Yolanda Díaz

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Yolanda Díaz
Funções
Second Deputy Prime Minister
depois do
Second Deputy Prime Minister
-
Nadia Calviño (en)
Third Deputy Prime Minister of Spain
-
Nadia Calviño (en)
Minister of Labor, Migration and Social Security
depois do
Magdalena Valerio Cordero (en)
Deputado de Espanha
Pontevedra (en)
depois do
Deputado de Espanha
Pontevedra (en)
-
Deputado de Espanha
A Coruña (en)
-
Deputado de Espanha
A Coruña (en)
-
Membro do Parlamento da Galiza
A Coruña (en)
-
Q81278049
-
Pilar Díaz (d)
Eva Solla (d)
Q47401302
-
Biografia
Nascimento
Nome no idioma nativo
Yolanda Díaz
Cidadania
Local de trabalho
Alma mater
Universidade de Santiago de Compostela (bacharel(a) em direito (en))
Atividades
Pai
Suso Díaz (d)
Parentesco
Xosé Díaz Díaz (d) (tio paterno)
Outras informações
Partidos políticos
United Left (en) (-)
Partido Comunista de Espanha (a partir de )
Unidas Podemos (d) (-)
Sumar (partido político) (a partir de )
Movimento
Títulos honoríficos
The Most Excellent (en)
assinatura deYolanda Díaz

assinatura

Yolanda Díaz Pérez (Fene, A Corunha, 6 de maio de 1971) é uma advogada laboral e política espanhola, ministra de Trabalho e Economia Social desde janeiro de 2020 e segunda vice-presidenta do Governo de Espanha desde julho de 2021. Entre março de 2021 e julho de 2021 também exerceu como terceira vice-presidenta do Governo de Espanha.

Desde 2022 é a fundadora e imagem principal da plataforma Sumar.[1]

Ex-líder de Esquerda Unida, da qual se desvinculou em 2019, depois de ter participado em diversas campanhas eleitorais na Galiza, também foi militante do Partido Comunista de Espanha.[2][3] Fez parte da coligação Alternativa Galega de Esquerda em 2012, da coligação Em Maré em 2015 e 2016, e de Em Comum em 2019. Apresentou-se nas listas de Unidas Podemos ao Congresso dos Deputados em três ocasiões, desde sua configuração também como coligação eleitoral em 2016.

É filha de Suso Díaz, militante do Partido Comunista de Espanha e ex-secretario geral das Comissões Operárias na Galiza; também o seu tio Xosé Díaz foi membro do Partido Comunista da Galiza e deputado no Parlamento de Galiza pelo Bloco Nacionalista Galego entre 1997 e 2005.

Licenciou-se em Direito na Universidade de Santiago de Compostela. Posteriormente, realizou um curso superior em Relações Laborais pela Universidade de Santiago de Compostela (1997), um curso em direcção de pessoal e recursos humanos da Confederação de Empresários da Galiza (1997) e um curso em Direito urbanístico e Classificação do território pela Universidade de Santiago de Compostela (2006-2007).[4][5][6][7] Também fez formação complementar em Segurança Social, contratação laboral, administração e poder político e sobre género.

Iniciou-se numa sociedade de advogados em Santiago de Compostela, tendo aberto o seu próprio escritório em 1998 na cidade galega de Ferrol.

Vida política[editar | editar código-fonte]

Em 2007, quando se converteu em vereadora nessa mesma localidade, seguiu exercendo advocacia. Acedeu à coordenação nacional de Esquerda Unida em 2005, sendo a candidata da formação à presidência da Junta de Galiza nas eleições desse ano. Obteve cerca de 12 mil votos (0,8 %), convertendo-se na quarta força política da Galiza. Nas eleições municipais de 2007, foi a cabeça de lista da formação à Câmara Municipal de Ferrol, um dos lugares onde Esquerda Unida normalmente obtém as suas melhores percentagens de voto em toda a Galiza. Com 5203 votos (14,19 %), traduziram-se em quatro vereadores.[8] Depois de formalizar um acordo para um governo de coligação com o PSG-PSOE, apoiou o candidato municipal socialista Vicente Luis Irisarri Castro do Bloco Nacionalista Galego, constituindo-se um governo municipal presidido por Irisarri com Díaz como principal vereadora.[9] No entanto, a coligação dissolveu-se em outubro de 2008, permanecendo a advogada como porta-voz do seu grupo.[10]

Díaz apoiou a candidatura de Cayo Lara à coordenação geral de Esquerda Unida na IX Assembleia, sendo desde então (dezembro de 2008), responsável pela secretaria de Políticas Sociais dentro da comissão executiva de IU.[11]

Foi a candidata de Esquerda Unida à presidência da Junta de Galiza nas eleições autonómicas de 2009, sem conseguir representação.[12] Encabeçou a lista de candidatos de Esquerda Unida nas eleições ao Parlamento de Galiza de 2012, celebradas a 21 de outubro de 2012. Uma candidatura em que finalmente Esquerda Unida formou coligação com Anova-Irmandade Nacionalista, Espazo Ecosocialista Galego e Equo-Galiza, constituindo uma lista única denominada Alternativa Galega de Esquerda (AGE), com nove deputados e detendo a vice-presidencia do grupo no Parlamento de Galiza. Nas eleições gerais de 2015, quando a coligação de âmbito galego Em Maré, formada por Podemos, Anova e Esquerda Unida, bem como diferentes alianças e agrupamentos, obtiveram sucesso nas eleições municipais de maio de 2015 (Maré Atlántica, Compostela Aberta e Ferrol em Comum), com a eleição de seis deputados, Yolanda Díaz incorpora-se como n.º 2 pela província da Corunha. Esta coligação foi formada em novembro de 2015 para competir em ditas eleições gerais, pese à posição na contramão de grande parte da militancia de Esquerda Unida.

Como parte do acordo entre os partidos, a coligação apareceu nas papeletas com o nome Em Maré (Podemos-Em Maré-Anova-EU). Ainda que a intenção mostrada pela mesma era constituir-se como grupo próprio no Congresso, finalmente, e ante a reiterada negativa da Mesa do Congresso em reconhecer o direito a grupo próprio, acabaram por integrar no grupo parlamentar de Podemos, que se constituiu como grupo confederal. Em Maré esteve em igualdade de condições com o agrupamento parlamentar catalão e valenciano: porta-vozes próprios, agenda e manejo dos recursos próprios e autonomia política.[13]

Em 3 de junho de 2017 deixa de ser coordenadora nacional de Esquerda Unida, relevando no cargo Eva Solla.[14] Abandonou a militancia na Esquerda Unida em outubro de 2019, no entanto, seguiu como militante no PCE.[15] A partir de então começou um percurso paralelo a Unidas Podemos, que pretende terminar na construção de um espaço amplo e transversal que funcione de projecto político aglutinador à esquerda do PSOE.

Ministra do Trabalho e Economia Social[editar | editar código-fonte]

Em janeiro de 2020, o presidente do Governo, Pedro Sánchez, designou-a ministra de Trabalho e Economia Social com motivo da formação de um governo de coligação entre o Partido Socialista Operário Espanhol e Unidas Podemos.

Como ministra de Trabalho, participou na negociação que conseguiu uma subida do salário mínimo interprofesional em Espanha até os 965 euros mensais em 14 pagamentos, além da revogação do despedimento por baixa médica.[16][17] Também interveio no envio de inspeções de trabalho ao sector agrário para supervisionar as condições laborais dos trabalhadores do sector.[18] Durante a pandemia provocada pela COVID-19 proibiu os despedimentos e esteve à frente dos trâmites dos ERTE.[19]

Salário mínimo[editar | editar código-fonte]

A 21 de dezembro de 2018 aprovou-se o decreto que fixava o salário mínimo para 2019 em 900 euros, a maior subida desde 1977, para oferecer uma remuneração «equitativa e suficiente» e se aproximar a 60% do salário médio recomendado pelo Comité Europeu de Direitos Sociais.[20] Num primeiro momento o Banco de Espanha e a AIReF estimaram que dita subida poderia implicar a destruição de até 120 000 e 40 000 postos de trabalho respectivamente.[21][22] No final de 2019 o Governo remeteu à AIReF um relatório no que afirmava que a subida não tinha tido impacto no emprego, pelo que esta, baseando-se em dito relatório, alterou o seu prognóstico em conformidade.[23][22]

Reforma laboral[editar | editar código-fonte]

A reforma laboral de 2022, liderada pela ministra Yolanda Díaz, foi pactada com a Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE) e com os principais sindicatos, algo que nunca tinha ocorrido. Não revoga alguns aspectos da anterior reforma laboral do governo de Mariano Rajoy, do Partido Popular, só a modifica, e não toca nas indemnizações por despedimento. Procura principalmente reduzir o trabalho temporal e a taxa de desemprego. A mudança mais importante é que se reduzem o número de tipos de contratos, passando a considerar-se indefinidos, existindo paralelamente dois tipos de contratos temporários circunstanciais (por circunstâncias de produção para determinados sectores ou circunstâncias especiais concretas), e por substituição. O contrato fixo descontinuado fica unicamente orientado a tarefas de carácter sazonal, como a hotelaria. Os ERTEs consolidam-se como mecanismo de ajuda a empresas em dificuldades económicas em momentos de crises.[24]

Segunda Vice-presidenta do Governo[editar | editar código-fonte]

Depois da renúncia de Pablo Iglesias como vice-presidente e ministro de Direitos Sociais e Agenda 2030 para se apresentar às eleições à Assembleia da Comunidade de Madrid de maio de 2021, foi nomeada terceira vice-presidenta do Governo.[25] Depois da destituição de Carmen Calvo como vice-presidenta primeira do Governo e a redução de quatro a três vicepresidencias, foi assim promovida.[26]

Em novembro de 2021, anunciou sua intenção de criar uma plataforma política para apresentar-se às próximas eleições gerais de Espanha, começando um "processo de escuta" depois das férias de Natal. Este novo projecto político identificou-se publicamente como uma "frente ampla".[27] Também anunciou no mesmo mês que, antes do fim do ano, a reforma laboral implantada pelo governo de Mariano Rajoy seria revogada e substituída por uma nova, em negociações,[28] o que acabou por acontecer a 3 de fevereiro de 2022.[29]

A materialização de seu projeto de escuta teve lugar com um ato denominado “Outras políticas”, celebrado no Teatro Olympia de Valencia a 13 de novembro de 2021, onde se reuniu com mulheres do âmbito da esquerda transformadora de diferentes partidos, sendo as mesmas: a presidente da câmara municipal de Barcelona, Ada Colau (Barcelona em Comú); a vice-presidenta primeira e conselheira de Igualdade da Comunidade Valenciana, Mónica Oltra (Compromís); a líder da oposição na Assembleia de Madrid, Mónica García (Más Madrid); e a deputada da oposição na Assembleia de Ceuta, Fátima Hamed (Movimento pela Dignidade e a Cidadania).

Novo partido político: Sumar[editar | editar código-fonte]

A 19 de maio de 2022, registou uma nova plataforma política com o nome Sumar, com o objectivo de unir forças para as próximas eleições legislativas espanholas, liderando a iniciativa.[30] A partir de junho desse mesmo ano, Sumar começou um «processo de escuta» por todo o país para conhecer as necessidades da cidadania e construir um projecto político que as representasse.

O primeiro ato público da iniciativa teve lugar o 8 de julho no "Matadero de Madrid", e contou com mais de cinco mil participantes.[31]

Posteriormente, a plataforma continuou seu processo de escuta, desta vez focando os problemas e incertezas da juventude, e também uma visão ecologista muito marcada. A iniciativa visitou diversas cidades de Espanha após o verão de 2022, incluindo Galiza, a terra natal de Yolanda Díaz, Bilbao, Gijón, Sabadell, Mérida, Pamplona, Logronho e Valência.

Finalmente, em 2 de abril de 2023, Sumar apresentou seu projeto no polidesportivo Antonio Magariños de Madrid, tendo em vista as eleições legislativas de dezembro, apresentando-se como candidata à presidência do Governo.[32]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • "Yolanda Díaz, a dama vermelha" (2022) Biografia. Manuel Sánchez e Alexis Romero. Penguin livros.[33]
  1. Chouza, Paula (24 de maio de 2022). «El nacimiento de la marca Sumar agiliza el proyecto político de Yolanda Díaz». El País (em espanhol). Consultado em 1 de julho de 2022 
  2. Periódico, El (16 de julho de 2020). «Yolanda Díaz desvincula su marcha de IU de aspiraciones en Podemos». elperiodico (em espanhol). Consultado em 21 de novembro de 2020 
  3. «Yolanda Díaz se dio de baja de IU, pero "ni milita ni va a liderar Podemos"». El Plural (em espanhol). Consultado em 21 de novembro de 2020 
  4. «Los cambios en el CV de Yolanda Díaz en la web de Moncloa». Newtral (em espanhol). 21 de junho de 2021. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  5. «Moncloa rebaja el currículum de Yolanda Díaz en su web: cambia tres másteres por cursos de posgrado». El Mundo (em espanhol). 18 de junho de 2021. Consultado em 19 de junho de 2021 
  6. «Moncloa Borra los Tres másteres falsos de Yolanda Diaz.» 
  7. «Así es Yolanda Díaz, la ministra de Trabajo: de familia sindicalista, con tres posgrados e íntima de Irene Montero». Vanity Fair (em espanhol). 30 de março de 2020. Consultado em 6 de abril de 2020 
  8. «Resultados de Izquierda Unida en las elecciones municipales y autonómicas del 27 de mayo de 2007» (PDF). Fundación de Investigaciones Marxistas. Consultado em 4 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 6 de julho de 2007 
  9. «Irisarri asume la alcaldía en Ferrol con el apoyo de IU y el Bloque». El País. 17 de junho de 2007 
  10. Irisarri (PSOE) rompe la coalición con IU por diferencias 'insalvables' de gestión y anuncia la bajada de su sueldo, Terra Actualidad, 28 de octubre de 2008.
  11. El PCE recupera con Cayo Lara el liderazgo de IU, Público, 17 de diciembre de 2008.
  12. «La ferrolana Yolanda Díaz, candidata de Esquerda Unida». El Correo Gallego. 17 de janeiro de 2009 
  13. «Podemos forma un grupo confederal sin los diputados de Compromís». Cadena Ser. 19 de janeiro de 2016 
  14. «Eva Solla se hace con el liderazgo de Esquerda Unida y releva a Yolanda Díaz». Consultado em 4 de junho de 2017 
  15. Riveiro, Aitor (15 de julho de 2020). «Yolanda Díaz se dio de baja de IU en 2019 por discrepancias durante las negociaciones fallidas con el PSOE». ElDiario.es (em espanhol). Consultado em 21 de novembro de 2020 
  16. «El Gobierno, sindicatos y patronal acuerdan subir el salario mínimo hasta los 950 euros». El HuffPost (em espanhol). 22 de janeiro de 2020. Consultado em 3 de julho de 2020 
  17. «Despido por bajas médicas: Llega el fin del polémico artículo que lo permite». La Vanguardia (em espanhol). 18 de fevereiro de 2020. Consultado em 3 de julho de 2020 
  18. Olías, Laura. «La Inspección de Trabajo realizará 10.000 visitas a empresas en una campaña para detectar fraude en los ERTE». eldiario.es (em espanhol). Consultado em 3 de julho de 2020 
  19. «Guía de facilitación de acceso a las medidas». Gobierno de España (em espanhol). Consultado em 14 de outubro de 2020 
  20. «El BOE publica la subida del salario mínimo a 900 euros». El Español. 27 de dezembro de 2018. Consultado em 18 de julho de 2020 
  21. «La AIReF estima que la subida del SMI tendrá un impacto negativo de 40.000 empleos». Europa Press. 25 de outubro de 2018. Consultado em 18 de julho de 2020 
  22. a b «La Airef reconoce que el alza del salario mínimo no está teniendo "ningún efecto negativo" en el empleo». Cinco Días. 9 de maio de 2019. Consultado em 18 de julho de 2020 
  23. «El Gobierno remite a la AIReF un primer informe del SMI en el que no se aprecia impacto alguno en el empleo». La Vanguardia. 3 de dezembro de 2019. Consultado em 18 de julho de 2020 
  24. «El Gobierno logra un acuerdo histórico en la reforma laboral para reducir el trabajo temporal en España». Eldiario.es 
  25. «Real Decreto 234/2021, de 30 de marzo, por el que se nombra Vicepresidenta Tercera del Gobierno a doña Yolanda Díaz Pérez» (PDF). 31 de março de 2021 
  26. «El ascenso de Yolanda Díaz en el cambio de Gobierno de Pedro Sánchez: será la vicepresidenta segunda». Antena 3 Noticias (em espanhol). 10 de julho de 2021. Consultado em 1 de novembro de 2021 
  27. «Yolanda Díaz armará su proyecto político post Podemos "después de Navidad"». ELMUNDO (em espanhol). 2 de dezembro de 2021. Consultado em 6 de dezembro de 2021 
  28. «Yolanda Díaz insiste en que la reforma laboral se derogará antes de acabar el año: "Cumpliremos con los tiempos"». www.publico.es. Consultado em 9 de dezembro de 2021 
  29. Riveiro, Iñigo Aduriz, Aitor (3 de fevereiro de 2022). «La derecha intenta frenar la reforma laboral en los tribunales tras el error de un diputado del PP». ElDiario.es (em espanhol). Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  30. Aduriz, Iñigo (18 de maio de 2022). «'Sumar': Yolanda Díaz registra el nombre de su proyecto para llegar a las generales». ElDiario.es (em espanhol). Consultado em 18 de maio de 2022 
  31. «Yolanda Díaz se siente cómoda con el lema 'Sumar' pero aclara que no es el nombre de su plataforma». EM (em espanhol). 19 de maio de 2022. Consultado em 19 de maio de 2022 
  32. Arenales, María García (8 de julho de 2022). «Yolanda Díaz inicia su proceso de escucha en Madrid con el primer acto de 'Sumar'». elDiario.es (em espanhol). Consultado em 28 de abril de 2023 
  33. «Manuel Sánchez y Alexis Romero: "Cada no de Yolanda Díaz es un pequeño paso hacia el sí"». www.publico.es. Consultado em 12 de setembro de 2022 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Yolanda Díaz