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Algueirão - Mem Martins (vila)

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Algueirão-Mem Martins
  Vila  
Vista de Algueirão Mem Martins
Vista de Algueirão Mem Martins
Vista de Algueirão Mem Martins
Símbolos
Brasão de armas de Algueirão-Mem Martins
Brasão de armas
Localização
Coordenadas 38° 47′ 46,061″ N, 9° 20′ 32,842″ O
Município Sintra
Freguesia Algueirão-Mem Martins
História
Elevação a vila 1 de fevereiro de 1988
Outras informações
Orago São José

Algueirão-Mem Martins é uma vila portuguesa sede da freguesia homónima de Algueirão - Mem Martins, no município de Sintra.[1]

A povoação de Algueirão-Mem Martins foi elevada à categoria de vila pela Lei n.º 21/88 de 1 de fevereiro de 1988.[2]

Origem do Nome

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O topónimo "Algueirão" deriva da possível ocupação árabe do termo da Freguesia. Segundo o Prof. David Lopes,[3] "Algueirão" deriva do árabe Al-Geirân, plural de Al-Gâr, que significa cova, gruta, barranco, buraco.[4]

O mesmo propõe Adalberto Alves quanto à origem do nome Algueirão que vem da palavra árabe al-gayrân, plural de algar que significa caverna ou gruta. ou seja, «as covas», «os barrancos», «as grutas».[5][fonte confiável?]

Já o nome "Mem Martins" poderá ter origem no cavaleiro medieval que viveu nesta região, Martim Escorso, e do apelido dos filhos deste cavaleiro, Martins, ou seja "filho de Martim".

Pré-História

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Há notícias de terem sido encontrados vestígios do Paleplítico Médio (Mustierense?), no Casal dos Choupos no Largo da Capela (da N. Sra. da Natividade).[4]

Do Neolítico Final e Calcolítico existem alguns vestígios no termo da freguesia. Apesar de não terem sido objecto de grandes investigações arqueológicas, estes vestígios são constantemente referenciados, quer a localização, quer os materiais. Existe notícia de um monumento funerário colectivo localizado bem perto do Algueirão Velho. É desconhecido o seu tipo de arquitectura megalítica, e do espólio funerário é um famoso ídolo calcário, plano-convexo, cuja ornamentação contém motivos ligados ao culto lunar. Julga-se que este monumento desaparecido estivesse em conexão cronológica com o pequeno povoado dos finais do Neolítico existente no topo da colina de Coutinho Afonso, conhecido na carta Arqueológica de Sintra por Povoado de Cortegraça, e com outro provável povoado existente no Casal da Cavaleira do qual se conhecem materiais cerâmicos dispersos por laboração de pedreira antiga.[4]

Época Romana

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Da época romana existem vários vestígios dispersos pelo território da freguesia. O povoamento consistia num grande número de villae com produção agro-alimentar, de autoconsumo, de abastecimento a Olisippo, a Lisboa romana, e exportação para outras paragens do império.[4]

O estreito relacionamento entre a cidade e o campo é confirmado pela considerável rede viária da qual, na actualidade, restam vestígios significativos que não foram, ainda, devidamente estudados.[4]

Há notícia de vestígios arqueológicos da época romana no Casal Maria Dias, sobretudo cerâmica dispersa; na Quinta dos Chãos Velhos, Baratã/ Recoveiro, encontraram-se cerâmica comum e tijolos havendo notícia de uma inscrição latina; no extremo leste, um troço de via romana, associado a vestígios arqueológicos, que incluem monumentos epigrafados fúnebres, apontam para existência de uma vila romana importante; ao longo deste troço viário antigo, encontram-se significativos vestígios arqueológicos romanos, nomeadamente em Sacotes, onde um túmulo prismático em mármore anepígrafo com pódio, serve como cruzeiro; nas ruínas do Casal de A-dos-Rolhados foram recolhidos vários fragmentos de inscrições latinas; nas proximidades, refere-se a existência de um forno lusitano-romano ou medieval; das ruínas da Ermida de São Romão saíram monumentos epigrafados; finalmente do espólio arqueológico do Prof. Joaquim Fontes constam materiais romanos provenientes do lugar Currais do Chão.[4]

Da Época Medieval à Atualidade

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O topónimo 'Algueirão' sugere de uma possível ocupação árabe, mas na documentação medieval o topónimo tarda a aparecer e surgem primeiro outros como Pucilgaes, Mosqueiro, Fanares, Gontijnha Afonso, Maria Dias, Vale do Milho, Córios, etc.[4]

O Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho foi, durante séculos, o principal proprietário de terras da actual Freguesia de Algueirão - Mem Martins. Em Março de 1158, D. Afonso Henriques doou-lhes uma velha quinta moura, o Prazo de Meleças, a que posteriormente se juntaram outros bens confirmados pelo Papa Alexandre III em 1163.[4]

Em 1210, o Mosteiro de Santa Cruz, aforou quatro casais em Pucilgaes. Em 1230, volta a registar-se novo aforamento. A 5 de Maio de 1263, o mesmo mosteiro aforou um casal em Mosqueiros, que ainda existe na actualidade. Em 1348, temos notícias de aforamentos pelo mesmo mosteiro em Maria Dias e Gontijnha Afonso e, em 1384, em Vale de Milho.[4]

Nos séculos XIV e XV, sabe-se que o Mosteiro de Santos-o-Novo das religiosas da Ordem de Santiago tinha bens em Mem Martins.[4]

O Numeramento do Reino, de 1527 refere: «a Vintana de Algeirãom cõ seus casaes 35 vizinhos (...) e a vintana de Arranholas cõ 36 vizinhos». Trata-se de uma forma arcaica de organização administrativa do território, já referenciada nas Ordenações Afonsinas, que agrupava vinte lugares ou casais em torno de uma '"capital", escolhida segundo a sua densidade populacional.[4]

No século XVI, existia uma Irmandade referida como os Confrades de S. Gião do Algueirão, e referências dispersas a propriedades do Mosteiro de S. Domingos de Benfica em Fanares (1573 e ss.), Algueirão (1577) e Mem Martins (1595). Antes, em 1537, parte das terras de Fanares estavam aforadas à Igreja de Santa Maria de Sintra.[4]

A Lista de Comarcas do Reino, de 1640, volta a apresentar o Algueirão como "cabeça", ou "capital", de Vintena, tal como em 1527, o que demonstra a importância do lugar. Tinha então um total de 60 vizinhos [fogo/habitações], assim repartidos: Algueirão - 14, Fanares - 5, Rinchoa - 4, Melessas - 8, Baratã- 4, Prosigais - 4 [Pexiligais], Sacotes - 5, Relhados - 5 [A-dos-Rolhados], Corios - 5 [na actualidade A-dos-Crivos]. Entretanto, a Vintena de Ranholas incluía Mem Martins - 15 e Casais [de Mem Martins] com 6 vizinhos. Coutinho Afonso era da Vintena de Cortegraça e tinha 5 vizinhos.[4]

As Memórias Paroquiais de 1758 dão para os lugares que hoje formam a Freguesia, um total de 112 fogos e 314 pessoas, sendo que na época apenas eram contadas as pessoas que figuravam nos registos da paróquia, podendo a população serv mais numerosa dado que muita gente não fazia parte do rol de confessados e no caso das crianças, só figuravam nos registos após a Baptismo: «Cazal de Oureça, 6 pessoas; lugar de São Romão, 6 fogos, 15 pessoas; lugar de Valdemilho, 2 fogos, 10 pessoas; Cazal da Cavaleira, 7 pessoas; lugar de Sacotes, 10 fogos, 30 pessoas; lugar do Algueirão [Algueirão Velho], 34 fogos, 102 pessoas; lugar de Fanares de Sima, 3 fogos, 10 pessoas; lugares de Fanares de Baixo, 2 fogos, 10 pessoas».[4]

Noutro capítulo das Memórias Paroquiais, a Vintena do Algueirão surge com 22 lugares e entre eles alguns não referidos antes, por exemplo: «Matta de Bacho, Telhal, Campos Velhos, Corigos, Fetares, Entre Vinhas, Barroza, Bajouca e Musqueiro».[4]

O grande sismo de 1755, apesar de ter causado danos consideráveis nos edifícios habitacionais da Freguesia, aparentemente não causou baixas entre a população local. Sabe-se que, no Algueirão, o próprio Marquês de Pombal acelerou a reconstrução das ermidas e das propriedades e a paisagem secular do Algueirão altera-se. A partir das suas propriedades de Sintra e Oeiras, transformadas em pólos dinamizadores de uma nova agricultura e pecuária, Sebastião José de Carvalho e Melo impõe novas culturas e tenta implementar novos métodos produtivos.[4]

Diminuem os pequenos seareiros e a agricultura de subsistência, as searas de cereais dominam em cultivo extensivo e intensivo. Um desses arrendatários de terras e produtor cerealífero setecentista, José Francisco, entre 1770 e 1793 era arrendatário de grande parte dos terrenos de cultivo cerealífero do Algueirão, de Mem Martins e Lourel. Neste contexto de incremento da produção cerealífera, a moagem tradicional também evolui. Os moinhos eólicos proliferam na Freguesia de Algueirão - Mem Martins e, a partir de meados de século XVIII, começam progressivamente a deixar de ser explorados por conta própria para passarem a ser arrendados, o que favorece a concentração de empresários moageiros, proprietários ou arrendatários, que exploram, por vezes, moinhos eólicos e azenhas, contratando um número crescente de trabalhadores assalariados.[4]

A partir da segunda metade do século XVIII, a região sintrense é ponto de fixação, a ritmo cada vez mais acelerado, de populações vindas de outras paragens. Tendência que ainda se mantém, característica desta Freguesia que concilia, nem sempre de forma harmoniosa, o rural e o urbano. Esta imigração populacional obedece a ciclos, característicos das grandes urbes como Lisboa; numa primeira fase, como agro abastecedor da urbe; numa segunda fase, surgem os solares e quintas senhoriais como segunda habitação ou veranil; e uma terceira fase, como "cidades satélite" suburbanas. Os vários censos são comprovativos: Censo Populacional de 1940: Pexiligais - 108 habitantes; Recoveiro - 54; Barrosa - 24; Coutim Afonso - 51; Sacotes - 91; Algueirão - 570; Mem Martins - 675. No Censo de 1970, a freguesia tinha 17.377 habitantes. No censo de 1981, a freguesia tinha 34.451 habitantes.[4]

  • Capela de Nossa Senhora da Natividade
  • Casal dos Choupos
  • Cruzeiro de Mem Martins
  • Cruzeiro do Seisal (na Pista do Algueirão)
  • Ermida de São Romão
  • Estação Ferroviária de Algueirão-Mem Martins (lugar de Fanares)
  • Moinho da Cavaleira
  • Ruínas de A-dos-Ralhados
  • Ruínas de Casal de Vale de Milho
  • Ruínas de Casais de Baixo

Associações desportivas

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A vila de Algueirão-Mem Martins faz parte da Paróquia de Algueirão-Mem Martins - Mercês que tem por orago São José.[6]

Referências

  1. Localização no Google Maps [1]
  2. Diário da República n.º 26/1988, Série I de 1988-02-01, [2].
  3. REVISTA LUSITANA, vol. XXIV, p. 260
  4. a b c d e f g h i j k l m n o p q r História da Freguesia de Algueirão-Mem Martins, elaborado pelo arqueólogo Rui Oliveira, no portal oficial da Freguesia de Algueirão-Mem Martins, [3]
  5. Adalberto Alves, Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa
  6. Contactos da Igreja Católica em Portugal no portal do Anuário Católico, [4]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Algueirão - Mem Martins (vila)

Ligações externas

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