Antonio Piedade da Cruz
Antonio Piedade da Cruz (Goa, 22 de agosto de 1895 — 1982[1]), também conhecido como "A. P. d'Cruz" ou simplesmente "Cruzo", foi um pintor e escultor goense do século XX, no Estado da Índia.[2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]D'Cruz nasceu em 22 de agosto de 1895, na aldeia de Velim em Salcete e ingressou na escola Jamsetjee Jeejebhoy School of Art de Bombaim (actualmente Mumbai) em 1916. Cruzo estudou com Gladstone Salomon, MV Dhurandhar e Agoskar, e formou-se em 1922. Então passou a estudar na Europa, apelando para a Universidade das Artes de Berlim, onde ganhou uma bolsa de estudos e o estatuto de "Mestre Estudante" (Meisterschüler). Aí, estudou desde 1923, sob a supervisão de Arthur Kampf, Ferdinand Spiegel e Paul Plontke.
Cruzo captou a atenção do embaixador português em Berlim, Dr. Alberto da Veiga Simões, quando ele, depois de um jornal alemão o descrever como "Português da Índia", pediu ao jornal para corrigir, insistindo que ele era "indiano puro". Com o apoio do dito embaixador, Cruzo realizou a sua primeira exposição individual no Salão da ilustração portuguesa em Lisboa, em outubro de 1925. Aí, voltou para a Índia, na sequência de um pedido do Marajá de Travancore.
Cruzo estabeleceu-se em Bombaim e tornou-se conhecido como um pintor e escultor de retratos, tanto entre a realeza indiana, como da elite de expatriados. Entre as pessoas que se sentaram para seus retratos estavam Philip Chetwode, Louis Mountbatten, 1.º Conde Mountbatten da Birmânia, Lallubhai Samaldas e Purshottamdas Thakurdas.
O seu "Cruzo Studio", no Estádio Brabourne, tornou-se um importante ponto de encontro, inclusive para os membros do movimento de libertação Goa. Apesar das relações de Cruzo com os ricos e famosos, a sua principal obra era focada na pobreza e na injustiça social, bem como nos agricultores e pescadores que trabalhavam no duro. Ele também pintou alegorias coloridas e nus.
Um encontro com Mahatma Gandhi deu a Cruzo nova inspiração e a partir de então, temas políticos dominaram o seu trabalho, em primeiro lugar o movimento de independência da Índia e a partição da Índia, a Guerra de Independência de Bangladesh e a Guerra do Vietname. Cruzo morreu em 1979, mas continua a ser um dos artistas mais notáveis de Goa.[3][4][5]
Depois de anos de esquecimento, o trabalho de Cruzo está sendo redescoberto. Em 2016, Ranjit Hoskote tornou-se curador de uma exposição de dezasseis pinturas a óleo de Cruzo na Sunaparanta, Centro de Goa para as Artes[6] e um site foi criado para reunir meios e informações existentes sobre o artista.
Referências
- ↑ Pillai, Pooja (10 de julho de 2016). «Finding Cruzo: Rediscovering Goan artist Antonio Piedade da Cruz». The Indian Express (em inglês)
- ↑ J. Clement Vaz, "Profiles of Eminent Goans Past and Present", Concept Publishing Company, 1997, ISBN 9788170226192
- ↑ Vamona A.S. Navelkar, The Flowering of Goan Art The Navhind Times, 7 September 2008,
- ↑ The Flowering of Goan Art, Asian Art Newspaper, April 2012, http://www.asianartnewspaper.com/article/flowering-goan-art Arquivado em 2 de novembro de 2013, no Wayback Machine.
- ↑ Needing "no special introduction to art lovers" according to Naguesh Rao Sardessai, p.22, Viva Goa Magazine, May 2011, http://issuu.com/vivagoaonline/docs/may_2011
- ↑ Ranjit Hoskote, The Quest for Cruzo, http://scroll.in/article/810483/the-quest-for-cruzo-remembering-a-bombay-artist-who-painted-the-rich-but-identified-with-the-poor