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Bagunte

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Portugal Bagunte 
  Freguesia portuguesa extinta  
Localização
Localização no Município de Vila do Conde
Localização no Município de Vila do Conde
Localização no Município de Vila do Conde
Bagunte está localizado em: Portugal Continental
Bagunte
Localização de Bagunte em
Mapa
Mapa de Bagunte
Coordenadas 41° 22' 17" N 8° 39' 42" O
Município primitivo Vila do Conde
Município (s) atual (is) Vila do Conde
Freguesia (s) atual (is) Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada
História
Extinção 28 de janeiro de 2013 (11 anos)
Características geográficas
Área total 9,21 km²
População total (2011) 1 489 hab.
Densidade 161,7 hab./km²
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Expectação

Bagunte é uma povoação portuguesa do Município de Vila do Conde, a norte do rio Ave, que foi sede da extinta Freguesia de Bagunte, freguesia que tinha 9,21 km² de área (2012)[1], 1 489 habitantes (2011)[2], e, por isso, uma densidade populacional de 161,7 hab/km².

A Freguesia de Bagunte foi extinta (agregada) em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de Ferreiró, Outeiro Maior e Parada, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada.[3]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Limita a sul com o mesmo rio, a nascente com Ferreiró, Outeiro Maior e Balazar, a norte com Arcos e a poente com Touguinhó.

População[editar | editar código-fonte]

População da freguesia de Bagunte [4]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
922 934 1 011 1 028 1 131 1 202 1 178 1 302 1 397 1 389 1 473 1 613 1 722 1 662 1 489

Nos censos de 1878 a 1930 tinha anexada a freguesia de Santogões. Pelo decreto-lei nº 24 724, de 31/12/1936, a freguesia de Santogões foi extinta e incorporada nesta freguesia.

Distribuição da População por Grupos Etários
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 290 283 867 222 17,4% 17,0% 52,2% 13,4%
2011 213 174 854 248 14,3% 11,7% 57,4% 16,7%

Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4%

Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0%

História[editar | editar código-fonte]

Dada a sua extensão e a boa qualidade agrícola das suas terras, é natural que a localidade possua uma história rica, que ainda não está estudada relativamente a muitos aspectos.

Há duas realidades com valor histórico que a notabilizam: a Cividade de Bagunte e a Ponte de D. Sameiro (assim, não Zameiro, como frequentemente se escreve e diz: também se escrevia Zividade, por Cividade). Cividade de Bagunte é um nome antigo, mas não é o original: os documentos medievais chamam-lhe ora assim ora Castro de Argifonso, como se encontra nos muitos documentos transcritos no livro de Sérgio Lira sobre São Simão da Junqueira. O nome primitivo poderia ter sido Brachal ou Azeveoso…, como se afirma nas "Memórias Paroquiais de 1758" sobre a freguesia.

A Ponde de D. Sameiro data do tempo de D. Sancho I; existe um documento de 1209 que se refere às obras da sua construção.

Na Idade Média, assinalavam-se em Bagunte as seguintes vilas rústicas: Bagunte (que deu nome à paróquia), Vila Verde, Vilar, Figueiró, Segesmonde, Santagões e Carcavelos. A este número, talvez se deva acrescentar Ceisão. Todas elas vêm mencionadas em documentos do Mosteiro de S. Simão da Junqueira (cfr. LIRA, Sérgio (2001) O Mosteiro de S. Simão da Junqueira, 2º Vol., Vila do Conde, Câmara Municipal de Vila do Conde e as Inquirições de D. Afonso II e D. Afonso III).

Vilar era sede de pousa real, devido certamente a ficar à margem duma importante estrada, conhecida como Karraria antiqua ou via vetera, que era caminho de Santiago. Era a estrada que vinha de Moreira da Maia por Vairão, Ponte de D. Sameiro e seguia depois para Rates, etc. A Quinta de Vilar foi a mais notável casa da freguesia.

Bagunte possui, além da Igreja Paroquial, dedicada a Santa Maria, várias outras capelas; a mais notável é a da Senhora das Neves, no extremo nascente, que pertencia a Cavaleiros. Noutros tempos foi, de acordo com o Tombo da Comenda de Balazar, conhecida pelo poético nome de Ermida do Vale das Flores; é um centro de peregrinação.

O Testamento da abadessa Elvira Sanches, de Vairão, que durante mais de um século foi considerado o documento mais antigo da língua portuguesa, menciona Santagões (veja-se aqui: [2]).

O arquivo paroquial de Bagunte é excepcionalmente rico. Está publicado o tombo quinhentista da freguesia.

Pertenceu ao concelho de Barcelos, passando a integrar o concelho (atual município) de Vila do Conde desde 1836.[5]

A antiga freguesia de Santagões integra a localidade de Bagunte desde 1898.

Património[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Áreas das freguesias, municípios e distritos da CAOP2012». Separador Areas_Freguesias_CAOP2012. Instituto Geográfico Português. 2012. Consultado em 1 de Abril de 2014. Cópia arquivada em 9 de Novembro de 2013 
  2. «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Norte". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 1 de Abril de 2014. Cópia arquivada em 4 de Dezembro de 2013 
  3. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 2 de fevereiro de 2013.
  4. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  5. C.M.Vila do Conde, [1], Vila do Conde, 20 de Maio de 2015