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Aubette (café)

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O Café L’Aubette, hoje prédio histórico, foi um conjunto de entretenimento, situado na [1]Praça Kléber em Estrasburgo, França. Era composto por café, restaurante e salão de dança que também funcionava como cinema. No começo do século XX seu interior foi decorado e mobiliado por Theo van Doesburg, Sophie Taeuber-Arp e Hans Arp, tornando-se um marco para o movimento De Stijl e um símbolo do Neoplasticismo[1].

Fachada do Aubette.

Construído por [2]Jacques-François Blondel no século XVIII, o local foi anteriormente ocupado por um complexo monástico durante o século XIII.

Serviu como base militar durante aproximadamente um século e depois como quartel general do marechalato francês. Em 1868, o Museu Nacional de Pintura e Escultura de Estrasburgo e um café com música ao vivo foram instalados no L’Aubette. Durante a Guerra Franco-Prussiana o prédio foi bombardeado, ficando apenas a fachada de pé. O edifício foi reconstruído em 1877.[2]

Decoração em 26

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Salão de dança após restauração.

Em 1926 o arquiteto Paul Horn e seu irmão André, que haviam instalado o Café L’Aubette na ala leste do prédio,  comissionaram Sophie Taeuber-Arp para a decoração interior e mobiliação do mesmo, dando a ela completa liberdade artística. Taeuber-Arp, então, convidou Hans Arp, seu marido, e Theo van Doesburg para participarem do projeto[3]. Durante o período, Hans Arp havia se juntado ao movimento De Stijl, que tinha como um de seus

fundadores van Doesburg[4]. Arp e Taeuber-Arp haviam participado anteriormente do movimento dadaísta de Zurique, Suíça. Cada artista ficou encarregado individualmente de uma parte dos cômodos. van Doesburg dos cafés e salão de cinema-dança, Taeuber-Arp do salão de chá, bares e corredor de entrada, Hans Arp do porão, sala de bilhar e corredor. van Doesburg desenhou, também, cinzeiros e o letreiro para a fachada[5].

Esquema feito por Theo van Doesburg para o salão de dança.

O trabalho de van Doesburg no café o permitiu pôr em prática novas teorias artísticas, às quais ele deu o nome de [3]Elementarismo. Essa nova visão rompia com a rigidez das composições neoplasticistas, introduzindo o uso de linhas diagonais e ampliando a paleta de cores[6]. Baseava-se em teorias científicas como a do hiperespaço, buscando trazer para a arte as dimensões de tempo e espaço[7].

Doze anos após a inauguração em 1928, parte da decoração foi removida e coberta a mando de um novo proprietário. Anos depois, durante a ocupação alemã na França, o que havia sobrado do projeto original foi destruído pelos nazistas. O governo nazista classificava a arte moderna como arte degenerada, associando-a à inferioridade genética e a distúrbios psiquiátricos[8]. Entre 1985 e 1994 o salão de dança foi restaurado e posteriormente os outros ambientes. A restauração foi feita, graças a extensa documentação feita por Van Doesburg, a partir de fotos, esboços e esquemas arquitetônicos.[9]

Referências

  1. Poulin, Richard (2012). Graphic Design + Architecture, A 20th Century History. Massachusetts: Rockport Publishers. p. 79 
  2. «The history of Boutiques de l'Aubette». Place Kleber Centre Commercial. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  3. Lanchner, Carolyn (1981). Sophie Taeuber-Arp (PDF). Nova Iorque: The Museum of Modern Art. pp. 12–13 
  4. Dempsey, Amy (2002). Estilos, Escolas & Movimentos, Guia Enciclopédico Da Arte Morderna. China: Cosac Naify. p. 123 
  5. «Theo van Doesburg, Café Aubette». MoMA. 2007. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  6. Poulin, Richard (2012). Graphic Design + Architecture, A 20th Century History. Massachusetts: Rockport Publishers. p. 79 
  7. Mondrian E O Movimento De Stijl (PDF). [S.l.]: Centro Cultural Banco do Brasil. 2016. pp. 140–145 
  8. «degenerate art». Encyclopedia Britannica. 2019. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  9. Fiederer, Luke. «AD Classics: Café l'Aubette / Theo van Doesburg». ArchDaily. Consultado em 27 de novembro de 2021