Antropogênese
A antropogênese(pt-BR) ou antropogénese(pt-PT?) [1][2] (/ɐ̃trɔpɔˈʒɛnəz(ə)/) estuda a origem dos humanos (teoria da gênese); refere-se ao surgimento e evolução do homem. Em muitos contextos o termo é sinônimo de antropogenia,[3] que se refere ao estudo da ontogenia e filogenia humanas.
Já foram propostas diversas teorias que tentam explicar a origem do homem, tanto no contexto científico, quanto por parte das religiões e na mitologia; esta uma das primeiras formas de explicar a origem de tudo (mitos). A mitologia grega, por exemplo, diz que Epimeteu foi encarregado de criar os homens, mas os fez do barro, imperfeitos e sem vida. Então, seu irmão Prometeu, por compaixão aos homens, roubou o fogo de Vulcano e deu-o aos homens para que estes tivessem vida. Zeus o puniu a ficar acorrentado no Cáucaso eternamente, onde uma águia bicaria diariamente o seu fígado, que regenerava-se.
Atualmente a teoria científica mais aceita é, o humano moderno (chamada de Homo sapiens) surgiu na África por volta de 200 mil anos, após um longo processo evolutivo.[4] Segundo o Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, o Programa Origens Humanas (Human Origins Program) os hominídeos (linhagem Homo) já existiam antes do homem moderno.[4] Estes evoluíram de um ancestral entre os grandes primatas existentes em 8 milhões de anos atrás.[4]
Contexto[editar | editar código-fonte]
Existem muitas versões para a origem do universo e dos humanos, que tentam responder a pergunta "De onde viemos?", como a teoria da evolução que responde algumas questões, mas muitas pessoas também acreditam em outras narrativas, como a saga de Adão e Eva.[5]
Assim a antropogênese/antropogenia é uma ciência que foi criada para estudar a origem e a evolução dos seres humanos.[6][7][8][9] Pois, as primeiras tentativas usadas para explicar a origem do mudo e a origem humana foram através da criação dos mitos;[10][11][12][13] são "histórias simbólicas" que narram o passado antigo (antecede a invenção da escrita[14]).[10]
Perspectiva científica[editar | editar código-fonte]
A ciência atual aceita a teoria da evolução, na qual o ser humano tem um ancestral comum com os primatas superiores, tendo se adaptado a hábitos terrícolas por bipedismo primário e desenvolvido um cérebro mais complexo. Segundo os cientistas, a separação entre os ancestrais dos humanos e dos chimpanzés - os parentes vivos mais próximos - teria ocorrido há cerca de 5 milhões de anos.
Perspectiva judaico-cristã[editar | editar código-fonte]
Na Bíblia, o livro do Gênesis narra a criação de Adão por Deus a partir do barro. Então o homem pecou, seguindo o conselho da serpente tentadora, e comendo da árvore proibida, foi expulso do paraíso pelo Senhor Deus. Assim começa a vida terrena do homem. Hoje, muitos teólogos consideram esta narrativa alegórica, abandonando seu sentido literal, tendo o próprio papa João Paulo II expressado que há compatibilidade entre a evolução e a fé católica. Ainda assim, existem setores fundamentalistas (mesmo dentro dos católicos) que crêem na interpretação literal do gênesis, ou de outros livros e mitologias religiosas diversas.
Segundo a cabala, a tradição esotérica e mística do judaísmo, a criação do mundo e do Homem deu-se por emanações de um princípio chamado de Ain Soph. Estas emanações são chamadas de Sefirot, em número de dez, e o seu conjunto forma a árvore da vida, que representa esotericamente o Homem Arquetípico, Homem Primordial, Adam Kadmon. O mundo material é representado na árvore da vida por sua base, que é associada a Adonai (ver Tetragrammaton).
Na teosofia[editar | editar código-fonte]
Na teosofia, filosofia esotérica fundada por Helena Petrovna Blavatsky e outros, rejeita-se a descendência dos primatas em favor de uma origem da humanidade poligenética e astral. Esta teoria tem suas raízes na filosofia oriental, particularmente o hinduísmo e o budismo e influenciou as chamadas ciências ocultas.
Segundo Blavatsky, em seu livro A Doutrina Secreta (de 1888), a origem e evolução do homem é descrita em pergaminhos muito antigos, chamados de Estâncias de Dzyan, os quais ela teria tido acesso e teria estudado. Segundo esta teoria, o Homem físico surgiu há 18 milhões de anos a partir de seu molde astral, formando-se então a raça que ela chama Atlante. Para Blavatsky os primatas superiores são antigas raças humanas que se degeneraram, e daí se explica as semelhanças fisiológicas entre ambos.
Blavatsky não nega a teoria da evolução, porém não acredita que uma força "cega e sem objetivo" possa ter criado o homem. Para ela, a criação do homem foi guiada pelas hierarquias divinas a partir de um plano.
Referências
- ↑ «antropogênese». Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa. aulete.uol.com.br
- ↑ «antropogénese». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ «antropogenia». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ a b c «Qual é a origem da humanidade segundo a ciência». National Geographic. 20 de dezembro de 2022. Consultado em 18 de abril de 2024
- ↑ «De onde viemos? – Espaço do Conhecimento UFMG». www.ufmg.br. Consultado em 18 de abril de 2024
- ↑ Muotri, Alysson (7 de março de 2008). «Antropogênese?». G1 Espiral. Consultado em 17 de abril de 2024
- ↑ «Definição antropogénese». Dicionário Infopédia. Consultado em 18 de abril de 2024
- ↑ «Definição antropogenia». Dicionário Dicio. Consultado em 18 de abril de 2024
- ↑ S.A, Priberam Informática. «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 18 de abril de 2024
- ↑ a b Guilouski, Borres; da Costa, Diná Raquel; dos Santos, Elói Corrêa; Schlögl, Emerli. Mitos de origem: Onde começa a vida? (PDF). [S.l.]: Secretaria da Educação do Paraná
- ↑ Fá Lima, bio Souza C. (9 de agosto de 2011). «O que é um mito?». Revista Educação Pública (31). ISSN 1984-6290. Consultado em 17 de abril de 2024
- ↑ «Mitologia: Uma das formas que o homem encontrou para explicar o mundo». educacao.uol.com.br. Consultado em 17 de abril de 2024
- ↑ «Pré-história: O surgimento do ser humano e os períodos pré-históricos». educacao.uol.com.br. Consultado em 17 de abril de 2024
- ↑ Stearns, P. N. (2001). «History and Prehistory». The Encyclopedia of world history 6ª ed. Houghton Mifflin. ISBN 978-039-565-237-4