Vocativ

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Vocativ
Vocativ
Proprietário(s) Mati Kochavi
Gênero Jornalismo
País de origem  Estados Unidos

 Israel

Idioma(s) Inglês
Lançamento 2013; há 11 anos
Sede Nova Iorque
Endereço eletrônico thedailybeast.com
Estado atual Ativo

Vocativ é uma empresa de mídia e tecnologia fundada por Mati Kochavi em 2013. O site gera conteúdo original utilizando tecnologia privada de mineração de dados para explorar a deep web.[1] Em 2017, a empresa anunciou que pararia de publicar histórias em texto para focar exclusivamente em conteúdo em vídeo.[2]

Operações e gestão[editar | editar código-fonte]

Vocativ foi lançada em 2013, com um time de aproximadamente 60 escritores de notícias, editores e produtores recrutados de empresas como NBC News, Guardian US, The Daily Beast, Storyful, Salon, NPR, CNN e Reuters.[3][4]

Em 2015, Vocativ introduziu um sistema de liderança descentralizada entre o diretor de operações e o diretor de conteúdo. Eles recebem conselhos de um comitê executivo. No mesmo ano, Vivian Schiller foi contratada para presidir o comitê, reorganizar seus membros e redefinir as estratégias de conteúdo e distribuição.[5][6][7]

Como parte de sua reorganização, Vocativ anunciou que cobriria várias áreas principais: Segurança nacional e tecnologia, cultura e identidade e notícias em tempo real e justiça criminal. Cada uma das áreas é liderada por um editor sênior e conta com um time multidisciplinar de escritores, produtores de conteúdo em vídeo, analistas de dados, peritos em desenvolvimendo de audiência e editores. Eles também criam conteúdo especificamente para redes sociais e parcerias em vídeo, como o MSNBC. Em fevereiro de 2015, Vocativ planejava aumentar seus funcionários entre 25% e 30% até o próximo ano. O diretor de conteúdo Gregory Gittrich, ex-editor da NBC News Digital, era o responsável pelos times de conteúdo e produção e dados.[8]

Seu escritório está localizado na Sétima Avenida, Nova Iorque, próximo da Estação Pennsylvania, e está completamente equipado como um estúdio de televisão digital. Em 2013, havia cerca de 60 empregados em Nova Iorque e 30 em Tel Aviv.[3][4]

Vocativ planejava usar sua tecnologia, perícia em dados e histórias originais para monetizar seu conteúdo através de acordos com canais de televisão, licenciamento de conteúdo e sindicalização. A empresa afirmou que não venderia ou licenciaria seu software de rastreamento de dados. Em janeiro de 2015, seu site oficial não incluia nenhuma publicidade.[5]

Em junho de 2017, Vocativ demitiu todo o time editorial e anunciou que focaria estrategicamente em conteúdo em vídeo, que seria distribuído em "canais e plataformas sociais, além de parcerias com redes de televisão, OTTs e outros".[2][9]

Tecnologia[editar | editar código-fonte]

Verne[editar | editar código-fonte]

Os jornalistas e analistas da Vocativ trabalham em time para realizar buscas e análises da deep web atrás de histórias em potencial. Para isso, é usada uma ferramenta de dados adaptada da tecnologia OpenMind da 3i-MIND chamada "Verne". Originalmente, a ferramente foi criada para o uso empresarial, mas foi modificada para coletar notícias em fóruns públicos, banco de dados, documentos, registros públicos, redes sociais, bate-papos, comércio online, etc. Tecnologias similares são usadas em coleta de dados para serviços de inteligência, mas a Vocativ não acessa conteúdo com qualquer grau de proteção de privacidade.[4][10][11][12]

Social Map[editar | editar código-fonte]

Em março de 2015, durante o Festival Interativo SXSW, a Vocativ lançou o Social Map (mapa social em inglês), uma plataforma visual de narração de histórias alimentada pela Verne. Ela permite que os usuários busquem informações específicas de uma localização, como tweets, fotos no Instagram e vídeos no YouTube. A plataforma disponibiliza a informação bruta e feeds de notícias que passaram por uma curadoria.[13]

VOTR[editar | editar código-fonte]

Em 2014, a Vocativ lançou o aplicativo VOTR, que, de acordo com a Gigaom, tenta conectar eleitores millennials com políticos. De acordo com o site, VOTR é "uma tentativa inovadora de usar tecnologias novas — e inovações tecnológicas sociais, como o design do Tinder — para contar uma história. Não sabemos se a abordagem de arrastar para a direita e esquerda é tão efetiva para uma eleição quanto para namoros, mas talvez a VOTR seja mais transparente com seus números no futuro".[14]

Matérias notáveis[editar | editar código-fonte]

Em janeiro de 2015, a Vocativ foi a primeira organização de notícias a descobrir, verificar e publicar o vídeo do atirador em uma mercearia em Paris jurando lealdade ao Estado Islâmico após o massacre do Charlie Hebdo. A Vocativ também localizou a mãe de Dzhokhar Tsarnaev, um dos responsáveis pelo atentado de Boston em 2013, e a entrevistou após o fim de seu julgamento em abril 2015.[carece de fontes?]

Em abril de 2015, Vocativ descobriu imagens divulgadas por apoiadores do Estado Islâmico de outdoors listando regras para ser uma "boa mulher muçulmana". Entre as regras, estava o uso de uma burca que cobre o rosto inteiro com uma malha que fica em frente aos olhos, que é obrigatória dentro do Talibã. Alguns dos outdoors continham frases como "a mulher muçulmana é a rainha do seu lar", como uma tentativa de empoderamento das exigências. Em outra história publicada no mesmo mês, foi levantado que 45% da propaganda do Estado Islâmico focava em problemas do dia-a-dia, como polícia de trânsito, caridade, o sistema legal, saúde e agricultura. As histórias do Estado Islâmico produzidas pela Vocativ foram citadas em artigos do The Washington Post e The Christian Science Monitor.[15][16]

Vocativ também produz histórias baseadas em coleta de dados com temas como receitas de blockbusters hollywoodianos, classificações entre cidades americanas, Grammy Awards, Academy Awards e discursos presidenciais.[17][18][19][20][21][22][23][24][25]

Televisão e vídeo[editar | editar código-fonte]

Vocativ produziu pequenos documentários para o Morning Joe e outros programas da MSNBC como parte de uma parceria com a NBCUniversal News anunciada em fevereiro de 2014. Os segmentos incluiam reportagens exclusivas terroristas sendo recrutados no maior resort da Tunísia, as armas de Gadhafi sendo vendidas no Facebook na Líbia e uma exploração por Alepo, quando a cidade foi declarada como a mais destruída pela guerra do mundo. Cada segmento incluia detalhes, personagens e tendências que eram capturadas com inteligência de dados.[26]

Em 2013, o Vocativ produziu um documentário sobre o Centro Financiero Confinanzas, também conhecido como Torre de David, um arranha-céu de Caracas, Venezuela, que se tornou uma favela. Durante a crise bancária de 1994, o governo tomou o controle do prédio, e ele não funciona desde então. Não há elevadores, eletricidade, água, corrimões, janelas e até paredes, em alguns andares. A falta severa de moradia no país levou que em outubro de 2007 houvesse uma ocupação no prédio. O time da Vocativ dirigiu com motos até o décimo andar, mas precisou andar o resto do caminho.[27]

Em novembro de 2015, a Showtime anunciou que comprou oito episódios para uma série que se chamaria Dark Net. Ele seria focado nos aspectos mais obscuros da Dark Net, como biohackeamento, vício em pornografia, troca de sexo por webcam, sequestro virtual, guerra digital e seitas online. [28]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

O documentário "Tower of David" (Torre de Davi) recebeu em 2014 dois Telly Awards nas categorias de "Internet/Vídeo Online - Política/Comentário" e "Internet/Vídeo Online - Notícias" e dois Webby Awards nas categorias "Notícias & Política: Episódio individual" e "Melhor uso de fotografia".[29]

Em 2015, Vocativ ganhou um Edward R. Murrow Award na categoria "Reportagem: Hard News" pela história "China's Abandoned Babies" (Os bebês abandonados pela China).[30] No mesmo ano, foi um "Homenageado Oficial" do Webby Awards pelas histórias “Father. Photographer. Child Pornographer?” (Pai. Fotógrafo. Produtor de Pornografia Infantil?) e “How A Mafia Drug War Caused A Cancer Spike”. (Como a Guerra as Drogas da Máfia Causou uma Alta Incidência de Câncer).[carece de fontes?]

Em 2015, Vocativ recebeu um investimento de US$ 35 mil do Knight Prototype Fund pelo aplicativo Dataproofer, que ajuda jornalistas a avaliar a confiabilidade de dados.[31]

Em 2015, a jornalista da Vocativ Sarah Kaufman recebeu o Front Page Award na categoria "Spot News" pela história “Boston Bomber’s Mother: My Son Is In ‘The Claws Of A Predator’” (A Mãe do Bombeador de Boston: Meu Filho nas 'Mãos de um Predador').[32]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em 2017, o jornalista Evan Engel demitiu-se publicamente da Vocativ[33] afirmando que seus superiores o impediram de publicar uma matéria sobre abuso policial que teria sofrido durante um protesto contra o presidente Donald Trump.[34]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Seth Fiegerman (29 de outubro de 2013). «Vocativ Is Like VICE, With a Lot More Data». Mashable (em inglês). Consultado em 2 de março de 2024. Arquivado do original em 15 de abril de 2016 
  2. a b «Vocativ Announces Exclusive Focus On Video». Vocativ (em inglês). 14 de junho de 2017. Consultado em 2 de março de 2024. Arquivado do original em 7 de julho de 2017 
  3. a b Brad Stone (18 de setembro de 2013). «Vocativ Brings Data-Mining Technology to the News Business». Bloomberg (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Cópia arquivada em 6 de março de 2024 
  4. a b c Jeff Bercovici (31 de outubro de 2013). «Vocativ Brings The Tools Of The Spy World Into The Newsroom». Forbes (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024 
  5. a b Benjamin Mullin (7 de janeiro de 2015). «Vocativ shuffles executive ranks at the outset of new investment». Poynter (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Cópia arquivada em 5 de março de 2024 
  6. Jeremy Barr (26 de fevereiro de 2015). «Digital news startup Vocativ cuts staff». Capital New York (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Arquivado do original em 27 de fevereiro de 2015 
  7. Inbal Orpaz (9 de fevereiro de 2015). «Logic Industries Lays Off Israeli Employees for Major Arab Client». Haaretz (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Cópia arquivada em 5 de março de 2024 
  8. Benjamin Mullin (10 de fevereiro de 2015). «Vocativ names new editorial director, outlines coverage priorities». Poynter (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Cópia arquivada em 5 de março de 2024 
  9. Zach Schonfeld (30 de junho de 2017). «Video Can't Save the News Industry». Newsweek (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Cópia arquivada em 5 de março de 2024 
  10. Leslie Kaufman (24 de fevereiro de 2014). «Seeking a Lead on News, Network Turns to Data-Mining Media Group». The New York Times (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Cópia arquivada em 5 de março de 2024 
  11. Neal Ungerleider (28 de outubro de 2013). «How Vocativ Mines The "Deep Web" For Storytelling». Fast Company (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Cópia arquivada em 5 de março de 2024 
  12. Ricardo Bilton (25 de fevereiro de 2014). «Can Vocativ crack the data-journalism code?». Digiday (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Cópia arquivada em 5 de março de 2024 
  13. Jason Abbruzzese (12 de março de 2015). «Vocativ's new Social Map gives users a taste of its data mining technology». Mashable (em inglês). Consultado em 5 de março de 2024. Arquivado do original em 17 de março de 2015 
  14. «Meet the latest Vocativ journalism experiment: A "Tinder for politicians" app». Gigaom (em inglês). 4 de novembro de 2014. Consultado em 5 de março de 2024. Arquivado do original em 30 de novembro de 2022 
  15. Adam Taylor (16 de janeiro de 2015). «Mysterious 'Islamic State TV Channel' Appears Online». HighBeam Research (em inglês). Consultado em 7 de março de 2024. Arquivado do original em 2 de abril de 2015 – via The Washington Post 
  16. Jessica Mendoza (2 de março de 2015). «Why is ISIS threatening Twitter employees with 'lions'?». The Christian Science Monitor (em inglês). ISSN 0882-7729. Consultado em 7 de março de 2024. Cópia arquivada em 7 de março de 2024 
  17. Victoria Taylor (25 de março de 2014). «Music index shows the most popular genres in 100 U.S. cities». New York Daily News (em inglês). Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 10 de março de 2024 
  18. «RANKED: The Best Cities For Millennials». HuffPost (em inglês). 7 de novembro de 2013. Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 10 de março de 2024 
  19. «What Analysts Are Saying». Star Tribune (em inglês). 14 de dezembro de 2014. Consultado em 10 de março de 2024. Arquivado do original em 2 de abril de 2015 – via HighBeam Research 
  20. James Nichols (11 de junho de 2014). «LOOK: The Top 10 Most-LGBT Friendly Cities In U.S. Will Surprise You». HuffPost (em inglês). Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 10 de março de 2024 
  21. Ryan Kristobak (11 de fevereiro de 2015). «The 2015 Grammys Were The Whitest In 35 Years». HuffPost (em inglês). Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 10 de março de 2024 
  22. Elizabeth Murray (23 de fevereiro de 2015). «Sorry God, the most-thanked person in Oscar speeches is...». Today (em inglês). Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 10 de março de 2024 
  23. Derek Thompson (14 de outubro de 2014). «Presidential Speeches Were Once College-Level Rhetoric—Now They're for Sixth-Graders». The Atlantic (em inglês). Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 10 de março de 2024 
  24. Thor Benson (12 de outubro de 2014). «Presidential speeches lower in sophistication over time». United Press International (em inglês). Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 10 de março de 2024 
  25. «How Presidential Speeches Have Changed Over Time». Morning Edition (em inglês). 14 de outubro de 2014. Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 2 de abril de 2015 – via HighBeam Research 
  26. Johana Bhuiyan (30 de julho de 2014). «Showtime for Vocativ». Capital New York (em inglês). Consultado em 10 de março de 2024. Arquivado do original em 31 de julho de 2014 
  27. Caitlin Dewey (1 de dezembro de 2021). «A video tour of the 'Tower of David,' Venezuela's infamous skyscraper-turned-slum». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 10 de março de 2024 
  28. Tony Maglio (24 de novembro de 2015). «Showtime Orders 8 Episodes of Internet-Focused Reality Series 'Dark Net'». TheWrap (em inglês). Consultado em 10 de março de 2024. Cópia arquivada em 10 de março de 2024 
  29. «Winners». Telly Awards (em inglês). Consultado em 12 de março de 2024 
  30. «2015 National Edward R. Murrow Award Winners». Associação de Rádio, Televisão e Notícias Digitais (em inglês). 2015. Consultado em 14 de março de 2024. Arquivado do original em 27 de junho de 2015 
  31. «Knight Prototype Fund invests in 20 new projects focused on increasing civic engagement and making data more accessible». Knight Foundation (em inglês). 3 de novembro de 2015. Consultado em 14 de março de 2024. Arquivado do original em 7 de dezembro de 2015 
  32. «The Front Page Awards 2015». Newswomen's Club of New York (em inglês). 2015. Consultado em 14 de março de 2024. Arquivado do original em 25 de dezembro de 2015 
  33. Evan Engel (9 de janeiro de 2018). «Why I Left Vocativ». Medium (em inglês). Consultado em 14 de março de 2024. Cópia arquivada em 14 de março de 2024 
  34. Lloyd Grove (23 de março de 2017). «Did Vocativ Ban Journalist Evan Engel From Writing About Trump Demo Arrest?». The Daily Beast (em inglês). Consultado em 14 de março de 2024. Cópia arquivada em 14 de março de 2024