Usuário:DAR7/Testes/História do setor energético no Brasil

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A história da eletricidade no Brasil começou quando as primeiras aplicações da eletricidade no país datam do século XIX: telégrafo elétrico em 1852,[1] telefones no Rio de Janeiro em 1878,[2] iluminação elétrica permanente em 1879 (na estação da Estrada de Ferro Dom Pedro II, no Rio de Janeiro),[3] iluminação pública em 1883 (Campos de Goitacases, Rio de Janeiro),[4] em 1889, a primeira usina hidrelétrica de uso público (Usina Marmelos, próxima a Juiz de Fora, Minas Gerais).[5] Em 1892, foram inaugurados os bondes elétricos no Rio de Janeiro.[6] A primeira hidrelétrica de porte comercial no país foi a Usina de Parnaíba, no Rio Tietê, São Paulo, inaugurada em 1901, com geradores de 1.000kw, os maiores do mundo na época; se também na primeira usina do então futuro Grupo Light, principal responsável pelo desenvolvimento da energia elétrica na região Rio-São Paulo.[5] A segunda usina desse grupo foi a de Fontes, próxima ao Rio de Janeiro, inaugurada em 1908, com 24.000kw.[5] Nessa época, os principais consumidores de energia eram os bondes elétricos, que chegaram a ser instalados em 38 cidades brasileiras, sendo que em algumas antes da iluminação elétrica. (Esta foi implantada de início no Rio de Janeiro em 1904.)[5]

Em 1909, foi fundado no Rio de Janeiro o "Comitê Eletrotécnico Brasileiro", primeira instituição no país a reunir profissionais desse ramo e responsável por importantes iniciativas de normalização e regulamentação do emprego da eletricidade.[7] Um curso de engenheiros mecânicos-eletricistas foi criado nas Escolas Politécnicas do Rio de Janeiro e de São Paulo, em 1911,[5] e os cursos propriamente de engenheiros eletricistas em 1925;[5] em 1913, já havia sido fundado o Instituto Eletrotécnico e Mecãnico de Itajubá, Minas Gerais, primeira escola superior especializada em eletricidade no Brasil.[8]

O estudo sistemático do potencial hidrelétrico nacional foi iniciado em 1920, com a criação da Comissão de Forças Hidráulicas no antigo Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, do Ministério da Agricultura.[9]

Em 1924, começou a operar no país o grupo norte-americano AMFORP, que encampou e unificou grande número de pequenas usinas no interior de São Paulo e assumiu a geração e distribuição de energia elétrica em várias capitais estaduais.[10] Até a década de 1950, a grande maioria dos sistemas elétricos brasileiros era constituída por pequenas usinas locais, com redes isoladas, cada sistema servindo a poucas localidades próximas.[5] Em 1940, havia no país 1.499 usinas, com a potência total de 1.591MW, das quais 759 eram hidrelétricas e 740, térmicas.[5]

A primeira grande interligação entre sistemas elétricos foi a linha de transmissão Rio-São Paulo, inaugurada em 1946.[5] (Nesse ano, as maiores usinas eram as de Cubatão, São Paulo, com 2801MW; Fontes, Rio de Janeiro, com 140MW; e Ituparanga, São Paulo, com 54,9MW.)[5] Um fato importante foi a construção da Usina de Cubatão, inaugurada em 1927 com 70MW, com a importante concepção do engenheiro Billings do desvio das águas da bacia do Tietê para a vertente oceânica.[5] Ele mesmo já havia se notabilizado com o projeto da Usina de Ilha dos Pombos, Rio de Janeiro, com a ampliação da Usina de Fontes e com a construção em tempo recorde, em 1925, da Usina do Rasgão, São Paulo, para acudir a grave crise de energia.[5] Na década de 1950, houve outra grave crise na região Centro-Sul, devido ao extraordínário aumento de consumo - principalmente para Íms industriais -, o que acelerou um grande programa de obras com a construção das usinas subterrâneas de Cubatão (Henry Borden) e de Fontes (Nilo Peçanha), inclusive o desvio das águas do rio Paraíba do Sul.[5] Em 1945, foi organizada a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) para a construção da Usina de Paulo Afonso, que passou a abastecer todo o Nordeste, desativando várias antigas usinas térmicas.[11] A Cemig (Centrais Elétricas de Minas Gerais) foi criada em 1952, iniciando a construção da grande usina de Três Marias, no rio São Francisco.[5] Logo depois foram construídas as gigantescas hidrelétricas de Furnas, no rio Grande, em Minas Gerais,[12] e as de Jupiá e Ilha Solteira, no rio Paraná,[13] bem como a de Boa Esperança, no rio Paranaíba.[14] Na mesma época, foi iniciado o programa de uniformização de voltagens e freqüências, para possibilitar a interligação dos diversos sistemas elétricos do país.[5] Em 1961, foi criada a empresa holding estatal Eletrobrás - para planejar e coordenar a política nacional de energia elétrica -, e organizado o "Plano Nacional de Eletrificação", com recursos financeiros específicos para expandir a geração, transmissão e dístribuição de eletricidade.[15]

Quando a Eletrobrás começou a operar, em 1962, a potência total instalada no país era de 5.800MW, número que passou para 42.860MW, em 1986, havendo previsão de atingir 60.000MW, em 1991.[16] Contribuiu para essa grande expansão a construção de algumas gigantescas usinas mdrelétricas, como a binacional Itaipu, na fronteira Brasil-Paraguai, - com a potência final de 12.600MW, a maior do mundo[17] -, e a Usina de Tucuruí, no rio Tocantins, com a potência final de 7.620MW.[5] (Deve também ser citada a ampliação de muitas usinas, como a de Paulo Afonso, agora com 3.984MW.) Foram construídas muitas linhas de transmissão, incluindo as extensas linhas Sobradinho)-Belém com 2.099kW, e as duas linhas Itaipu-São Roque, operando com corrente alternada e continua, em 600 e 760kv.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Alfabeto Morse». Girafamania. Consultado em 9 de abril de 2011 
  2. «Fatos que marcam a história das telecomunicações». Site Oficial da Siemens no Brasil. 2011. Consultado em 9 de abril de 2011 
  3. «1879: Iluminação permanente». Site Oficial do Brasil. Consultado em 9 de abril de 2011 
  4. «História da ABEE». Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas. Consultado em 9 de abril de 2011 
  5. a b c d e f g h i j k l m n o p q «Eletricidade: Eletricidade no Brasil». Grande Enciclopédia Larousse Cultural volume 9 ed. São Paulo: Nova Cultural. 1998. pp. pp.2052 
  6. «Inauguração dos Bondes Elétricos do Rio de Janeiro». Página pessoal de Emídio Garde. Consultado em 9 de abril de 2011 
  7. Nogueira, Valeria Aparecida (1999). «Uma contextualização do setor elétrico e suas condições de trabalho». Fundação Oswaldo Cruz. Consultado em 9 de abril de 2011 
  8. «História de Itajubá». Guia Virtual da Cidade. Consultado em 9 de abril de 2011 
  9. José Carlos Vilela Ribeiro (setembro de 2010). «Projeto de Cooperação Técnica para Acesso e Uso da Energia Elétrica como fator de desenvolvimento de comunidades do meio rural brasileiro» (PDF). Site Oficial do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. Consultado em 9 de abril de 2011 
  10. «A História da Eletricidade no Brasil». SEL - Departamento de Engenharia Elétrica - EESC/USP. Consultado em 9 de abril de 2011 
  11. «Linha do tempo». Site Oficial da Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Consultado em 9 de abril de 2011 
  12. «Breve Relato». Site Oficial da Usina Hidrelétrica de Furnas. Consultado em 9 de abril de 2011 
  13. «Usina Hidrelétrica Eng Souza Dias (Jupiá)». Site Oficial da Companhia Energética de São Paulo. Consultado em 9 de abril de 2011 
  14. «Descrição do Aproveitamento de Boa Esperança». Site Oficial da Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Consultado em 9 de abril de 2011 
  15. «História da Eletrobrás». Site Oficial da Eletrobrás. Consultado em 9 de abril de 2011 
  16. «Informações sobre o setor elétrico». Site Oficial da Eletrobrás. Consultado em 9 de abril de 2011 
  17. Luciano Francisco Tesche; et al. (11 de janeiro de 2003). «Itaipu Binacional» (PDF). Site Oficial da Unioeste. Consultado em 9 de abril de 2011 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]