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Armando Albuquerque

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Armando Albuquerque
Informação geral
Nome completo Armando Albuquerque
Nascimento 29 de junho de 1901
Origem Porto Alegre, Rio Grande do Sul
País  Brasil
Morte 16 de março de 1986
Gênero(s) Música de câmara
Música erudita
Música contemporânea
Ocupação(ões) compositor, pianista, professor, violinista, musicólogo

Armando Amorim Albuquerque (Porto Alegre, 29 de junho de 1901 - 16 de março de 1986) foi um compositor, pianista, violinista, professor e musicólogo brasileiro.

Recebeu sua instrução do Conservatório de Música do antigo Instituto de Belas Artes, especializando-se em violino em 1923, sob orientação de Oscar Simm.[1] Foi arranjador da Rádio Difusora em Porto Alegre, orientador da Rádio da Universidade, um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea e lecionou no curso de Música do Instituto de Artes as disciplinas de instrumentação e orquestração, contraponto e fuga, e composição. Foi pianista de grupos populares em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.[1][2][3] Teve inúmeros alunos, incluindo Celso Loureiro Chaves e João Gilberto, que aprimorou com Armando Albuquerque seu conhecimento de harmonia durante sua estada em Porto Alegre.[4]

Iniciou sua obra criativa em meados da década de 1920, sendo praticamente um autodidata em composição, cursando apenas um ano de harmonia com Schwartz Filho. Nunca se filiou a qualquer escola estética, desenvolvendo desde cedo um estilo original, avançado e experimentalista, que tinha afinidade com o expressionismo alemão de Kurt Weill e George Antheil, sem, contudo, ter conhecimento desses autores e sem prender-se a esta tendência inicial, continuando a experimentar novas possibilidades ao longo de toda sua carreira.[1]

Sua música tem uma base tonal que é expandida até aproximar-se da atonalidade, também fazendo uso de recursos modais e clusters.[5][6] Segundo Gustavo Benetti, ele "pode ser considerado o primeiro compositor rio-grandense a romper com a barreira do tonalismo e experimentar tendências de vanguarda".[6] Significativa parcela de sua produção é constituída de miniaturas para piano ou grupo de câmara, mas também deixou obras de vulto para orquestra e várias canções. Não usou as formas consagradas pela tradição, preferindo estruturas abertas e ritmos livres.[1][5]

Por décadas sua produção foi raramente ouvida em sua terra e só começou a ser mais conhecida na década de 1960. Na década de 1970, depois da divulgação realizada pelo pianista Paulo Afonso de Moura Ferreira, em poucos anos foi reconhecido e consagrado pela crítica nacional. Em 1981 foi eleito para a Academia Brasileira de Música com expressiva votação. Várias de suas peças, incluindo algumas das primeiras, tiveram sua primeira audição pública somente nos Festivais de Música Nova de Santos e do Rio na década de 1970.[1]

Deixou um importante legado como professor, contribuindo para renovar o panorama musical sulino. Hoje é considerado um destacado compositor brasileiro e um dos maiores do Rio Grande do Sul.[1][5][6] Em seu trabalho como musicólogo destaca-se uma análise da obra completa de Natho Henn, publicada em 1974.[2] Sua obra já recebeu algumas gravações, destacando-se o CD Uma Ideia de Café — A música para piano de Armando Albuquerque, que recebeu o Prêmio Açorianos de Melhor Disco Erudito de 2001.[7] Em 2014 a UFRGS dedicou uma edição do seu Projeto Unimúsica para homenagear o compositor, com várias composições apresentadas pelo pianista Celso Loureiro Chaves, entremeadas a poesias de autores que ele musicou, recitadas pela atriz Mirna Spritzer.[8] Seu nome batiza uma biblioteca musical na Casa de Cultura Mário Quintana e uma rua em Porto Alegre.

Obras principais

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  • Pathé Baby (1926)
  • Choppe (1929)
  • Quasinocturno (1939)
  • Motivação (1945)
  • Toccata (1948)
  • Suíte breve (1954)
  • Música para violoncelo e piano (1955)
  • Suíte bárbara infantil (1965)
  • Evocação de Augusto Meyer (1970)
  • Sonho III (1974)
  • Celso Loureiro Chaves. Uma idéia de café, CD, 2001.
  • Luciane Cardassi. Prelúdios em Porto Alegre, CD, Fumproarte, 1998.
  • O Sul Erudito, BRDE/Conselho de Desenvolvimento Cultural/ RS, LP, 1987.
  • Armando Albuquerque. Mosso, LP, RBS/Som Livre Discos, 1985.

Ligações externas

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  • Toccata. Vânia Pimentel, piano. Instituto Piano Brasileiro.
  • Homenagem a Armando Albuquerque, com várias peças. Parte I, Parte II. Projeto Unimúsica, UFRGS. Celso Loureiro Chaves, piano, Mirna Spritzer, recitadora

Referências

  1. a b c d e f Mariz, Vasco. História da Música no Brasil, 6ª ed. rev. ampl. Nova Fronteira, 2005, pp. 219-222
  2. a b "Armando Albuquerque". Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Acessado em 13/03/2010
  3. "Armando Albuquerque". Academia Brasileira de Música.
  4. "Há 50 anos, João Gilberto estreou seu samba harmônico e sincopado". Folha de S.Paulo, 13/03/2010
  5. a b c Nestrowski, Arthur. "Uma Idéia de Café faz homenagem a Armando Albuquerque". Folha de S.Paulo, 13/11/2001
  6. a b c Benetti, Gustavo Frosi. "Renovação estética na música do Rio Grande do Sul entre as décadas de 1920 e 1940: iniciativas pontuais ou um movimento articulado?". In: Música em Perspectiva, 2015; 8 (2):107-118
  7. "Obras de Celso Loureiro Chaves serão lançadas em CD nesta sexta". UFRGS Notícias, 09/05/2013
  8. Projeto Unimúsica. Homenagem a Armando Albuquerque, Parte I. UFRGS TV, 05/02/2015