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Angola é Nossa

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"Angola é Nossa"
Angola é Nossa álbum
Canção de Coro e Orquestra da F.N.A.T.
do álbum Angola é Nossa
Lançamento junho de 1961
Formato(s) EP
Gênero(s) Hino, Canção Patriótica Portuguesa
Gravadora(s) A voz do Dono
Letra Santos Braga
Composição Duarte F. Pestana
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Angola é Nossa é uma canção com letra de Santos Braga e música de Duarte F. Pestana, lançada em junho de 1961, no disco homónimo. Trata-se de uma notável peça de propaganda. Um hino heroico e triunfalista, que se tornou de imediato numa espécie de hino de Angola, que fechava e abria as emissões de rádio e era cantado nas escolas.[1]

Quando, em março de 1961, houve as primeiras investidas dos exércitos de libertação de Angola e os primeiros massacres, o governo português respondeu com o envio de mais tropas, mais investidas militares e outros tipos de propaganda escrita e falada. No final de 1961, já combatem em Angola 33 mil e 500 soldados portugueses. Era preciso que ninguém duvidasse de que Angola fazia parte de Portugal.[1]

Assim nasceu, em junho de 1961, o hino “Angola é Nossa”, com música de Duarte Pestana e letra de Santos Braga, interpretado pelo Coro e Orquestra da F.N.A.T. – Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho.[1]

“Angola é Nossa” foi, por assim dizer, um dos melhores meios de difusão sonora para mostrar ao mundo que a Guerra Colonial não tinha fundamento, já que Angola era território português. Embora composta com a brevidade exigível, o tema ganhou furores de popularidade, como se se tratasse mesmo dum novo Hino de Angola. Mérito também para a excelente interpretação do Coro e Orquestra da F.N.A.T..[2]

Em 1975, e, contra as melhores previsões, “Angola é Nossa” voltou a ser falada por outras razões (controversas de novo), pelos desenhos e ditos de Vilhena. Como sempre mordaz e acutilante, Vilhena ridicularizou na sua “Gaiola Aberta” a política desastrada da descolonização portuguesa em Angola por um dos principais mentores, o general Melo Antunes. Nas páginas centrais, (habitual poster desenhado pelo autor), surge o general com uma batuta nas mãos trauteando “Angola é Nossa! Angola é Nossa!” para os vários lideres dos movimentos africanos, como se de um coro de bons rapazes se tratasse.[2]

Contracapa do disco

Ó povo heróico Português,
Num esforço estoico outra vez,
Tens que lutar vencer, esmagar a vil traição!
P'ra triunfar valor te dá o ter's razão.
Angola é nossa - gritarei - é carne, é sangue da nossa grei,
Sem hesitar p'ra defender,
É pelejar até vencer!
Angola é nossa - gritarei - é carne, é sangue da nossa grei,
Sem hesitar p'ra defender,
É pelejar até vencer!
Ao invasor
Castigar co'o destemor ancestral
Deter, destroçar!
Vencer, escorraçar!
E gritar:
Angola, é nossa
Angola, é nossa
É nossa, é nossa
Angola, é Portugal!...[3]


  1. a b c «Angola é Nossa - Canções da Guerra RTP». Canções da Guerra. 11 de setembro de 2015. Consultado em 26 de janeiro de 2020. Arquivado do original em 12 de agosto de 2020 
  2. a b «O Covil do Vinil». O Covil do Vinil. Consultado em 26 de janeiro de 2020 
  3. «Coro e Orquestra da F.N.A.T. - Angola É Nossa». Discogs. Consultado em 25 de agosto de 2024