Adalgisa Rodrigues Cavalcanti
Adalgisa Rodrigues Cavalcanti | |
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Adalgisa Rodrigues Cavalcanti | |
Deputada Estadual de Pernambuco | |
Período | 1º de janeiro de 1946 a janeiro de 1948 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 28 de julho de 1907 Canhotinho, Pernambuco |
Morte | 26 de abril de 1998 (90 anos) Recife, Pernambuco |
Nacionalidade | brasileira |
Partido | PCB (1945-1948) |
Ocupação | ativista política política |
Adalgisa Rodrigues Cavalcanti (Canhotinho, 28 de julho de 1907 — 26 de abril de 1998) foi uma ativista e política brasileira filiada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Foi a primeira deputada estadual de Pernambuco.
Vida
[editar | editar código-fonte]Adalgisa nasceu em 28 de julho de 1907, em Glicério, no município de Canhotinho. Seus pais eram pequenos proprietários de terra e sua mãe faleceu enquanto Adalgisa tinha 11 meses de idade. Foi adotada pelos tios e na adolescência se mudou para o Recife, onde trabalhou como empregada doméstica, vendedora e representante comercial.[1]
Seu engajamento na política começa em 1930, quando apoiou o movimento da Aliança Liberal. Em 1935, participou da comissão de solidariedade aos presos políticos da Intentona Comunista, sendo presa no ano seguinte. Essa foi a primeira de 20 detenções que teve em sua vida.[1]
No fim do Estado Novo, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi legalizado, razão pela qual Adalgisa pôde se filiar em 1945. Como apenas cursou o ensino primário, recebeu uma educação complementar do partido como parte dos requisitos para filiação. No final do mesmo ano, lançou candidatura à Assembleia Legislativa de Pernambuco e foi eleita. Tomou posse em janeiro de 1946, tornando-se a primeira mulher a ocupar uma cadeira naquela Assembleia. Propôs o único projeto dessa época que visou a população feminina, o qual solicitava abono familiar do Estado às mães que tinham algum cargo público.[1]
Com a intensificação do anticomunismo no Brasil em função da Guerra Fria, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 1947, decidiu cancelar o registro do PCB por haver irregularidades em seu estatuto e por ser de cunho internacionalista.[2] Em janeiro de 1948, todos os filiados do partido tiveram seus mandatos cassados, encerrando assim a curta carreira política de Adalgisa.[3] No entanto, ela manteve seu ativismo e continuou engajada em movimentos sociais até próximo dos seus últimos decênios de vida.[1]
Morte
[editar | editar código-fonte]Adalgisa morreu em 26 de abril de 1998, em Recife. Teve seu corpo velado na Assembleia Legislativa de Pernambuco, na qual recebeu homenagens de políticas nacionais como Luísa Erundina e Kátia Born.[1]
Legado
[editar | editar código-fonte]O pioneirismo de Adalgisa Cavalcanti é lembrado como símbolo pelas deputadas estaduais que compõem a bancada feminina da Alepe. Em 2016, a então presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Simone Santana, criou a ação formativa Mulheres na Tribuna - Adalgisa Cavalcanti,[4] em sua homenagem. Por meio da iniciativa, mulheres de todo o Estado participam de um dia de atividades no Legislativo Estadual, que incluem participação na sessão plenária, visita guiada ao Palácio Joaquim Nabuco e ação formativa que inclui reflexões sobre a participação feminina na política. Ao longo do dia, as participantes escutam a história de Adalgisa Cavalcanti e de seu legado na política pernambucana.
Referências
- ↑ a b c d e SCHUMAHER, Maria Aparecida (2000). Dicionário Mulheres do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar
- ↑ «Cancelamento de registro do Partido Comunista Brasileiro». Tribunal Superior Eleitoral. 12 de agosto de 2020
- ↑ PANDOLFI, Dulce. «A cassação do Partido Comunista no cenário da Guerra Fria». Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 12 de agosto de 2020. Arquivado do original em 29 de abril de 2017
- ↑ Novelino, Ricardo (11 de maio de 2018). «Grupo de mulheres visita Alepe pela primeira vez e conhece a história do parlamento». G1. Consultado em 7 de abril de 2021