Badre Alhamami
Badre ibne Abedalá Alhamami | |
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Nacionalidade | Reino Tulúnida Califado Abássida |
Etnia | Grega |
Ocupação | General |
Religião | Islamismo |
Badre ibne Abedalá Alhamami (Badr ibn ʿAbdallāh al-Ḥammāmī), também conhecido como Badre Alcabir ou Buga Alquibir (Badr al-Kabīr - lit. "Badre, o Velho"),[1] foi um general que serviu os tulúnidas e depois ao Califado Abássida. Originalmente um escravo grego, foi libertado por Amade ibne Tulune e tornar-se-ia um distinto oficial militar, envolvendo-se na supressão dos raides carmatas liderados contra a Síria. Com a derrocada do Reino Tulúnida com a morte de Harune ibne Cumarauai, desertou para o Califado Abássida, onde serviria como general e governador até sua morte em 923.
Vida
[editar | editar código-fonte]De origem grega, Badre foi originalmente um escravo do fundador do regime tulúnida, Amade ibne Tulune, que mais tarde libertou-o.[1][2] Em setembro de 893, junto com Maomé ibne Aba, e o governador de Tarso, Amade ibne Tugane Alujaifi, Badre liderou uma expedição contra o Império Bizantino, alcançando tão longe quanto al-Balacisum (al-Balacsum; não identificada, possivelmente a Telmesso cária ou lícia).[3] Após a morte de Cumarauai, filho de ibne Tulune, em 896, muitos oficiais tulúnidas deixaram o Egito e desertaram para os abássidas. Badre ficou para trás, e foi classificado, junto de Faique e Safi, como um dos principais comandantes; cada um deles comandando uma porção do exército, foram capazes de forçar o governo tulúnida a entregar a receita necessária para continuar pagando suas tropas, cuja total lealdade eles assim asseguraram.[4] Consequentemente eles, e Badre em particular, estiveram entre os principais rivais de Maomé ibne Aba, que atuou como regente do infante emir Harune ibne Cumarauai.[5]
Em 902, liderou uma exército de alívio do Egito para confrontar os carmatas sob Saíbe Anaca, que havia atacado a Síria e sitiado Tugueje ibne Jufe em Damasco. Os dois comandantes tulúnidas lutaram com os carmatas diante dos portões da cidade e conseguiram matar o líder carmata, muito embora perderam a peleja.[6][7] Anaca foi sucedido por seu irmão Saíbe Xamea, que assolou muito da Síria em 902–903.[8] Em algum momento antes do final de agosto de 903, contudo, conseguiu uma grande vitória contra os carmatas, matando muitos e repelindo o resto para o deserto. Esse evento é apenas conhecido através dum despacho enviado para Bagdá, brevemente mencionado por Tabari.[9] Esse sucesso foi logo seguido por uma vitória decisiva do exército abássida na Batalha de Hama em novembro, que levou à captura e execução de Xamea e os líderes carmatas seniores.[10]
No outubro de 904, os abássidas sob Maomé ibne Solimão Alcatibe lançou uma campanha para recuperar o Egito e terminar o regime tulúnida. Quando Maomé chegou nas fronteiras do Egito em novembro, Badre dirigiu-se contra ele. A deserção da maioria dos comandantes seniores foi logo seguida por outros oficiais tulúnidas, e quando Harune ibne Cumarauai foi morto por um de seus homens, o regime colapsou na anarquia, e Maomé entrou em Fostate sem oposição.[11] Agora em serviço abássida, em agosto de 905, Badre recebeu roupões de honra do califa Almoctafi (r. 902–908) e foi enviado como representante e conselheiro de outro comandante, Fatique, para confrontar a rebelião de um antigo oficial tulúnida, Ibraim Alcaliji, que capturou grande parte do país junto de Fostate.[12]
Em 914, foi governador de Pérsis. Após o assassinato do emir samânida Amade ibne Ismail e a ascensão de seu filho infante, o regime samânida foi enfraquecido. Badre usou a oportunidade para reafirmar o controla abássida sobre o Sistão, enviou Alfadle ibne Hamide lá como seu representante. Esse sucesso, entretanto, foi de curta duração e a província logo caiu nas mãos de guerreiros locais até a emergência de Catir ibne Amade como seu governante em 917.[13] Em outubro de 917, Badre foi colocado no comando de 5 000 homens e enviado para perseguir o líder rebelde Abedalá ibne Ibraim Almismai e seus seguires curdos próximo de Ispaã.[14] Badre morreu em 923.[15]
Referências
- ↑ a b Tabari 1985, p. 115.
- ↑ Zaki 1933, p. 142.
- ↑ Tabari 1985, p. 11.
- ↑ Zaki 1933, p. 140.
- ↑ Zaki 1933, p. 139–140, 142.
- ↑ Tabari 1985, p. 114–115.
- ↑ Zaki 1933, p. 144.
- ↑ Tabari 1985, p. 116.
- ↑ Tabari 1985, p. 128.
- ↑ Tabari 1985, p. 135–144.
- ↑ Tabari 1985, p. 151.
- ↑ Tabari 1985, p. 152–153.
- ↑ Bosworth 1975, p. 131.
- ↑ Tabari 1985, p. 183.
- ↑ Tabari 1985, p. 11 (nota 62).
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bosworth, C. E. (1975). «The Ṭāhirids and Ṣaffārids». In: Frye, R.N. The Cambridge History of Iran, Volume 4: From the Arab Invasion to the Saljuqs. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20093-8
- Tabari (1985). Rosenthal, Franz, ed. The History of al-Ṭabarī, Volume XXXVIII: The Return of the Caliphate to Baghdad: The Caliphates of al-Muʿtaḍid, al-Muktafī and al-Muqtadir, A.D. 892–915/A.H. 279–302. SUNY Series in Near Eastern Studies. Albânia, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque. ISBN 978-0-87395-876-9
- Zaki, Hassan M. (1933). Les Tulunides, étude de l'Égypte musulmane à la fin du IXe siècle, 868-905 (em francês). Paris: Universidade de Paris