Alceo Bocchino
Alceo Bocchino | |
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Bocchino regendo a Orquestra Sinfônica Nacional em concerto público | |
Informação geral | |
Nome completo | Alceo Ariosto Bocchino |
Nascimento | 30 de novembro de 1918 |
Local de nascimento | Curitiba, Paraná Brasil |
Morte | 7 de abril de 2013 (94 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Gênero(s) | Música de concerto |
Ocupação(ões) | músico, maestro e compositor |
Instrumento(s) | piano |
Afiliação(ões) | Eleazar de Carvalho, Camargo Guarnieri, Francisco Mignone |
Alceo Bocchino (Curitiba, 30 de novembro de 1918 — Rio de Janeiro, 7 de abril de 2013) foi um maestro, arranjador, pianista e compositor brasileiro.[1]
Foi um dos fundadores da Orquestra Sinfônica Nacional, onde foi regente titular por treze anos. Foi assistente do maestro Eleazar de Carvalho na Orquestra Sinfônica Brasileira e presidente da Comissão Artística, regendo a orquestra por quatro anos. Participou nos anos 1960 e 70 de diversos cursos no exterior, em que regeu concertos com a Orquestra Sinfônica de Bilbao (Espanha) e a Orquestra Filarmônica de Burgás (Bulgária). Foi também criador e regente titular, posteriormente regente emérito, da Orquestra Sinfônica do Paraná, no ano de 1985.
Dentre seus professores estão as irmãs Lubrano, Antonio Melillo e João Poeck, Camargo Guarnieri, Villa-Lobos e Francisco Mignone.
Biografia e carreira musical
[editar | editar código-fonte]Descendente de italianos,[2] Alceo Bocchino morou no Rio de Janeiro desde 1946. Seu interesse precoce pela música ficou claro em seu depoimento à Revista de Domingo: "Roubava a chave do piano e ficava tocando quando todo mundo saía de casa. Um dia levei um tombo da cadeira e só aí descobriram o que eu fazia durante as tardes".
Foi um dos dois principais colegas e colaboradores musicais de Villa-Lobos, juntamente com Vieira Brandão, trabalhando como revisor e executor ao piano, geralmente à primeira-vista e a partir de grades orquestrais extremamente complexas, das obras recém-escritas por Villa-Lobos. Por esta capacidade notável de ler e reduzir as partituras instantaneamente, Villa-Lobos lhe chamava carinhosamente de "Cachorrão", segundo relato do próprio Bocchino.
Paralelamente à sua carreira de músico, Bocchino se dedicou à carreira de Direito, formando-se em 1939. Como educador foi fundador e professor titular da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, ministrando aulas de diversas matérias teóricas; no Conservatório de Santos deu aulas de Fisiologia Vocal e Coral. Foi professor de composição e regência da Escola de Música Villa-Lobos, no Rio de Janeiro onde formou alunos como Marcelo Palhares, Vilane Trindade, Paula Mariz e Maximianno Cobra. Também foi professor dos regentes Diogo Ahmed, Daniel Guedes e Ubiratã Rodrigues.
Bocchino se destacou durante sua atuação na rádio na década de 1950:
“Adaptou-se muito bem ao novo veículo e aprendeu métodos de orquestração, passando a dominar o ofício de regente. Na Record regeu ao vivo a Canção dos Expedicionários em homenagem aos pracinhas que voltaram da II Guerra.
Casou-se com a Sra. Ida Teitelroit nos anos 1940, com quem veio a ter duas filhas: Gulmara Beatriz e Rosalba Esther.
Com múltiplos talentos musicais - sendo, ao mesmo tempo, um prodígio do piano, habilíssimo arranjador, inspirado diretor musical e compositor - decidiu-se pela carreira principal de maestro de orquestra, com forte influência e apoio de sua esposa Ida Teitelroit Bocchino.
Na Rádio Mayrink Veiga foi arranjador de Carlos Galhardo, Orlando Silva, Sílvio Caldas e Nelson Gonçalves.
Na Nacional, em 1956, orquestrou e dirigiu, com Paulo Tapajós, o programa Quando os maestros se encontram, uma espécie de duelo ao vivo em que cada um mostrava suas aptidões musicais. Entre as presenças marcantes, figuravam Radamés Gnatalli, Léo Peracchi e o então novato, Tom Jobim.
Em 1974 viajou pela Europa com a Orquestra Sinfônica Brasileira, realizando concertos com grande sucesso de público e crítica. De volta ao Brasil, participou de diversas apresentações com orquestras brasileiras. Em 1981 representou o Brasil na Universidade de Maryland, como regente do concerto inaugural Stravaganza Musicale, tendo como solistas vinte pianistas, no 11º Festival e Concurso de Piano.
Em 1985 tornou-se o fundador e maestro titular da Orquestra Sinfônica do Paraná, cargo que ocupou por diversos anos e atualmente era seu maestro Emérito.
Em 1989 participou da montagem da ópera Tosca, uma produção do Teatro Guaíra.
Foi ocupante da cadeira 37º da Academia Brasileira de Música.[3]
Discografia
[editar | editar código-fonte]- Suíte Miniatura - com Orquestra Sinfônica do Paraná.
- Lembrando Patápio - Lenir Siqueira (flauta) e Alceu Bocchino (piano)
- Temas brasileiros Nº1
Referências
- ↑ «Biografia no Cravo Albin». dicionariompb.com.br. Consultado em 28 de outubro de 2012
- ↑ de Faria, Arthur (9 de outubro de 2020). «Radamés Gnattali, sexta parte – Capítulo XXXIII». Grupo Matinal Jornalismo. Consultado em 23 de fevereiro de 2023
- ↑ «Cadeira nº 37 - Alceo Bocchino». Academia Brasileira de Música. Consultado em 12 de dezembro de 2012[ligação inativa]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- ATALA, Fuad. Alceo Bocchino: um humanista a serviço da música. Volume 9 de Série Mémoria. Volume 9 de Série memória do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ministério da Cultura, FUNARTE, 2001. 62 páginas.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Nascidos em 1918
- Mortos em 2013
- Arranjadores do Paraná
- Brasileiros de ascendência italiana
- Compositores do Paraná
- Compositores eruditos do Brasil
- Maestros do Paraná
- Membros da Academia Brasileira de Música
- Membros da Academia Paranaense de Letras
- Músicos de música popular brasileira
- Naturais de Curitiba
- Pianistas do Paraná
- Professores do Paraná