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Atribuição aleatória

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Imagem em preto e branco apresentando um desenho sobre o lançamento de uma moeda. Observar o resultado do lançamento de uma moeda e atribuir "cara" ou "coroa" a dois grupos distintos é uma das formas para se construir uma atribuição aleatória para uma amostra.
Lançamento de uma moeda. Observar o resultado do lançamento de uma moeda e atribuir "cara" ou "coroa" a dois grupos distintos é uma das formas para se construir uma atribuição aleatória para uma amostra.

Atribuição aleatória ou colocação aleatória é uma técnica experimental para atribuir participantes humanos ou animais a diferentes grupos em um experimento (por exemplo, um grupo de tratamento versus um grupo de controle) usando randomização - por exemplo, por meio de um procedimento aleatório (como jogar uma moeda) ou um gerador de números aleatórios.[1] Esse procedimento busca garantir que cada indivíduo tenha chances iguais de ser atribuído a qualquer um dos grupos. Dessa forma, diferenças observadas entre os grupos ao fim do experimento podem ser atribuídas, com maior confiança, às diferenças no procedimento experimental, e não às características dos indivíduos de cada grupo.

No projeto experimental, a atribuição aleatória de participantes em experimentos ou tratamento e grupos de controle ajudam a garantir que quaisquer diferenças entre e dentro dos grupos não sejam sistemáticos, desde o início do experimento. A atribuição aleatória não garante que os grupos sejam "combinados" ou equivalentes, apenas que as diferenças possam ser atribuídas ao acaso.

A colocação aleatória facilita a comparação de experimentos através da criação de grupos semelhantes. Fazendo uma analogia, compara "Maçã com Maçã" e "Laranja para Laranja".

A técnica pode ser utilizada por meio de três passos básicos:

  • Passo 1: Comece com a coleta de uma amostra. Exemplo: 20 pessoas.
  • Passo 2: Elabore um método aleatório puramente mecânico. Exemplo: jogar uma moeda e observar o resultado (cara ou coroa).
  • Passo 3: Para cada pessoa, jogar a moeda uma vez e atribuir o resultado "cara" para um grupo: grupo de controle. Ou atribuir o resultado "coroa" para outro grupo: grupo de tratamento. Ao final de 20 lances da moeda você terá 2 grupos distintos como resultado de uma atribuição aleatória.

Considere um experimento com um grupo de tratamento e um grupo de controle. Suponha que o experimentador recrutou uma população de 50 pessoas para o experimento, 25 com olhos azuis e 25 com olhos castanhos. Se o experimentador fosse atribuir todos os de olhos azuis para o grupo de tratamento e os de olhos castanhos para o grupo de controle, os resultados podem ser tendenciosos. Quando analisar os resultados, pode-se questionar se um efeito observado deveu-se à aplicação da condição experimental ou era, na verdade, devido à cor dos olhos.

Com a atribuição aleatória, pode-se atribuir aleatoriamente os indivíduos a um tratamento ou a um controle e, portanto, têm uma melhor chance de detectar se uma mudança observada é devida ao acaso ou devido ao tratamento experimental.

Se um grupo atribuído aleatoriamente é comparado com a média, pode-se descobrir que, estatisticamente, eles diferem, mesmo quando eles são atribuídos a partir do mesmo grupo. Para expressar essa mesma ideia estatisticamente - Se um teste de significância estatística é aplicada grupos aleatoriamente designados para testar a diferença entre a média amostral contra hipótese nula de que eles são iguais à mesma média de população(i.e., pedia de população de diferenças = 0), dada a distribuição de probabilidade, a hipótese nula às vezes será "rejeitada", isto é, não é considerada plausível. Isto é, os grupos serão suficientemente diferentes para a variável testada para incluir estatisticamente que não provêm da mesma população, apesar de, em termos processuais eles foram atribuídas a partir do mesmo grupo total. No exemplo acima, usando a atribuição aleatória, é possível criar uma atribuição a grupos que tem 20 pessoas com olhos azuis e 5 pessoas com olhos castanhos no outro grupo. Este é um evento raro sob a atribuição aleatória, mas isso poderia acontecer, e quando isso acontece, pode adicionar um pouco de dúvida com o agente causal da hipótese experimental.

Por a maioria dos testes estatísticos básicos requererem a hipótese de uma população amostrada aleatoriamente independente, a atribuição aleatória é o método de atribuição desejada porque proporciona controle para todos os atributos dos membros das amostras, em contraste com correspondência em apenas uma ou mais variáveis, e fornece a base matemática para estimar a probabilidade de grupo de equivalência para as características interessadas, tanto para verificações de pré-tratamento de equivalência e avaliação dos resultados pós tratamento, utilizando estatística inferencial. Modelagem estatística mais avançada pode ser usado para adaptar a inferência para o método de amostragem.

A randomização foi enfatizada na teoria da inferência estatística de Charles S. Peirce em "Ilustrações da lógica da ciência (Illustrations of the Logic of Science)" (1877-1878) e "A Teoria da Eferência Provável (A Theory of Probable Inference)" (1883). Peirce aplicou randomização no experimento Peirce-Jastrow sobre a percepção de peso.

Charles S. Peirce aleatoriamente designou voluntários vendados, com medidas repetidas para designar suas habilidades para discriminar pesos. Os experimentos de Peirce inspiraram outras pesquisas com psicologia e educação, que se desenvolveu uma tradição de experimentos aleatórios em laboratórios e livros especializados pesquisas no século XVIII.

Jerzy Neyman defendeu randomização em amostragem de pesquisas (1934) e em experimentos (1923). Ronald A. Fisher defendeu randomização em seu livro de planejamento experimental.

  1. Witte, Robert S. (5 de janeiro de 2017). Statistics. Witte, John S. 11 ed. Hoboken, NJ: [s.n.] 5 páginas. ISBN 978-1-119-25451-5. OCLC 956984834 

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