Álvaro Fernandes (militar de Abril)
Álvaro Henrique Fernandes (Luanda, Colónia de Angola (Angola), 28 de janeiro de 1943 - 06 de maio de 2018) foi um dos operacionais do 25 de Abril de 1974.[1][2] Em 1975 entregou cerca de 1000 espingardas G3 a Isabel do Carmo e Carlos Antunes, do Partido Revolucionário do Proletariado/Brigadas Revolucionárias (PRP/BR), tendo posteriormente fugido para Paris.[3][4][2]
Pós-25 de Abril
[editar | editar código-fonte]Em 1975 viria a ser um dos militares próximos da facção de Otelo Saraiva de Carvalho.[carece de fontes]
Em resposta ao Documento dos Nove ou Documento Melo Antunes participa na redação do documento “Autocrítica revolucionária do Copcon/Proposta de trabalho para um programa político” também conhecido como "Documento COPCON".[5][carece de fonte melhor] Este documento redigido pelo Major Mário Tomé propunha ”um modelo assente no poder popular basista”.[6]
No início de setembro de 1975, em pleno ‘verão quente’, Saraiva de Carvalho incumbiu-o de “distribuir, por diversas unidades de Lisboa, parte do armamento recém-vindo do Ultramar e então armazenado no DMG-Beirolas”. No dia 10 de setembro de 1975, Álvaro Fernandes entrega a Isabel do Carmo e Carlos Antunes, do Partido Revolucionário do Proletariado/Brigadas Revolucionárias (PRP/BR), cerca de 1000 espingardas G3. Quando confrontado, Saraiva de Carvalho afirmou: "Sei pelo menos que as armas se encontram à esquerda e isso é uma satisfação muito grande. Se elas se encontrassem à direita, é que era perigoso. Como se encontram à esquerda, para mim estão em boas mãos".[2][3][4]
Foi um dos fundadores da Frente de Unidade Revolucionária.[7]
Em consequência da entrega de armas, fugiria para Paris tendo-se declarado desertor do Exército Português.[2] Voltou para Portugal em 1978, tendo estado preso durante seis meses.[1][7][carece de fonte melhor] Foi reintegrado no Exército Português em 1983.[7][carece de fonte melhor]
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Foi casado com Maria José Chaleira Fernandes.[2] Vivia em Cascais.[2]
Obras
[editar | editar código-fonte]- Portugal nem tudo está perdido (1976)[2]
- Berços de renda Enxergas de trapo (1981)[2]
- Kianda o rio da sede (1996)[2]
- Testemunhas de um País Novo (2003)[2]
Referências
- ↑ a b «Morreu o militar de Abril Álvaro Fernandes». Sol. Consultado em 8 de maio de 2018
- ↑ a b c d e f g h i j «Faleceu militar de Abril Álvaro Fernandes». Expresso. 6 de maio de 2018. Consultado em 8 de maio de 2018. Arquivado do original em 6 de maio de 2018
- ↑ a b «Desvio de armas em Beirolas»
- ↑ a b Castelo-Branco, Manuel. «Brigadas Revolucionárias: Unir, Organizar, Armar, em nome da Revolução Socialista». Observador. Consultado em 11 de maio de 2024
- ↑ Matos, Helena (1 de outubro de 2014). «Sons de Abril». RTP Arquivos. Consultado em 28 de março de 2022
- ↑ «Documento do COPCON | Memórias da Revolução | RTP». Memórias da Revolução. Consultado em 28 de março de 2022
- ↑ a b c Lusa (18 de maio de 2018). «Parlamento manifesta pesar por Álvaro Fernandes e Rosado Fernandes». Notícias ao Minuto. Consultado em 11 de maio de 2024. Cópia arquivada em 11 de maio de 2024