Wikipédia:Artigos destacados/arquivo/Corrida armamentista naval da América do Sul

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Testes das armas do dreadnought brasileiro Minas Geraes, o navio que iniciou a corrida armamentista. Aqui, todas as armas capazes de atirar para o lado do porto foram disparadas, formando o que naquela época foi o mais poderoso teste de armas a bordo já disparado por um navio de guerra
Testes das armas do dreadnought brasileiro Minas Geraes, o navio que iniciou a corrida armamentista. Aqui, todas as armas capazes de atirar para o lado do porto foram disparadas, formando o que naquela época foi o mais poderoso teste de armas a bordo já disparado por um navio de guerra

Uma corrida armamentista naval entre Argentina, Brasil e Chile — países mais poderosos e ricos da América do Sul — começou no início do século XX, quando o governo brasileiro comprou três dreadnoughts, formidáveis embarcações couraçadas cujas capacidades ultrapassavam em muito a dos navios mais antigos das marinhas do resto do mundo.

Em 1904, a Marinha do Brasil ficou muito atrás de suas rivais argentina e chilena em qualidade e tonelagem total; poucos navios haviam sido encomendados desde a queda da monarquia brasileira em 1889, enquanto Argentina e Chile haviam acabado de concluir uma corrida armamentista naval de quinze anos que encheu suas marinhas com modernos navios de guerra. A crescente demanda por café e borracha estava alimentando um grande aumento na receita do governo brasileiro, e a legislatura do país votou em dedicar parte dos recursos para resolver esse desequilíbrio naval. Eles acreditavam que a construção de uma marinha forte teria um papel essencial na transformação do país em uma potência internacional. O governo brasileiro encomendou três navios de guerra pequenos do Reino Unido no final de 1905, mas, com o aparecimento do revolucionário navio de guerra britânico HMS Dreadnought, em 1906, rapidamente desistiu desses planos. Em vez disso, os brasileiros encomendaram três navios de guerra da classe Minas Geraes — navios de guerra que seriam os mais poderosos do mundo, e de um tipo que rapidamente se tornou um padrão de prestígio internacional, semelhante às armas nucleares em meados do século XX. Essa ação concentrou a atenção do mundo no país recém-ascendente: jornais e políticos das grandes potências preocupavam-se com o fato de o Brasil vender os navios para uma nação beligerante, ao passo que os governos argentino e chileno cancelavam imediatamente seu pacto de limites navais e compravam dois dreadnoughts cada (Rivadavia e Almirante Latorre, respectivamente). (leia mais...)