Usuário:DAR7/Testes/Geografia do Paraná/Relevo do Paraná

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Mapa de unidades geomorfológicas do Paraná.

O relevo do Paraná é um domínio de estudos e conhecimentos sobre a geomorfologia do território paranaense. Mais de 52% do território do Paraná localiza-se numa altitude superior a 600 m e 89% superiores a 300 m; apenas três por cento localiza-se numa altura inferior a 200 m. As áreas aplainadas que se dispõem às altitudes de maior elevação. Estas últimas compõem planaltos de escarpas formando as serras do Mar e Geral, dominam o relevo do estado. Cinco unidades geomorfológicas são sucedidas do litoral ao interior, nessa ordem: baixada litorânea, serra do Mar, planalto cristalino, paleozoico e basáltico. Para melhor compreensão dessas unidades geomorfológicas, observar-se-á do seguinte procedimento explanativo. A baixada litorânea se inicia na baía de Paranaguá e termina na Serra do Mar, que é divisor de águas entre duas primeiras e após ambos primeiros quadros morfoestruturais, eis a seguir os três planaltos paranaenses, conforme classificação criada pelo geólogo alemão Reinhard Maack. O Primeiro Planalto Paranaense (da Serra do Mar até a Serrinha), o Segundo (da Serrinha até Serra Geral) e o Terceiro (até o talvegue do rio Paraná).[1]

A baixada litorânea constitui um cinturão de terras de menor altitude com mais de noventa quilômetros de comprimento médio. Abrange terrenos de menor altitude e de inundação (planícies de aluvião e areias) e morros cristalinos com mais de cinquenta metros de altura. Em sua parte norte, a baixada litorânea encontra-se fragmentada para ser substituída pela baía de Paranaguá, cujo aspecto em formato de dedo é resultado da entrada do mar por intermédio de velhos vales de rios, ou seja, da formação de rias. O Paraná possui 98 km de litoral, o segundo menor do Brasil, superado apenas pelo Piauí, com 68 praias, além de 13 na ilha do Mel (embora, segundo alguns autores, tenha mais 17), 18 em Pontal do Paraná, 18 em Matinhos, 4 em Caiobá e 15 em Guaratuba. A serra do Mar bordeja o planalto cristalino a leste e, com suas fortes montanhas, é a unidade geomorfológica dominante da planície litorânea. No estado do Paraná, ao contrário do que acontece em São Paulo, a serra fragmenta-se em maciços afastados, dentre os quais é insinuado o nível do planalto cristalino (900 m) até o alcance da borda leste. Geralmente, a parcela dos maciços é ultrapassada em cem metros. Isso faz com que no Paraná a serra do Mar, fora a escarpa voltada para leste com um desnivelamento de mil metros, também possua uma interna, que se volta para oeste. Entretanto, esta indica um desnivelamento de somente 100 metros. Desenhando um imenso arqueamento entre São Paulo e Santa Catarina, a serra ganha diversos nomes de lugares, tais como Capivari Grande, Virgem Maria, Ibitiraquire, Morena, Graciosa (em que está localizada a Estrada da Graciosa), Marumbi (na qual se localiza o Parque Estadual Pico Marumbi), da Prata, entre outras. Na serra do Mar, são encontradas as mais altas elevações do estado. O ponto mais alto do estado é o pico Paraná, com 1877 m, na serra do Mar.[1]

O planalto cristalino, que também chama-se primeiro platô paranaense, é a unidade geomorfológica que possui um extenso cinturão de terrenos cristalinos de norte a sul, a oeste da serra do Mar, com um comprimento regular de cem metros e mais de 900 metros de altitude. A topografia é variável entre acidentes geográficos, na porção setentrional, e ondulações suaves, na meridional. Um velho lago, atualmente muito sedimentado, constitui a bacia sedimentar de Curitiba. O planalto paleozoico, que também chama-se segundo platô paranaense ou dos Campos Gerais (ou de Ponta Grossa), encontra-se desenvolvido em terrenos datados da Era Paleozoica. Constitui-se, em princípio, de rochas sedimentares da Bacia do Paraná, destacando-se os arenitos (Vila Velha e Furnas), folhelhos, betuminosos e o carvão mineral. Limita-se, a leste, com uma escarpa, a Serrinha, desce ao planalto cristalino e, na parte ocidental, com o paredão da serra Geral, começa a subir ao basáltico. O planalto paleozoico é topograficamente leve e ligeiramente inclinado para oeste: em seu extremo leste atinge 1 200 metros de altitude e, na encosta da serra Geral, o ocidente, a altura registrada é de apenas 500 metros. Constitui um cinturão de terras de mais de 100 km de comprimento e desenha uma imensa meia-lua côncava voltando-se para leste. Transitando entre o segundo e o terceiro planalto de Guarapuava até Prudentópolis há uma grande variedade de desníveis formadores de quedas d'água como o Salto São Francisco em Guarapuava.[1]

O planalto basáltico, ou terceiro platô paranaense, que também chama-se altiplano de Guarapuava, é a unidade geomorfológica de maior extensão do estado. É limitado, a leste, pela serra Geral, que, com um desnivelamento de 750 metros, ocupa o planalto paleozoico. A oeste, o rio Paraná assinala o limite, que a jusante do ponto onde estavam localizados os saltos de Sete Quedas constitui um desfiladeiro que impressiona. Realmente, o planalto, prolongado para fora dos limites do estado do Paraná, forma porção dos territórios de Mato Grosso do Sul, dos departamentos paraguaios de Canindeyú e Alto Paraná e da província argentina de Misiones. Da mesma forma que o planalto paleozoico, o platô basáltico desce com suavidade para oeste: descamba de 1 250 metros, a leste, para 300 metros nas terras margeadas pelo rio Paraná (a montante de Sete Quedas). Como os derrames basálticos, que, empilhando-se uns em cima dos outros, formam essa unidade geomorfológica, esse planalto abrange inteiramente a metade oeste do território estadual. Seus solos, que se desenvolvem desde os produtos de decomposição do basalto, formam a chamada “terra roxa”, conhecida por ser um solo fértil para a agricultura, mais precisamente a cafeicultura. Essas unidades de relevo integram o planalto Meridional, que se localiza no sul do platô Brasileiro.[1]

Características[editar | editar código-fonte]

O relevo do Paraná em sua maioria, se constitui de um grande planalto com suave inclinação nos sentidos noroeste, oeste e sudoeste do Estado do Paraná. Abrange os terrenos arenítico-basálticos (feitos de arenito e basalto) do Planalto Meridional Brasileiro e, os terrenos cristalinos (feitos de pedra), colocados em posição horizontal ao Oceano Atlântico. As altitudes do relevo paranaense distribuem-se no interior das cotas altimétricas, a saber:[2]

Altitude Área
Até 100 metros 2 255 km²
De 101 a 200 metros 2 993 km²
De 201 a 300 metros 15 373 km²
De 301 a 600 metros 74 871 km²
De 601 a 900 metros 81 268 km²
De 901 a 1 500 metros 24 158 km²
Mais de 1 500 metros 430 km²

De acordo com o geógrafo Reinhard Maack, possivelmente agrupam-se as terras do Paraná em cinco unidades de relevo que vão do litoral para o interior:[2]

  1. Litoral
  2. Serra do Mar
  3. Primeiro Planalto ou de Curitiba
  4. Segundo Planalto ou de Ponta Grossa
  5. Terceiro Planalto ou de Guarapuava

Litoral[editar | editar código-fonte]

O litoral do Paraná é apresentado como uma região com altitudes reduzidas por falhamento marginal de um nivelamento antigo do Planalto Paranaense. Esse fenômeno geológico aconteceu de verdade na era Cenozoica ou já nos últimos tempos da Mesozoica. Em tempos geológicos mais novos (Pleistoceno) a costa que afundou começou a elevar-se. Quem prova isso são a areia de velhos balneários naturais e as colônias extintas de moluscos e dos sambaquis.[2] No decorrer do litoral, em plena plataforma continental, ocorrem certos blocos de pedras mais duras, como as ilhas dos Currais, Itacolomi, Saí, Palmas, Galheta e a porção de pedras feitas de cristal da ilha do Mel. Duas regiões diferentes representam o litoral: a montanhosa e a baixada costeira.[3][4]

A Região Montanhosa compreende morros afastados, certas cadeias de colinas e os sopés da Serra do Mar. Esta zona é formada de rochas cristalinas nas quais são predominantes os gnaisses e os granitos.[3][4]

A Baixada Costeira constitui uma pequena planície formada por depósitos sedimentares marinhos e terrígenos mais novos. Suas espessuras possivelmente alcançam 100 metros predominando areias e argilas. Sua largura é variável de 10 até 20 km, passando a ser um pouco mais comprida perto da Baía de Paranaguá. As altitudes, deste pedaço do relevo paranaense, variam de 0 (zero) a 10 metros e, nos locais mais longes do mar, começam a possuir 20 metros.[3][4]

Vista parcial da Ilha do Mel.

As baías de Paranaguá e Guaratuba separam o litoral do Paraná em três áreas:[3][4]

  • Leste: faixa de balneários naturais entre o lado meridional da baía de Paranaguá e o lado setentrional da penetração da Baía de Guaratuba. A Ilha do Mel pertence a esta área;
  • Sul: compreende a faixa de balneários naturais que localizam-se entre a parte meridional da Baía de Guaratuba e a ilha do Saí, na divisa com o vizinho estado de Santa Catarina.

A Baía de Paranaguá, uma das maiores baías do Brasil, entra em uma distância de 50 km por dentro do continente, tem um comprimento maior de 10 km. Divide-se nas demais baías pequenas: de Antonina, das Laranjeiras, dos Pinheiros e de Guaraqueçaba. Existe dentro dela diversas ilhas, tais como Mel, Peças, Cotinga, Rasa da Cotinga, Cobras, Pedras, Gererê, Lamim, Guamiranga, Guararema, Guará, Gamelas, etc.[3][4]

A Baía de Guaratuba, indo em direção ao interior do continente (15 km) e possuindo 5 km de comprimento maior, está localizada no extremo sul. Suas ilhas mais importantes são: Pescaria, Capinzal, Mato, Chapéu, dos Ratos, etc.[3][4]

Ocorrem ainda, como principais acidentes geográficos no litoral paranaense: a ilha de Superagüi, cujos corpos de água que a separam do continente são a baía de Pinheiros e o canal do Varadouro; a restinga de Ararapira localiza-se na parte setentrional da Praia Deserta.[3][5]

É encontrada, no litoral, como porção do relevo do Paraná a plataforma continental. Essa região abrange o relevo revestido pelas águas do Atlântico, indo do limite costeiro à linha do Mar Territorial Brasileiro.[3][5]

Serra do Mar[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Serra do Mar

A Serra do Mar pertence ao grande parapeito pelo qual é acompanhado o litoral leste e sul do Brasil. Faz parte do “Complexo Cristalino Brasileiro”, sendo formada em sua maioria por gnaisses e granitos. As formações da Serra do Mar de hoje vêm de diversos fatores: da modificação de força das rochas, da falha geológica do relevo e das repetidas trocas de clima.[6][7]

Em certas regiões a Serra do Mar é apresentada como uma escarpa (Graciosa e Farinha Seca). Nas demais essa cadeia de montanhas é apresentada como serra marginal elevada entre 500 e 1 000 metros de altitude em cima do planalto, constituindo blocos como Capivari Grande, Virgem Maria, Órgãos, Marumbi e demais.[6][7]

Na Serra dos Órgãos são encontradas as mais altas cotas altimétricas do Estado, merecendo destaque os picos, a saber: Paraná, Caratuva, Ferraria, Taipabuçu e Ciririca. As últimas medições rastreadas por satélites artificiais, concedem ao Pico Paraná 1 877,392 metros de altitude acima do nível do mar. Alcançado primeiramente em 13 de janeiro de 1941 por Reinhard Maack, o Pico Paraná é o ponto culminante, não somente do Paraná, mas também do Sul brasileiro inteiro.[6][7]

Na Serra do Marumbi, localizam-se: o Pico dos Abrolhos, a Esfinge, a Ponta do Tigre, o Gigante e o Olimpo. Este último, com 1 539,361 metros de altitude, é o ponto culminante do grupo, sendo semelhante ao Pico Paraná, por satélites rastreadores. No sul da Serra do Marumbi, ocorrem as serras marginais dos Castelhanos, Araraquara, Iquiririm, etc.[6][7]

Certos ramais da Serra do Mar estão localizados em direção ao litoral, constituindo as demais serras marginais, como: Igreja, Canavieiras e Prata. Esta última, depois do seu contorno com os balneários naturais, aproxima-se do Atlântico.[6][7]

Serra da Graciosa
A Serra da Graciosa vista a partir da estrada homônima.
Pico Paraná
O conjunto do Pico Paraná, visto do Caratuva, em Julho de 2006.
Pico do Marumbi
Conjunto Marumbi, Serra do Mar, Paraná. Visto de Porto de Cima, ao lado do Rio Nhundiaquara.
Serra do Mar
A Serra do Mar vista a partir de Curitiba.

Planalto cristalino[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Primeiro Planalto Paranaense
O Morro do Anhangava como vista da parte interna do Parque Estadual da Serra da Baitaca. Foto tirada no feriado da Independência do Brasil de 2012.

Inicia-se perto da Serra do Mar, indo a oeste em direção à Escarpa Devoniana (Serrinha, Serra São Luíz, Purunã, etc.). O Primeiro Planalto Paranaense é um resultado da erosão que o abaixou de um nivelamento antigo, e suas terras antiquíssimas, são da era Pré-Cambriana.[7] É possível que o Primeiro Planalto, chamado de Planalto de Curitiba, se subdivida em ambas as porções:[7][8]

  • Zona norte;
  • Zona sul.

Zona norte[editar | editar código-fonte]

Tem relevo mais montanhoso porque o rio Ribeira e seus tributários são responsáveis pela erosão dessa região. Os filitos, calcários, dolomitos, mármores e quartzitos representam as rochas em sua maioria. Essa região, por sua característica escarpada, é denominada de "região serrana de Açungui", onde são encontradas montanhas como:[9][8]

  • Serra Ouro Fino: entre 1.025 e 1.050 metros.
  • Serra da Bocaina: entre 1.200 e 1.300 metros.
  • Serra do Canha ou Paranapiacaba: entre 1.200 e 1.300 metros.
  • Serra do Piraí: entre 1.080 e 1.150 metros.

Zona sul[editar | editar código-fonte]

Equivale ao chamado Planalto de Curitiba. Suas formas de topografia são mais brandas e invariáveis, variando entre 850 a 950 metros de altitude, e com comprimento de 70 até 80 km. A origem do relevo é de base cristalina (granitos e gnaisses), e na área, são encontradas argilas e areias sedimentadas no decorrer do rio Iguaçu, seus tributários e em volta da cidade de Curitiba.[9][8]

Planalto paleozoico[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Segundo Planalto Paranaense
A Taça, cartão-postal de Ponta Grossa, no Parque Estadual de Vila Velha, nos Campos Gerais do Paraná.

O Segundo Planalto Paranaense é chamado de Planalto de Ponta Grossa ou Planalto dos Campos Gerais. Limita-se da seguinte forma: a leste com a Escarpa Devoniana; a oeste com a escarpa da Esperança (Serra Geral).[10][9]

As mais altas elevações do segundo planalto (1.100 a 1.200 metros), encontram-se na Escarpa Devoniana, caindo para sudoeste, oeste e noroeste. Os pontos de menor altitude (350 a 560 metros), localizam-se na porção setentrional, onde do segundo (Planalto de Ponta Grossa) se encontra com o terceiro planalto (Planalto de Guarapuava).[10][9]

Em sua formação geológica, são predominantes os velhos terrenos depositários da era Paleozoica, que reúnem-se nos conjuntos: Paraná ou Campos Gerais (devoniano); Itararé (Carbonífero) e Passa Dois (Permiano).[10][9]

No que diz respeito às rochas mais frequentes estão: arenitos (Vila Velha e Furnas), folhelhos (Ponta Grossa e os betuminosos), carvão mineral, varvitos, siltitos e tilitos. Em diminutas regiões, ocorrem rochas ígneas intrusivas.[10][9]

Os Campos Gerais do Paraná abrangem a parte oriental do Segundo Planalto Paranaense, atrás da Escarpa Devoniana, que é um relevo de cuesta, isto é, uma escarpa originária de erosões fazendo limite com um planalto, o qual ganha os nomes geográficos de Serrinha, Serra de São Luiz do Purunã, Serra de Itaiacoca, Serra das Furnas e demais. Apesar de seu reconhecimento intelectualmente favorável pela utilização, o nome “Escarpa Devoniana” é plausível de certo debate. Primeiramente, devoniana teria sido a idade em que surgiram os arenitos da Formação Furnas, responsáveis pela sustentação da serra, a qual seria conhecida assim por “Escarpa do Arenito Devoniano”. Sua característica geomorfológica tem idade bem mais recente, porque essa idade começou a ser elaborada desde o Mesozóico por cientistas. Além disso, hoje em dia justifica-se a extensão da verdadeira idade da Formação Furnas entre o Siluriano e o Devoniano, o que tem que continuar sendo considerado no momento em que é utilizado o nome “Escarpa Devoniana”.[10][9]

No setor do Segundo Planalto Paranaense que corresponde aos Campos Gerais as topografias alcançam altitudes maiores por volta de 1 290 metros, perto da escarpa, reduzindo para mais de 850 metros a oeste e a noroeste. As altitudes menores, no vale do rio Tibagi a noroeste, diminuem mais de 630 metros. As altitudes menores do Segundo Planalto são vistas no leito dos rios no caminho para o Terceiro Planalto, na Serra Geral (735 metros no rio Iguaçu, 445 metros no rio Ivaí, 511 metros no rio Tibagi, Maack 2002).[10][9]

A geomorfologia dos Campos Gerais tem contrastes. Perto da Escarpa Devoniana as dimensões são maiores, com sucessivas encostas difíceis de subir, verticais, com canyons e trechos de rios encaixados, com numerosas cachoeiras e corredeiras em cima do leito de rocha. Certas características destacadas desse setor geomorfológico cortado em profundidade são o canyon do rio Iapó (do Guartelá), com desnivelamento de até 450 metros, e canyons mais baixos nos vales dos rios Jaguaricatu, Jaguariaíva, Pitangui, Verde e alto Tibagi, além de uma vários nichos e subdivisões da Escarpa Devoniana.[10][9]

Isolando-se da escarpa, na direção oeste-noroeste, começa o predomínio de paisagem de topografia pouco montanhosa e disposição bem regular, constituída por agrupamentos de morros, com topografias planas e/ou curvas amplas, descidas leves e menos de 50 metros de extensão.[10][9]

Planalto basáltico[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Terceiro Planalto Paranaense

As terras que localizam-se a oeste da escarpa da Esperança, constituem o Terceiro Planalto Paranaense, chamado Planalto de Guarapuava, ocupante de 2/3 (dois terços) de área do Estado do Paraná.[11][8]

Segundo a geologia, equivale ao grande derrame de rochas eruptivas (basaltos, diabásios e meláfiros) e aos sedimentos de arenitos (Botucatu e Caiuá) da era Mesozoica, em que ocorreu o mais grande derrame mundial de lavas de vulcão, chamado de derrame de Trapp, que depois deu origem à terra roxa, que existe no norte e oeste do estado.[11][8]

Embasando os rios Tibagi, Ivaí, Piquiri e Iguaçu, o terceiro planalto possivelmente subdivide-se nos blocos a saber: planalto de Cambará e São Jerônimo, planalto de Apucarana, planalto de Campo Mourão, planalto de Guarapuava e planalto de Palmas.[11][8]

O Morro do Morungava, no município de Prudentópolis, Paraná, Brasil.

O Planalto de Cambará e São Jerônimo da Serra abrange a porção norte-ocidental do Estado do Paraná, dentre os rios Tibagi, Paranapanema e Itararé. Suas altitudes oscilam de 1 150 metros, na escarpa da Esperança, até 300 metros, no rio Paranapanema.[11][8]

O Planalto de Apucarana está localizado dentre os rios Tibagi, Paranapanema, Ivaí e Paraná. Alcança altitudes de 1 125 metros na escarpa (serras do Cadeado e Bufadeira), e descendo 290 metros ao chegar no rio Paranapanema, a mesma coisa que ocorre no sentido oeste, no momento em que alcança altitudes de 235 metros no rio Paraná.[11][8]

O Planalto de Campo Mourão abrange as terras que situam-se dentre os rios Ivaí, Piquiri e Paraná. Alcança altitudes de 1 150 metros na escarpa da Esperança, decaindo para 225 metros no rio Paraná.[11][8]

O Planalto de Guarapuava ocupa as terras que localizam-se dentre os rios Piquiri, Iguaçu e Paraná. Formado de uma região de mesetas, possui altitudes de 1250 metros na escarpa da Esperança, descendo em sentido oeste para 550 metros (serras de Boi Preto e de São Francisco) e 197 metros no rio Paraná.[11][8]

O Planalto de Palmas este planalto abrange as terras localizadas na porção setentrional no limite das bacias hidrográficas dos rios Iguaçu e Uruguai. Suas altitudes alcançam 1 150 metros, reduzindo até 300 metros conforme chegam perto do talvegue do rio Iguaçu.[11][8]

Em diversos lugares do Terceiro Planalto Paranaense, ocorrem nomes de serras: Dourados, Palmital, Cantagalo, Chagu, Pitanga, Lagarto, Apucarana, Fartura e outras demais.[12] Realmente estas serras não deixam de ser espigões, mesetas, ou de baixos morros. Demais são degraus (estruturais) os quais compreendem bordas de lençóis de lavas, como as escarpas São Francisco e Boi Preto, que situam-se no oeste do Estado do Paraná.[13][8]

Cuestas[editar | editar código-fonte]

As cuestas são formas de relevo que resultam da erosão regressiva e as quais têm um lado montanhoso e o outro suavemente declivado. Os planaltos paranaenses subdividem-se em ambos os grupos de cuestas: a escarpa Devoniana e a escarpa da Esperança. Ambas as montanhas vindas do Estado de São Paulo entram pelo norte e nordeste do Paraná e, depois do desenho de um arco, acompanham o sentido sul.[13]

A Escarpa Devoniana ocorre nos mapas com vários nomes de serras, como: Serrinha, São Luíz, Purunã, Santa Ana, Almas, Itaiacoca, São Joaquim, Taquara, Furnas e demais. A Escarpa da Esperança ocorre, ao mesmo tempo, com diversas denominações de serras, dentre as que podem ser citadas: Cadeado, Macacos, Leão, Bufadeira, Fria e demais.[13]

Pedologia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Solos do Paraná

Segundo a sua gênese, solos do Paraná estão distribuídos da seguinte forma:[14][15]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Garschagen 1998, pp. 132-133
  2. a b c Wons 1994, p. 32
  3. a b c d e f g h João José Bigarella (dezembro de 2001). «Contribuição ao Estudo da Planície Litorânea do Estado do Paraná» (PDF). Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas. Consultado em 2 de janeiro de 2012. Cópia arquivada em 2 de janeiro de 2012 
  4. a b c d e f Wons 1994, p. 33
  5. a b Wons 1994, p. 34
  6. a b c d e Ambiente Brasil (2017). «Serra do Mar Paranaense». Consultado em 15 de fevereiro de 2018 
  7. a b c d e f g Wons 1994, p. 36
  8. a b c d e f g h i j k l «Geografia do Paraná» (PDF). Geovest. Consultado em 16 de setembro de 2012 
  9. a b c d e f g h i j Wons 1994, p. 37
  10. a b c d e f g h Melo, Mário Sérgio de; Guimarães, Gilson Burigo; Ramos, Alexandro Ferreira de; Prieto, Carla Corrêa (2007). «Relevo e hidrografia dos Campos Gerais». Consultado em 15 de fevereiro de 2018 
  11. a b c d e f g h Wons 1994, p. 39
  12. Wons 1994, pp. 39-40
  13. a b c Wons 1994, p. 40
  14. Lima, Valmiqui Costa (2012). «Conhecendo os principais solos do Paraná: Abordagem para professores dos ensinos fundamental e médio» (PDF). Programa de Extensão Universitária Solo na Escola/UFPR. Consultado em 22 de janeiro de 2018 
  15. Wons 1994, pp. 141-142

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Garschagen, Donaldson M. (1998). «Paraná». Nova Enciclopédia Barsa. 11. São Paulo: Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda 
  • Wons, Iaroslaw (1994). Geografia do Paraná 6ª ed. Curitiba: Ensino Renovado