António Jacinto
António Jacinto | |
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Nome completo | António Jacinto do Amaral Martins |
Nascimento | 28 de setembro de 1924 Golungo Alto, Angola |
Morte | 23 de junho de 1991 (66 anos) Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | ![]() |
Ocupação | Poeta |
Movimento literário | Neo-realismo |
Magnum opus | Carta dum contratado |
António Jacinto do Amaral Martins (Golungo Alto, 28 de setembro de 1924 — Lisboa, 23 de Junho de 1991) foi um poeta, político e dirigente nacionalista angolano.
Um dos maiores escritores angolanos,[1] usou também o pseudónimo de Orlando Távora, para assinar alguns contos.
Biografia
[editar | editar código-fonte]António Jacinto nasceu a 28 de setembro de 1924, em Golungo Alto.[1][2] Fez o curso do liceu em Luanda e trabalhou como empregado de escritório. Não contando com os anos de prisão fora do seu país, viveu praticamente toda a sua vida em Luanda.
Em 1948 tornou-se um dos fundadores do Movimento dos Novos Intelectuais de Angola (MNIA),[1] que utilizava como canal a revista Mensagem para denunciar as condições sociais e econômicas impostas pelo colonialismo aos angolanos.[2]
Foi fundador, com Viriato da Cruz, Ilídio Machado, Mário António, Lúcio Lara, Mário Pinto de Andrade e Joaquim Pinto de Andrade, do Partido Comunista Angolano, importante agremiação de mobilização marxista e nacionalista da década de 1950 que foi base formadora do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).[3]
Após a prisão de Ilídio Machado, o primeiro Presidente do MPLA, ficou incumbido pelo presidente interino Mário de Andrade a coordenar as atividades operacionais do MPLA em Luanda[4][5] juntamente com Manuel Pedro Pacavira e Joaquim de Andrade.[6]
Acabou preso, em 1962, por suas actividades políticas anticoloniais, ficando detido no Campo de Concentração de Tarrafal, em Cabo Verde, até 1972.[2] Foi transferido para Lisboa para cumprir 5 anos de regime em liberdade condicional.[2] Porém, em 1973 fugiu de Lisboa e foi para Brazavile, onde voltou a tomar parte na luta anticolonial pelo MPLA.[2] O partido o nomeou diretor inicialmente do Centro de Instrução Revolucionária (CIR) Calunga, na 2ª Região Político-Militar, e depois do CIR Binheco, nas Montanhas de Maiombe.[7]
No pós-independência nacional, foi, entre 1975 e 1976, Ministro da Educação[1][8] e, entre 1976 e 1981, Ministro da Cultura.[8] Neste íterim, torna-se co-fundador da União dos Escritores Angolanos.[1]
Foi ainda membro do Comité Central do MPLA.[9]
Morte
[editar | editar código-fonte]Morreu em 23 de junho de 1991, em Lisboa.[2]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- António Jacinto, Poemas - 1961
- António Jacinto, Outra vez Vovô Bartolomeu - 1979.
Poemas (1982 edições aumentadas)
[editar | editar código-fonte]- em kiluanji do Golungo (1984)
- António Jacinto, Survivre dans Tarrafal de Santiago (em português, "Sobrevivendo em Tarrafal de Santiago") (1985, 2ª edição 1999)
- Prometeu (1987)
- Fabula de sanji (1988).
Poemas célebres
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- Poema da alienação
- Carta dum contratado
- Monangamba
- Canto interior de uma noite fantástica
- Era uma vez
- Bailarina negra
- Ah! Se pudésseis aqui ver poesia que não há!
- Vadiagem
Referências
- ↑ a b c d e Fabio Mario da Silva. «A Mensagem poética de António Jacinto». Navegações Ensaios. 6 (1): 85-90 Texto "junho de 2013" ignorado (ajuda)
- ↑ a b c d e f «António Jacinto». Lusofonia Poética. 2007
- ↑ Nelson Pestana (8 de fevereiro 2017). «O manifesto de Viriato da Cruz (1956)». Novo Jornal
- ↑ «MPLA "reconcilia-se" com a sua história reconhece todos os presidentes». VOA Português. 19 de junho de 2019
- ↑ Alexandra Lucas Coelho (1 de maio de 2009). «"Os anos de cadeia foram muito bons para mim"». Público
- ↑ Agostinho Alexandre Joaquim da Silva (2014). Angola:dinâmicas internas e externas na luta de libertação (1961-1975). Lisboa: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
- ↑ «António Jacinto do Amaral Martins». Memória Comum. Consultado em 10 de janeiro de 2025
- ↑ a b «A História». Ministério da Educação. 2003
- ↑ Pires Laranjeira (1995). Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. [S.l.]: Universidade Aberta. p. 84