Atrocidades na República Democrática do Congo
Atrocidades na República Democrática do Congo referem-se a diversos massacres e violações dos direitos humanos ocorridos na República Democrática do Congo entre 1994 e 2004.
Os diversos conflitos na República Democrática do Congo fizeram quase 4 milhões de mortos entre 1998 e 2004, de acordo com estimativas da organização não-governamental International Rescue Committee (IRC) (Janeiro de 2006), durante a Primeira Guerra do Congo (entre 1996-1997), a Segunda Guerra do Congo (entre 1998-2002) e no governo de transição (2003-2006). Estes massacres, alguns dos quais constituem crimes contra a humanidade, foram objeto de investigações parciais que levaram os meios de comunicação por vezes a qualificarem de "genocídio congolês", muitas vezes, com vista a confirmar a tese de "genocídio duplo", uma abordagem rejeitada por historiadores, como Jean-Pierre Chrétien, [1] Gerard Prunier[2] e Alison Desforges.[3] O principal obstáculo para a caracterização de genocídio dos massacres dos congoleses vem da constatação de que estes massacres são diversos, operados por vários atores, por motivos diversos; embora o número de vítimas e a atrocidade de alguns massacres evoquem o que a linguagem comum chama de genocídio.[4] No entanto, após a Segunda Guerra do Congo, 98% da mortalidade, segundo o IRC, deve-se à desnutrição e falta de cuidados devido à situação de guerra, bem como à perpetuação da insegurança durante o período do Governo de Transição e a Guerra do Kivu. [5]
Alguns dos episódios referidos como genocídio incluem os massacres de hutus durante a Primeira Guerra do Congo[6][7] e o Effacer le tableau.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ (em francês) Rwanda : une enquête à charge, RFI (14/10/2005). "Un autre historien, Jean-Pierre Chrétien, rapporte que certains journalistes ont répercuté une propagande qu’il juge raciste : diabolisation du FPR, l’adversaire du camp génocidaire, qualifié de « khmers noirs », description des Tutsis, envahisseurs avides, cruels et dominateurs, justification du génocide par la légitimité du peuple majoritaire et le combat contre l’expansionnisme anglo-saxon, thèse du double génocide… "
- ↑ (em francês) Gérard Prunier (...) juge " absolument honteuse " la propension des exilés hutus et de certains milieux occidentaux à accréditer la thèse du " double génocide ", sous prétexte des exactions qui se produisent sous le nouveau régime, et il assimile cette attitude à un coupable " révisionnisme ", Le Monde diplomatique, fevereiro de 1996.
- ↑ Des Forges Alison, Human Rights Watch et Fédération Internationale des Droits de l'Homme, Aucun témoin ne doit survivre, Karthala, 1999
- ↑ Deve ser lembrado que não é a violência sofrida que qualifica um massacre como "genocídio", mas a intenção dos assassinos e sua organização para implementá-lo.
- ↑ IRC 2004 - “Quand le monde cessera-t-il de détourner le regard? : « Comme l’ont déjà montré les trois précédentes enquêtes de l’IRC en république démocratique du Congo, la plupart de ces décès (98 % pour cette enquête) sont dus à la maladie et à la malnutrition, conséquences d’une guerre qui a détruit l’économie et le système de santé. »
IRC 2006 - Mortalité en république démocratique du Congo - La crise continue : « Alors que l’insécurité persiste dans les provinces de l’Est, seuls 0,4 pour cent des décès en république démocratique du Congo étaient directement attribuables à la violence. » - ↑ Michelle Faul (10 de outubro de 2010). «A second Rwanda genocide is revealed in Congo». NBC News
- ↑ «Rwanda genocide: 'Domino effect' in DR Congo». BBC News. 10 de abril de 2014
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- A controvérsia sobre os massacres no Congo, Le Monde diplomatique. 25 de Janeiro de 2014
- Assassinatos na República Democrática do Congo podem ser genocídio, diz ONU - G1 (27/08/2010)