A Society In Which No Tear Is Shed Is Inconceivably Mediocre
A Society in Which No Tear Is Shed Is Inconceivably Mediocre | |
---|---|
Álbum de estúdio de Yoñlu | |
Lançamento | 14 de abril de 2009 |
Gênero(s) | indie, folk, música experimental, música eletrônica |
Duração | 40:55 |
Idioma(s) | português |
Formato(s) | CD, Download Digital |
Gravadora(s) | Luaka Bop |
O álbum é uma coletânea de demos gravadas pelo adolescente Yoñlu (cujo nome verdadeiro era Vinicius Gageiro Marques) em seu quarto, usando um computador e alguns instrumentos, todos tocados por ele.[1]
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Yoñlu sofria de depressão e estava sob internação domiciliar há dois meses quando se matou. O suicídio, explicado em uma carta deixada aos pais, foi compartilhado ao vivo com um grupo de amigos na internet, e foi assunto de uma longa matéria sobre sites que incentivam suicídios na revista Época, em fevereiro de 2008. Segundo a revista, internautas não só o incentivaram como também lhe deram conselhos sobre o melhor método: intoxicação por monóxido de carbono.[1][2]
Ao todo foram encontradas 60 canções pelo pai de Vinícius, Luiz Marques, professor universitário e ex-secretário da cultura do Rio Grande do Sul, depois do suicídio do filho. Decidindo que as músicas deveriam ser ouvidas, enviou um disco com o material em 2007 para uma pequena gravadora brasileira goiana chamada Allegro Discos, que reuniu 23 faixas e lançou no mesmo ano o álbum "Yoñlu".[1][3][4][5][6]. O CD acabou chegando ás mãos de Yale Evelev, presidente da gravadora Luaka Bop, conhecida por suas coletâneas de música brasileira e que tem em seu catálogo, álbuns de David Byrne, Tom Zé, Nouvelle Vague e Susana Baca.[1][3]
Visão Geral
[editar | editar código-fonte]As composições variam bastante. Algumas têm bases com instrumentos acústicos, outras têm trilhas eletrônicas. Elas transitam desde indie rocks singelos, baseados em violão, até bossa nova discretas. Diferente do álbum "Yoñlu", o disco americano traz canções que não estão inclusas no disco brasileiro, como uma versão de Estrela, Estrela, de Vitor Ramil, e um samba de protesto chamado Olhe por Nós, em que Yoñlu faz critica a um político gaúcho da época.[1][3][7]
"A pergunta é pertinente", disse Evelev. "O fato de que ele não está mais conosco torna particularmente difícil a tarefa de conseguir que as pessoas ouçam esse disco".[1][3]
Recepção Critica
[editar | editar código-fonte]Thom Jurek escreveu para o AllMusic: "Esta pode ser a única gravação que ouvimos de Yoñlu, mas, como tal, é um tesouro de complexidade, mistério e arte redentora. Na verdade, esta é uma música de verdade elevada ao reino de alta arte."[8]
Will Hodgkinson, do The Guardian, conclui sua crítica dizendo: "Sofisticado e repleto de sabedoria precoce, o único álbum de Yoñlu não é cheio de angústia adolescente, mas de reflexão, com o até mesmo o profético "Suicide" tendo um ar de terna resignação a ele."[4]
Derek Emery do Treblezine fala que: "Mesmo através de suas canções, Vinicius Marques foi incapaz de superar a dor que sentia definir sua existência, embora ele certamente reconhecesse e admirasse o poder expressivo da música."[9]
Mark Hudson, do The Telegraph, escreve: "Se nada entre esses fragmentos póstumos se transformar em uma grande canção, há momentos deliciosos o suficiente para sugerir a perda de um grande talento."[10]
Robert Christgau dá ao álbum 3 estrelas e diz: "Um brasileiro de 16 anos, adepto do lo-fi, explica por que está prestes a se matar e demonstra por que não deveria, conclusivamente, eu espero ("Estrela, Estrela," "Katie Don't Be Depressed")."[11]
Iai Emeritus, do Sputnik Music escreveu: "A Society in Which No Tear Is Shed Is Inconceivably Mediocre pode ser um pouco difícil de passar, sua produção de pico, batendo até álbuns como Pink Moon e For Emma,. Faixas como "Suicide" certamente dificultam a audição; mas o esforço vale a pena. Vinicius Gageiro Marques era um grande talento, e este álbum seria tão digno de comemoração se o seu criador estivesse vivo e bem."[12]
Faixas
[editar | editar código-fonte]Todas as faixas são escritas por Yoñlu, exceto "Estrela, Estrela" de Vitor Ramil.
N.º | Título | Duração | |
---|---|---|---|
1. | "I Know What It’s Like" | 3:03 | |
2. | "A Boy and a Tiger" | 5:45 | |
3. | "Humiliation" | 1:58 | |
4. | "Polyalphabetic Cipher" | 3:58 | |
5. | "Qtip" | 3:34 | |
6. | "Little Kids" | 1:21 | |
7. | "Katie Don't Be Depressed" | 3:43 | |
8. | "Deskjet Remix with Sabrepulse" | 1:18 | |
9. | "Estrela, Estrela" | 3:21 | |
10. | "Olhe Por Nós" | 1:55 | |
11. | "Suicide" | 2:00 | |
12. | "Luana (Mecanica Celeste Aplicada)" | 3:35 | |
13. | "Phrygian" | 1:30 | |
14. | "Waterfall" | 3:54 | |
Duração total: |
40:55 |
Referências
- ↑ a b c d e f «Selo de NY lança CD póstumo de adolescente brasileiro». BBC News Brasil. 1 de junho de 2009. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ «Sites na internet incentivam adolescentes como o gaúcho Yoñlu a se matar e ajudam a escolher o método». Revista Época. 11 de fevereiro de 2008. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ a b c d «Selo de Byrne lança CD com demos de Yoñlu (Danilo Fantinel) | Volume». www.clicrbs.com.br. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ a b «Jazz review: Yonlu, A Society in Which No Tear Is Shed Is Inconceivably Mediocre». the Guardian (em inglês). 4 de junho de 2009. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ Joao. «Yoñlu.». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 3 de agosto de 2021
- ↑ «Brasília em Tempo Real». web.archive.org. 18 de fevereiro de 2008. Consultado em 3 de agosto de 2021
- ↑ «Uma sociedade em que nenhuma lágrima é derramada (Roger Lerina) | Bloger Lerina». www.clicrbs.com.br. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ A Society in Which No Tear Is Shed Is Inconceivably Mediocre - Yonlu | Songs, Reviews, Credits | AllMusic (em inglês), consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ Emery, Derek (11 de março de 2009). «Yoñlu: A Society In Which No Tear is Shed Is Inconceivably Mediocre». Treble (em inglês). Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ «Yonlu: A Society In Which No Tear Is Shed Is Inconceivably Mediocre, CD review». www.telegraph.co.uk. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ «Robert Christgau: Album: Yonlu: A Society in Which No Tear Is Shed Is Inconceivably Mediocre». www.robertchristgau.com. Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ «Yonlu - A Society In Which No Tear is Shed... (album review) | Sputnikmusic». www.sputnikmusic.com. Consultado em 2 de dezembro de 2021