Beatles. E, verdadeiramente, a idéia de sair da banda cristalizou-se quando, em setembro de 1969, Yoko e Lennon foram recepcionados entusiasticamente como artistas no Concerto de Rock and Roll de Toronto. Lennon informou a sua decisão para Allan Klein – até então empresário do grupo – e para McCartney em 20 de setembro de 1969.[134] Ironicamente, no outono do mesmo ano, a banda assinou um contrato negociando com a maior taxa de royalities. Esta foi a última demonstração de unidade do grupo, embora de natureza transitória. Outra divulgação revelou que o contrato de dissolução dos membros da banda foi até 1976 coletivamente e separadamente. Assim, este contrato renegociado precipitou o final das ações legais que revogou a parceria em 1972.[135]

Apesar de seus esforços em estimular a banda, McCartney admitiu numa entrevista na revista americana Life que a banda estava desistruturada, em novembro de 1969.[136] Paul viu um conflito entre seu álbum solo, "McCartney", e o projeto do álbum e do filme dos Beatles, Let It Be. "McCartney" foi lançado e a amargura de Paul por conta de alguns incidentes – como, por exemplo, o fato dele ter ficado insatisfeito com determinadas atitudes dos gerentes da banda – foi um fator contribuinte para sua declaração pública de que havia saído dos Beatles.[137] No começo de 1971, McCartney abriu uma ação judicial para a dissolução da relação contratual dos Beatles e, posteriormente, foi decretado.[138]

1970-Presente: Pós-fim[editar | editar código-fonte]

Prédio da Apple Records na 3 Savile Row, lugar do famoso concerto Let It Be, realizado no telhado deste prédio: foi a última apresentação do quarteto tocando junto, em 30 de janeiro de 1969, em Londres. Clique na imagem para ampliar.

Pouco antes do fim dos Beatles, um tanto tímidos, e, posteriormente, de forma definitiva, todos os quatro membros lançaram álbuns solos. Alguns destes álbuns destacaram contribuições por outros ex-Beatles; o álbum "Ringo" (1973), de Starr, foi o único a incluir composições e performances do quarteto, embora em canções separadas. Harrison mostrou sua consciência socio-política e ganhou respeito por sua contribuição como arranjador do Concerto para Bangladesh em Agosto de 1971, em Nova Iorque, com o maestro de sitar Ravi Shankar. Com excepção de uma sessão não-editada em 1974 (produzida mais tarde como A Toot and a Snore in '74), Lennon e McCartney nunca mais gravaram juntos.

Como já foi citado, em 1975 expiraram-se, legalmente, os direitos que a EMI-Capitol mantinha em cima do trabalho dos Beatles. Por causa desse expiração do contrato que os Beatles tinham com a gravadora, a Capitol americana apressou determinadas produções com o intuito de receber dinheiro em cima da carreira do grupo, lançando cinco LPs: "Rock 'n' Roll Music" (compilação de trilhas consideradas por muitos como "quintessencial" do rock), "The Beatles at the Hollywood Bowl" (contendo músicas gravadas ao vivo no Hollywood Bowl em Los Angeles durante a turnê de 1964 e 1965), "Love Songs" (compilação de músicas gravadas entre 1962 e 1970), "Rarities" (compilação de faixas que nunca haviam sido realizadas nos EUA) e "Reel Music" (compilação de faixas apresentadas em seus filmes). Houve também um não-lançamento intitulado "Live! at the Star-Club in Hamburg, Germany; 1962" que era uma gravação de uma antiga apresentação do grupo no Star Club, em Hamburgo, Alemanha, capturada em uma fita de má qualidade. De todas essas realizações póstumas, somente "The Beatles at the Hollywood Bowl" teve a aprovação dos quatro membros. Após o lançamento americano dos CDs britânicos originais em 1986, todas essas compilações póstumas americanas foram suprimidas do catálogo da Capitol.

John Lennon foi morto a tiros em 8 de dezembro de 1980 por Mark David Chapman em Nova Iorque. Em maio de 1981, George Harrison lança All Those Years Ago, single que fala sobre seu tempo com os Beatles e homenageia Lennon. Conta com a participação de McCartney, Ringo e Linda McCartney. Em abril de 1982, Paul lança o álbum "Tug of War", que inclui um som em tributo à John, chamado Here Today.

Em 1988, os Beatles foram incluídos no Hall da Fama do Rock and Roll durante seu primeiro ano de eligibilidade.[139] Na noite de sua indução, George e Starr apareceram para aceitar sua adjudicação, juntamente com a viúva Yoko Ono Lennon e seus dois filhos. McCartney permaneceu longe, comunicando à imprensa que estava "resolvendo dificuldades" com Harrison, Starr e com as propriedades de Lennon.

Guitarras gigantes do lado de fora do Hall da Fama do Rock and Roll, em Cleveland, Estados Unidos da América: em 1988 os Beatles entraram para esse Hall do Rock and Roll. Clique na imagem para ampliar.

Em fevereiro de 1994, os três Beatles sobreviventes se reuniram para produzirem e gravarem músicas adicionais para algumas gravações que eram de Lennon. Free as a Bird, uma dessas músicas, estreou como parte da série de documentários The Beatles Anthology e lançado como single em dezembro de 1995, com Real Love seguido em março de 1996. Essas músicas também foram incluídas nas três coleções de CDs da Anthology, lançados em 1995 e 1996, cada uma composta por dois CDs de um material inédito dos Beatles, nunca lançado antes. Klaus Voormann, que tinha conhecido os Beatles desde a excursão em Hamburgo, e que tinha anteriormente ilustrado a capa do "Revolver", dirigiu a concepção da capa do Anthology. Cerca de 45.000 exemplares do Anthology 1 foram vendidos em seu primeiro dia de lançamento. Em 2000, surgiu a compilação One, contendo quase todas as canções da banda de 1962 a 1970. A coleção vendeu 3,6 milhões de cópias em sua primeira semana e mais de 12 milhões de euros em três semenas em todo o mundo. A coleção também chegou a 1º lugar nos Estados Unidos e em outros 33 países, e tinha vendido 25 milhões de cópias em 2005 (tornando-se o nono álbum mais vendido de todos os tempos).

Em finais de 1990, Harrison foi diagnosticado com câncer de pulmão e, desde então, lutou contra a doença, porém sucumbiu a ela em 29 de novembro de 2001. Em 2006, George Martin e seu filho Giles Martin remixaram algumas gravações originais dos Beatles com o objeto de criar uma trilha sonora na produção teatral do Cirque du Soleil, intitulada LOVE. Em 2007, McCartney e Starr uniram-se para uma entrevista no Larry King Live e falaram sobre seus pensamentos em relação à essa apresentação e a outros momentos da carreira de ambos; as viúvas Yoko Ono e Olivia Harrison também apareceram com os dois únicos ex-Beatles restantes em Las Vegas, para a comemoração de um ano da apresentação.

Legado[editar | editar código-fonte]

Evolução musical[editar | editar código-fonte]

A constante busca dos Beatles em criar novos sons a cada gravação, combinada com as habilidades presentes nos arranjos de George Martin e, particulamente, com os conhecimentos técnicos da equipe do estúdio da EMI - como os produtores Norman Smith, Ken Townsend e Geoff Emeric - fez com que a banda influenciasse a forma como a música passou a ser gravada em vários sentidos. O conjunto dessas produções são apresentados em álbuns como "Rubber Soul" (1965), "Revolver" (1966) e "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967).

Os Beatles continuaram a absorver influências mesmo depois de seus primeiros sucessos, encontrando freqüentemente novas avenidas musicais e líricas escutando seus contemporâneos. As influências musicais incluem The Byrds e The Beach Boys, cujo álbum "Pet Sounds" foi um dos preferidos de McCartney.[140] George certa vez comentou que "Sem Pet Sounds, Sgt. Pepper não teria existido... Pepper foi uma tentativa de igualar Pet Sounds."[141] Outra influência da banda foi Presley, que Lennon chamou de faísca porque ele o fez se interessar pela música:

Foi Elvis quem realmente me levou a comprar discos. Eu achava seus primeiros materiais ótimos. A era de Bill Haley passou perto de mim, de certa forma, pois quando suas gravações apareceram nas rádios, minha mãe começou a ouvi-los, mas não senti nada de especial por eles. Foi Elvis quem me fez ficar viciado no gênero de música beat. Quando ouvi seu 'Heartbreak Hotel', pensei: ‘isso é o que é’ "[142]

Utilizando técnicas de estúdio como efeitos sonoros, colocações não-convencionais de microfone e outros instrumentos, loopings (voltas, em português) em teipes, técnicas de double tracking e váriações de velocidade em áudios, os Beatles começaram a aumentar as gravações onde seus intrumentos eram utilizados de maneiras que não as convencionais e suas músicas inovaram o rock da época e das outras gerações. Isso inclui conjuntos de bronze e corda, assim como instrumentos indianos como o sitar em "Norwegian Wood (This Bird Has Flown)" e o swarmandel em Strawberry Fields Forever.[143] Eles também utilizaram precocemente instrumentos eletrônicos, como o mellotron, que McCartney implentou junto com as vozes de flauta na introdução de Strawberry Fields Forever,[144] e o clavioline, teclado eletrônico que criou um som não-usual em Baby You're a Rich Man.[145]

Começando com a utilização de um quarteto de cordas - organizada por Martin com a ajuda de McCartney - em Yesterday (1965), os Beatles foram pioneiros em atualizar o gênero Art music e mostrá-lo de forma moderna, exemplificados em duplo-quarteto de cordas em Eleanor Rigby (1966), Here, There and Everywhere (1966) e em She's Leaving Home (1967). A performance de Concertos de Brandenburgo, de Bach, mostrada na televisão britânica na época, inspirou McCartney a usar o flautim no arranjo de Penny Lane.[146] Os Beatles desenvolveram o rock psicodélico com Rain e Tomorrow Never Knows de 1966, e Lucy in the Sky with Diamonds, Strawberry Fields Forever e I Am the Walrus de 1967.

A reunião de música pop com música erudita, presente em Yesterday, onde os Beatles gravaram rock and roll com acompanhamento de uma orquestra de câmara foi pioneira. Um fator com maior e melhor prestígio ainda está presente em A Day in the Life, a primeira música de rock a ser acompanhada por uma Orquestra sinfônica. A Day in the Life, faixa de "Sgt.Pepper", impressionou pelos barulhos e sons estranhos no meio da música, porque, até então, nada havia de parecido na história do rock and roll.

Influência na cultura popular[editar | editar código-fonte]

Pessoas atravessam a calçada na rua Abbey Road. Os pedestres imitam as poses em que os Beatles aparecem na capa do LP "Abbey Road". Cenas como essas tornaram-se comuns e famosas devido o álbum dos Beatles. Clique na imagem para ampliar.

A chegada dos Beatles na rádio é vista como um marco na música que sinaliza um fim à era do rock and roll da década de 50: diretores de programas radiofônicos, como Rick Sklar da WABC (AM) de Nova Iorque, proibiam DJs de lançarem na programação qualquer música "pré-Beatle".[147]

Alguns lançamentos dos Beatles, como seus álbuns, foram imitados por diversos artistas, inclusive brasileiros. A capa do "Abbey Road", por exemplo, é muito parodizada por diversos lugares, desde capas de outras bandas, como fotos de usuários de websites da Internet, que, em Liverpool, passam pelas faixas brancas imitando os Beatles, ou fazem montagens em cima do original. Google Imagens: Clique aqui para ver algumas fotos parodizadas em cima de "Abbey Road". Ligação externa. Na televisão americana, foram muitos os desenhos animados que se referiram aos Beatles, a maioria apresentando um tom cômico. Talvez o mais visível seja Os Simpsons, embora a banda tenha sido citada também em episódios do Bob Esponja e em outros desenhos-animados do canal Nickelodeon.

Pioneirismo[148][editar | editar código-fonte]

Os Beatles influenciaram a música do mundo, e particulamente o rock and roll, mas também foram a primeira banda a passar por uma série de acontecimentos que, mais tarde, todo grupo sonharia passar ou passou. Foram a primeira banda britânica a fazer sucesso fora de seu país e a primeira de rock a fazer sucesso mundial. Com "Yellow Submarine", foram os primeiros roqueiros a escreverem músicas com temáticas infantis. Em suas peregrinações na Ìndia, tornaram-se os primeiros a misturarem rock e misticismo, além de serem os primeiros a introduzirem a música oriental fundida com a ocidental a partir da Norwegian Wood. A primeira distorção de violão divulgada em gravação foi em I Feel Fine. O concerto no Shea Stadium tornou-os pioneiros na realização e produção de apresentações em estádios a céu aberto e participaram da primeira transmissão mundial via satélite cantando All You Need Is Love, no projeto Our World. Foram a primeira banda de rock a fazer carreira no cinema e a primeira a produzir um disco conceitual de rock: Sgt Pepper. Este mesmo disco fez com que eles fossem os primeiros a gravarem em quatro canais. Good Morning, Good Morning colocou-os como pioneiros na adição de efeitos sonoros e sons de animais numa música. Além de terem inventado moda quando se uniram, coisa inédita na época, os Beatles foram a primeira banda de rock a se separar.

  • Para mais informações completas sobre condições em que os Beatles foram os primeiros a alcançar, clique aqui. Ligação externa.

Influência nos países falantes do português[editar | editar código-fonte]

Brasil[editar | editar código-fonte]

"Eu sou da América do Sul
Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais"
-"Para Lennon e McCartney", por Milton Nascimento; composição: Marcio Borges/Fernando Brant/Lô Borges

Nomes de brasileiros como Arnaldo Baptista, Belchior, Caetano Veloso, Carlos Drummond de Andrade, Cassia Eller, Erasmo Carlos, Fernanda Takai, Gilberto Gil, Lulu Santos, Mauricio de Sousa, Milton Nascimento, Paulo Leminski, Pedro Bial, Raul Seixas, Rita Lee, Ronnie Von, Zé Ramalho e muitos outros estão, de alguma forma, relacionados aos Beatles.[149]

  • Veja a lista completa de nomes e informações sobre a relação entre cada brasileiro e os Beatles clicando aqui. Ligação externa.

No início em que a banda causava um estrondo, e que o termo "beatlemania" já era lançada aos quatro ventos, a mídia brasileira os intitulou de "Reis do Iê iê iê", por causa da letra da música She Loves You.[150] A primeira aparição do grupo em território brasileiro foi pelo cinema, com A Hard Day's Night.[150] Passando pelos terríveis momentos da política a partir da implantação da ditadura militar, o Brasil via surgir, pouco a pouco, os Beatles em suas maiores cidades. Na mesma década, o carioca Newton Duarte, entusiasmado em músicas estrangeiras, passava por rádios do Rio de Janeiro levando discos piratas do quarteto, que adquiria com o americano Douglar Robert.[150] Esses discos não tinham sido lançados no Brasil e Duarte conseguiu arrecadar dinheiro com o negócio pirata.

A revista nacional Fatos e Fotos tinha empregado o jornalista Janos Lengyel que, em 1966, realizou a primeira entrevista dos Beatles para a imprensa brasileira.[150] Big Boy, como agora Newton Duarte era conhecido, começou a introduzir os Beatles nas rádios e a transmitir ao Jornal Hoje, da Rede Globo, informações sobre o quarteto: com a banda um tanto mais popularizada, a recepção brasileira assistiu seus ritmos tropicais sendo misturados com os ritmos que começavam a serem introduzidos do exterior.[150]

Enquanto os Beatles faziam sucesso nos Estados Unidos e na Inglaterra, o Brasil passava pelo Golpe militar de 1964, que mudou a concepção de Brasil. Embora tenha sido empregado no país uma política controlada e censurada, o Brasil não estancou, nem cultural ou economicamente e foi nessa época que a música do brasil desenvolveu-se com intensidade.[151] Em 1967, nasce um movimento no país, tendo como precursores Caetano Veloso e Gilberto Gil, denominado Tropicália, que possuía o intuito de modificação cultural.[152] Apoiando-se na idéia da antropofagia promovida pelo modernista Oswald de Andrade, a Tropicália começou a popularizar a guitarra e o rock and roll no Brasil, sob forte influência dos Beatles.[153] Antes do movimento, o baiano Raul Seixas foi o pioneiro do rock brasileiro, feito que lhe conferiu o título de "Pai do Rock Brasileiro"; Seixas frequentemente citava Lennon, que era um de seus maiores ídolos, ao lado de Elvis Presley.[154]

A articulista Clara Abdo resume a influência dos Beatles na Tropicália dizendo que o sistema, "[...]como movimento que abrangia vários recursos externos para a formação de uma nova música brasileira, acarreta em sua formação ícones culturais de várias épocas. Dentre eles, Carmen Miranda, Roberto Carlos, representando a Jovem Guarda, o escritor José de Alencar, o corte de cabelo e as vestimentas da contracultura hippie nos Estados Unidos e os Beatles."[155]

Na prática, a música Senhor F, realizada pelo grupo Os Mutantes teve o arranjado inspirado no álbum "Sgt. Pepper`s Lonely Hearts Club Band"; a última faixa do disco lançado em 1968 pelos tropicalistas, Ave Gencis Khan, modelo o estilo que Harrison tocava intrumentos orientais.[155]

Rogério Duprat, que se envolveu no movimento e desenvolveu carreira musical com todos os artistas até agora citados nessa sub-seção, ficou conhecido como o "George Martin" da Tropicália e disse o seguinte em 2002:

Não é que eu fiquei dando aula para eles [os músicos da Tropicália]; ao contrário, eu que aprendi pra burro com os Mutantes, com o Gil, com o Caetano, com todo mundo, como fazer uma coisa, que pode ser ao mesmo tempo com certa correção, com uma correção que a gente já conhecia, de músicos, e fazer isso, de uma coisa popular e avançada, uma coisa na frente dos Beatles.[156]

Portugal[editar | editar código-fonte]

Por estar em território europeu, mesmo continente de origem dos Beatles, Portugal teve estreitas relações com os Beatles, particulamente com Paul: McCartney já desejou ter uma propriedade em território português, em 1989.[157] A casa é uma mansão do século XVII, com vista pro mar, e situada em uma estrada, um dos motivos pelos quais fez com que Paul desistisse da compra, pois sua privacidade estaria em jogo.[157] Em 9 de dezembro de 1987, McCartney concedeu a sua primeira entrevista à um jornalista português, onde, entre outras coisas, relatou: "O que faço ao dinheiro? Ponho-o no banco... Não, faço imensas coisas: obras de beneficência, tenho uma família para sustentar, tenho a minha mulher e, como tu sabes, as mulheres gastam muito dinheiro!"[158]

Segundo o articulista Luís Pinheiro de Almeida, a letra de Yesterday foi escrita em Portugal, dentro de um carro, numa trajetória entre Lisboa e Faro.[159] "Sempre detestei perder tempo e a viagem era muito longa", relatou Paul McCartney sobre a inspiração para a letra.[159] Paul havia escrito outras canções em território português. Em 1968, por exemplo, produziu Penina, em Algarve, quando estava de férias com Linda McCartney no sul do país.[160] A letra foi entregue para o grupo português Jotta Herre.[160] Embora Paul tenha afirmado que não gravaria "Penina" ela aparece gravada pelos Beatles no CD pirata "Unheard Melodies, The Songs The Beatles Gave Away", juntamente com a versão dos Jotta Herre e de Carlos Mendes.[160]

Angola[editar | editar código-fonte]

Sempre foi difícil ouvir Beatles nas rádios angolanas, devido o inicial balanço comunista que a República da Angola estava reforçando. [161] And I Love Her e Girl, no entanto, foram as duas músicas da banda de Liverpool que mais podiam ser encontradas na indústria radiofônica.[161]

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Os Beatles estrelaram cinco filmes, todos os quais relacionados à trilha sonora de seus álbuns. A banda participou de dois filmes filmados por Richard Lester, A Hard Day's Night (1964) e Help! (1965). O grupo produziu, dirigiu e atuou no filme de televisão Magical Mystery Tour (1967), e no filme de animação psicodélico Yellow Submarine (1968). Seu último filme, o documentário Let It Be, lançado em 1970, mostrou as sessões de ensaios e gravações para o projeto Get Back de 1969, e ganhou o Oscar de Melhor Canção Original.

Discografia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Discografia dos Beatles
Informação complementar: Cações dos Beatles, Beatles Bootlegs,

Discografia brasileira[editar | editar código-fonte]

A discografia brasileira começa com capas e seleções de música diferente das versões inglesa e americana. Os álbuns também possuíam nomes diferentes dos LPs ingleses e americanos. Os rêis do Iê-Iê-Iê, por exemplo, substituiu o título A Hard Day's Night, troca que ocorreu também no filme. A partir de Help!, a discografia brasileira seguiu os lançamentos ingleses. Outros compactos brasileiros podem ser conferidos em Discografia dos Beatles.

Beatlemania (1963)
Beatles Again (1964)
Os rêis do Iê-Iê-Iê (1964)
Beatles 65 (1965)

Álbuns de estúdio[editar | editar código-fonte]

Please Please Me (Parlophone, 1963)
With the Beatles (Parlophone, 1963)
A Hard Day's Night (Parlophone, 1964)
Beatles for Sale (Parlophone, 1964)
Help! (Parlophone, 1965)
Rubber Soul (Parlophone, 1965)
Revolver (Parlophone, 1966)
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Parlophone, 1967)
Magical Mystery Tour (Capitol, 1967)
The Beatles ("The White Album") (Apple, 1968)
Yellow Submarine (Apple, 1969)
Abbey Road (Apple, 1969)
Let It Be (Apple, 1970)

Realização em CD[editar | editar código-fonte]

Em 1987, a EMI lançou todos os álbuns de estúdio dos Beatles em formato de CD por todo o mundo. A Apple Corps decidiu uniformizar as gravações dos Beatles em todo o planeta. Elas escolheram a versão original dos doze álbuns de estúdio (acima) para lançamento no Reino Unido, bem como o álbum americano Magical Mystery Tour, que havia sido lançado como um curto duplo EP no Reino Unido. Todo o material restante dos Beatles e os singles PAs de 1962-1970 que não tinham sido emitidos nos álbuns britânicos originais foram recolhidos para o duplo Past Master, com dois volumes:

Past Masters, Volume One (1998)
Past Masters, Volume Two (Apple, 1970)

As configurações dos álbuns americanos de 1964-65 foram realizados em boxes nos anos 2004 e 2006 (The Capitol Albums Volume 1 e Volume 2 respectivamente); esses volumes incluiram duas versões em mono e em estéreo baseadas na mistura de vinil que foram preparadas no momento de seus lançamentos originais nos Estados Unidos, em 1960.

Veja também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  • b. ^ Johnny and The Moondogs: Johnny seria um apelido para o nome de Lennon (John); The Moondogs: pode ser uma junção das palavras inglesas Moon (substantivo: lua, fase lunar) (verbo: vaguear, andar sem destino); e Dog (cão, cachorro).
  • c. ^ Long John and The Beatles: Literalmente, Grande John e os Besouros
  • d. ^ The Crickets: em português, Os Grilos. A homenagem seria trocando o título "The Quarryman", por "Os Besouros" ("The Beetles").
  • e. ^ Segundo Paul, ele sugeriu Beatles pela associação da palavra Beat (em Português, "batida") e que não passa de um trocadilho entre "beetles" e "beat".
  • f. ^ Silver Beetles: O nome do grupo estava, até então, definido com esse título. Veja a foto da época (Lennon, McCartney, Harrison e um baterista) clicando aqui (ligação externa).
  • h. ^ Primeira aparição ao vivo na televisão americana: Lembrando que os Beatles já tinham sido antes apresentados na televisão americana, no curto documentário de cinco minutos (ver 1963–64: Sucesso americano, seg. parágrafo ), mas a produção era sobre a histeria que a banda causava na Inglaterra, e não tinha muito a ver com a relação do grupo àos Estados Unidos. Até então, a banda nunca havia se apresentado ao vivo num canal americano. No The Ed Sullivan Show este feito se realizou.
  • i. ^ Moda passageira: Em inglês, "fad".[163]
  • j. ^ Introducing The Beatles: Acredita-se que tenha sido a produção mais relançada do mercado fonográfico: quatro vezes em quinze meses. Estas reedições devem-se ao "estouro" que os Beatles causavam na América à partir de 1964. A Vee Jay, para atrair os fãs, apenas mudava a capa, mas o som era o mesmo.[61]
  • k. ^ "Yesterday...and Today": Para visualizar a capa do álbum, clique aqui (ligação externa).
  • l. ^ Turnê Mundial de 1966: O repertório dos Beatles foi: "Rock´n´Roll Music", "She´s a Woman", 'If I Needed Someone", "Day Tripper", "Baby´s In Black", "I Feel Fine", "Yesterday", "I Wanna Be Your Man", "Nowhere Man", "Paperback Writer" e "I´m Down" (as vezes substituída por "Long Tall Sally").[85]

Referências

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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