Anfiteatro de Nero
Anfiteatro de Nero | |
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Tipo | Anfiteatro |
Construção | Depois de 64 |
Promotor / construtor | Nero |
Geografia | |
País | Itália |
Cidade | Roma |
Localização | IX Região - Circo Flamínio |
Coordenadas | |
Anfiteatro de Nero |
Anfiteatro de Nero (em latim: Amphitheatrum Neronis) era um anfiteatro construído pelo imperador romano Nero no Campo de Marte e que existiu por apenas uns poucos anos.
Localização[editar | editar código-fonte]
Sabe-se que o anfiteatro ficava no Campo de Marte[1], mas sua localização exata permanece incerta. Uma das principais hipóteses o situa no local do antigo Anfiteatro de Estacílio Tauro, destruído no grande incêndio de 64[2], mas é mais provável que ele tenha sido construído no local do anfiteatro inacabado de Calígula, a nordeste da Septa Júlia.
História[editar | editar código-fonte]
Segundo Tácito, a obra de construção do Anfiteatro de Nero começou no ano que Nero foi cÔnsul pela segunda vez com Lúcio Calpúrnio Pisão[3], em 57[4], mas outros autores defendem uma data posterior ao incêndio de 64 afirmando que Nero certamente teria tido interesse em substituir o Anfiteatro de Estacílio Tauro[2][5], o único anfiteatro em alvenaria de Roma na época e que havia sido destruído no incêndio. A obra durou menos de um ano[4].
Para a inauguração, Nero organizou combates gladiatoriais e encorajou a participação de equestres e senadores[5]:
“ | [...] durante os combates entre os gladiadores que ele [Nero] apresentou num anfiteatro de madeira erigido no Campo de Marte em menos de ano, ninguém pôde ser assassinado, nem mesmo os criminosos. Mas lutaram quatrocentos senadores e seiscentos equestres, alguns dos quais com reputação e fortuna. | ” |
— Suetônio, Vidas dos Doze Césares, Vida de Nero, XII, 2-3..
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Como era de madeira, o Anfiteatro de Nero foi rapidamente destruído, provavelmente já no incêndio de 80[6].
Descrição[editar | editar código-fonte]
O edifício, que tinha dimensões modestas[3], foi inteiramente construído em madeira[4]. Plínio cita-o duas vezes em "História Natural":
“ | Acredita-se que a maior árvore que já existiu é que podia ser vista em Roma e que o imperador Tibério exibiu como uma curiosidade na ponte da naumáquia, da qual muito se fala. Esta árvore foi trazida juntamente com outras e foi preservada até a construção do Anfiteatro de Nero: era uma tora de larício com 120 pés de comprimento e de espessura uniforme de dois pés; quando se calculou qual seria a altura desta árovre, não há nenhuma estimativa crível. | ” |
“ | Muito recentemente, véus da cor do céu e adornados com estrelas, estavam esticados com cordas no anfiteatro do imperador Nero. | ” |
Contudo, o autor que fornece a descrição mais detalhada é Calpúrnio Sículo, um poeta de meados do século I e contemporâneo de Nero, em uma de suas éclogas na qual um jovem fazendeiro chamado Corydon conta o que viu durante sua viagem a Roma ao seu velho amigo Lycotasa[7]. Sículo descreve a rica decoração dos terraços, incluindo uma varanda incrustada de pedras preciosas. A arena era delimitada por lajes de mármore encimadas por redes decoradas com marfim que impediam que os animais selvagens chegassem à arquibancada. Os espectadores eram protegidos pelo sol por grandes velas esticadas sobre os assentos e amarradas a presas de elefantes. Sículo então enumera, na voz de Corydon, todas as feras selvagens que foram caçadas no espetáculo. A descrição deve ser entendida no contexto: Sículo imagina a reação de um simples camponês que não conhece os esplendores da cidade. Além disto, sabe-se que ele próprio não escondia seu entusiasmo em relação a Nero, cujo reino ele acreditava ser promissor.
Referências
- ↑ Suetônio, Vidas dos Doze Césares, Vida de Calígula, XXI
- ↑ a b Platner & Ashby 1929, p. 11.
- ↑ a b Tácito, Anais XIII, 31
- ↑ a b c Kardos 2003, p. 15.
- ↑ a b Duret & Néraudeau 2001, p. 216.
- ↑ Homo 1971, p. 295.
- ↑ Calpúrnio Sículo, Bucólicas VII, Tradução para o francês de P. Remacle (em francês)
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Duret, Luc; Néraudeau, Jean-Paul (2001). Urbanisme et métamorphose de la Rome antique. Col: Realia (em francês). [S.l.]: Les Belles Lettres
- Homo, Léon (1971). Rome impériale et l'urbanisme dans l'Antiquité. Col: L'évolution de l'humanité (em francês). [S.l.]: Albin Michel. 665 páginas
- Platner, Samuel Ball; Ashby, Thomas (1929). A topographical dictionary of Ancient Rome (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press
- Kardos, Marie-José (2003). Lexique de topographie romaine. Topographie de Rome II (em francês). [S.l.]: Editions L'Harmattan. 392 páginas