Saltar para o conteúdo

Aroandes Gusnaspe

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Aroandes Gusnaspe
Nacionalidade Império Sassânida
Ocupação Marzobã

Aroandes Gusnaspe (em grego: Αροάνδης; romaniz.: Aroándēs; em persa médio: Arwand Gushnasp) foi nobre iraniano do século VI, que brevemente serviu como marzobã (governador) da Ibéria persa de 540 a 541 sob o Cosroes I (r. 531–579). Foi sucedido por Oazanes Burzemir.[1]

Orontes (Ὀρόντης, Oróntēs), Orontas (Ορώντας, Orṓntas), Orondes (Ὀρόνδης, Oróndēs), Aroandes (Αροάνδης, Aroándēs), Oroandes (Ὀροάνδης, Oroandēs), Aruandes (Αρουάνδης, Arouándēs) e Oruandes (Ὀρουάνδης, Orouándēs) são as formas gregas do persa antigo *Arvanta (*Arvanta-), que continuou a ser usado no persa médio e novo como Arvande (Arwand). O nome se associa ao avéstico auruuaṇt-, "rápido, vigoroso, corajoso", que por si só pode ser uma versão abreviada do nome avéstico Auruataspa (Auruuaṱ.aspa-), "tendo cavalos velozes".[2] Por sua vez, Gusnaspe (Gušnasp) é um nome persa médio formado por gušn (do iraniano antigo *vṛšna-), "macho", e asp, "cavalo". Nesse sentido, significa "aquele com cavalos".[3] Foi registrado em armênio como Vesnaspe (Վշնասպ, Všnasp).[4]

Dracma de Cosroes I (r. 531–579)

Segundo a paixão georgiana de Eustácio de Misqueta, Aroandes já ocupava o ofício de marzobã em 540/1 e foi transferido de sua posição seis meses depois. Sua base ficava em Tiblíssi e tinha um tenente chamado Bistam que comandou o castelo na antiga capital de Misqueta. Ainda segundo a fonte, em Misqueta vivia certo sapateiro persa convertido chamado Eustácio (nascido Guirobandaces) que foi levado diante de Aroandes após denúncia da guilda de sapateiros; outros sete convertidos também foram julgados. Aroandes tratou-os com severidade, ordenando que seus narizes fossem perfurados e acorrentando-os em jaulas sob sentença de morte. Seis meses depois, quando saiu de seu posto, libertou-os como gesto de despedida à população. A hagiografia descreve-o como avarento e enganoso e afirma que convenceu dois cristãos, Basdiades e Panagusnaspe, a voltarem ao zoroastrismo sob promessa de valiosa recompensa, mas no fim deu-lhes nada. Apesar dessa descrição negativa, em outros lugares aparece como alguém que cultivou a boa fé da aristocracia e eclesiásticos e comportou-se muito educadamente com eles.[5]

Referências

  1. Rapp 2014, p. 53, 79.
  2. Schmitt 2002.
  3. Gignoux 1986, p. 91-92.
  4. Ačaṙyan 1942–1962, p. 125.
  5. Lang 2011, p. 679.
  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Վշնասպ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Gignoux, Philippe (1986). «Faszikel 2: Noms propres sassanides en moyen-perse épigraphique». In: Schmitt, Rudiger; Mayrhofer, Manfred. Iranisches Personennamenbuch. Iranische namen in nebenüberlieferungen indogermanischer sprachen. Viena: Academia Austríaca de Ciências 
  • Rapp, Stephen H. Jr. (2014). The Sasanian World through Georgian Eyes: Caucasia and the Iranian Commonwealth in Late Antique Georgian Literature. Farnham: Ashgate Publishing, Ltd. ISBN 1472425529 
  • Schmitt, Rüdiger (2002). «Orontes». In: Yarshater, Ehsan. Encyclopædia Iranica. Nova Iorque: Encyclopædia Iranica Foundation