Víctor Basterra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Víctor Basterra
Víctor Basterra
Nascimento 1944
Buenos Aires
Morte 7 de novembro de 2020 (75–76 anos)
La Plata
Cidadania Argentina
Ocupação fotógrafo, impressor

Víctor Melchor Basterra (1945) é um artista gráfico e fotógrafo argentino. Foi seqüestrado durante a ditadura militar no país e, enquanto detido, tirou secretamente fotografias dos prisioneiros e dos torturadores no centro clandestino de detenção da Escola de Mecânica da Armada (ESMA).

Prisão[editar | editar código-fonte]

Basterra foi militante do grupo Peronismo de Base (PB) e das Forças Armadas Peronistas (FAP) na década de 1970. Em agosto de 1979, foi seqüestrado junto com sua família e conduzido à Escola de Mecânica da Armada, onde permaneceu até 1984. Enquanto aprisionado, foi obrigado a tirar fotografias e criar documentos falsos - identidades, passaportes etc. - para oficiais e membros da Armada. Certo dia, começou a fazer cópias das fotos e as guardava numa caixa de papel fotossensível, pois percebeu que, quando revistavam o local, os militares não abriam essas caixas por medo inutilizar o papel fotográfico.

Nos últimos anos da ditadura, Basterra foi submetido a um regime de liberdade vigiada e aproveitou para recolher as fotos da ESMA e levá-las para sua casa.

Desde que a Suprema Corte argentina revogou as leis de anistia que protegiam os militares, em 2005, as fotos tornaram-se elementos-chave nos julgamentos dos crimes da Escola Naval. As imagens restituem direitos de identidade a quem foi registrado por essas máquinas fotográficas. Devolvem, confirmam, informam aos ex-presos políticos e aos familiares de desaparecidos sobre sua passagem pelo CCD.[1]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • BRODOSKY, Marcelo. Memoria en construcción: el debate sobre la ESMA. La Marca, 2005.
  • GUEST, Iain. Behind the disappearances: Argentina's dirty war against human rights and the United Nations. University of Pennsylvania Press, 1990 ISBN 0812213130
  • LEWIS, P. H. Guerrillas and generals: the "Dirty War" in Argentina. Greenwood Publishing Group, 2002. ISBN 0275973603
  • ________.Haciendo Memoria: 30.000 detenidos-desaparecidos !Presentes!. Instituto Espacio para la Memoria, 2007.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  1. Catela, Ludmila da Silva (5 de abril de 2012). «Todos temos um retrato: indivíduo, fotografia e memória no contexto do desaparecimento de pessoas». Topoi (Rio de Janeiro): 111–123. ISSN 1518-3319. doi:10.1590/2237-101X013024008. Consultado em 18 de fevereiro de 2024