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Antônio de Sousa Mendes Júnior

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Antônio de Sousa Mendes Júnior (Oeiras, 1823 — Rio de Janeiro, 1905) foi um jurista e magistrado brasileiro, juiz de direito, ministro do Supremo Tribunal de Justiça, chegando a ser ministro do Supremo Tribunal Federal.[1]

Nasceu em Oeiras, província do Piauí, em 1823, e formou-se na Faculdade de Direito de Olinda, recebendo o grau de Bacharel, em 1848. Foi juiz de direito de Teresina. Exerceu os cargo de Desembargador do Pará e do Ceará.[1]

Em 21 de novembro de 1888, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal de Justiça. No período de 1891 a 1892, exerceu o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, por indicação do presidente do Brasil Deodoro da Fonseca.[1]

Foi 1º Vice-Presidente da província do Ceará (nomeado em 30 de agosto de 1885).[1]

Primeiro piauiense a ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).[2]

Filho do Coronel do Exército e político Antônio de Sousa Mendes (primeiro do nome) e de Maria Francisca de Santana[3]. Seu pai foi combatente na Guerra da independência e na repressão à Balaiada, e exerceu os cargos de deputado geral (1853 – 1856) e provincial em diversas legislaturas.[4]

Era casado com Maria Lidomília Teixeira. Seu filho[5], Álvaro Teixeira de Sousa Mendes, era político e escritor, tendo sido eleito deputado federal pelo Piauí em 1909.[6]

Irmão do político piauiense Simplício de Sousa Mendes, que presidiu a Província do Piauí quatro vezes, na segunda metade do Século XIX.[7]

Raízes genealógicas

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Ascendência materna

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Era pentaneto do casal José Vieira de Carvalho e Maria Freire da Silva, por parte do seu tetravô Hilário Vieira de Carvalho (primeiro do nome)[8], e pentaneto do casal Manoel do Rego Monteiro[9] e Maria da Encarnação, por parte da sua tetravó Maria do Rego Monteiro[3], fundadores da Povoação de Paulista, em 1719, origem da atual cidade de Paulistana, no sudeste do Piauí.[10]

No Século XVIII, seus ancestrais maternos fundaram o Arraial de Paulistas, nas ribeiras do Rio Canindé, e construíram uma capela na "Fazenda do Paulista", pertencente ao fidalgo português Dom Valério Coelho Rodrigues.[10] A capela depois passou a ser chamada de Igreja Nossa Senhora dos Humildes.[11]

Isso contribuí significativamente para o desenvolvimento da comunidade e o surgimento da povoação de Paulista, que depois foi transformada em freguesia e elevada à categoria de vila com o nome de Villa de Paulista. A denominação "Paulista" foi uma forma de homenagear a Província de São Paulo, que serviu de berço à família paterna da esposa de Dom Valério Coelho Rodrigues, Dona Domiciana Vieira de Carvalho, filha do paulista Hilário Vieira de Carvalho e neta de José Vieira de Carvalho, fundadores do Arraial de Paulistas no sudeste do Piauí, conforme esclarece o historiador Reginaldo Miranda da Silva.[10]

Francisco Antônio Mendes
Maria do Rosário de Sousa
Antônio de Sousa Mendes (primeiro do nome)
Maria Francisca de Santana
Teotônio de Sousa Mendes
Antônio de Sousa Mendes Júnior

Fazia parte da tradicional família Coelho Rodrigues de Paulistana, estado do Piauí, com raízes genealógicas na Freguesia de Paço de Sousa, no Distrito do Porto, em Portugal, visto que era bisneto de Manuel de Sousa Martins (primeiro do nome) e Anna Rodrigues de Santana, sendo, portanto, trineto de Domiciana Vieira de Carvalho e Valério Coelho Rodrigues.[12]

Valério Coelho Rodrigues
Domiciana Vieira de Carvalho
Manuel de Souza Martins (primeiro do nome)
Anna Rodrigues de Santana
(+ 15 filhos)
Maria do Rosário de Sousa (avó do Ministro Antônio de Sousa Mendes Júnior)

O seu trisavô, Valério Coelho Rodrigues, nasceu em Portugal e morou a maior parte de sua vida na Fazenda do Paulista, atualmente município de Paulistana, Piauí. Ele foi um personagem importante no processo de colonização portuguesa no Piauí, em virtude de ter sido um dos desbravadores do interior do Estado, ao longo do Século XVIII.[13]

Valério Coelho Rodrigues atuou como político, sendo eleito de pelouros diversas vezes para o senado da câmara de Oeiras. Entre 1754 e 1756, ele também ocupou o cargo de juiz ordinário na antiga capital da Capitania do Piauí. Em 1769, exerceu novamente o cargo de juiz ordinário de Oeiras. Em seguida, até o ano de 1771, ocupou os cargos reunidos de ouvidor-geral, provedor da real fazenda e dos defuntos e ausentes, capelas e resíduos da capitania, tendo sido indicado para mestre-de-campo do terço de infantaria auxiliar da guarnição do Piauí.[13]

Ordem Estadual Valério Coelho Rodrigues

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Como forma de homenagear Valério Coelho Rodrigues (trisavô materno do ministro do STF Antônio de Sousa Mendes Júnior), o Governador do Piauí instituiu a Ordem Estadual Valério Coelho Rodrigues, pelo Decreto nº 15.311, de 19 de agosto de 2013, com a finalidade de agraciar cidadãos que se destacam por serviços de excepcional relevância prestados ao Estado.[14]

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Valério Coelho Rodrigues firmou importantes raízes históricas e sociais na Região do Nordeste e gerou uma vasta família com descendência que se projeta na política nacional do Brasil até os dias de hoje.[13]

O estado do Piauí reconheceu de Utilidade Pública estadual a Associação dos Descendentes de Valério Coelho – ADVC, pela Lei Estadual nº 8.147, de 14 de setembro de 2023 (publicada no Diário Oficial do Estado do Piauí em 03/10/2023), com sede em Paulistana, estado do Piauí, criada em 1 de janeiro de 2021, com a finalidade de preservar a memória de Valério Coelho Rodrigues, seus demais antepassados e congregar os seus descendentes.[15]

  1. a b c d «Biografia do Ministro do STF Antonio de Souza Mendes». Supremo Tribunal Federal - STF. Consultado em 10 de agosto de 2024 
  2. Moura, Edvaldo (27 de outubro de 2020). «Memorial do Poder Judiciário Piauiense». Tribunal de Justiça do Piauí - TJPI. Consultado em 10 de agosto de 2024 
  3. a b «Familia Coelho Rodrigues - Ancestrais». www.coelhorodrigues.ong.br. Consultado em 11 de agosto de 2024 
  4. «Coronel Antônio de Sousa Mendes - Diálogos com a história | Portal Entretextos». www.portalentretextos.com.br. Consultado em 11 de agosto de 2024 
  5. «Familia Coelho Rodrigues - Ancestrais». www.coelhorodrigues.ong.br. Consultado em 20 de agosto de 2024 
  6. Lopes, Raimundo Helio. «Álvaro Teixeira de Sousa Mendes» (PDF). Câmara dos Deputados 
  7. «Simplício Mendes - Diálogos com a história | Portal Entretextos». www.portalentretextos.com.br. Consultado em 10 de agosto de 2024 
  8. Miranda, Reginaldo (20 de dezembro de 2020). «Hilário Vieira de Carvalho - Diálogos com a história | Portal Entretextos». www.portalentretextos.com.br. Consultado em 17 de agosto de 2024 
  9. Miranda, Reginaldo (11 de dezembro de 2016). «Capitão-mor Manoel do Rego Monteiro - Diálogos com a história | Portal Entretextos». www.portalentretextos.com.br. Consultado em 20 de agosto de 2024 
  10. a b c Miranda, Reginaldo (7 de junho de 2017). «Os dois Arraiais de Paulistas - Diálogos com a história | Portal Entretextos». www.portalentretextos.com.br. Consultado em 17 de agosto de 2024 
  11. «Memória Sertão Igreja Nossa Sr.ª dos Humildes, Paulistana». TV Caatinga - Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. 24 de dezembro de 2021. Consultado em 17 de agosto de 2024 
  12. «Familia Coelho Rodrigues - Ancestrais». www.coelhorodrigues.ong.br. Consultado em 10 de agosto de 2024 
  13. a b c «Valério Coelho Rodrigues - Diálogos com a história | Portal Entretextos». www.portalentretextos.com.br. Consultado em 10 de agosto de 2024 
  14. «Decreto nº 15.311, de 19 de agosto de 2013». Diário Oficial do Estado do Piauí - Nº 156 - página 2. 19 de agosto de 2013. Consultado em 10 de agosto de 2024 
  15. «SAPL - Sistema de Apoio ao Processo Legislativo». sapl.al.pi.leg.br. Consultado em 10 de agosto de 2024