Usuário:DAR7/Testes/História de Curitiba/História do Pinheirinho e do Capão Raso

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1693[editar | editar código-fonte]

No dia 29 de março de 1693, até então não existem notícias sobre os bairros Pinheirinho e Capão Raso. As mais antigas menções oficiais vêm do começo do século XIX, momento em que a região do atual Pinheirinho é chamada de Capão Alto, uma superfície constituída por pradarias e partes de florestas afastadas, delimitados por pequenos cursos de água e com a existência de pinhais distribuídos por toda a região. A região do que conhecemos hoje como Capão Raso, na metade do século XIX denominava-se Fazenda dos Macacos no local que povoavam os escassos capões de uma parte essencialmente constituída pela mata rasteira.[1]

1870[editar | editar código-fonte]

Durante o século XIX, a região era dividida dentre algumas famílias. Antônio Lourenço dos Santos era o dono de boa parte das terras situadas na região do Capão Alto. Apenas em 1862, um parecer da Câmara Municipal de Curitiba a respeito das herdades instaladas em Curitiba, é mencionada a denominação da Fazenda Pinheirinho, situada exatamente no Capão do Alto. no decorrer da mesma época, os Claudino, uma das primeiras famílias, se estabeleceram na Fazenda dos Macacos. Em 1876, uma das pessoas desta família, Josefa Claudino Machado, contraiu núpcias com um dos filhos de Antônio Lourenço dos Santos, desta feita com um português denominado Pedro Ferreira da Rocha, o qual adquiriu boa parte do terrenos da superfície da propriedade. A Fazenda Pinheirinho, desde então, começou a ser subdividida entre os Ferreira da Rocha, o Lourenço e os Voluz. Pouco após, em 1885, chegaram ao Brasil os Gasparin, uma família de imigrantes italianos que se instalou no Capão Raso com uma indústria de barricas e comércio.[2]

1905[editar | editar código-fonte]

Procedentes da Suíça, Pierre e Emanuel Voluz chegaram em Curitiba determinados a erguer uma indústria vinícola. Nas malas, traziam somente o desejo e a vocação recebida em uma região da Suíça conhecida por seus vinhedos. Algum momento após sua vinda, criaram a indústria de vinho tinto Pinheirinho. as uvas eram plantadas em uma superfície de 2 alqueires, o que lhes possibilitava fabricar, na mais bem sucedida da safras, entre quatro e cinco mil litros de vinho. Já em 1904, o vinho tinto Pinheirinho foi agraciado com a medalha de bronze na exposição Universal de Louisiana, nos Estados Unidos, e em 1908, uma medalha de ouro na Exposição Nacional, no Rio de Janeiro. No começo do século XX, além do vinho, os turistas e os tropeiros que atravessavam a fazenda Pinheirinho Contavam com um pequeno núcleo comercial denominado Cruzeiro, um armazém de Secos e Molhados, criado em 1905 por Antônio Claudino, o "Nhozinho", o qual veio a denominar o povoado à sua volta, Cruzeiro da Bela Vista.[3]

1915[editar | editar código-fonte]

Conforme o mapa da cidade de Curitiba de 1915, elaborado pelos engenheiros civis Francisco Gutierrez Beltrão e Arthur Martins Franco, a região que conhecemos hoje como Pinheirinho surge com a denominação de campo do Pinheirinho. Também aparece, logo na parte inferior desta menção, o nome Arroio do Pinheirinho, um entre os diversos que cruzavam a região. Ao que tudo prova, a designação Cruzeiro alude ao núcleo comercial Cruzeiro, implantado na região chamada de cruzeiro da Bela Vista. A região que conhecemos hoje por Capão Raso, conta a noroeste, e era constituída por um banhado e por duas superfícies de capão e mato.[4]

1920[editar | editar código-fonte]

As famílias de exploradores do Bairro iam aumentando de tamanho e se casando. Isaac Ferreira da Cruz contraria núpcias com Magdalena Claudino, herdeira de Antônio Claudino, o o criador da primeira casa comercial do Pinheirinho, o Cruzeiro. Fez algo merecedor de registro na história da região a família Ferreira da Cruz. Após o matrimônio, Isaac veio a controlar o armazém, porque seu sogro pegou um derrame e não possuía mais capacidade de trabalhar com os negócios e com sua fazenda. com a morte de "Nhozinho", como também era conhecido Antônio Claudino, Isaac Ferreira da Cruz resolveu ceder a região próxima ao Cruzeiro da Bela Vista ao Exército Brasileiro.[5]

1930[editar | editar código-fonte]

a partir do começo do século a região do Pinheirinho, por conta de sua paisagem com superfícies despovoadas, já era usada pelo exército brasileiro como território propício ao adestramento de suas forças. Com a cessão para o exército brasileiro da superfície nas imediações do cruzeiro da Bela Vista, aproximaram-se os laços dentre os militares e os habitantes do Bairro. não eram de difícil ocorrência as ocasiões que José Ferreira da Rocha e seus parentes mantiveram laços amistosos com soldados, sargentos, coronéis e generais, porque o adestramento das forças era realizado nos fundos da matriz da propriedade. João do Capão Raso, sobrenomes como da família Cubas auxiliariam a escrever a história do bairro.[6]

1940[editar | editar código-fonte]

Nos anos 1940, os residentes da propriedade e arrabaldes do Pinheirinho já não necessitavam caminhar por enormes distâncias, se dirigindo a demais bairros, para comparecerem às missas dominicais. A confraternização das amanhã de domingo tornou-se mais descomplicado com a instalação da Capela de Santo Antônio, no começo dos anos 1940. Os leais habitantes do Pinheirinho usavam a superfície perto da capela para festividades religiosas para diálogos sem compromisso, aproximando assim relações amistosas entre os vários residentes da região. Anos após, em 1946, a designação Santo Antônio ficou famoso mais uma vez na história no bairro, nomeando um posto de combustível, o posto Santo Antônio, fundado por Isaac Ferreira da Cruz. Operando inicialmente com somente uma bomba de gasolina, o posto do Seu Isac é considerado o mais antigo posto de gasolina da região. Neste mesmo terreno, Isaac Ferreira da Cruz aumentou seu serviço erguendo um pequeno hotel, êxito dentre os caminhoneiros, que possuíam combustível e pouso no mesmo lugar.[7]

1957[editar | editar código-fonte]

Em 1957, um grupo de Irmãs Apóstolas vinha a região para começar uma nova atividade, na Vila Feliz. Esta frente missionária, à catequização das crianças mais pobres, era chamada na época de "Escolinha da Vila" e se compunha de uma única turma de discentes. Em 1961, com três salas de aula, operando com primeira e segunda séries, sob a administração da Irmã Beatriz Mazzarollo, a pequena instituição de ensino fundamental foi transferida para a Rua Valdir de Jesus, no bairro Capão Raso, num terreno cedido pela família Claudino. Em 1964, a entidade até aquela época apenas com Irmãs acolheu a sua primeira professora leiga, a senhora Maria Conceição Cardoso Leal, cedida pela Secretaria de Educação. Com o passar dos anos, novas professoras leigas foram vindo para participar do desenvolvimento da região e da escola.[8]

1958[editar | editar código-fonte]

Na década de 1950, começavam a nascer os mais antigos loteamentos na região de Pinheirinho e Capão Raso. Novas ruas, população maior residências novas foram sucedendo o local de pastagens e plantações. No segundo meado da década, outra alteração estrutural transformaria a história da região: a abertura da BR-116. Os habitantes ganhariam energia elétrica em suas residências apenas no fim da década, deixando de usar o lampião. Antes disso, eram escassos os residentes que tinham um gerador de energia elétrica em suas habitações. Em março de 1958, o Capão Raso também ganhava melhoramentos, com a pavimentação da extensão da Avenida República Argentina. E já no final da década de 1950, em 22 de abril de 1959, era aberta pela primeira vez a mais antiga churrascaria do Pinheirinho, a Churrascaria Gaúcha.[9]

1962[editar | editar código-fonte]

No começo dos anos 1950, Pinheirinho e Capão Raso até então eram um território de enormes pradarias. O processo de divisão em lotes da região, começado uma década antes, crescia, vastas superfícies convertidas em lotes. Nesta década, nascia o Pinheirinho Futebol Clube, o Colégio Nossa Senhora do Sagrado Coração e o Colégio Adventista. Em 20 de setembro de 1962 era criado o CTG 20 de Setembro, o mais antigo Centro de Tradições Gaúchas de Curitiba, uma referência na história de uma região caracterizaria pelo nativismo e pela conservação da cultura tropeira. Cinco anos após, em 1967, por intermédio do tratado das Irmãs de Nossa Senhora do Sagrado Coração com a fundação Saza Lattes, começava a operar o mais antigo posto de saúde do Pinheirinho.[10]

1970[editar | editar código-fonte]

Em 1975, o Exército Brasileiro e a região do Pinheirinho fecharam velhos laços, com o estabelecimento de um quartel na região. O município ergueu a nova matriz do quartel com o auxílio da URBS, conforme o contrato firmado entre o Ministério do Exército e a prefeitura de Curitiba. As décadas posteriores caracterizariam a história do Pinheirinho e Capão Raso com a edificação de novos empreendimentos e fundação de serviços que tornariam mais fácil o cotidiano de seus habitantes.[11]

1985[editar | editar código-fonte]

A palavra chave para a região desde os anos 1980 era infraestrutura. as dificuldades com saneamento básico, educação, saúde e urbanização eram pioradas pela explosão demográfica, pelas vilas irregulares pelas ocupações ilegais de terrenos. Bem como o Pinheirinho, o Capão Raso era ponto de encontro de antigas estradas, especialmente associado ao armazém de secos e molhados de Antônio e Catarina Gasparini, os quais haviam se transformado em ruas ou avenidas na década de 1980. Uma dessas estradas se tornou Avenida Winston Churchill, qual em 28 de agosto de 1981, começou a compreender o terminal do Capão Raso, o qual conectava diversas regiões de Curitiba. Com o franco desenvolvimento da região, em 1985, o terminal passou por um processo de alargamento e reorganização. Um dado curioso, relacionado com o transporte destes dois bairros e que os liga de mais de um modo, se refere aos terminais de ônibus desta região. ao passo que o terminal que traz o nome de Capão Raso, localizado no Novo Mundo, o terminal do Pinheirinho, se encontra no Capão Raso.[12]

1996[editar | editar código-fonte]

Com a década de 1990, vinham as consequências positivas de cerca de cem anos de história. A antiga estrada dos tropeiros havia se tornado a Avenida Winston Churchill, uma das mais famosas, respeitadas e percorridas da cidade. Na BR-116, o fluxo de cargas, caminhões e caminhoneiros era reivindicado por fábricas e lojas. Do lado contrário, vários habitantes solicitavam que a rodovia federal fosse convertida em uma avenida para evitar muitos acidentes e óbitos. no dia 7 de dezembro de 1996, era aberta pela primeira vez a Rua da Cidadania do Pinheirinho, que bem como terminar de ônibus do bairro, situa-se oficialmente no bairro Capão Raso. Os limites entre as duas regiões permaneciam duvidosos. As relações entre elas continuavam intensas. Pinheirinho e Capão Raso andavam juntos a caminho do futuro.[13]

Notas

Referências

  1. Fenianos 2000, p. 17.
  2. Fenianos 2000, p. 18.
  3. Fenianos 2000, p. 19.
  4. Fenianos 2000, p. 20.
  5. Fenianos 2000, p. 21.
  6. Fenianos 2000, p. 22.
  7. Fenianos 2000, p. 23.
  8. Fenianos 2000, p. 24.
  9. Fenianos 2000, p. 24.
  10. Fenianos 2000, p. 26.
  11. Fenianos 2000, p. 27.
  12. Fenianos 2000, p. 28.
  13. Fenianos 2000, p. 29.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fenianos, Eduardo Emílio (2000). Pinheirinho, Capão Raso. dá-lhe, tchê!. Curitiba: UniverCidade