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Ano da Mulher

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com Dia Internacional da Mulher.
Senadoras mulheres democratas em 1993: Murray, Moseley Braun, Mikulski, Feinstein e Boxer.
A Senadora Barbara Mikulski com candidatas ao Senado na Convenção Nacional Democrata de 1992.

O Ano da Mulher (Year of the Woman, em inglês) é uma denominação popular dada a 1992 devido ao número recorde de mulheres eleitas para o Senado e a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nas eleições daquele ano.[1][2] Em 1991, as contestadas audiências de confirmação de Clarence Thomas para a Suprema Corte envolvendo as alegações de assédio sexual de Anita Hill levantou a questão do domínio dos homens no Senado.[3][4] Naquele ano, a câmara alta do Congresso norte-americano possuía duas senadoras, mas nenhuma delas integrava o Comitê Judiciário.[5][6] A Senadora Estadual de Washington Patty Murray teria, alegadamente, decidido concorrer ao Senado após assistir a essas audiências.[7][8]

Em um debate para a disputa presidencial ocorrido na Universidade de Richmond em meados de outubro de 1992, os candidatos foram questionados sobre quando seus respectivos partidos poderiam nomear uma mulher para a Presidência do país. O Governador de Arkansas, Bill Clinton, respondeu: "Bem, não tenho ideia, mas espero que aconteça em algum momento da minha vida." O Presidente George H. W. Bush respondeu com menos entusiasmo, dizendo: "Este é supostamente o ano das mulheres no Senado. Vejamos como se saem. Espero que muitas delas percam."[9] Em 1992, quase todas as candidatas de partidos principais ao Senado eram filiadas ao Partido Democrata.[10]

Em todo o país, diversas mulheres venceram as primárias de seus partidos e, em 3 de novembro, 47 foram eleitas para a Câmara dos Representantes, sendo 24 pela primeira vez, e 4 para o Senado. Com isso, as mulheres passaram a representar 10,8 por cento dos integrantes da Câmara e 6 por cento do Senado.[11][12] Em 3 de janeiro de 1993, o estado da Califórnia tornou-se o primeiro estado norte-americano a ser representado por duas mulheres no Senado.[13][14] Quando as recém-chegadas se juntaram às senadoras Nancy Kassebaum e Barbara Mikulski em janeiro de 1993, os principais escritores descreveram o acontecimento como "O Ano da Mulher".[15] Em resposta, a Senadora Mikulski afirmou: "Chamar 1992 de o Ano da Mulher soa como o Ano do Caribu ou o Ano dos Aspargos. Não somos uma moda, uma fantasia ou um ano."[16]

Referências

  1. Nguyen, Nam H. Presidentes dos Estados Unidos e Governo em português. [S.l.: s.n.] 
  2. Alix Strauss (2 de abril de 2017). «Key Moments Since 1992, 'The Year of the Woman'». The New York Times. Consultado em 7 de março de 2018 
  3. Emma Gray (15 de abril de 2016). «Why Anita Hill's 1991 Testimony Is So Haunting Today». HuffPost. Consultado em 7 de março de 2018 
  4. Emma Green (26 de setembro de 2016). «A Lot Has Changed in Congress Since 1992, the 'Year of the Woman'». The Atlantic. Consultado em 7 de março de 2018 
  5. R. W. Apple Jr. (23 de março de 1992). «THE 1992 CAMPAIGN: Women; Female Candidates Poised For Breakthroughs in 1992». The New York Times. Consultado em 7 de março de 2018 
  6. «THE YEAR OF THE WOMAN». International Museum of Women. Consultado em 7 de março de 2018 
  7. Jay Newton-Small (4 de abril de 2016). «How Anita Hill Paved the Way for Women in Government». Time. Consultado em 7 de março de 2018 
  8. Timothy Egan (17 de setembro de 1992). «Another Win By a Woman, This One 'Mom'». The New York Times. Consultado em 7 de março de 2018 
  9. Timothy Egan (15 de outubro de 1992). «Presidential Debate at the University of Richmond». The American Presidency Project. Consultado em 7 de março de 2018 
  10. «ELECTION RESULTS FOR THE U.S. PRESIDENT, U.S. SENATE AND THE U.S. HOUSE OF REPRESENTATIVES IN 1992» (PDF). Federal Election Commission. 24 de junho de 1993. Consultado em 7 de março de 2018 
  11. O'Connor, Karen (2010). American University, ed. Gender and Women's Leadership: A Reference Handbook. [S.l.: s.n.] 
  12. C. Burrell, Barbara (2014). The University of Michigan Press, ed. Gender in Campaigns for the U.S. House of Representatives. American University. [S.l.: s.n.] p. 5 
  13. «Dianne Feinstein and Barbara Boxer elected to Senate». Jewish Women's Archive. 3 de novembro de 1992. Consultado em 7 de março de 2018 
  14. «Women in the Senate». United States Senate. 2018. Consultado em 7 de março de 2018 
  15. Pippa Norris e Susan J. Carroll (2018). «The Dynamics of the News Framing Process: From Reagan's Gender Gap to Clinton's Soccer Moms». Harvard University e Rutgers University. Consultado em 7 de março de 2018 
  16. Jeanne Zaino (13 de junho de 2014). «The Data Shows: Is 2014 Really "The Year of the Woman"?». HuffPost. Consultado em 7 de março de 2018