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Anaïs Ségalas

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Anaïs Ségalas, nascida Anne Caroline Menard (24 de setembro de 1811, Paris - 31 de agosto de 1893, Paris) foi uma dramaturga, poetisa e romancista francesa. Ela foi membro da sociedade Voz das Mulheres em Paris, em 1848, e de outras organizações feministas parisienses.[1]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Anna Caroline Menard nasceu em 24 de setembro de 1811 no então sexto bairro (dito arrondissement) de Paris. Ela foi a filha única de Charles Menard e Anne Bonne Portier, imigrante dominicana nascida em São Domingos, capital de seu país de origem. O pai de Anne Caroline, Charles Menard, era vegetariano, misântropo e ativista das causas animais. Quando ele morreu, Anne tinha apenas 11 anos de idade.

Menard se tornou próxima de seu vizinho Jean Victor Ségalas, um advogardo da Corte Real. Eles se casaram em 17 de janeiro de 1827. A partir de então, ela trocou seu nome para Anaïs Ségalas e fez seu marido prometê-la que ele jamais interferia em sua paixão pela escrita. Os primeiros poemas de Ségalas foram publicados em 1827, no mesmo ano de seu casamento. Dois anos depois, em 1829, o periódico La Psyché publicou seus primeiros ensaios e, em 1831, oito poemas, entitulados Les Algériennes (As Algerianas), foram publicados na Gazette Littéraire. Ségalas também coloborou com o jornal cristão Le Journal des Femmes.

Ségalas - Les Algériennes, 1831
Les Algériennes, livro de poesias publicado por Anaïs Ségalas em 1831


Em 15 de dezembro de 1838, Ségalas deu à luz sua filha Bertile Claire Gabrielle, a quem dedicou o volume Enfantines (Crianças), publicado em 1844.[2] Em 1847, Ségalas publicou uma coletânea de poemas didáticos sobre os diversos estados físicos e psicológicos da mulher, La Femme (A Mulher).[3] No ano seguinte, em 1848, tornou-se membro da sociedade A Voz das Mulheres em Paris, bem como de outras organizações feministas parisienses.[1]

Anaïs Ségalas começou a escrever peças teatrais em 1840. Sete anos depois, em 1847, sua peça de estreia, La Loge de l'Opéra (O Camarim da Ópera), um drama composto por três atos, foi performado no Teatro Odeon. Nos anos seguintes, suas peças Le Trembleur (O Tremor), Les Deux Amoureux de la grand'mère (Os Dois Amores da Avó) e Les Absents ont raison (Os Ausentes Têm Razão) foram apresentadas em teatros parisienses.

Em 1861, Ségalas publicou a coletânea de poesia Idéal et Réalités (Ideal e Realidades).

Aos 81 anos de idade, Ségalas escreveu sua última peça: Deux passions (Duas Paixões), uma comédia composta por um ato e que alcançou sucesso mundial.

Anaïs Ségalas morreu em Paris, no dia 31 de agosto de 1893, aos 82 anos de idade. Em 1917, a Academia Francesa criou o Prêmio Anaïs Ségalas de Literatura e Filosofia, que premia o trabalho de mulheres notórias. A última cerimônia de premiação foi realizada em 1989.

Trabalhos[editar | editar código-fonte]

  • Les Algériennes (As Algerianas), poesias, 1831
  • Les Oiseaux de passage (Os Patos de Passagem), poesias, 1837
  • Enfantines, poésies à ma fille (Crianças, poesias para minha filha) , 1844
  • Poésies (Poesias), 1844
  • La Femme (A Mulher), poesias, 1847
  • Contes du nouveau Palais de Cristal (Contos do Novo Palácio de Cristal), 1855
  • Nos bons Parisiens (Nós Bons Parisienses), poesias, 1864
  • La Semaine de la marquise (A Semana da Marquesa), 1865
  • Les Mystères de la maison (Os Mistérios da Casa), 1865
  • La Dette du cœur (A Dívida do Coração), poesias, 1869
  • La Vie de Feu (A Vida de Fogo), 1875
  • Les Mariages dangereux (Os Casamentos Perigosos), 1878
  • Les Rieurs de Paris (Os Piadistas de Paris), 1880
  • Les Romans du wagon (Os Romanos do Vagão). Le Duel des femmes (O Duelo das Mulheres). Le Bois de la Soufrière (A Madeira da Sofredora). Un roman de famille (Um Romance de Família). Le Figurant (O Figurante), 1884
  • Le Livre des vacances (O Livro de Férias). L'Oncle d'Amérique et le neveu de France (O Tio da América e o Sobrinho da França). Zozo, Polyte e Marmichet. Une rencontre sur la neige (Um Reencontro na Neve), 1885
  • Récits des Antilles (Histórias das Antilhas). Le Bois de la Soufrière (A Madeira da Sofredora), 1885
  • Les Deux Fils (Os Dois Filhos), 1886
  • Poésies pour tous (Poesias Para Todos), 1886
  • Le Compagnon invisible (O Companheiro Invisível), 1888

Peças de teatro[editar | editar código-fonte]

  • La Loge de l'Opér (O Camarim da Ópera), 1847
  • Le Trembleur (O Tremor), 1849
  • Les Deux Amoureux de la grand'mère (Os Dois Amores da Avó), 1850
  • Les Absents ont raison (Os Ausentes Têm Razão), 1852
  • Les Inconvénients de la sympathie (Os Inconvenientes da Simpatia), 1854
  • Deux passions (Duas paixões), 1893

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «Segalas, Anais née Menard». Ohio University. Consultado em 10 de setembro de 2020  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome ":1" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  2. «ANAIS SEGALAS». Histoires du Père Lachaise. 19 de maio de 2013. Consultado em 10 de setembro de 2020 
  3. «SEGALAS Anaïs (1819-1895)». Amis et Passionnes du Pere-Lachaise. 28 de abril de 2007. Consultado em 10 de setembro de 2020 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Albistur, Maïté e Daniel Armogathe. História do feminismo francês desde a Idade Média até os dias atuais. Paris: Des Femmes, 1977.
  • BEAUNIER, André. Faces de mulheres. 5ª edição. Paris: Plon-Nourrit, 1913.
  • Cooper, Barbara T. "Raça, gênero e colonialismo nas histórias de Anaïs Ségalas das Índias Ocidentais: Le Bois de la Soufrière." Em "Engendering Race: Romantic-Era Women and French Colonial Memory", editado por Adrianna M. Paliyenko, edição especial, L'Esprit Créateur 47, no. 4 (Inverno de 2007): 118–29.
  • Czyba, Luce, “Anaïs Ségalas (1814-1893)”. Dentro Poetas femininas do século XIX: uma antologia, editada por Christine Planté.185-92. 2ª edição. Lyon: Imprensa Universitária de Lyon, 2010.
  • DELAVILLE, Camille Chartier. Meus contemporâneos. 1º ser. Paris: P. Sévin, 1887.
  • Desplantes, François e Paul Pouthier. Mulheres de letras na França, 1890. Genebra: Slatkine Reprints, 1970.
  • Jacó, Paulo. "Sra. Ségalas". Em Biografia de Mulheres Autoras, editado por Alfred de Montferrand, 37–47. Paris: Armand-Aubrée, 1836.
  • Moulin, Jeanine. “Poesia feminina do século XII ao século XIX”. Paris: Seghers, 1966.
  • Seco, Alphonse. As musas francesas: Antologia de poetisas do século XVIII ao XX, 2 vols. Paris: Louis Michaud, 1908–1909.
  • Sullerot, Evelyne. História da imprensa feminina na França desde as suas origens até 1848. Paris: Armand Colin, 1966.