Usuário:DAR7/Testes/História de Santa Catarina/Exploração de Santa Catarina

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Binot Paulmier de Gonneville[editar | editar código-fonte]

Em 1505, um navegante francês denominado Binot Paulmier de Gonneville na presença do Almirantando da Normandia, declarou que, dois antes anteriores, estava no Brasil, em uma região a qual não estabeleceu exatamente qual fosse, mas que vinha sendo visitada com frequência por navios de Dippe e St. Malo.

De acordo com a sua Declaração de Viagem, embarcado em um navio pequeno de 120 toneladas, denominado Espoir, abandonando o porto de Honfleur em 24 de junho de 1503, viu as Canárias em outubro, depois atravessou o Equador e, em novembro já se encontrava em latitude ao sul do Cabo da Boa Esperança, segundo os seus cálculos. Sofrendo repetidos infortúnios, teve seu rumo alterado e, em 5 de janeiro de 1504, viu uma terra imensa na qual atracou no dia seguinte. Tripulantes desceram na terra, para o seu reconhecimento, e depois mandou uma escala para percorrer o litoral buscando um porto, para onde o navio foi levado, comparando-lhe à foz do Orne, na França.

Naquele embarcadouro ficou o Espoir antes de 3 de julho, quando foram lançadas velas, de volta ao seu país, tendo, pela Páscoa, em cima de uma pequena elevação a beira-mar, erguido uma Gonneville cruz de madeira sinalizando a sua passagem, realizando-se uma cerimônia tocante e singela.

A terra foi descrita por Binot Paulmier de Gonneville como muito fértil, sendo inúmeros os animais e as árvores, havendo abundância dos peixes e das aves, local de habitação por selvagens que dedicavam-se à caça e à pesca, aos frutos da terra e à sua agricultura pouco desenvolvida, sem muitas preocupações ou trabalhos, levando a existência alegremente. Caminhavam seminus, vestindo roupas simples, com trançados, pelos e penas, amarrados à cintura, mais compridas nas mulheres, enfeitando-se estas, ainda, com colares e braceletes, feitos de ossos e conchas. Nos cabelos, as mulheres levavam tranças com fibras vegetais, pintadas de cores vivas e brilhantes, ao invés dos homens que as utilizavam soltas, mostrando um cocar de penas compridas e com cores iguais. Como armas, utilizavam o arco e a flecha e as suas casas, aglomeradas entre 30 e 80 ocas, eram feitas de pau a pique, com os espaços tampados com folhas, que também cobriam, tendo em cima um buraco para a fumaça sair. As portas eram de pedaços de lenho atados com firmeza, presas por taramelas feitas de madeira. Seus utensílios eram feitos de madeira, mesmo os de ir ao fogo estes cobertos de argila, com a grossura de um dedo, a fim de impossibilitar a combustão. As camas eram feitas de folhas e plumas e os cobertores de pelos e penas. Eram socialmente organizados em pequenas aldeias, cada uma com o seu líder, que reconhecia-se pelo cocar de apenas uma cor.

Arosca e Içá-Mirim[editar | editar código-fonte]

Arosca, um selvagem "de porte grave, estatura média, nédio e olhar abençoado", com a idade de 60 anos, mostrando um cocar de penas, teria sido o hóspede de Binot Paulmier de Gonneville. Quando os franceses permaneceram no porto, eles viveram tranquilamente com os nativos e todos tiveram bastante interesse em aprender a manejar as armas dos visitantes, querendo mesmo obtê-las para usar contra os seus inimigos. Gonneville, disse, no entanto, que não encontrou nenhum vestígio de antropofagia.

O Espoir, com mais de cem quintais de mantimentos como carnes, peixes, frutos, peles, penas e outros, foi abastecido pelos aborígenes, que trocaram bugigangas como pentes, facas, espelhos, machados, contas e muito mais. No dia 3 de julho, depois de ficar um semestre no litoral de Santa Catarina, o bergantim voltou para França.

Em sua companhia, Gonneville levou um dos filhos do cacique Arosca, denominado Essomeric. Este termo, suposto pelos autores, equivale a Içá-Mirim (formiga pequena). O nativo prometia entregá-lo depois de 20 dias, desejando conhecer sobre o manejo de artilharia, além de outros que os selvagens admiravam nos cristãos.

Gonneville, na sua viagem de retorno, entrou em contato ainda com demais pontos do norte, achando os indígenas, pelados e com os corpos pintados, chegando mesmo a perder certos homens, em um balneário natural, onde os nativos atacaram, sacrificaram e comeram os exploradores.

O navegador não podia voltar ao Brasil para a repatriação do filho de Arosca. A história conta que Içá-Mirim foi cuidadosamente educado e, em 1521, casou-se com uma de suas filhas, chamada Susana, legando ao casal parte de seus bens, com a condição da conservação do apelido e do escudo de armas dos Gonneville pelos seus filhos homens.

O abade Jean Paulmier de Gonneville foi um bisneto do casal. Jean era conhecido por sua sabedoria e viajava a diversos países europeus em missão diplomática, e que veio a ser cônego da Catedral de Saint Pierre de Lisieux, quem apresentou a Declaração da Viagem, seguida de um memorial, ao Papa Alexandre VII, em 1663, tendo justificado um pedido para criar uma missão cristã no sul querendo provar que a terra que o seu bisavô visitou foi a Austrália.

A tese do abade foi admitida, embora não fosse examinada. Mas, depois, os graves erros, talvez propositais, da sua Cópia da Declaração de Viagem, foram verificados como confirmados. Então, eruditos e academias, empenharam-se, em procurar o documento autêntico. Foi achado, em 1847, só então, o original, com a verificação e a confirmação dos erros, chegando-se a concluir que a terra que Gonneville visitou foi o Brasil.

Em 1869, foi escrita uma Relação Autêntica da viagem, seguida de uma análise concluindo por aceitar que a terra brasileira que o navegador francês visitou foi São Francisco do Sul e, baseando-se nessa análise, vários autores consideravam São Francisco do Sul como o local de nascimento de Içá-Mirim e o descobrimento da região somente quatro anos depois da descoberta do Brasil.

O ponto é duvidoso. Não há certeza absoluta, nem indicações maiores comprovando a presunção, sendo que demais autores não concordem com a opinião, pois não aceitam que um experiente navegador como Gonneville pudesse errar a comparação entre grande baía de São Francisco e um pequeno rio da França, que é o Orne.

Dom Nuno Manoel e Cristóvão de Haro[editar | editar código-fonte]

Durante o século do descobrimento, é indiscutível que exploradores e navegadores portugueses e espanhóis visitaram o litoral de Santa Catarina e graças a eles os acidentes geográficos da região receberam seus nomes, certos dois quais continuam até os dias atuais.

Em 1514. D. Nuno Manoel e Cristóvão de Haro, uma expedição comercial portuguesa, que alcançou o cabo de Santa Maria, no território que é hoje o Uruguai, chegou ao litoral catarinense, chamando-lhe de Ilha dos Patos, dada a que os nativos denominavam de Meiembipe, a qual atualmente chama-se a Ilha de Santa Catarina.

Sobre os topônimos do litoral catarinense, há, no entanto, inúmeras curiosidades e várias polêmicas, porque a criação de vários nomes foi admitida com os devidos cuidados.

Juan Díaz de Solís[editar | editar código-fonte]

Teve início em 1516, depois de planejada em grande segredo, dirigindo-se aos mares do sul, a expedição espanhola liderada por Juan Díaz de Solís, piloto-mor da Espanha.

Tocando em certos portos da costa do Brasil, inclusive no porto localizado entre a Ilha dos Patos e a terra firme acredita-se que Juan Díaz de Solís tenha chamado a baía existente de Baía dos Perdidos, por ter, ao que se sugere, aí achado certos europeus. Solís chamou a atual Ilha da Paz de Ilha da Prata, perto da de São Francisco, além da ponta que existe nessa última, denominada de João Dias. Embora, no que diz respeito à esta última, certos autores creiam que o João Dias não fosse o piloto-mor da Espanha, porém um humilde português, que depois, viria a colonizar a região. Outros, duvidam, mesmo, que Solís passou pelo litoral catarinense.

Os nativos trucidaram Solís no rio da Prata e os sobreviventes da mal sucedida expedição voltaram à Espanha sem o seu líder e orientador. Apesar disso, uma das embarcações, desarvorada por uma forte tempestade, procurou abrigo em uma das calmas baías que existem entre a Ilha dos Patos e o continente fronteiriço, mas, ao entrar no Canal Sul, afundou, chocando-se com rochedos existentes, sendo jogados ao mar os seus 15 tripulantes, dos quais 11 conseguiram chegar à terra.

Caso a Baía dos Perdidos recebeu esse nome por causa deste acontecimento, será indispensável o reconhecimento de que Solís não deu-lhe o nome, mas outra pessoa.

Henrique Montes[editar | editar código-fonte]

Dois onze náufragos que se salvaram, cinco conservaram seus nomes: Henrique Montes, Melchior Ramires, Francisco Pacheco, Aleixo Garcia e Francisco Fernandes. Aleixo Garcia era natural de Portugal e ele descobriu o Paraguai em 1524, saindo de Santa Catarina, com quatro amigos, cortando o Paraná e chegando ao rio Paraguai.

Os nativos acolheram os náufragos estabelecidos entre eles e casaram com as mulheres da tribo, depois, sendo fixados na região, onde chegaram a prestar, mais tarde, grandes serviços a navegantes e exploradores que aí chegaram.

Um deles, Melchior Ramires, serviu de piloto, prático e intérprete a uma expedição lusitana ao Rio da Prata, liderada por Cristóvão Jaques.

Não se sabe com certeza a data em que foi realizada essa expedição, que, segundo diversos autores aconteceu de 1521 a 1527. Mas a expedição chegou ao porto de Patos, onde Ramires serviu como prático, porque foi um dos sobreviventes da armada de Solís e porque falava a língua dos nativos, que aprendeu nos anos seguintes ao naufrágio.

Em 1525, a Espanha planejou de novo uma expedição que foi, desta vez, para as ilhas Molucas, confiando o comando de uma frota a García Jofre de Loaísa. Desarvorada pelas tempestades perto do Estreito de Magalhães, um dos galões que a formavam, o São Gabriel, tendo como comandante D. Rodrigo de Acuña, chegou a aportar em um ponto do litoral catarinense, onde achou quatro dos onze primeiros naufrágios de Solís, obtendo a informação de que os outros caminhavam à guerra seguindo os nativos.

Abastecido e refeito, D. Rodrigo estava disposto a atingir o resto da expedição, durante a inclinação unilateral de uma embarcação voltando para bordo do galeão. Naquele momento, a barca carregava nada menos que 15 homens, que morreram. Os sobreviventes de Solís seduziram os demais 17, que desertaram e permaneceram em terra. Por isso, D. Rodrigo, dessa forma afastado de seus homens, foi obrigado a abandonar a ideia de nova reunião com os companheiros e de querer voltar para a Espanha. O comandante da expedição carregava cerca de duas arrobas de ouro e prata, oferecidas pela fidelidade dos senhores marujos, homenageando o seu rei.

Sebastião Caboto[editar | editar código-fonte]

Também Sebastião Caboto foi comandante de outra expedição espanhola às ilhas Molucas, com escala nas terras disputadas por ele na América, e nenhum mais do que ele demorou em Santa Catarina.

Sabendo das riquezas que existiam no estuário do Prata, e de que na Ilha dos Patos havia quem pudesse servir-lhe de prático até essas paragens, notícia que recolheu de Pernambuco de marujos que pertenceram ao São Gabriel, de D. Rodrigo de Acuña, que lá ficaram, Caboto mudou de caminho e buscou os tais pilotos e a tais riquezas, que o teriam levado a outro destino que não fosse as ilhas Molucas.

Logo na chegada ao porto de Patos em outubro de 1526, o navegador foi informado por Melchior Ramires e Henrique Montes, da exatidão daquelas notícias, além dos sucessos havidos com o galeão de D. Rodrigo. Depois de perder o batel da nau capitânia numa tempestade, soube que a ilha possuía madeiras de boa qualidade. Isso levou Caboto a ancorar para a construção da sua nau, Santa Maria de la Concepción. Esta, ao chegar perto da costa, chocou-se com um banco de areia e afundou. Dizem que naquele momento, Caboto antes de qualquer outra pessoa, se salvou num escaler, deixando à sua sorte os seus comandados.

Enfim, ancoraram na baía do Sul, entre a Ilha dos Patos e o continente, os outros navios de Caboto. Este determinou a descida e a construção de cabanas em terra pelo pessoal a bordo para a construção de uma galeota pequena. Uma embarcação como essa teve como finalidade as explorações que queria pôr em prática no rio da Prata.

Os nativos, até do continente fronteiriço ao lugar onde a galeota foi construída, foram atraídos por Henrique Montes, não somente para ajudar a embarcação como também para fornecer os colegas de Caboto de alimentos — veados, antas, porcos, galinhas, patos, perdizes, ostras, peixes, milho, inhame, mandioca, mel, palmitos, gordura — tudo em grande número, — além do fio para calafate, cera, carvão, — permitindo que a expedição inteira estivesse na ilha durante quatro meses embora tenha espalhado uma epidemia, possivelmente de malária, atingindo vários homens e transformando certas pessoas em vítimas.

Etimologia de Santa Catarina[editar | editar código-fonte]

Nessa ocasião Sebastião Caboto nomeou a Ilha dos Patos de Ilha de Santa Catarina, nome que persiste até os dias atuais e que depois passou a todo o atual território do Estado de Santa Catarina, localizado na região Sul do Brasil.

Tal nome é atribuído pelos historiadores a diferentes exploradores e navegadores — Martim Afonso de Souza, aos espanhóis de Loaísa. No entanto, demais autores, com devidos fundamentos de argumentos do próprio Caboto e de seus amigos Gregório Caro, Gaspar Cazanã, Nicolau Venecia e demais pessoas, admitem a paternidade de Caboto.

É discutido, ainda, se é porque o nome foi dado à ilha em 25 de novembro, cuja santa do dia é Santa Catarina de Alexandria — motivo aceito por demais autores — ou é porque o navegante quis homenagear a sua esposa, Catarina Medrano, mulher do segundo casamento que, segundo consta, teve um relacionamento difícil, ou seja, uma vida amorosa complicada e desagradável, atormentando-o e submetendo-o a funções que o navegador, sempre que possível, se envolvia em certa expedição que o tivesse levado para quilômetros de distância do lar, buscando uma calmaria não encontrada por ele em casa. É por isso que existe um estado brasileiro chamado Santa Catarina na etimologia.

Os abandonados[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro de 1527, Caboto percorreu as águas salgadas do oceano Atlântico e rumou ao rio da Prata. Esteve acompanhado de Henrique Montes e Melchior Ramires, com os seus filhos e treze ou quatorze dos desertores de D. Rodrigo. Em sua companhia com esse grupo de pessoas, retirou da terra as pessoas que eram realmente uma ligação entre os europeus e indígenas. Caboto e seu grupo, vivendo entre os europeus e indígenas, falavam o seu idioma e se adequaram aos costumes aborígenes. Por causa disso, serviam de mediadores a tantos, que, chegando do oceano, precisavam dos recursos que só poderiam conseguir em terra.

Caboto trocou certos demais por doentes: o fidalgo Francisco de Rojas o qual censurou Caboto por desobediência às ordens do rei, as quais eram de viagem às Molucas e não para o rio da Prata, e contra o chefe da expedição começou a alimentar uma verdadeira raiva: o piloto Miguel de Rodas e o Tenente Martim Mendes; e Francisco Pacheco, que queria permanecer em terra, junto com alguns escassos desertores de D. Rodrigo de Acuña e demais que escapavam das severidades de Sebastião Caboto.

Sensibilizado da fatalidade desses homens, Melchior Ramires os indicou aos seus semelhantes indígenas e ao morubixaba local — e, ao que é conhecido, só um deles conseguiu voltar posteriormente ao seu país natal: Francisco de Rojas que, mais tarde, foi conduzido por Gonçalo da Costa do litoral catarinense para a Espanha.

Voltando do rio da Prata e do rio Paraguai, três anos mais tarde Caboto nem pensou sequer em conhecer a fatalidade dos antigos amigos e apenas a vontade de se alimentar o forçou a parar em Santa Catarina, fazendo-o, desta vez, na enseada de Tijucas, à que denominou de São Sebastião.

Contatando de novo com os nativos, para os quais agradecia muito, Caboto após a obtenção de mantimentos de que precisava para que fosse refrescada a sua armada, voltou a expor seus sentimentos ruins e a sua crueldade, aproveitando-se de desculpas frívolas para que quatro aborígenes, descendentes dos chefes indígenas locais, fossem levados e arrebatados para a Europa.

Naquele momento, narra-se, que fugiram da companhia de um chefe muito indesejável, mais ambos os homens, um deles era o padre Francisco Garcia.

Diego Garcia[editar | editar código-fonte]

Diego Garcia, outro navegador e explorador, que ficou em Santa Catarina, de 1527 a 1528, tinha refrescado, conseguindo mantimentos e de sua expedição sobressaiu Gonçalo da Costa, português, o qual foi levado de Cananéia pelo inimigo de Caboto e marinheiro espanhol, pois este conhecia o idioma dos nativos. Quando Diego Garcia mandou novamente Gonçalo da Costa, entrou de novo na ilha e esteve acompanhado do abandonado Francisco de Rojas, passando a salvá-lo de seu cativeiro.

O indesejável comportamento de Sebastião Caboto foi registrado por Diego Garcia, no livro Memória, sendo que os dois inimigos se desentenderam no Prata e o descumprimento das determinações e das ordens de Carlos V da Espanha conduziu, enfim, ao abandono dos serviços espanhóis por Caboto, que passou para a Inglaterra.

Henrique Montes, o qual voltou à Espanha com Caboto, pouco após teria voltado ao Brasil e desta feita pertencia à expedição de Martim Afonso de Souza, no ano de 1530.

Gonzalo de Mendoza[editar | editar código-fonte]

Da maneira que possivelmente se observa, havia um grande número de expedições castelhanas desembarcando no litoral da Região Sul do Brasil ao invés de embarcações portuguesas. Os marinheiros a serviço e por ordem dos reis de Castela tiveram muita frequência, a partir de quando o Brasil foi descoberto até ser reconhecido por Martim Afonso, em 1530 — e prolongaram as expedições para o Prata, as quais parariam e refrescariam na ilha de Santa Catarina.

No ano de 1535, D. Pedro de Mendoza, que o rei da Espanha nomeou Adelantado, uma espécie de governador geral, civil e militar do rio da Prata, criou Buenos Aires, no estuário desse rio, mas foi imprudente, não cuidou de fazer com que seu povo praticasse a agricultura e que o adelantado cuidasse de sua subsistência, e confiava nos nativos que, no início, lhe tiveram feito os indispensáveis provimentos.

Logo, parou, no entanto, a boa vontade dos indígenas, que começaram a não aceitar de Gonzalo de Mendoza que os mantimentos fossem entregues, conduzindo assim à luta de D. Pedro, o que causou terríveis vinganças.

Encarregou o Governador Geral, rapidamente, seu sobrinho Gonzalo de Mendoza, para que fossem conseguidos suprimentos na Ilha de Santa Catarina, porém, no momento em que fez este sua viagem, acontecimentos indesejáveis aconteceram em Buenos Aires.

Os indígenas penalizados pelo conquistador, em vingança, incendiaram as cabanas dos castelhanos e, retirando-se para o sertão, devastaram tudo, inutilizaram e destruíram pelo fogo aldeias e plantações, forçando que os perseguidores deixassem de lutar, resultando imensa fome e maior miséria sem limites, sendo contados acontecimentos terríveis, até antropofagia por parte dos conquistadores europeus. Conta-se que devido ao enforcamento de ambos os homens que roubaram um cavalo para matar a fome, pela manhã, na forca, não foram encontradas as pernas dos mortos, tiradas pelos próprios amigos para comê-las.

E morreram mais de 600 pessoas, antes da chegada dos mantimentos de Santa Catarina que vinham ser buscados por D. Gonzalo. Foi este acolhido com a habitual receptividade do gentio, a que, de modo igual a Caboto, não foi capaz de compartilhar porque, ao seu redor, forçou que fossem acompanhados por ele todos os homens caucasianos que ainda existiram na ilha e os quais continuavam sendo os avalistas do excelente companheirismo dos nativos e com os marinheiros, sendo escassos os quais possivelmente escaparam à determinação do terrível capitão.

Gonzalo de Mendoza fundou Assunção do Paraguai, junto com Juan de Salazar, no dia 15 de agosto de 1537.

Rui Moschero e Alonso Cabrera[editar | editar código-fonte]

No ano de 1536, em Cananéia, os portugueses repeliram Rui Moschero, das armas de Castela, que visitou, rumo ao sul, Santa Catarina.

E, no ano de 1537, Alonso Cabrera o qual foi promandado por D. Pedro de Mendoza, aportou naquelas paragens, trazendo para cá ambos os padres, Alonso de Lebron e Bernardo Armenta, com o compromisso de começar a obra de catequese e cristianização do silvícola.

D. Alvaro Nunes Cabeza de Vaca[editar | editar código-fonte]

Falhada a missão de D. Pedro Mendoza, a Coroa de Espanha, cujo ponto pacífico era ser dele o litoral de Santa Catarina, indicou novo Adelantado do Rio da Prata, competindo a escolha a D. Álvar Nuñez Cabeza de Vaca, o qual com mais de 400 homens e uma grande quantidade de cavalos, veio à Ilha de Santa Catarina em 1541, aportando na baía do norte, a que chamou de Baía de Ramos e empossou as terras em nome da Coroa, aplicando essa exigência não somente à ilha e arredores, porém, conduzindo-a até Cananéia.

Atrasou-se por aqui o Adelantado entre e março e outubro, conquistando o companheirismo do gentio, a que não tratou muito bem. Queria mesmo que fossem reconciliados com os padres aqui trazidos por Alonso Cabrera, os quais com eles se desentenderam. Ao que é contado, mandaram os padres atear fogo em certas cabanas dos indígenas, estimulando-lhe a raiva e fazendo andarem, a partir deste momento, encobertados e preocupados, tendo medo de vinganças.

No mês de outubro, Cabeza de Vaca, trazendo 140 homens, os quais tinham que logo depois buscar atingir Buenos Aires por mar, caminhou, com o restante da expedição, em direção ao norte, atravessou o Itapocu em 22 de novembro, devolvendo dali a nau a qual conduzia até esse porto, para servir de transporte para os que ficaram e adentrou pela Serra do Mar, a caminho do Paraguai, com os 250 homens que restaram — e mais ambos os padres preferindo como de maior segurança enfrentar as ameaças de uma travessia comprida a estar em perigo de ser perseguido pelos indígenas.

Cabeza de Vaca, quando abriu picadas por entre as matas, numa viagem agradável, alcançou o Iguaçu, penetrou no território do que é hoje o estado do Paraná, atingiu, mais para o interior, o Tibagi, rio do qual deu adeus aos indígenas barrigas-verdes, o que lhe serviam de guias, empanturrando de presentes — e foi alcançar Assunção, após uma viagem comprida e cansativa, atravessou terras e vagueando rios que ninguém conhecia, num sábado, 11 de março de 1542, às 9 horas da manhã.

Juan de Sanabria[editar | editar código-fonte]

Cinco anos depois, Carlos V confiou a Juan de Sanabria o governo do Paraguai e a incumbência de começar a povoar o litoral sul do Brasil, começando de São Francisco.

Juan de Sanabria morreu e seu filho Diego legou a missão e a Juan de Salazar y Espinoza, o qual já assumiu para si o feito de, em 1537, ter criado Assunção do Paraguai, foi confiado o comando da primeira parte de uma imensa expedição, que se destinara a cumprir o mandato.

Dos três navios com o qual prosseguiu viagem marítima, dois, depois de uma passagem frustrada, vieram a Santa Catarina em 1549, mais precisamente em 25 de novembro, e vieram localizar o Juan Hernandes, o qual foi enviado do Paraná que a plantação de mandioca fosse incentivada dentre os aborigenes, com a função de que fosse abastecida a frota dirigida às terras localizadas no hemisfério sul.

Salazar encheu de mantimentos os seus barcos e buscou viajar ao sul, mas teve o azar de ter perdido a mais grande de suas naus, com total do enchimento, permanecendo, então, com o seu público, em terra, por cerca de dois anos e começando a ser humilhado pelos nativos, com que se discordou, vindo ao ponto de se servir de ratos para comer.

Depois de inúmeras necessidades e grandes dificuldades, Salazar y Espinoza queriam enfrentar as ameaças de uma comprida e cansativa jornada até o Paraguai a precisar ficar em tamanha isolada região e, repartindo o seu povo em ambos os grupos, assim como foi feito por Cabeza de Vaca, ao mais pequeno deles decidiu procurar o Prata por via marítima, de onde buscaria alcançar Assunção, no momento em que o mais grande iria pôr os pés no trajeto do interior iniciado por esse explorador, acompanhando-lhe o caminho e aguardando a sua chegada à mesma meta, o Paraguai.

Hernando de Trejo y Sanabria[editar | editar código-fonte]

Em São Francisco, novos contratempos forçaram a expedição a ali ficar até 1553, continuamente humilhada pelos silvícolas. Foi no momento da presença desta porção da expedição, da que foram considerados criadores dos seus componentes, nascida do casal Hernando de Trejo e Maria de Sanabria um menino denonimado Hernando de Trejo y Sanabria, o qual um dia chegaria a comandar a Diocese de Tucumán e fundar a Universidade de Córdoba, na República Argentina, e o qual é dessa forma a quantidade dos catarineses ilustres, celebridade a qual os historiadores do Paraguai, entretanto, levam em conta que veio à luz em Assunção, aliás que Carlos da Costa Pereira inteiramente revelou ter nascido em Santa Catarina.

Finalmente, no ano de 1553, o padre Leonardo Nunes, da Companhia de Jesus, resgatou as mulheres idosas que pertenciam à expedição, principalmente chegando a procurar elas e as conduzindo para São Vicente.

Os demais expedicionários, que tinham que navegar em veleiro em direção ao sul, não tinham conseguido atingir também São Vicente, o que também não tinham conseguido, soçobrando o barco que os conduziu, nas imediações de Itanhaém. Entre os salvos se destacava Hans Staden, o qual posteriormente teria escrito suas peripécias brasileiras.

Jaime Resquin[editar | editar código-fonte]

No ano de 1557, um comerciante de Valência chamado Jaime Resquin, o qual foi amigo de Cabeza de Vaca, após pedidos incansáveis, conseguiu de Felipe II da Espanha, a sua nomeação para governador e general de quatro localidades as quais era obrigado a criar e de demais das quais fosse o povoador, em quatro anos, sendo a primeira em São Francisco, a segunda em Porto dos Patos — no litoral de Santa Catarina — e mais duas em São Gabriel e no Espírito Santo.

Resquin seria obrigado a fazer a distribuição de terras e casas para os povoadores sem que tomasse nada aos índios, bem como que atendesse os demais deveres, garantindo a sua segurança, além de que cuidasse de trazer o essencial para que fossem instalados os engenhos de cana-de-açúcar. Os povoadores, por seu turno, seriam obrigados a cultivar cana, vinha, oliveira e demais plantas. O governador teria nomeado serventuários do poder judiciário da época, regedores e demais funcionários e procuraria a captação da amizade dos nativos. Teria trazido 600 homens, agricultores, artífices, frades, médico, cirurgião e boticário, os quais teria distribuído através do litoral, entre São Francisco do Sul e o Rio da Prata.

Em contrapartida, concediam-se inúmeros privilégios para o governador. Em 14 de março de 1559, Jaime de Resquin saiu de São Lucas de Barrameda, com mais de 700 pessoas, que se distribuíam em três navios.

Essas pessoas foram maltratadas, o que provocou muitas críticas e muitas aventuras perigosas e isso fez com que a expedição mudasse de caminho a San Domingos, em qual novas complicações que surgiram forçaram o retorno do valenciano, arruinado e desmoralizado, para a Europa. Não conseguiu mais reabilitação, morreu preso o governador que seria obrigado a construir cidades no litoral de Santa Catarina, dentre demais empreendimentos na América, e os quais nada tinha conseguido fazer.

Juan Ortiz de Zarate[editar | editar código-fonte]

No ano de 1572, Juan Ortiz de Zarate conseguiu o título de Adelantado do Rio da Prata e tinha armado nova expedição. Afligida pelas tempestades e porque faltou prática na navegação, a expedição chegou em Santa Catarina, que perdeu somente uma das embarcações feitas em São Vicente.

Zarate e a sua equipe, a maior parte formada por aventureiros, tinham desembarcado aí e procuraram pegar água, alimentos e bebidas, assaltando maliciosamente os silvícolas e causando francamente o seu afastamento e as suas vinganças.

Diego Mendieta[editar | editar código-fonte]