Voo VIASA 897

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Voo VIASA 897
Acidente aéreo
Voo VIASA 897
Douglas DC-8 PH-DCH da KLM - arrendado para a VIASA - similar ao avião destruído.
Sumário
Data 30 de maio de 1961 (62 anos)
Causa Desorientação espacial levando á perda de controle (presumido)
Local Oceano Atlântico, 3 km a oeste-noroeste da praia da Fonte da Telha, Portugal Portugal
Origem Aeroporto Internacional de Roma, Roma,  Itália
Escala Aeroporto de Madrid-Barajas, Madrid,  Espanha
Aeroporto da Portela, Lisboa, Portugal Portugal
Aeroporto de Santa Maria, Açores, Portugal Portugal
Destino Aeroporto Internacional Simón Bolívar, Caracas,  Venezuela
Passageiros 47
Tripulantes 14
Mortos 61
Feridos 0
Sobreviventes 0
Aeronave
Modelo Estados Unidos Douglas DC-8
Operador Países Baixos KLM, arrendado para a Venezuela VIASA
Prefixo PH-DCL Fridtjof Nansen
Primeiro voo 1961

O Voo VIASA 897 era uma linha aérea que ligava a Europa à Venezuela, via Roma, Madrid, Lisboa e Açores sendo operado pela companhia venezuelana VIASA, em parceria com a companhia holandesa KLM. No dia 30 de maio de 1961, um Douglas DC-8 que realizava essa rota caiu no mar pouco depois de decolar do Aeroporto da Portela, Lisboa. A queda da aeronave causou a morte de todos os seus 61 ocupantes.[1]

Aeronave[editar | editar código-fonte]

Após o lançamento do Boeing 707, a Douglas Aircraft Company resolveu acirrar a concorrência no mercado aeronáutico, lançando logo em seguida o Douglas DC-8. O primeiro voo da aeronave ocorreria em 30 de maio de 1958, quase seis meses após o primeiro voo do 707. Esse atraso lhe custaria a hegemonia do mercado, de forma que apenas 556 DC-8 seriam construídos enquanto que a Boeing fabricaria 1010 unidades do 707. A recém criada VIASA (Venezolana Internacional de Aviación Sociedad Anónima), empresa aérea estatal da Venezuela, assinaria um acordo com a holandesa KLM (que assim tomaria parte na composição acionária da VIASA),arrendando logo em seguida duas aeronaves DC-8: Guglielmo Marconi (PH-DCG) e Fridtjof Nansen (PH-DCL). Com o êxito dos DC-8 nas rotas para a Europa e os EUA, a VIASA iria operar mais oito aeronaves, num total de 10 aeronaves operadas.[2]

O Fridtjof Namen (PH-DCL), foi fabricado em 1961, tendo recebido o número de construção 45615/131. A aeronave foi entregue em 1° de maio a KLM, tendo sido arrendada para a VIASA. Até o acidente, a aeronave tinha apenas 209 horas de voo.[3]

Acidente[editar | editar código-fonte]

A viagem do Voo 897 teve início em Roma, as 20h09 min. do dia 30 de maio, e pousou em Madrid por volta das 22h29 min. Após breve escala em Madrid, o DC-8 decolaria do aeroporto de Barajas às 23h07 min, realizando pouso em Lisboa as 00h06 min. (UTC). Durante a escala em Lisboa, a aeronave seria preparada para o início da travessia do Atlântico, onde pousaria em Santa Maria, Açores para ser reabastecida e voar diretamente para Caracas.[3][4]

Ao decolar da pista 23 do aeroporto da Portela as 01h15 min. (UTC), o Douglas DC-8 Fridtjof Nansen (PH-DCL) transportava 47 passageiros e 14 tripulantes. Três minutos depois, a tripulação do Fridtjof Nansen trocaria breve comunicação com o controle de voo de Lisboa, informando teto de nuvens de 3700 pés e tempo chuvoso. Após trocar mais uma mensagem, o DC-8 iniciou mergulho em espiral de quase 90°, entrando em condição de perda de sustentação. Quinze segundos antes de atingir o mar, o piloto- num esforço final- tentou corrigir a trajetória da aeronave, que cairia ao mar por volta das 1h20 min. (UTC), com um ângulo de inclinação de 25° e nariz para baixo. Ao se chocar com o mar em grande velocidade o DC-8 espalharia destroços e restos humanos por uma área de vários quilômetros ao longo da praia da Fonte da Telha.[1][3]

As operações de resgate dos destroços durariam várias semanas e contaram com mergulhadores e navios das marinhas portuguesa e americana, incluindo o navio de resgate USS Petrel (ASR-14). Ao final havia sido recuperado cerca de 60% dos destroços da aeronave e restos humanos de cerca de 15 corpos.[4]

Investigações[editar | editar código-fonte]

Após o acidente, uma comissão conjunta de Portugal e Holanda assumiria a tarefa de investigar o acidente. O inquérito seria apresentado apenas em 1 de março de 1963, quase dois anos depois do acidente.[4] Por conta da falta de informações, nunca seria descoberta a causa da perda de controle do DC-8, tendo sido especuladas desde falhas em instrumentos como também uma possível desorientação espacial do comandante durante uma prolongada curva (graveyard spiral).[3]

Nacionalidades[editar | editar código-fonte]

A aeronave transportava 14 tripulantes e 47 passageiros[5]:

Nacionalidade Tripulação Passageiros Total
Países Baixos neerlandesa 11 - 11
Nova Zelândia neozelandesa 1 - 1
Venezuela venezuelana 2 26 28
Espanha espanhola 10 10
Portugal portuguesa 5 5
Itália italiana 2 2
Chile chilena 1 1
França francesa 1 1
Desconhecida 2 2
Total 14 47 61

Referências

  1. a b UPI,FP, AP, JB (31 de maio de 1961). «DC-8 cai em Lisboa e mata 62». Jornal do Brasil, Ano LXXI, número 125, páginas 1 e 5. Consultado em 19 de novembro de 2012 
  2. «Venezolana Internacional de Aviacion S.A. (VIASA) DC-8 Fleet Information». Fred Cox DC-8 Jet Collection Information & Photos. Consultado em 19 de novembro de 2012 
  3. a b c d «Accident description». Consultado em 19 de novembro de 2012 
  4. a b c d Direção-Geral de Aviação Civil de Portugal. «Inquérito do acidente» (PDF). 1 de março de 1963. Consultado em 19 de novembro de 2012 
  5. «61 muertos al estrellarse un jet cerca de la ciudad de Lisboa». La Nación (Costa Rica),Ano 15, Edição nº4446, página 31. Consultado em 19 de novembro de 2012 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Outros acidentes similares:

Ligações externas[editar | editar código-fonte]