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Aparelho auditivo

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Um aparelho auditivo retroauricular moderno, o tubo de áudio do alto-falante é quase invisível.
Um aparelho auditivo retroauricular moderno com uma bateria de minicélula.

O aparelho auditivo, prótese auditiva, AASI (aparelho de amplificação sonora individual) ou DEAS (dispositivo de amplificação sonora aplicado à surdez) é um dispositivo eletrônico que tem, por função básica, a amplificação dos sons. É um recurso muito utilizado por pessoas que têm diversos graus de perda auditiva.[1] A perda da audição afeta as pessoas por diferentes causas, por isso, a indicação da necessidade de um aparelho auditivo, aliado a um programa de reabilitação audiológica, deve ser realizada por fonoaudiólogo especializado. A reabilitação auditiva tem como objetivo desenvolver a neuroplasticidade, gerando mudanças na morfologia e no desempenho auditivo após a estimulação da audição, permitindo então que o paciente possa ressignificar cada som que escuta.[2] Existem diferentes tipos de AASI, independente da tecnologia empregada, o dispositivo deve garantir ao usuário a compensação da audibilidade perdida, considerando suas características e necessidades individuais.

Os ruídos de fundo sempre constituíram um dos maiores problemas dos utilizadores de aparelho auditivo. Os aparelhos digitais avançados são capazes de reduzir os ruídos e realçar os sons da fala. Este processo realiza-se automaticamente dentro do aparelho auditivo sem que o utilizador se aperceba disso.

Outros recursos também estão disponíveis nas versões mais atuais ,como microfones direcionais para a fala, banda estendida de frequência, que faz com que um maior número de sons seja amplificado e até mesmo a tecnologia Bluetooth. Esta, faz conexão entre equipamentos de áudio e os aparelhos auditivos.

O desempenho dos aparelhos também dependem do tipo ou características da perda auditiva.

Descrição Geral

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Diferentes tipos de aparelhos auditivos

Um aparelho auditivo convencional é constituído pelos seguintes componentes:

  1. Um microfone que capta as ondas sonoras e as transforma em sinais elétricos;
  2. Um amplificador que aumenta o sinal sonoro;
  3. Um alto-falante que volta a transformar os sinais elétricos em ondas sonoras.

Tipos de Aparelhos Auditivos[3]

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Existem diferentes modelos de aparelhos auditivos, que vão desde os retroauriculares até os intra-auriculares. Os retroauriculares podem ser utilizados com molde convencional ou com um adaptador de tubo fino. Esse último modelo tem sido, atualmente, muito utilizado devido ao seu alto desempenho em amplificar os sons da fala e em não ocasionar o chamado "efeito de oclusão" que é tão comum em aparelhos intra-auriculares.

Sua classificação é dada a partir do local da orelha que são posicionados:

- Retroauricular (BTE): Localizado atrás da orelha, sendo que o som é enviado ao molde (localizado na orelha do usuário) através de um tubo. São utilizados por pessoas de todas as idades, visto que ele alcança todos os níveis de potência e consegue se adaptar à maioria dos pacientes e podem corrigir desde perdas leves até perdas profundas.

- Microcanal (CIC): É posicionado dentro do canal auditivo, deixando visível somente a haste que facilitará a remoção do aparelho, é indicado para pacientes com perdas leves e moderadas, mas possui restrição para pacientes que possuem canal auditivo estreito.

- Intracanal (ITC): É menos visível, localizado no canal auditivo e cobre apenas uma pequena porção da concha da orelha, auxilia pessoas com perdas auditivas leve, moderada ou severa.

- Intra-auricular (ITE): Preenche a concha da orelha no ouvido externo e tem um botão manual, deixando apenas uma pequena haste para auxiliar sua remoção. Esse também atende perdas auditivas de leve a severa.[4]

O molde, quando utilizado adequadamente, garante o ajuste do aparelho auditivo no canal auditivo, por onde os sons são transmitidos para a membrana timpânica. Ele tem por função básica a sustentação, condução do som e vedação da orelha que evita a dispersão do som amplificado. É importante que o molde esteja colocado corretamente e seja feito de forma a assentar da maneira mais conveniente no ouvido do usuário, em parte para evitar dores e incômodos quando o molde estiver em uso, e em parte para obter a melhor função do aparelho auditivo. Uma forma apropriada do molde contribui para eliminar o fenômeno da realimentação acústica (microfonia) e um canal de ventilação aberto pode reduzir a sensação de ter o ouvido “entupido” ou se estar a falar “dentro de uma pipa”. Um molde que não assenta bem ou que aperta porque está mal colocado, pode levar a uma má utilização do aparelho. Se o usuário não for capaz de colocar o molde corretamente, necessita de ajuda.

O molde deve ser trocado anualmente em caso de adultos e a cada seis meses em caso de crianças.

Dois são os tipos de materiais utilizados para a confecção do molde: silicone e acrílico. O de silicone consiste em um material macio, flexível, confortável, hipoalérgico e que proporciona maior vedação e aceitação, é, em geral, o de escolha. Contudo, não é possível realizar muitas modificações acústicas e estéticas, pois é de difícil perfuração. O de acrílico, por ser mais rígido, oferece o risco de lesões na orelha externa, são quebráveis e têm indicações mais específicas. Na presença de infecções otológicas crônicas ou recorrentes, o molde a ser escolhido deve ser de fácil limpeza e manutenção, dando-se preferência aos de acrílico por apresentarem menor retenção de impurezas, além de ser facilmente laváveis.[5]

Tipos de Moldes

Concha: este tipo de molde apresenta amplas vantagens, proporcionando maior vedação acústica, impedindo microfonia, além de incrementar o ganho do AASI. Para graus de perdas severo a profundas, sua indicação ocorre sobretudo quando a perda auditiva requer um aparelho com potência elevada.

Meia-concha: Indicado para pacientes com pouca destreza manual, é indicado para perdas leves até severo.[6]

Canal: é preferencialmente indicado para perdas auditivas de grau leve e moderado.

Aberto: pode ser usado quando a ventilação torna-se insuficiente e abrange um espectro de frequência e intensidade menores.

Invisível simples: é utilizada para perdas auditivas de tipo e graus variáveis e aceita modificações acústicas como a ventilação, utilizada para minimizar o efeito de oclusão, ou para a atenuação das frequências graves.[7]

Exemplo de um aparelho

É importante que o tubo que liga o aparelho retroauricular ao molde tenha um comprimento correto e que esteja limpo, inteiro e flexível. Se o tubo estiver curto o utilizador terá uma sensação de esticamento desagradável no molde e o aparelho assobia; se o tubo estiver demasiado comprido, a colocação do aparelho pode ser difícil. O tubo também pode ter um cotovelo que impeça o som de sair. Tanto o molde como o tubo deverão estar ambos limpos. O tubo deve ser trocado de três em três meses ou quando estiver ressecado.

Colocação do molde no ouvido

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O molde de silicone ou acrílico, deve ser inserido no canal auditivo. Com os dedos, encaixa-se na concha, ao longo do pavilhão auricular. A proteção ou o arco deve estar virado para trás – o tubo deve estar na direção, para cima, com o aparelho auditivo no topo do tubo. Para o assistente, o mais fácil é ficar ao lado e/ou atrás do utilizador. Pode ajudar a puxar o ouvido um pouco para trás e para cima, a fim de dilatar e corrigir o ouvido externo. Em alguns casos, o molde assenta por si próprio no devido lugar; em outros casos será necessário acomodá-lo na concha do pavilhão auricular. No entanto, é necessário cuidado, pois o canal auditivo pode ficar dolorido ou irritado, com fricções ou forças excessivas.

Aparelho brasileiro

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Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, desenvolveram o Manaus, um aparelho auditivo bem mais barato e que tem uma configuração que prolonga o tempo de uso da bateria. A expectativa é que o aparelho chegue ao mercado e reduza custos na saúde pública.[8]

Esse aparelho é, apenas, um amplificador. Atende bem aqueles que buscam uma solução para amplificar os sons porém não apresentam condições para pagar por recursos que promovem conforto e melhor inteligibilidade da fala.

Hoje, existem empresas que montam o aparelho que o cliente deseja; com todos os recursos necessários para sua adaptação. O importante é procurar por quem tem um grande portfólio.

O fato de se usar aparelhos auditivos nunca deve ser menosprezado. Um aparelho bem adaptado é um passo decisivo para uma reintegração de um deficiente auditivo. Em caso de dificuldades procure um médico e faça uma audiometria e outros exames adequados. Se por acaso o uso de aparelhos for indicado tenha suficiente paciência para experimentar diferentes modelos em busca de uma melhor solução.

A importância do acompanhamento periódico do usuário de AASI, mesmo depois que este foi adaptado e também das sessões de aconselhamento para trabalhar questões relacionadas às expectativas dos pacientes e familiares, bem como, às dificuldades apresentadas em situações desafiadoras visto que tem grande influencia no processo de satisfação, contribuindo para melhorar a capacidade funcional, aspectos físicos, aspectos emocionais, vitalidade, saúde mental e os aspectos sociais, garantindo qualidade de vida ao usuário de AASI.[9][10]

Referências

  1. Lemos, Stela Maris Aguiar; Souza, Valquíria Conceição; Ribeiro, Urssula Aparecida Santos Leal; Lemos, Stela Maris Aguiar; Souza, Valquíria Conceição; Ribeiro, Urssula Aparecida Santos Leal (2019). «Qualidade de vida e determinantes sociais em usuários de aparelho de amplificação sonora individual». CoDAS. 31 (2). ISSN 2317-1782. doi:10.1590/2317-1782/20182017287 
  2. Sales, Cristiane Bueno; Resende, Luciana Macedo de; Amaral, Carlos Faria Santos (28 de novembro de 2019). «Auditory rehabilitation in adults: results of a training program». Revista CEFAC (em inglês): e10318. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/1982-0216/201921510318. Consultado em 5 de maio de 2023 
  3. Coelho, Borges, Renata (2012). «Sistema adaptativo para redução do efeito de oclusão em aparelhos auditivos». Consultado em 7 de maio de 2023 
  4. Ruza, Nathália Lima; Franco, Isadora Loiola; Gaspari, Laura Voelzke; Silveira, Fernanda de Siqueira; Faustino, Luana Santos (10 de fevereiro de 2023). «HISTÓRIA DO APARELHO AUDITIVO: A EVOLUÇÃO DO OUVIR». REVISTA FOCO (em inglês) (02): e997–e997. ISSN 1981-223X. doi:10.54751/revistafoco.v16n2-109. Consultado em 7 de maio de 2023 
  5. Silva Lins, Edinaide Lopes da; Pena Gaspar Sobrinho, Fernando (17 de junho de 2020). «Reabilitação auditiva por aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) em centro especializado do SUS de Salvador-Bahia». Revista de Ciências Médicas e Biológicas (1). 25 páginas. ISSN 2236-5222. doi:10.9771/cmbio.v1i1.32442. Consultado em 25 de maio de 2023 
  6. «BAF0234-2022: Tipos de moldes auriculares». edisciplinas.usp.br. Consultado em 26 de maio de 2023 
  7. Viacelli, Sandra Nunes Alves; Costa-Ferreira, Maria Inês Dornelles da (outubro de 2013). «Perfil dos usuários de AASI com vistas à amplificação, cognição e processamento auditivo». Revista CEFAC: 1125–1136. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/S1516-18462012005000098. Consultado em 26 de maio de 2023 
  8. USP cria aparelho auditivo mais barato - Jornal Nacional, 25 de fevereiro de 2010 (visitado em 25-2-2010).
  9. Silva, Débora Conceição de Oliveira da; Scharlach, Renata Coelho (novembro–dezembro de 2015). «Satisfação de usuários de aparelho de amplificação sonora individual atendidos em um centro auditivo». Revista CEFAC: 1863–1873. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/1982-021620151766115. Consultado em 26 de maio de 2023 
  10. Williger, Bettina; Lang, Frieder R. (2015). «Hearing Aid Use in Everyday Life: Managing Contextual Variability». Gerontology (em inglês) (2): 158–165. ISSN 0304-324X. doi:10.1159/000366062. Consultado em 10 de setembro de 2024