Yolande Monteux

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Yolande Monteux
Conhecido(a) por primeira física brasileira
uma das primeiras matemáticas do estado de São Paulo
Nascimento outubro de 1910
Paris, França
Morte 1998 (88 anos)
Chartres, França
Residência Brasil
Nacionalidade francesa
brasileira
Alma mater Universidade de São Paulo
Instituições Universidade de São Paulo
Campo(s) Física

Yolanda Monteux (Paris, outubro de 1910 - Chartres, 1998) foi uma física brasileira. Primeira mulher a se formar em física no Brasil e uma das primeiras mulheres matemáticas do estado de São Paulo, Yolanda nasceu na França.[1][2]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Nascida em Paris, a família de Yolande chegou ao Brasil quando ela tinha três anos de idade. Ingressou na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em 1935 para cursar física e matemática, naturalizando-se brasileira em 1937, mesmo ano em que se tornou a primeira mulher a se formar em física no Brasil.[1][2][3]

Casou-se em 1948 com o jornalista João Correa de Sá.[1][2]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Yolande foi contratada em 1941 pela Universidade de São Paulo como assistente da cadeira de Física Geral e Experimental e pela cadeira de Física Teórica e Física Matemática, em 1942. Trabalhou com nomes como Giuseppe Occhialini e Gleb Wataghin em pesquisas sobre raios cósmicos, tornando-se uma das pioneiras da área.[1][2]

Foi convidada a estagiar no Laboratório de Espectroscopia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em 1943, na Seção de Química, que realizava pesquisas com querosene e zinco. Nesta época, o corpo técnico do instituto tinha somente duas mulheres: a própria Yolande e a química Frida Ana M. Hoffmann. Na década de 1950, quando conquistou o cargo de engenheira tecnologista do IPT, começou a trabalhar com materiais radioativos e métodos de análises de urânio e tório, além do espectro de absorção de certos sais de terras raras em solução. Foi transferida, em 1956, para a Seção de Matérias-primas Nucleares, realizando análises em dessalgantes para água do mar para a Marinha Brasileira, de carbogênico para o tratamento hospitalar e de areias monazíticas e minérios radioativos.[1][2]

Três anos mais tarde, aceitou um cargo no Instituto de Pesos e Medidas em Paris, ficando lá por pouco tempo devido a incompatibilidade com outros pesquisadores, transferindo-se posteriormente para o Imperial College, em Londres, não retornando mais ao Brasil. Yolande teve dificuldades fora do Brasil para se colocar como pesquisadora. Além de ser uma mulher de opiniões fortes e convicções idealistas e de ter um grande currículo em pesquisa, seu diploma não era conceituado na Europa e ela acabou trabalhando no ensino fundamental como professora auxiliar na França, Inglaterra, Tunísia e Nigéria.[1][2]

Morreu em 1998 em Chartres, na França.[1][2]

Legado[editar | editar código-fonte]

Seu pioneirismo abriu as portas da Física para as brasileiras. Seu trabalho contribuiu para a difusão e expansão da ciência nacional. Foi de grande importância para o enquadramento funcional de mulheres no IPT, que contava com 131 pesquisadoras em 2016.[1][2]

Referências

  1. a b c d e f g h «Ipeteana é a primeira física brasileira». Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Consultado em 27 de novembro de 2016 
  2. a b c d e f g h «Primeira física brasileira foi pesquisadora no IPT». Portal do Governo do Estado de São Paulo. Consultado em 27 de novembro de 2016 
  3. «Acervo IFUSP». Acervo do Departamento de Física da Universidade de São Paulo. Consultado em 11 de outubro de 2020 


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