Usuário:JMagalhães/Notepad23

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Sexualidade[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Sexualidade na Roma Antiga

A ideia de libertinagem sexual sem restrições no Império Romano é essencialmente uma interpretação cristã posterior.[1][2][3] Na realidade, o sexo no mundo greco-romano era governado pela sobriedade e pela arte de gerir o prazer sexual.[4] A sexualidade era um dos tópicos do mos maiorum, o conjunto de normas sociais que orientavam a vida pública, privada e militar, e o comportamento sexual era moderado pelas noções de pudor, vergonha e modéstia.[5] Os censores romanos, magistrados que determinavam a classe social de cada pessoa, tinham o poder de remover a cidadania de membros da ordem equestre ou senatorial que se envolvessem em conduta sexual imprópria.[6][7]

A sociedade romana era patriarcal. A masculinidade estava associada ao ideal de virtude (virtus) e auto-disciplina, enquanto que o correspondente feminino era a modéstia (pudicitia).[8] A religião romana promovia a sexualidade enquanto sinal de prosperidade, sendo comuns as práticas religiosas ou mágicas privadas para melhorar a vida erótica ou saúde reprodutiva. A prostituição era legal, pública e bastante comum nas cidades. As pinturas ou mosaicos pornográficos eram peças de destaque entre as coleções de arte, até mesmo nas casas mais abastadas e respeitáveis.[9] A homossexualidade não era condenável e era considerado natural que os homens se sentissem atraídos por adolescentes de ambos os sexos, desde que pertencessem a um estatuto social inferior.[10][11] No entanto, a hipersexualidade era condenável, tanto em homens como em mulheres.[12]


  • Edwards, Catharine (2002). The Politics of Immorality in Ancient Rome. [S.l.]: Cambridge University Press 
  • Verstraete, Beert C.; Provencal, Vernon (2005). Same-Sex Desire and Love in Greco-Roman Antiquity and in the Classical Tradition. [S.l.]: Haworth Press 
  • Alastair, J;; Blanshard, L (2010). «Roman Vice». Sex: Vice and Love from Antiquity to Modernity. [S.l.]: Wiley-Blackwell 
  • Foucault, Michel (1988). The History of Sexuality: The Care of the Self. 3. Nova Iorque: Vintage Books 
  • Langlands, Rebecca (2006). Sexual Morality in Ancient Rome. [S.l.]: Cambridge University Press 
  • Fantham, Elaine (2011). «Stuprum: Public Attitudes and Penalties for Sexual Offences in Republican Rome». Roman Readings: Roman Response to Greek Literature from Plautus to Statius and Quintilian. [S.l.]: Walter de Gruyter 
  • Richlin, Amy (1993). «Not before Homosexuality: The Materiality of the cinaedus and the Roman Law against Love between Men». Journal of the History of Sexuality. 3 (4) 
  • McGinn, Thomas A. (2004). The Economy of Prostitution in the Roman World. [S.l.]: University of Michigan Press 
  • Skinner, Marilyn B. (1997). Roman Sexualities. [S.l.]: Princeton University Press 
  • Nussbaum, Martha C (2002). «The Incomplete Feminism of Musonius Rufus, Platonist, Stoic, and Roman». The Sleep of Reason: Erotic Experience and Sexual Ethics in Ancient Greece and Rome. [S.l.]: University of Chicago Press 
  1. Edwards 2002, p. 65.
  2. Verstraete 2005, p. 5.
  3. Alastair 2010, pp. 1-88.
  4. Foucault 1988, p. 239.
  5. Langlands 2006, p. 17.
  6. Fantham 2011, p. 121.
  7. Richlin 2011, p. 556.
  8. Langlands 2006, p. 37-38.
  9. McGinn 2004, p. 164.
  10. Skinner 1997, p. 11.
  11. Williams 1999, p. 304.
  12. Nussbaum 2002, p. 299.